sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Aras assina portaria que determina compartilhamento de dados sigilosos da Lava Jato

A força-tarefa da Lava Jato tem 1.000 terabytes de informações sobre pessoas e empresas, acordos de delação premiada e de leniência. Em 2020, Aras afirmou que operação era uma "caixa de segredos"

Brasil 247, 8/01/2021, 16:28 h Atualizado em 8/01/2021, 17:01
   Augusto Aras e Deltan Dallagnol (Foto: Adriano Machado/Reuters | José Cruz/Agência Brasil)

O procurador-geral da República, Augusto Aras, assinou nesta sexta-feira (8), segundo a Folha de S. Paulo, portaria que determina o amplo compartilhamento interno de dados coletados em investigações conduzidas pelo Ministério Público, incluindo registros sigilosos da Operação Lava Jato.

A portaria foi assinada em conjunto com a corregedora-geral do MPF, Elizeta Ramos, e regulamenta como será realizado o processo de recebimento, o armazenamento e o compartilhamento das informações.

A força-tarefa da Lava Jato de Curitiba tem 1.000 terabytes de material coletado durante a operação, incluindo registros sobre pessoas e empresas, acordos de delação premiada e de leniência. Os dados estão sob posse da Sppea (Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise), órgão da PGR (Procuradoria-Geral da República).



Em 2020, Aras chegou a afirmar que a Lava Jato de Curitiba tinha uma "caixa de segredos".

Com a nova determinação, procuradores à frente de investigações podem solicitar à Sppea arquivos para corroborar seu trabalho. Cabe a secretaria reunir documentos e enviar relatório ao procurador que fez a solicitação.

Fala de Ernesto Araújo sobre EUA gera mal-estar e crise no Itamaraty e diplomatas reagem

Em um ato raro, segundo análise do jornalista Jamil Chade, a associação de diplomatas brasileiros respondeu a declaração que insinuava fraude na eleição do país, se distanciando da visão do próprio chefe

8 de janeiro de 2021, 16:19 h Atualizado em 8 de janeiro de 2021, 18:54
   Ernesto Araújo, caos em Washington e Itamaraty (Foto: ABr | Reuters)

A avaliação do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre a invasão e depredação do Capitólio em Washington gerou reação dos diplomatas no Itamaraty, um movimento considerado “raro”, segundo o jornalista Jamil Chade.

Numa sequência de tweets nesta quinta-feira (7), o chanceler brasileiro minimizou a invasão do Capitólio dos EUA por extremistas estimulados por Trump e disse que “o direito do povo de exigir o bom funcionamento de suas instituições é sagrado”.

Menos de 24 horas depois das postagens, nesta sexta, a Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros (ADB) respondeu aos comentários do chefe da pasta, sem citar seu nome, distanciando-se do posicionamento do aliado de Trump.




"A respeito dos acontecimentos que ocorreram esta semana em Washington-DC, nos EUA, a ADB Sindical registra o entendimento de que manifestações populares são uma dimensão indissociável dos direitos e garantias fundamentais salvaguardados em qualquer regime democrático", disse a ADB. 

"Nas democracias, divergências e insatisfações, sobretudo de natureza política, são inerentes à vida em sociedade e devem ser encaminhadas pacificamente pelas vias institucionais democraticamente criadas para esse fim", afirmam. "O recurso à violência deve ser liminarmente repudiado, quaisquer que sejam seus autores", completam.

Último aliado de Trump, Bolsonaro não condenou o ataque às instituições dos Estados Unidos, ao contrário da grande maioria dos líderes mundiais. Em vez disso, também fortaleceu a tese de fraude na eleição e indicou que o mesmo pode se repetir em 2022 no Brasil.

A senha do golpe bolsonarista foi dada. O impeachment é o antídoto

"A senha do golpe bolsonarista está dada. Pode ocorrer em 2022, seguindo o modelo de Trump, mas pode ser tentado antes disso", escreve Gilvandro Filho, do Jornalistas pela Democracia

Brasil 247, 8/01/2021, 11:33 h Atualizado em 8/01/2021, 11:33
   Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Por Gilvandro Filho, 


Quem duvidava do espírito beligerante e golpista que infesta a cabeça do tenente reformado que no momento ocupa a presidência da República, agora não tem mais motivo para fazê-lo. O próprio presidente deixou claras, e de uma vez por todas, as suas intenções quanto à democracia brasileira e em relação à sua própria ojeriza a regimes democráticos. Ao defender o absurdo anacronismo que é a volta do voto de papel no lugar da urna eletrônica, que (queiram ou não) põe o Brasil na vanguarda dos processos eleitorais, a figura que governa (?) o País sentenciou: “Em 2022, se não tiver voto impresso, a coisa será pior do que lá (nos Estados Unidos)”. Cantou a pedra do golpe, nas barbas do Congresso Nacional e do Judiciário, sem falar nas Forças Armadas. E agora?

Autoritário e tirano por vocação, acostumado a tratar a patadas e ameaças os inimigos políticos (ele não tem adversários, muito menos concorrente), o presidente da República expressa, com essa frase grave e significativa, sua própria índole. Mais que isto, reafirma as suas intenções diante na Nação. Aproveita a tentativa de golpe aplicada nos Estados Unidos pelo ídolo dele, o celerado Donald Trump, para, como sempre fez, imitar o presidente americano. Claro. O chefe americano dita o comportamento do subalterno brasileiro e dos filhos dele, sobretudo o 03 que exibe na cabeça o boné do presidente dos EUA como quem ostenta uma medalha e que já quis ser chanceler para atrelar de vez a política externa brasileira ao governo americano. São submissos e copiam de Trump cada patacoada.




O episódio da invasão do Congresso dos EUA surpreendeu o mundo por ser na 

terra que se gaba de ter a democracia mais forte do planeta – ficou demonstrado que, na hora do ‘vamos ver’, a coisa não é bem assim. Imaginem, agora, a turba bolsonalha fazendo o mesmo no Congresso Nacional brasileiro, sob os olhos impotentes de boa parte dos parlamentares, cuja coragem e espírito democrático são seletivos e funcionam somente contra determinados governos.

Imaginem o golpe bolsonarista sob os olhos atarantados dos presidentes do Senado, bolsonarista, e da Câmara, que diz que não é, mas não bota pra andar os mais 60 pedidos de impeachment contra um presidente que já provou ser inadequado para o cargo que ocupa, que comete toda a sorte de crime de irresponsabilidade. Só os crimes relativos à pandemia da Covid-19 e o atabalhoado comportamento do governo diante do mal que já matou mais de 200 mil brasileiros seriam suficientes para levá-lo ao banco dos réus.

Que não caiam na bobagem que entender a ameaça do tenente reformado como mais uma bravata. Não é outra a intenção dele ao tentar, de todo modo, por em prática o seu plano de armar a população (na verdade, os seus adeptos), eliminando toda sorte de restrição à venda e ao uso de armas de fogo, incluindo a intenção de zerar alíquotas de impostos para compra de revólveres e pistolas ou de impedir o rastreamento de armas munições. Ou já se esqueceram de quando o presidente insinuou que o povo armado impediria a ação dos comunistas de tomar o poder? Não se trata, apenas, de ceder ao poderoso lobby da indústria de armas e munições, que conta com o esforço de guerra dos próprios filhos do presidente. A questão é mais pesada. A frase golpista expelida pelo chefe do governo dá o tom que a banda toca.

A senha do golpe bolsonarista está dada. Pode ocorrer em 2022, seguindo o modelo de Trump, mas pode ser tentado antes disso. Que não se olvide que os apoiadores da insanidade presidencial já tentaram invadir o Supremo Tribunal Federal, jogando fogos de artifício sobre o prédio do órgão, exigindo prisão para os ministros e estupros contra mulheres e filhas dos membros da Corte. O próximo ato pode ser menos folclórico e mais violento. Como nos EUA, muitos nazistas brasileiros já tiraram do armário suas camisetas de Auschwitz.

A saída é cortar o mal pela raiz. O impeachment é a arma da qual a democracia brasileira dispõe.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Governo muda tom, Pazuello diz que vacina não pode ter bandeira e que comprou 100 milhões de doses da Coronavac

De acordo com o ministro Eduardo Pazuello, o contrato prevê 46 milhões de doses até abril e outros 54 milhões até o fim do ano

Brasil 247, 7/01/2021, 17:25 h Atualizado em 7/01/2021, 17:37
   CoronaVac e Pazuello (Foto: Reuters)

O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, mudou de tom em relação à vacina e ao combate contra a Covid-19, nesta quinta-feira, 7. Em declaração à imprensa, o ministro defendeu “ações para que a gente possa ter a prevenção e os cuidados necessários quanto à Covid-19”.

O general ainda anunciou que assinou um acordo com o Instituto Butantan, que fabrica, em São Paulo, a Coronavac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac. Segundo ele, o governo assinou a compra de 100 milhões de doses do imunizante até o fim do ano.

De acordo com ele, o contrato prevê 46 milhões de doses até abril e outros 54 milhões até o fim do ano.



“Nós nunca abandonamos as negociações com o Butantan. Ela vem em paralelo. Hoje nós assinamos com o Butantan a compra de 100 milhões de doses até o fim do ano”, declarou Pazuello.

O Instituto Butantan encaminhou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na manhã desta quinta informações a respeito da vacina e fez o pedido de registro emergencial do imunizante. A expectativa do governo do estado é começar a aplicá-la no dia 25 de janeiro.

Pauzello também se solidarizou com as quase 200 mil vidas perdidas pelo novo coronavírus, mas criticou as críticas que são feitas ao governo de Jair Bolsonaro. “Saúde não pode ter bandeira, partido e ideologia”, afirmou ao defender uma união no país. 

O ministro, ao contrário de Bolsonaro, que faz ataques frequentes à vacinação, defendeu a realização de mais acordos para adquirir vacinas ao Brasil. “É uma guerra, precisamos usar todas as armas”, afirmou. “Momento de responsabilidade”, destacou.

Ainda, Pazuello afirmou que o Brasil está pronto para começar a vacinação contra o coronavírus em janeiro, apesar de o Ministério da Saúde ter falhado na aquisição de seringas e não ter plano concreto para a vacinação massiva da população.

O ministro também informou que o governo negocia a compra das vacinas da Johnson & Jonhson, da Pfizer e da Moderna.

Brasil supera 200 mil mortes por Covid-19

Mais 1.524 vítimas fatais da doença foram registradas nesta quinta no país, elevando o total para 200.498, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Também foram registrados quase 88 mil novos casos de Covid-19 no país

Brasil 247, 7/01/2021, 17:50 h Atualizado em 7/01/2021, 20:12
   Sepultamentos no Cemitério Nossa Senhora Aparecida em Manaus. Causado pela Pandemia do Covid-19 (Foto: Alex Pazuello/Semcom)

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Brasil atingiu a trágica marca de 200 mil vidas perdidas pelo novo coronavírus e, apesar da expectativa pela chegada da vacina ao país, epidemiologistas e médicos na linha de frente temem uma explosão de casos após as festas do final do ano, com o registro nesta quinta-feira de um novo recorde diário de infecções e o segundo maior número de mortes em um dia desde o início da pandemia.

Mais 1.524 vítimas fatais da doença foram registradas nesta quinta no país, elevando o total para 200.498, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Também foram registrados quase 88 mil novos casos de Covid-19 no país.

O Brasil voltou a registrar índices de transmissibilidade da doença similares a períodos críticos, e o sistema de saúde tem novamente se aproximado de um possível colapso, sem que tenham sido impostas medidas rígidas de isolamento social como aquelas adotadas no início da pandemia para conter o vírus.



Depois que os casos e óbitos tiveram uma queda em setembro e outubro, os números voltaram a subir novamente em novembro e dezembro, e começaram este ano ainda mais elevados.

“Infelizmente estamos vivendo o período de transmissibilidade igual ao pior momento da pandemia, julho e agosto do ano passado”, disse Alexandre Naime, chefe do departamento de Infectologia da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

“Era fundamental que fossem impostas restrições em diversos setores, mas na verdade cada um tem que se cuidar, porque aparentemente não teremos mais nenhuma medida nesse sentido por parte dos governos”, acrescentou.

Sem o controle mais rígido da movimentação das pessoas e do funcionamentos dos estabelecimentos, diversas cenas de festas e aglomerações se espalharam pelo país, frequentadas principalmente por jovens de classes sociais mais abastadas, que passaram a concentrar grande parte dos casos de Covid-19 no país.

“Foi uma sacanagem o que aconteceu agora no verão. O que a gente espera é que depois do dia 15 de janeiro vamos, infelizmente, voltar a enfrentar esse estado crítico novamente nos hospitais”, disse o médico Rafael Deucher, presidente da Sociedade de Terapia Intensiva do Paraná (Sotipa), cujo Estado enfrenta um surto grave da doença, com 80% de leitos de UTI ocupados na rede pública.

“Agora o pessoal ainda está na praia, infelizmente lá pelo dia 15 a 20 de janeiro vai aumentar muito o número”, acrescentou.

A primeira morte por Covid-19 no Brasil foi anunciado por autoridades de saúde no dia 17 de março. Foram praticamente três meses para chegar em 50 mil mortes, e mais 50 dias para se chegar a 100 mil, em 8 de agosto. Desde então, foram mais 5 meses para somar mais 100 mil óbitos.

O número de casos desta quinta-feira --87.843-- ficou bem acima do recorde anterior, de 70.574 em 16 de dezembro, e o registro diário de óbitos só é superado pelas 1.595 mortes registradas em 29 de julho.

O Brasil é o segundo país do mundo com mais mortes por Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, e o terceiro na contagem de casos, depois de EUA e Índia.

“BASTANTE PREOCUPANTE”

Depois de atingir um pico no final de julho, com quase 70.000 casos novos e mais de 1.500 óbitos em um único dia, a Covid-19 parecia estar sendo controlada ao cair para o patamar de 20 mil casos e 425 mortes por dia em outubro.

No entanto, a antepenúltima semana do ano passado foi a que registrou o maior número de casos semanais desde o início da pandemia, com 70.574 casos registrados em um único dia.

No último dia do ano também foram identificados no Brasil os dois primeiros casos de uma nova variante do coronavírus identificada inicialmente no Reino Unido que é mais contagiosa do que as outras, o que pode ampliar ainda mais a disseminação no país.

“O cenário mais provável é bastante preocupante”, disse Naime, na Unesp.

“Temos o cansaço e o abandono da população em relação às medidas de prevenção por conta da extenuação psicológica, mas também por falta de uma unidade do discurso político. Tem muitas pessoas que estão trabalhando contra a ciência e a saúde pública, contra a máscara, favorecendo aglomeração. Irresponsabilidade tremenda.”

Segundo o Índice de Isolamento Social brasileiro, que utiliza dados de localização de aplicativos instalados em telefones celulares, menos de 40% da população tem permanecido em quarentena, bem abaixo dos 60% vistos no início da pandemia.

Esse cenário pode ficar ainda pior com o fim do auxílio emergencial pago pelo governo federal aos vulneráveis, o que pode levar muitas pessoas de volta às ruas em busca de renda.

A cidade de Manaus, que foi uma das primeiras do país a sofrer um colapso do sistema de saúde devido à Covid-19 no ano passado, decretou nesta semana estado de emergência por 180 dias para tentar conter uma segunda onda da doença na cidade.

Com medo de viver a mesma situação, Belo Horizonte decidiu reforçar a quarentena a partir da próxima semana, permitindo o funcionamento apenas dos serviços essenciais, à medida que a ocupação dos leitos de UTI se aproxima dos 90%.

“A realidade é dura”, disse o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em pronunciamento à imprensa nesta quinta-feira, reconhecendo que o Brasil atravessa um “segundo ciclo” da pandemia.

Em nota, o Ministério da Saúde prestou solidariedade às vítimas em nome do presidente Jair Bolsonaro e do governo federal.

VACINAS

Além do preocupante quadro epidemiológico, o Brasil ainda não conseguiu iniciar sua campanha de vacinação contra a Covid-19, ao contrário do que já acontece em mais de 40 países do mundo, incluindo Argentina, Chile e México.

O país não conta sequer, até o momento, com um pedido formal de uso emergencial de um imunizante, mediante atrasos e problemas de planejamento.

Nesta quinta-feira o Instituto Butantan anunciou que a CoronaVac teve eficácia de 78% em ensaio clínico realizado no país, e espera-se ainda para esta semana que apresente à Anvisa pedido de uso emergencial. Também está previsto para esta semana pedido à Anvisa da Fundação Oswaldo Cruz.

Mesmo quando a vacinação começar, no entanto, será necessário um longo período até se alcançar a chamada imunidade de rebanho, de acordo com especialistas.

“Talvez no meio do ano os grupos prioritários estejam vacinados, se tudo der certo”, disse Naime, ressaltando que a população terá que se proteger ainda por um bom tempo.

Biden chama invasores do Capitólio de "terroristas domésticos"

“Não ouse chamá-los de manifestantes. Eles eram uma multidão de vândalos, terroristas domésticos. É tão básico, tão simples”, disse em um duro discurso contra Trump e seus apoiadores extremistas

Brasil 247, 7/01/2021, 17:02 h Atualizado em 7/01/2021, 19:05
    Presidente eleito dos EUA, Joe Biden (Foto: REUTERS/Mike Segar)

Metrópoles - O presidente eleito dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, em discurso nesta quinta-feira (7), considerou que a invasão do Congresso norte-americano na quarta-feira (6), por parte de apoiadores de Donald Trump, foi um ato promovido por “terroristas domésticos” estimulados pelo próprio presidente.

“Todos aqui estamos de luto pela perda de vidas, pela maculação da casa do povo. Não era desordem, não era protesto, era o caos. Não eram manifestantes. Não ousem dizer que eram manifestantes. Eram arruaceiros. Eram terroristas domésticos, simples assim”, disse Biden.

O democrata ainda ponderou que não era um ato que não se podia prever, visto que durante os quatro anos do governo de Trump houve constantes atentados às leis. “E não posso dizer que não vimos isso acontecendo. Nos últimos quatro anos tivemos um presidente que desrespeitou e enfraqueceu as nossas instituições democráticas”, disse Biden.



Continue lendo no Metrópoles.

Trump é banido do Facebook e Instagram por tempo indefinido, anuncia Mark Zuckerberg

O dono das plataformas Facebook e Instagram, Mark Zuckerberg, escreveu postagem anunciando o banimento de Donald Trump por pelo menos duas semanas - até a posse de Biden, em 20 de janeiro

Brasil 247, 7/01/2021, 13:34 h Atualizado em 7/01/2021, 13:41
   Mark Zuckerberg, Trump, Facebook e Instagram (Foto: Reuters)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano), teve suas contas no Facebook e Instagram banidas por tempo indefinido, anunciou o dono das plataformas, Mark Zuckerberg. O banimento prosseguirá pelo menos até a posse de Joe Biden na Presidência, em 20 de janeiro.

O banimento ocorre no dia seguinte do republicano estimular apoiadores a invadiram o Capitólio, sede do Legislativo norte-americano, para impedir a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden, que segundo ele teria sido fraudada.

“Nós acreditamos que os riscos de deixar o presidente continuar a usar nosso serviço durante este período é simplesmente muito grande”, escreveu Zuckerberg em publicação no Facebook.

“Nós estamos estendendo o bloqueio que colocamos em suas contas no Facebook e Instagram por tempo indefinido e por pelo menos duas semanas, até a transição pacífica do poder ser completada”, continuou.

The shocking events of the last 24 hours clearly demonstrate that President Donald Trump intends to use his remaining...

Trump também teve seu perfil no Twitter bloqueado por 12 horas por publicações alegando, sem provas, fraudes nas eleições norte-americanas para favorecer Joe Biden. A plataforma pediu para ele apagar as postagens e deixou claro que qualquer violação no futuro poderá fazê-lo perder acesso à rede social de forma permanente.

CoronaVac é eficaz em 100% na prevenção de casos graves e moderados da Covid 19, assegura o Butantan

Presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que a vacina CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, mostrou 100% de eficácia na prevenção de casos graves e moderados da Covid-19

Brasil 247, 7/01/2021, 14:06 h Atualizado em 7/01/2021, 18:23
   Instituto Butantan e CoronaVac (Foto: Marcos Santos/USP Imagens | Reuters)

Reuters - A CoronaVac, potencial vacina contra a Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, mostrou ser 100% eficaz na prevenção de casos graves e moderados da doença, disse nesta quinta-feira o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, que acrescentou que a vacina também evitou internação hospitalar em todos os voluntários do estudo clínico em Fase 3 que contraíram a doença.

Ele afirmou que o Butantan teve nesta quinta a reunião inicial com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), prevista no protocolo da agência para um pedido de uso emergencial da vacina e deve ter novo encontro com o órgão regulador ainda nesta quinta.

Ele voltou a afirmar que os testes clínicos com a CoronaVac mostraram que ela está entre os imunizantes mais seguros contra a Covid-19.

Zanin: Lava Jato está 'sistematicamente descumprindo' decisões do STF

Advogado do ex-presidente Lula avalia que a operação Lava Jato está criando problemas para o sistema de Justiça brasileiro para manter a farsa contra Lula

Brasil 247, 7/01/2021, 14:58 h Atualizado em 7/01/2021, 14:58
   Cristiano Zanin Martins (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

O advogado Cristiano Zanin Martins, que atua na defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, denunciou nesta quinta-feira (7) que a operação Lava Jato está criando problemas para o sistema de Justiça brasileiro. 

“Até mesmo decisões do Supremo Tribunal Federal estão sendo sistematicamente descumpridas na primeira instância, num completo desvirtuamento da própria hierarquia judiciária”, disse Zanin em entrevista ao portal jurídico Jota

O caso mais recente foi o descumprimento de determinação do ministro Ricardo Lewandowski, do STF, de conceder à defesa de Lula acesso às mensagens trocadas na Lava Jato no âmbito da operação Spoofing




“Essa decisão é muito importante seja porque reconhece a autenticidade dos arquivos seja porque permite que nós tenhamos acesso a um material que vai possivelmente reforçar a nulidade dos processos e a própria inocência do ex-presidente Lula”, argumenta Cristiano Zanin. 

Assim como Nero, que incendiou Roma, Trump fez o mesmo em Washington antes de bater em retirada

"Historiadores do futuro tomarão este 6 de janeiro como referência para narrar a longa agonia de um império, cujo fim se aproxima cada vez mais", avalia o jornalista José Reinaldo Carvalho sobre a invasão do Capitólio por extremistas estimulados por Donald Trump

Brasil 247, 7/01/2021, 09:59 h Atualizado em 7/01/2021, 18:23
    Donald Trump e invasão do Capitólio por apoiadores de Trump (Foto: Reuters)

Por José Reinaldo Carvalho, editor internacional do Brasil 247 - O processo de declínio dos Estados Unidos teve neste 6 de janeiro de 2021 um momento marcante. Dele fez parte uma inaudita ofensiva antidemocrática e golpista que se traduziu literalmente por atos de violência que podem ser equiparados a incêndios já perpetrados por outros chefes decadentes de impérios de antanho.

Sob a conclamação e incitação do chefe de turno da superpotência imperialista, hordas de milicianos supremacistas, agentes de um novo tipo de fascismo que grassa no país norte-americano e se espalha pelo mundo, atacaram o Capitólio, sede do Poder Legislativo daquela que se considera a mais sólida democracia no mundo e apanágio das liberdades individuais e coletivas. 

O que muitos intuíam em silêncio mas se recusavam a crer, finalmente aconteceu: a intentona de golpe nos Estados Unidos, que começaria pela anulação dos resultados eleitorais, sob o pretexto de que foram fraudados. Muito embora sem o apoio das instituições permanentes e mesmo da maioria dos políticos reacionários que acompanharam Trump em sua eleição há quatro anos e compartilharam com ele seu mandato, respaldando as suas decisões, e ainda que momentaneamente conjurado e fracassado, o episódio reveste-se da maior gravidade. Expõe as vísceras apodrecidas do sistema político estadunidense. 



Doravante, a vida política nos Estados Unidos será marcada pelo fato de haver sido feita pelo chefe de Estado e de governo, com respaldo em setores fanatizados de massas, uma intentona golpista num país que sempre se jactou de ser não apenas modelo de democracia mas também de estabilidade política. E, mesmo considerando a repercussão mundial negativa na maioria dos círculos políticos dominantes, é incontornável que a instabilidade revelada no coração do sistema imperialista vai extravasar para outros países. 

A consequência mais previsível, no plano interno, é que o mandato de Joe Biden, finalmente ratificado pelo Congresso na madrugada desta quinta-feira (7), sofrerá as injunções dessa crise política. No plano externo, a intentona golpista, com todos os atos violentos típicos dos grupos do neofascismo emergente insuflados por Trump, assanha os neofascistas de outras latitudes, cuja metodologia de ação, com aclimatação de formas, tem seus replicantes mundo afora. 

O Brasil, cujo governo se comporta como um inescrupuloso sabujo de Trump, talvez seja o exemplo mais evidente disso. Por aqui o titular do Poder Executivo já emitiu todos os sinais de que está disposto, com seu clã e milicianos, a atacar a democracia e os direitos do povo, caso sofra derrotas. O cariz do regime que pretende impor ao Brasil torna essa possibilidade factível. 

Mas voltemos ao olho do furacão. A intentona golpista fracassou, refletindo a derrota política das forças mais reacionárias, o que faz parte do prolongado processo de declínio do imperialismo estadunidense. Mas os fatores que lhe deram origem permanecem e não se extinguirão com o afastamento de Trump da Casa Branca.

Quando a União Soviética foi extinta, a superpotência do Norte sentiu a embriaguez do triunfo. George H. Bush proclamou então que "com a graça de deus", finalmente os Estados Unidos se tornaram a única potência dominante no mundo. Nas três últimas décadas, mesmo sob Clinton (1993-2001) e Obama (2009-2017), e principalmente com George W.Bush (2001-2009), teve lugar a aplicação de uma política unilateral pretensamente voltada para a consolidação do domínio hegemônico dos EUA, designado como "unipolar". Foi uma política de força e agressividade que suscitou inquietação e insegurança nos demais atores da política internacional. Trump levou a tentativa hegemônica ao paroxismo, no momento em que era visível que estava sendo perdida.

Durante o período “áureo” da "globalização" liderada pelos EUA, a economia parecia dar razão aos que acreditavam na perenidade da hegemonia norte-americana. Esse equívoco foi praticado não só por direitistas e conservadores, mas também por centristas e sociais-democratas e até alguns "neocomunistas", facilmente adaptáveis aos cânones da Academia e do Departamento de Estado estadunidense. Não se davam conta de dois fenômenos que estão na raiz da profunda crise que assola o país: a polarização social, o crescimento em flecha da pobreza e da desigualdade, no rastro da crise econômica e financeira; e a perda de força econômica e geopolítica, com a emergência de outros atores de peso no cenário mundial. 

Hoje, com a obra realizada, tornou-se mais visível o fenômeno que muitos queriam contornar mas já não podem: o declínio estadunidense e a emergência da China, um país socialista que, com suas peculiaridades, soube tirar proveito da nova realidade econômica. 

O fenômeno Trump é resultado desta realidade em movimento. Seu mandato representou o empenho para evitar o declínio do imperialismo estadunidense e enfrentar os problemas ligados à polarização social intensificando os aspectos mais sórdidos e reacionários da sociedade americana. 

A exacerbação do supremacismo branco, a violência e o golpismo são algumas manifestações políticas e ideológicas disso, que poderá resultar em guerra civil e na realização de guerras de agressão contra os países que estão indexados como inimigos dos interesses nacionais estadunidenses. 

Por ser um corolário de uma situação objetivamente incontornável, são fenômenos que tendem a permanecer, porque o trumpismo não vai desaparecer depois da saída de seu chefe da Casa Branca, mesmo nas circunstâncias em que a partir de 20 de janeiro será empossado um governo que poderá portar com habilidade e astúcia as bandeiras da democracia, dos direitos humanos e do multilateralismo em política externa.