segunda-feira, 12 de abril de 2021

Freixo: conversa entre Bolsonaro e Kajuru confirma mais um crime de responsabilidade

"Bolsonaro está morrendo de medo e tenta sabotar as investigações", diz ainda o deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ)

Brasil 247, 12/04/2021, 05:36 h Atualizado em 12/04/2021, 05:43
  (Foto: Luis Macedo/ Câmara dos Deputados)

"A conversa entre Bolsonaro e Kajuru é a prova de mais um crime de responsabilidade do presidente, que tenta intervir no Legislativo e intimidar o STF. O objeto da CPI da Covid não pode ser modificado. Bolsonaro está morrendo de medo e tenta sabotar as investigações", escreveu o deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ), líder da minoria, em suas redes sociais.

Na conversa, Bolsonaro revela a intenção de usar a CPI da covid para perseguir governadores, prefeitos e ministros do STF.

Kajuru diz que avisou Bolsonaro da gravação 20 minutos antes de publicá-la

Com vinte minutos de antecedência, o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) avisou a Jair Bolsonaro que publicaria nas suas redes sociais a conversa sobre a CPI da Covid que tivera com ele na véspera

Brasil 247, 12/04/2021, 08:10 h Atualizado em 12/04/2021, 08:57
Suplente de Kajuru está entre os candidatos mais ricos de Goiás 
(Foto: Câmara de Goiânia)

Com vinte minutos de antecedência, o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) avisou ao presidente Jair Bolsonaro que publicaria nas suas redes sociais a conversa sobre a CPI da Covid que tivera com ele na véspera. A informação é do jornal Estado de S.Paulo.

“Avisei ele hoje 12h40, que a conversa nossa seria publicada a uma hora da tarde. E assim eu fiz”, disse Kajuru. Na conversa, Bolsonaro diz temer que CPI investigue só o governo federal e instrui o senador a incluir Estados e municípios.

De acordo com a reportagem, questionado se o presidente saberia que estava sendo gravado, o senador afirmou que Bolsonaro conversou “sabendo que a conversa poderia ir ao ar”, como já fez “seis, sete, oito vezes” antes.

Grampo de Kajuru complica Bolsonaro e Flávio vai levá-lo ao conselho de ética

Flávio Bolsonaro alega que o senador Jorge Kajuru quebrou o decoro parlamentar ao divulgar uma conversa mantida com Jair Bolsonaro. No diálogo, Bolsonaro revela a intenção de usar a CPI da Pandemia para perseguir governadores, prefeitos e ministros do STF

Brasil 247, 12/04/2021, 10:32 h Atualizado em 12/04/2021, 10:51
   Flávio Bolsonaro (Foto: Beto Barata - Agência Senado)

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ)irá ingressar com uma representação contra o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) junto ao Conselho de ética do Senado. Flávio deverá alegar que Kajuru precisa ser punido por quebra de decoro parlamentar, por ter tornado pública uma conversa mantida com Jair Bolsonaro. A informação é da coluna da jornalista Bela Megale, de O Globo.

No diálogo, divulgado pelo próprio Kajuru nas redes sociais, Bolsonaro incorre em crime de responsabilidade ao revelar a intenção de usar a CPI da Pandemia, cuja abertura pelo Senado foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, para perseguir governadores, prefeitos e ministros do STF.

Kajuru manda recado a Kassio Nunes: "sabemos o seu preço"

Após divulgar uma gravação em que Jair Bolsonaro revela a intenção de interferir nos rumos da CPI da Covid, o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) mandou um recado a Kassio Nunes Marques, ministro indicado por Bolsonaro ao STF. "Kassio, nós sabemos seu preço", tuitou

Brasil 247, 12/04/2021, 08:50 h Atualizado em 12/04/2021, 08:57
Senador Jorge Kajuru e o ministro do STF Kassio Nunes Marques 
(Foto: Geraldo Magela - Ag. Senado - STF)

O senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) mandou um recado a Kassio Nunes Marques, ministro indicado por Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Kassio, nós sabemos seu preço", tuitou, compartilhando uma reportagem da revista Época que sinaliza que o magistrado seria o único contra a instalação da CPI.

Kassio Nunes vem sendo algo de duras críticas por ter liberado a realização de cultos e missas diante da maior crise sanitária da história do País, enquanto outros ministros da Corte posicionaram-se contra a medida.

O parlamentar divulgou uma conversa em que Jair Bolsonaro pretende interferir nos rumos da CPI da Covid, para perseguir ministros do STF, governadores e prefeitos.


Ainda no Twitter, Kajuru compartilhou uma entrevista de Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS). Para o ex-ministro da Saúde, a CPI "vai pegar fogo". "Como se fosse um posto de gasolina", acrescentou o senador.

domingo, 11 de abril de 2021

Leia a íntegra da reportagem que demonstra como Moro quebrou o Brasil e trabalhou para os Estados Unidos

Reportagem do Le Monde revela como o ex-juiz Sergio Moro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal por parcialidade, trabalhou para empobrecer o Brasil

Brasil 247, 11/04/2021, 10:48 h Atualizado em 11/04/2021, 10:59
  Sérgio Moro (Foto: Lula Marques/AGPT)

Na edição de sábado (10), o jornal francês Le Monde destacou como a Operação Lava Jato, chefiada pelo procurador Deltan Dallagnol e orientada pelo ex-juiz Sergio Moro, declarado pelo Supremo Tribunal Federal como parcial, agiu para destruir o Brasil e beneficiar os Estados Unidos.

INVESTIGAÇÃO 

Um magistrado considerado "tendencioso", às vezes ilegal e à sombra dos Estados Unidos: a maior operação anticorrupção da história do Brasil tornou-se seu maior escândalo jurídico. Meses de investigação foram necessários para que o "Le Monde" traçasse o outro lado dessa cena.

Por Gaspard Estrada e Nicolas Bourcier

Existe algo podre no Reino do Brasil. Todo o país é atingido por uma série de crises simultâneas, uma espécie de tempestade perfeita – recessão econômica, desastres ambientais, polarização extrema da vida política, Covid-19... A isso deve ser adicionado o naufrágio do sistema judicial. Um trovão adicional em um céu já pesado, mas carregado de esperança há sete anos, quando um jovem magistrado chamado Sergio Moro lançou, em 17 de março de 2014, uma vasta operação anticorrupção chamada “Lava Jato”, envolvendo a gigante do petróleo Petrobras, construtoras e um número expressivo de lideranças políticas.

“Governo Bolsonaro está crivado de nazistas”, diz Michel Gherman

“O bolsonarismo é baseado em afetos de extrema direita e em supremacismo branco, com referências identitárias muito fortes do nazismo”, explicou à TV 247 o professor da UFRJ. 

Brasil 247, 9/04/2021, 19:38 h Atualizado em 9/04/2021, 19:51
  Michel Gherman (Foto: Reprodução | Agência Brasil)

O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Michel Gherman afirmou à TV 247 que o governo Jair Bolsonaro “está crivado de nazistas” e repleto de referências históricas que remetem à Alemanha nazista e ao supremacismo branco.

Esta é, segundo ele, a base do bolsonarismo, e não se trata de cortina de fumaça. “O bolsonarismo é baseado em afetos de extrema direita e em supremacismo branco, com referências identitárias muito fortes do nazismo, muito forte. Essas referências surgiram ainda na candidatura de Bolsonaro, e aquela coisa de ‘cortina de fumaça’ é bobagem, aquilo é a base do bolsonarismo. O bolsonarismo sabe que a extrema direita mobiliza as massas, e ele mobilizou as massas enquanto a gente estava achando que aquilo não passava de palhaçada de circo”.

Para se desvencilhar de Bolsonaro e sua política nazista, de acordo com o professor, outros setores da sociedade política precisam entender que é necessário dialogar com o centro e com os eleiores do atual governo que não são nazistas ou bolsonaristas e que fizeram a escolha errada em 2018 por outros motivos que não o alinhamento ideológico com o atual governo. Além disso, se faz necessário também estabelecer diálogo com os religiosos. “A única alternativa que a gente tem hoje é dialogar com o centro para entender que para você ser antinazista você não precisa ser de esquerda. O nazismo é uma ameaça à civilização, é uma ameaça civilizatória. Esse é o debate que tem que ser feito, tem que ser feito com o centro político e com as igrejas neopentecostais. A única maneira de derrotar o fascismo e evitar o desastre, que já acontece mas pode ser de proporções inimagináveis, é dialogar com os eleitores de Bolsonaro que o fizeram com medo da esquerda”.

Procurador da Lava Jato, que derrubou Dilma e abriu caminho para Bolsonaro, agora pede impeachment (vídeo)

Segundo Carlos Fernando dos Santos Lima, Bolsonaro "é o principal responsável pelo número de mortes nesta pandemia. Manaus é culpa dele. Nós não temos vacina por culpa dele"

Brasil 247, 11/04/2021, 12:14 h Atualizado em 11/04/2021, 12:39
  Carlos Fernando dos Santos Lima (Foto: Reprodução)

O ex-procurador federal Carlos Fernando dos Santos Lima, que atuou na Operação Lava Jato ao lado do procurador Deltan Dallagnol e do ex-juiz Sergio Moro, declarado parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF), manifestou apoio ao impeachment de Jair Bolsonaro.

Em vídeo publicado pelo Congresso em Foco neste domingo (11), Carlos Fernando dos Santos Lima culpa Bolsonaro pelo caos sanitário em que se encontra o Brasil. O ex-procurador também afirma categoricamente que Bolsonaro cometeu "crimes de responsabilidade". "Destruiu o combate à corrupção, aparelhou órgãos de Estado para defender seus filhos e, principalmente, é o principal responsável pelo número de mortes nesta pandemia. Manaus é culpa dele. Nós não temos vacina por culpa dele".

O curioso é que a Lava Jato foi a grande responsável pelo golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, que representou uma das maiores rupturas democráticas do país. Além disso, a força-tarefa perseguiu o ex-presidente Lula e o deixou de fora da eleição de 2018, abrindo caminho para Bolsonaro.

Para Carlos Fernando Santos já passou da #HoradeJairEmbora.
Junte-se a nós também! #ChegadeMortes https://t.co/nFwmksgdLs pic.twitter.com/AuCdZEujIQ— Congresso em Foco (@congressoemfoco) April 11, 2021

Miriam Leitão aponta Bolsonaro como um genocida que tem empresários, generais e pastores como cúmplices

"Bolsonaro é o comandante supremo da morte no Brasil", diz a jornalista

Brasil 247, 1/04/2021, 06:34 h Atualizado em 11/04/2021, 06:42
  (Foto: ABr | Reprodução)

"O tempo deixará ainda mais claro o que já é inegável hoje. Grande parte das mortes que temos sofrido no Brasil é responsabilidade direta do presidente da República. Ele agiu intensa e deliberadamente para que o vírus se espalhasse. Ele tem sido incansável nas mentiras, no estímulo à exposição ao risco, na criação de conflitos políticos. Ele nunca deixou de sabotar os esforços de proteção da vida de qualquer gestor público, nas três esferas administrativas. Ainda hoje, mais de um ano de pandemia. Ainda hoje, mais de 350 mil mortos. Faltam oxigênio, remédios, vagas nos hospitais, vacinas. Mas Bolsonaro protege o vírus e as suas mutações. Bolsonaro é o comandante supremo da morte no Brasil", escreve a jornalista, em sua coluna.

"O presidente não faz seu trabalho sozinho. Tem colaboradores. Os médicos que validaram o charlatanismo, os generais que apoiam um governo que ameaça a segurança nacional, os empresários que o aplaudem, os ministros subservientes às suas decisões criminosas, os pastores que usam a palavra de Deus em vão, os políticos que tergiversam, os juízes que distorcem a interpretação das leis", aponta. "E quando o país já está cercado de medos e mortes, o presidente ainda tira do armário o fantasma do autoritarismo e nos ameaça com a morte cívica. Esses dois anos têm sido de luta pela vida e pela democracia", diz ainda Miriam, que atuou no golpe de 2016, com a farsa das "pedaladas fiscais".

PEC Emergencial congela benefícios de policiais e amplia crise com Bolsonaro

PEC Emergencial estabelece o congelamento de salários, promoções, progressões e concursos dos servidores públicos por até 15 anos. Para Orlando Zaccone, delegado da Polícia Civil do Rio, a medida foi “um projeto neoliberal implementado para restringir direitos e enxugar a máquina do Estado”

Brasil 247, 1/04/2021, 10:38 h Atualizado em 11/04/2021, 10:59
  Polícia Militar do Rio de Janeiro (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Vitor Shimomura, Brasil de Fato - Críticas de policiais militares ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido) se intensificaram no último mês após a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial. A lei estabelece o congelamento de salários, promoção, progressão e concursos dos servidores públicos por até 15 anos.

A medida colocou restrições aos benefícios da categoria quando as despesas do governo superarem 95% das receitas, ou quando o país estiver em estado de calamidade pública. Para os policiais, a aprovação da PEC, com o argumento de fomentar o auxílio emergencial, é um ato de oportunismo do governo Bolsonaro.

“Essa PEC 186 foi vinculada, de uma forma cínica, ao auxílio emergencial, mas ela não tem relação alguma porque é uma PEC de 2019, ou seja, de antes da pandemia. Então, se utilizou desse caos da pandemia, essa situação que as pessoas realmente estão passando fome, realmente estão desempregadas, por conta de falhas do governo Bolsonaro, como um pano de fundo para se passar uma PEC de congelamento de gastos, que desestrutura os direitos da categoria”, afirma Leonel Radde, policial civil e vereador (PT) de Porto Alegre (RS).

“Isso vai trazer um grande prejuízo, principalmente para uma categoria, que via de regra, tem baixos salários, baixa expectativa de progressão na sua carreira. E isso vai ter um impacto considerável no serviço prestado, como as pessoas vão chegar no final da sua carreira. E por conta disso, Bolsonaro vem perdendo muito suporte na polícia, em todo o aparato da segurança pública”, acrescenta o vereador.

Na visão do delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro Orlando Zaccone, a medida foi “um projeto neoliberal implementado para restringir direitos e enxugar a máquina do Estado” e que a categoria precisa unificar a luta com outros servidores públicos.

“Por um lado você vê que alguns policiais já começam a entender que esse processo político atinge eles diretamente. E que o debate ideológico e moral, daquelas pautas morais bolsonaristas, meio que se perderam diante desse novo quadro de retirada de direitos dos servidores”, explica Zaccone.

O delegado aponta que a categoria tinha expectativa de ter um tratamento similar ao das Forças Armadas. "E isso não aconteceu. E acho que isso é bom, em certa medida, para que os policiais notem que também são servidores públicos, e que não merecem tratamento especial diante dos demais profissionais. Acho que o que está faltando, nesse momento, é a categoria perceber a necessidade de unificar sua luta com os demais servidores”.

A insatisfação revela que a categoria, que apoiou majoritariamente Bolsonaro nas eleições de 2018 (Pesquisa Atlas Intel), já demonstra sinais de desgaste na relação com o presidente. A pesquisa revela, no entanto, que ainda é alto o percentual (71%) de policiais que não se arrependem da escolha nas últimas eleições.
Saúde mental

Além da retirada de direitos pela PEC Emergencial, a demora do governo em vacinar os policiais que atuam na linha de frente da pandemia, abalou a confiança dos agentes públicos em Bolsonaro. No Rio Grande do Sul, profissionais da segurança pública começaram a receber a primeira dose do imunizante somente no início deste mês. Segundo Radde, somente no estado, cerca de três mil integrantes da brigada militar já foram infectados pela covid-19.

“Os profissionais da segurança pública conseguiram entrar depois de três, quatro meses de cobrança e pressão absurda. Depois de dezenas de mortes. Aqui no Rio Grande do Sul a gente teve, praticamente, mais de um quinto da Polícia Civil infectada. A Polícia Militar teve um aumento de 300% de infectados, do final do ano passado para este ano. Então, foi um erro crasso e foi um símbolo de que Bolsonaro realmente não tem preocupação e que não enxerga os profissionais da segurança pública como prioridade no governo dele."

Zaccone acredita que os desdobramentos da PEC acarretará em uma maior precarização da categoria, como o fortalecimento do Regime Adicional de Serviço (RAS), – hora extra remunerada dos policiais militares e civis e atenta contra a saúde mental dos servidores. O delegado cita o caso do soldado Wesley Soares, em Salvador, na Bahia, que teve um surto psicótico e foi morto após atirar contra agentes da Polícia Militar no último mês.

“Tudo começa com um surto. Mas esse surto, aliás, é importante que a gente deixe claro, que hoje, entre as categorias profissionais, os policiais são a categoria que apresenta o maior índice de suicídios. No Brasil inteiro, policiais estão complementando seu salário com horas extras. E essa questão da saúde mental dos policiais, ela deve ser observada porque um policial trabalhando de forma exaustiva, durante longos períodos, na tentativa de tentar complementar seus salários para poder ter uma vida digna, isso é muito perigoso para a sociedade”, explica o delegado.

“E nós não temos acompanhamento psicológico desses policiais, que estão sendo jogados em uma carga horária exaustiva e com salários baixos. A PEC Emergencial deve agravar ainda mais essa situação. O quadro é muito ruim”, completa.
Intento autoritário

A crise gerada pela morte do soldado Wesley, somada à demissão dos comandantes das forças armadas, no mês passado, reacendeu discursos de bolsonaristas para um possível intento autoritário. Para Zaccone, porém, o discurso não encontrou respaldo das tropas da Polícia Militar.

“Quando a gente fala de um perigo das polícias estarem participando de um golpe. No caso, o que a gente está falando, diz respeito às movimentações bolsonaristas. Nesse sentido, isso só será possível com a participação das Forças Armadas. E as polícias militares, principalmente o grupo que apoia Bolsonaro, não tem condição de organizar nenhum tipo de investida. Seriam sufocados na hora”, comenta o delegado.

Ele destaca a necessidade de questionar a institucionalização das polícias militares como forças de reserva do exército na segurança pública. "Temos que discutir, com seriedade, o tema da desmilitarização. Eu acho que isso tem muito mais efeito do que tentar controlar esses pequenos grupos extremistas, que fazem muito barulho, mas que não tem condição de exercer efetivamente relações de poder em nosso país”, conclui Zaccone.

sábado, 10 de abril de 2021

Alexandre de Moraes: STF combate ao mesmo tempo inércia do governo e ataques à democracia

O ministro do STF Alexandre de Moraes foi contundente em relação ao governo Bolsonaro e aos bolsonaristas durante entrevista ao Grupo Prerrogativas retransmitida pela TV 247

Brasil 2457, 10/04/2021, 17:45 h Atualizado em 10/04/2021, 18:07
  Ministro do STF Alexandre de Moraes (Foto: Marcelo Camargo - Agência Brasil)

Duas afirmativas do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, em entrevista ao Grupo Prerrogativas neste sábado (10) retransmitida pela TV 247, causaram enorme impacto: a Corte se viu obrigada a “combater ao mesmo tempo a inércia governamental em relação à pandemia e os ataques de grupos radicais à institucionalidade e à democracia".

Segundo Moraes, o STF órgão teve que agir, ao ordenar que o Senado realize a CPI da Pandemia e em outros casos, pela falta de coordenação do governo sobre a pandemia no ano passado: "Já estávamos com a pandemia em andamento sem uma coordenação geral em relação à pandemia. O STF tendo que tomar diversas decisões a partir de provocações, não para criar direito, mas sim, para especificar o que a própria constituição dizia e diz que a saúde pública, combate à pandemias, epidemias é competência comum de todos os entes federativos".

Para o ministro, o STF não pode ser omisso: “principalmente neste momento de pandemia". "Estamos chegando a quase 400 mil mortos, o Brasil é o único país do mundo em que a 2ª onda está muito pior que a 1ª. São 4 mil mortes por dia, sempre recordo que o mundo todo ficou chocado quando 3 mil pessoas morreram nas Torres Gêmeas. Nós estamos com 1,3 Torres gêmeas por dia", afirmou.

Ele saiu em defesa do ministro Luís Roberto Barroso, atacado por Bolsonaro: "Em nenhuma hipótese é aceitável o nível de agressões que foi praticado contra o ministro Luís Roberto Barroso. Decisões judiciais nós podemos concordar, discordar, criticar acidamente, recorrer, podemos conseguir reverter, agora, uma decisão judicial fundamentada, pública, transparente não faz e não cria o direito de ninguém, ninguém, poder ofender da forma como se ofendeu o ministro Luís Roberto Barroso".

Ele também prestou apoio ao ministro durante a entrevista: "fica aqui minha solidariedade, não só como amigo do ministro Luís Roberto Barroso, mas como colega de Supremo Tribunal Federal".

Moraes declarou que Barroso "atuou exatamente como todos os ministros atuariam" ao determinar a instalação da CPI e logo após solicitar que sua própria decisão fosse levada ao plenário do Supremo. "O ministro Luís Roberto Barroso e eu somos os maiores defensores de uma alteração regimental para que todas as decisões monocráticas, as liminares, sejam imediatamente colocadas na próxima sessão virtual ou presencial, o que for mais rápido. Foi exatamente o que o ministro Luís Roberto Barroso fez. Ele concedeu a liminar na quinta-feira, pediu imediata pauta ao presidente, ministro Luiz Fux, que já pautou para a sessão virtual da próxima sexta-feira".