sábado, 5 de dezembro de 2020

O revoltante caso da candidata que fez campanha sob proteção e foi morta

                      Leila Arruda, foi assassinada, mesmo sob medida protetiva


Abinoan Santiago

Colaboração para Universa

05/12/2020 04h00


Candidata pelo PT à Prefeitura de Curralinho, interior do Pará, a pedagoga Leila Arruda, 49, andou dezenas de comunidades ribeirinhas em busca de apoio para as causas que defendia durante os 45 dias de campanha. O que os eleitores e demais apoiadores não imaginavam é que a candidata percorria os rios em estado de alerta, com uma medida protetiva que a deveria manter a salvo do ex-marido, Boaventura Dias.

Ele não aceitava o fim da relação. E, por isso, ao longo de um mês e meio, a pedagoga buscou não andar sozinha em nenhum momento. Apesar de o ex-marido não morar em Curralinho, era um sinal de prevenção.

Leila ficou em terceiro lugar na disputa pelo comando da cidade, com pouco mais de 3.000 votos. Cleber Edson dos Santos Rodrigues (PSD), 67, venceu com 7.236. Quatro dias depois do resultado, Leila foi assassinada em Belém.

Sob medida protetiva desde 2019

De acordo com a família, Leila e Boaventura terminaram o casamento em 2017, depois de 26 anos de união. Eles moravam em Belém, mas se conheceram ainda jovens em Curralinho, pequena cidade de 26 mil habitantes do Arquipélago de Marajó, no Pará.

O irmão de Leila, o servidor público Léo Arruda, 52, conta que após a separação, Boaventura tentou por diversas vezes reatar com a ex-esposa, que mantinha as recusas. Em uma das ocasiões, o suspeito teria agredido verbalmente a pedagoga. Com medo, ela o denunciou à Polícia Civil e conseguiu uma medida protetiva, em 2019.

Leia na íntegra
Segundo a presidente deposta pelo golpe de 2016, Dilma Rousseff, a direita tenta se unir mais uma vez para "conter a ameaça que Lula representa para suas ambições". "Para eles, Lula não pode ser candidato, porque ganha a eleição. Defender e lutar efetivamente pela absolvição de Lula é a única saída para que surja um país democrático e com justiça social", disse

Brasil 247, 5/12/2020, 15:34 h Atualizado em 5/12/2020, 15:35
   Ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Stuckert)

A presidente deposta pelo golpe de 2016, Dilma Rousseff, afirmou que o reconhecimento da inocência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Judiciário brasileiro e uma candidatura do petista ao Palácio do Planalto é a única saída para o Brasil voltar a crescer economicamente e retomar os direitos sociais.

De acordo com a ex-presidente, "toda a direita, aí incluída a parte neoliberal e aquela que se disfarça de centro, em suas diversas graduações, se une mais uma vez para conter a ameaça que Lula representa para suas ambições". "Para eles, Lula não pode ser candidato, porque ganha a eleição. Defender e lutar efetivamente pela absolvição de Lula é a única saída para que surja um país democrático e com justiça social", continuou. 

"Devemos ter claro que líderes com a força eleitoral e política de Lula têm, em geral, histórias longas, não surgem repentinamente, pois são forjados em anos de lutas identificadas com o povo", complementou. 


O ex-presidente Lula foi condenado sem provas no processo do triplex em Guarujá (SP) e a defesa aguarda o Supremo Tribunal Federal analisar o pedido de suspeição de Sérgio Moro. O petista foi acusado de ter recebido um apartamento como propina da OAS, mas nunca dormiu nem tinha a chave do imóvel. Ao apresentar a denúncia, em setembro de 2016, o procurador Henrique Pozzobon admitiu que não havia "provas cabais" de que o ex-presidente era o proprietário do apartamento.

Ainda na campanha eleitoral de 2018, o então juiz Sérgio Moro recebeu o convite da equipe do atual governo Jair Bolsonaro para ser ministro da Justiça - deixou o cargo em abril deste ano apontando crime de responsabilidade, ao denunciar tentativa de interferência na Polícia Federal por Jair Bolsonaro, o que motivou abertura de investigações por parte do STF. 

Agora, o ex-juiz anunciou que vai trabalhar na consultoria Alvarez & Marçal, com sede nos Estados Unidos. Um documento apontou que a empresa aparece na Lava Jato, em 2017, numa petição da defesa de Lula. Nesse caso, documentos comprovaram que o tríplex do Guarujá era da OAS.

Por sua vez, Dilma foi vítima de um golpe em 2016, acusada de ter cometidas as chamadas "pedaladas fiscais". Naquele ano, o Ministério Público Federal (MPF) inocentou a então presidente. O procurador da República Ivan Cláudio Marx, responsável pelo caso aberto no MP do Distrito Federal, levantou suspeitas sobre "eventuais objetivos eleitorais" com as acusações. 

Também em 2016, uma perícia feita por técnicos do Senado foi entregue na à comissão do impeachment afirmou que Dilma não praticou as pedaladas. "Pela análise dos dados, dos documentos e das informações relativos ao Plano Safra, não foi identificado ato comissivo da Exma. Sra. Presidente da República que tenha contribuído direta ou imediatamente para que ocorressem os atrasos nos pagamentos", disse um trecho do laudo.

Uma rápida análise da participação dos partidos de esquerda nas eleições de 2020

Nas eleições deste ano, é possível fazer um recorte do processo e fazer uma análise sobre o desempenho dos partidos de esquerda (que são os de esquerda, centro/esquerda e extrema esquerda) nas eleições de 2020.

Os partidos de esquerda (PT/PSB/PSOL/PDT/PCdoB/Cidadania/PMN/PSTU/REDE), com maior destaque para o Partido dos Trabalhadores, não alcançaram  grandes vitórias, mas continuam embalando sonhos, alimentando esperanças! Nos debates e nas entrevistas, a esquerda apresentou propostas para melhorar a Educação, a Saúde, a Habitação Social, a Segurança Pública, a Água e o Esgoto,  a Infraestrutura, o Esporte e o Lazer. Até porque, nestas políticas todas, a esquerda, e em especial o PT tem um grande legado! 

Na disputa eleitoral deste ano, juntos os partidos de esquerda, conquistaram 952 municípios, dos 5.464 já decididos, restando 104 situações de vencedores "sub júdice"! As 952 cidades representam 17,42% do total. O fato que chama atenção é que nas cidades com mais de 200 mil eleitores, a esquerda ficou com cerca de 40% dos votos válidos. 

De um modo geral, a esquerda não alcançou a juventude com sua força transformadora, como gostaría; ela estava desestruturada, desarticulada e desmobilizada e consequentemente fragilizada, pelos seguidos ataques midiáticos mentirosos que vem recebendo desde 2013 e sua militância, acuada e escondida; e mais, apesar das denúncias de que a esquerda é corrupta, esse "dinheiro" não foi investido na campanha eleitoral, até porque, ele não existe e, ainda, sem dúvida alguma, talvez o mais pesado golpe que a esquerda sofreu nessas eleições foi a repetição de um viés de 2018: o uso criminoso de fakes news.

Mesmo diante de tantas dificuldades, a esquerda foi a luta, fez campanha e suas lideranças, que no geral, são frutos das lutas dos trabalhadores, levantaram a bandeira da defesa dos interesses e da valorização dos servidores públicos. das empresas estatais, da soberania nacional e de melhores dias para o nosso País.

Os candidatos da esquerda, ao longo de toda a campanha, demonstraram conhecimento da realidade de seus municípios, foi propositiva e ficou clara a sua relação, o seu compromisso com os interesses da sociedade. 

A esquerda, pelos motivos ditos acima, não teve condição de ocupar espaços e enfrentar os adversários na rua, em todas as cidades; foi a que menos promoveu aglomerações por conta do risco eminente do novo corona vírus; não usou a máquina pública para obrigar servidores a fazer campanha para seus candidatos; não distribui cestas básicas; não comprou votos e não usou caixa 2 e, atuou de acordo com a legislação eleitoral.

Com relação a pesquisa, a lei deixa espaço para a ação criminosa de empresas e candidaturas, pois se pode registrar a intenção de fazer a pesquisa, o formulário de pesquisa, mas não obriga a registrar o relatório da pesquisa e, com isso, o resultado pode ser aquele que o divulgador da pesquisa quiser apresentar nos jornais locais, legitimiada pelo numero de registro junto ao TSE, acaba sendo uma ação estratégica. principalmente as portas da eleição e, assim, mudar o voto de parte significativa do eleitorado. Há fortes indícios de que isso, ocorreu com muita frequência e acabou modificando o resultado da eleição de muitas cidades. Muita gente migrou seu voto de uma candidatura para outra, alegando que não queria perder o voto, caracterizando assim o chamado voto útil.

Enquanto uma parte do eleitorado votar neste ou naquele candidato não por acreditar na proposta dele, mas porque ele vai ganhar, certamente não vamos eleger quem entendemos que seja o melhor nome, a melhor proposta, a pessoa mais confiável.

O recado das urnas é muito claro: infelizmente uma grande parcela da população ainda está sob o efeito dos fakes news e sem a politização necessária para buscar as mudanças que tanto precisa em termos de políticas públicas, elegendo candidatos sem compromisso e identidade com as reais necessidades dos meios em que vivem.

Outro fator foi a não compreensão, por parte dos trabalhadores, de que não se pode pensar pela cabeça dos empresários.

Finalmente, o pior adversário da esquerda nessa eleição foi antipetismo, o antisocialismo, o anticomunismo, bastante evidenciado, principalmente nas falas de direitistas contumazes e de evangélicos ernganados por seus pastores de linha eminentemente conservadora, que acredita piamente que o homosexualíssimo, a corrupção, a desestruturação familiar, etc, são práticas e bandeiras da esquerda, o que não é verdade.

Deputado Paulo Teixeira questiona ao GSI presença de Eduardo Bolsonaro armado em gabinete presidencial

Foto da família Bolsonaro no gabinete presidencial mostra Eduardo com um revólver na cintura. Paulo Teixeira pergunta se quaisquer autoridades públicas podem portar arma de fogo nas dependências do Palácio e do gabinete presidencial

Brasil 247, 4/12/2020, 20:25 h Atualizado em 4/12/2020, 20:44
   Flávio, Carlos, Jair, Eduardo (armado) e Renan. Família Bolsonaro (Foto: Reprodução / @BolsonaroSP no Twitter.)

O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) enviou um requerimento ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, questionando a presença do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) armado no gabinete presidencial de Jair Bolsonaro.

Foto da família Bolsonaro no gabinete presidencial, publicada nas redes sociais, mostra Eduardo, que é servidor da Polícia Federal, com um revólver na cintura.

“Amanhã um parlamentar que tenha divergência com o presidente vai entrar armado e pode matá-lo. Essa situação criou um precedente gravíssimo. É uma falha de segurança”, diz Teixeira.




O petista ainda pergunta se quaisquer autoridades públicas, do Executivo, Judiciário e Legislativo, podem portar arma de fogo nas dependências do Palácio e do gabinete presidencial e questiona se a segurança presidencial permitiu que o deputado entrasse armado.

Mercadante: ‘se deixarem o Lula ser candidato, ele ganha em 2022’

‘Desde os anos 80 vem essa conversa de que o Lula não dá mais. Vamos ver o Lula percorrendo esse País e vamos ver quem é a esperança do povo’, disse o ex-ministro, repercutindo na TV 247 as declarações do senador Jaques Wagner (PT-BA). 

Brasil 247, 4/12/2020, 18:58 h Atualizado em 4/12/2020, 19:44
   Lula e Aloizio Mercadante (Foto: Brasil247)

Ex-ministro e presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante comentou na TV 247 as declarações do senador Jaques Wagner (PT-BA) sobre a necessidade de uma “mudança geracional” no PT e de se criar no partido uma independência em relação ao ex-presidente Lula.

De acordo com Mercadante, a retórica de que o nome de Lula já se esgotou e de que sua rejeição é alta já se arrasta desde 1980, quando o ex-presidente criou o PT e foi acusado de rachar a oposição democrática. O ex-ministro afirmou que ainda hoje o ex-presidente tem força para concorrer à presidência da República e garantiu sua vitória no pleito. “Em 80, disseram que o Lula estava em crise por causa da greve, na realidade em 79, porque ele fez um acordo trabalhista com as empresas, já estava no início da crise e achavam que ele tinha traído a luta. Aí ele cria o PT. Criou o PT, ‘o Lula acabou porque o PT está rompendo o partido-ônibus da democracia que é o MDB e está dividindo a oposição’. Em 82 ele sai candidato ao governo, eu participo da campanha e ele só teve 14% dos votos: ‘o Lula acabou’. Chega 86, estávamos em um movimento de crescimento do partido, veio o Plano Cruzado e nos arrebentou. O PMDB fez 22 governadores, maioria absoluta no Congresso. Nós elegemos sete ou 12 deputados, foi um banho de água fria. Acabou o Cruzado e o PT voltou com muita força, e nas Diretas também. Veio 89 e nós tivemos a campanha, que ninguém acreditava, a imprensa nunca disse que a gente ia para o segundo turno, o Lula mergulhou no Brasil profundo e aquela campanha bateu no coração do povo e ele nunca mais saiu”.

“Quando chega em 2001, havia um movimento dentro do PT de que o Lula não dava mais, que a rejeição era muito alta. O Lula fez um jantar lá em Brasília que estava ele, Cristovam Buarque, que era um dos que defendia isso, o Suplicy, que era um dos que queria ser candidato, Tarso Genro, que queria ser candidato, eu e o Zé Dirceu. O Lula falou: ‘está todo mundo falando que eu estou inviabilizado, da minha rejeição, que já tive três derrotas. Se alguém aqui quiser se viabilizar, por favor, se viabilize e seja candidato a presidente’. Alguns saíram, o Cristovam saiu para ser candidato, o Suplicy exigiu uma prévia. Só que eles não entenderam que a militância, a base social queria o Lula, e o Lula teve uma vitória estrondosa em 2002. Olhando para a história, desde 80 vem essa conversa. O Lula é a maior liderança que nós temos, um patrimônio desse povo. Se deixarem ele ser candidato, ele ganha essa eleição. Vamos ver o Lula percorrendo esse País e vamos ver quem é a esperança do povo”, afirmou.



Mercadante também defendeu que o partido comece a pensar desde já em um bom candidato para disputar a presidência em 2022.

‘Precisamos de Lula e do PT para uma frente em 2022’, diz Flávio Dino

“É claro que a gente tem que ter uma aliança, mas com o Lula e com o PT, e não contra. O PT é o partido mais nacional da esquerda brasileira”, disse à TV 247 o governador do Maranhão. 

Brasil 247, 4/12/2020, 22:52 h Atualizado em 4/12/2020, 23:09
    Lula e Flávio Dino (Foto: Ricardo Stuckert | Reprodução/Twitter)

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), comentou na TV 247 sobre a camiseta “Lula Livre” que utilizou para votar no segundo turno da eleição municipal em São Luís e disse que sua intenção era passar o recado de que não se pode deixar o ex-presidente Lula e nem o PT de fora de uma aliança do campo progressista para eleição nacional de 2022.

Dino destacou o protagonismo do PT e de Lula nos últimos anos e defendeu fortemente a participação de ambos em uma frente para derrotar Jair Bolsonaro no próximo pleito. “É claro que sozinho o presidente Lula e o PT não darão conta desse desafio. Mas, por outro lado, é no mínimo falta de modéstia achar que você pode descartar a figura do Lula e descartar o PT. Isso não existe. Como é que você pega o presidente que tem a melhor avaliação da história do Brasil e vai dizer ‘não, ele não serve mais para nada. Está aposentado’? Mesmo que ele tivesse aposentado, ele seria de grande utilidade. É claro que a gente tem que ter uma aliança, mas com o Lula e com o PT, e não contra. Esse foi o sentido do uso da camiseta. O PT é o partido mais nacional da esquerda brasileira, é o partido que está do Oiapoque ao Chuí, de leste a oeste. Tem que ter um pouco de modéstia”.

Questionado sobre como foi possível unir Marina Silva, Lula e Ciro Gomes em apoio a Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo, Dino disse que o psolista é uma figura “agregadora” e que, por esta razão, fica mais fácil que outros partidos se juntem à sua candidatura. “O Boulos é uma pessoa que eu conheço há pouco tempo mas é uma pessoa com essa visão agregadora, ele não valoriza aresta. Ou seja, a atitude dele também é positiva. Não foi possível no primeiro, no segundo turno juntou, como juntou em Porto Alegre. Acho que o Boulos, assim como a Manu [Manuela D’Ávila], tiveram essa capacidade de minimizar divergências, acho que esse é o certo”.

Ciro migra de vez para a direita e diz que busca aliança com o PSDB

Depois de ir a Paris no segundo turno de 2018, Ciro Gomes deixa claro que não está no campo da esquerda e revela que seu plano é uma aliança com o PSDB, partido que já tem João Doria como candidato e que provavelmente o desprezará

Brasil 247, 4/12/2020, 21:37 h Atualizado em 4/12/2020, 21:43
   Ciro Gomes (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O ex-ministro e presidenciável do PDT, Ciro Gomes, reforçou nesta sexta-feira (4) seu posicionamento alinhado à direita, dois anos depois de sabotar as possibilidades de vitória do petista Fernando Haddad contra Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018, preferindo não apoiar o PT e viajar para Paris. 

Em entrevista ao jornalista Guilherme Amado, da Época, Ciro disse que prefere uma aliança com partidos de direita, como o PSDB, do que integrar uma frente de esquerda com o PT. “Sim, eu acho [mais viável uma aliança com o PSDB do que com o PT]. O PSDB vai passar por um processo interno, que já está acontecendo, é muito silencioso, mas é uma disputa de hegemonia interna. Nas últimas declarações do Fernando Henrique, você percebe que ele está nesse projeto do Luciano Huck. O Tasso Jereissati não tem nenhum entusiasmo pelo Doria, o governador do Rio Grande do Sul também não, o Anastasia saiu do PSDB por causa disso e está no PSD”, afirmou Ciro, mantendo esperança de ter o apoio dos tucanos em seu projeto presidencial. 

Também na entrevista, Ciro Gomes voltou a atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que Lula faz um jogo político "cretino" e sinalizando que irá enganar o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). 




“Já disse a ele: ‘Olha, essa enganação aí, já passei por ela quatro vezes’. O Lula chorando na presença de várias pessoas dizendo que devia tudo a mim, que eu tinha sido o cara mais leal do mundo e que naturalmente eu era o candidato. Falei: ‘Lula, você não tem condição de cumprir essa promessa, não precisa ficar dizendo isso, não. Estou fazendo pelas minhas convicções, pelo Brasil. Mas você não entrega essa promessa porque fora do PT não existe mundo para você’. Mas não é isso. O jogo do Lula é mais cretino, é filiar o Flávio Dino ao PSB para me tirar o PSB”, declarou o pedetista.

Em balanço sobre as eleições municipais, Flávio Dino disse que há "exagero" na avaliação sobre o desempenho do PT nas eleições municipais, e defendeu o ex-presidente Lula. "É claro que você não pode achar que vai construir uma aliança vitoriosa em 2022 sem o PT", afirmou.

Nesta sexta-feira, reportagem do jornalista Renato Rovai, da Revista Fórum, revela como age no submundo da internet o gabinete do ódio do pedetista Ciro Gomes, chamado de "turma boa", que ataca políticos de esquerda, sites progressistas e jornalistas independentes como José Trajano.

Ernesto Araújo posta teoria da conspiração sobre covid-19 após participar de reunião na ONU

Ernesto Araújo postou em rede social comentário sobre o "Grande Recomeço", tese sem comprovação sobre a pandemia ser um complô de elites com o objetivo de dominar as massas

Brasil 247, 5/12/2020, 07:04 h Atualizado em 5/12/2020, 09:16
   Ernesto Araújo (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Sputnik – O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, citou nesta sexta-feira (4) uma teoria da conspiração popular em sites de extrema direita ao se referir à sua participação em uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), na quinta-feira (3), sobre a pandemia de coronavírus, informou o jornal O Globo.

O chanceler citou em uma rede social o "Grande Recomeço" ("Great Reset", em inglês), uma teoria conspiratória, sem comprovação, que alega que a pandemia originou-se de um complô de elites com o objetivo de impor controle econômico e social às massas.

"Aqueles que não gostam da liberdade sempre tentam se beneficiar dos momentos de crise para pregar o cerceamento da liberdade. Não caiamos nessa armadilha. O controle social totalitário não é o remédio para nenhuma crise. Não façamos da democracia e da liberdade mais uma vítima da COVID-19", afirmou o ministro após sua participação onde não usou a expressão presente na rede social.

A teoria do "Grande Recomeço" ganhou força no final de maio quando o príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, e Klaus Schwab, presidente-executivo do Fórum Econômico Mundial, anunciaram planos para reunir líderes mundiais e discutir as mudanças climáticas e a reconstrução de economias prejudicadas pela pandemia.

A reunião foi chamada de "Grande Recomeço", dando início a uma onda de rumores sobre um grupo de elite que manipularia a economia e a sociedade mundiais, atuando para abolir liberdades individuais e instaurar um regime totalitário. 

Em meados de novembro, uma declaração do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, também usando a expressão "Grande Recomeço" em uma reunião das Nações Unidas em setembro, reforçou a reação de extremistas.

Pouco depois, dois comentaristas de extrema direita na Internet, conhecidos por difundir desinformação, começaram a usar a expressão.

Paul Joseph Watson, um ex-colaborador do site de teorias da conspiração Infowars, e Steven Crowder, que afirmou que o número de mortes por coronavírus é inflado, estavam entre os propagadores da tese.

Na videoconferência da ONU, Araújo também citou planos para deslanchar uma "agenda" que subtrairia poder dos Estados nacionais. Araújo não especificou quem busca adotar esta agenda, nem como.

"A COVID-19 não pode servir como pretexto para avançar agendas que extrapolam a estrutura constitucional das Nações Unidas. O Brasil reafirma a responsabilidade primária dos governos de adotar e implementar respostas à COVID-19 específicas aos contextos nacionais. Não existe uma solução única para todos. Não devemos transferir nenhuma responsabilidade do nível nacional para o internacional", falou o chanceler.

Duas declarações de Araújo chamaram a atenção em seu discurso.

A primeira, quando informou que os institutos Biomanguinhos/Fiocruz e Butantan podem, juntos, produzir entre 600 e 800 milhões de doses de vacinas contra a COVID-19 até junho de 2021.

Mas a própria Fiocruz informou em agosto que faria 100 milhões delas. E o governo de São Paulo, a quem o Instituto Butantan se reporta, disse em novembro que o órgão poderia produzir 130 milhões de doses por ano. 

A seguir, Araújo também mencionou que a Fiocruz tem um acordo com a Universidade de Oxford, no Reino Unido e com a farmacêutica anglo-sueca Astrazeneca para a produção de vacinas, mas omitiu o acordo entre o Butantan e o laboratório chinês SinoVac para a produção da Coronavac.

Haddad: é um erro imaginar que o PT se fortalece sem Lula

Fernando Haddad escreve que Lula e o PT são não apenas indissociáveis como são eventos únicos e mutuamente dependentes. E o antipetismo é fruto "do desejo de que uma polarização entre direita e extrema direita se estabeleça como garantia de que as estruturas socioeconômicas do país não se alterem"

Brasil 247, 5/12/2020, 07:45 h Atualizado em 5/12/2020, 07:45
   Lula e Fernando Haddad (Foto: Ricardo Stuckert)

"O Partido dos Trabalhadores é um fenômeno social não replicável. Forjado a partir da luta social, reuniu pessoas advindas do novo sindicalismo, das comunidades eclesiais de base e da universidade. No timão do processo, um líder carismático de trajetória e inteligência incomuns que encantou a intelectualidade progressista", escreve Fernando Haddad em sua coluna na Folha de S.Paulo.

"O erro de alguns progressistas não petistas é imaginar que o enfraquecimento do PT vai lhes favorecer. O lugar que o PT ocupa no espectro ideológico não é ideal, mas materialmente construído. Não é um espaço natural à espera de um hóspede, mas um espaço socialmente conquistado".

"O erro de alguns petistas, por sua vez, é imaginar que o PT possa se fortalecer sem Lula. Não se reproduz facilmente uma liderança da sua qualidade. Lula e PT são não apenas indissociáveis como são eventos únicos e mutuamente dependentes".



"O PT é sua militância. A força dessa militância abriu caminho para que novas lideranças emergissem, gente de extremo valor, que dificilmente teria um lugar ao sol na política sem rebaixar suas pretensões. Até outro dia, sobretudo no Nordeste, jovens talentosos beijavam a mão de velhos coronéis para ascender politicamente".

"O antipetismo, em alguma medida, é também fruto do desejo de que uma polarização entre direita e extrema direita se estabeleça como garantia de que as estruturas socioeconômicas do país não se alterem. Nessa medida, a extrema direita é sistemicamente funcional enquanto cativa para um projeto reacionário parte do eleitorado pobre que quer 'mudança' ".


sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Jaques Wagner, Lula e o "galo tapado"

“Que eu lembre, Lula convidou Jaques para ser candidato a presidência da República em 2018. Jaques não quis. E o candidato foi Haddad. Portanto, olhando pelo retrovisor, não consigo entender a frase: ‘não tem sentido ficar refém do Lula a vida inteira’”, escreve o historiador Valter Pomar

Brasil 247, 3/12/2020, 12:29 h Atualizado em 3/12/2020, 12:45

Recomendo que se assista a entrevista de Jaques Wagner a Mario Kertész, transmitida no dia 30 de novembro e disponível no endereço abaixo:

Numa certa passagem da entrevista, Kertész conta a Wagner a história do "galo tapado" e pergunta se ele será candidato a governador da Bahia.




Wagner dá uma resposta previsível, agrega suas opiniões sobre a “garotada” que apareceu na cena política e defende que o PT faça uma “mudança de conteúdo” e uma “mudança geracional”.

Kertész se dá por satisfeito, ambos trocam amabilidades, fazem as despedidas e...

... quando parecia que a entrevista havia terminado, sem que ninguém tivesse perguntado nada, Wagner abre o coração e dispara o torpedo: “e só para fechar, Mário, eu não acho, de longe, que teve nenhum enterro, agora é evidente que o tempo vai passando e vai se sentindo, então por exemplo, o surgimento do Boulos é uma notícia altamente alvissareira, entendeu, ou da Manuela, ou da Marilia, ou do João lá em Pernambuco, sabe, são pessoas jovens que estão começando a ter reconhecimento público, então ótimo, a gente não pode ficar refém, eu sou amigo irmão do Lula, mas vou ficar refém dele a vida inteira, não tem sentido, entendeu, é a minha opinião sincera, então parabéns aos jovens que participaram e ganharam”.

Pulemos o elogio ao “João”, a versão baby do Aécio Neves, e vamos ao que interessa.

Jaques disse que não tem sentido ficar refém do Lula a vida inteira.

Refém?

Diz o dicionário que refém é “aquele que fica, contra sua vontade, em poder de outrem, como garantia de que alguma coisa será feita”.

Que eu lembre, Lula foi candidato em 1989 e 1994 porque todos queríamos isso.

Que eu lembre, Lula foi candidato em 1998 porque o forçamos a isso.

Que eu lembre, Lula foi candidato em 2002 e 2006 porque todos queríamos isso.

Que eu lembre, diferente do que ocorreu em outros países da região, Lula não trabalhou por um terceiro mandato e apoiou Dilma em 2010.

Que eu lembre, Lula não deu trela às pressões para que fosse candidato em 2014 e apoiou a reeleição de Dilma.

Que eu lembre, todos queríamos que Lula fosse candidato em 2018. Quem impediu sua candidatura foi o golpe, a condenação ilegal, a prisão injusta, a interdição fraudulenta.

Que eu lembre, Lula convidou Jaques para ser candidato a presidência da República em 2018.

Jaques não quis. E o candidato foi Haddad.

Portanto, olhando pelo retrovisor, não consigo entender a frase: “não tem sentido ficar refém do Lula a vida inteira”.

Olhando pelo para-brisa, também não consigo entender a frase. 

Afinal, se tem algum refém nessa história, é Lula, não Jaques.

Lula é refém do STF, que poderia e deveria declarar Moro suspeito e abrir caminho para a recuperação dos direitos políticos de Lula.

Mas há dois anos o habeas corpus está para ser julgado. E não vejo sinais de julgamento à vista, menos ainda de justiça.

Portanto, se depender do STF, o PT será forçado a lançar outro nome à presidência da República.

Aliás, este foi um dos “argumentos” utilizados pelos integrantes do Diretório Nacional que decidiram não lançar Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo: “preservar” seu nome para a próxima disputa presidencial.

O que aconteceu ao final todos sabemos: uma derrota do PT em São Paulo e a projeção (muito estimulada pela mídia) de um potencial presidenciável de outro partido.

Mas Haddad não é o único petista que tem seu nome lembrado para a próxima eleição presidencial. 

Circulava também, antes do primeiro turno de 2020, o nome de Rui Costa, atual governador da Bahia.

Esses são os fatos. 

Como provam os dois casos citados, não tem ninguém refém de Lula.

Nem no passado, nem no presente, nem no futuro.

Salvo, é claro, que Jaques tenha comprado a "narrativa" do cara que foi a Paris, em pleno segundo turno.

Segundo este cidadão, em entrevista concedia ao jornal O Tempo: "O país não pode ficar refém do Lula, por mais amada e odiada que seja essa figura. O PT está encalacrado. Isso é uma questão trágica. Quase toda a executiva do PT responde por corrupção. Não é trivial. Vamos obrigar o brasileiro a ficar refém disso? Vamos perder as próximas cinco eleições se continuarmos assim. É meu dever dizer que o rei está nu. Ou seja, que o Brasil precisa procurar novas opções, novos projetos”.

A entrevista, para quem quiser checar, está disponível aqui: 


Ciro não quer que o país fique "refém do Lula".

Jaques não quer ficar "refém de Lula a vida inteira".

E, já que é assim, eu não quero que as liberdades democráticas e Lula fiquem reféns do STF.

Anula STF!