segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Desmatamento da Amazônia aumenta 9,5% em 1 ano e atinge a maior taxa desde 2008

A área devastada no período analisado equivale a mais de sete vezes o tamanho da cidade de São Paulo

Brasil 247, 30/11/2020, 18:13 h Atualizado em 30/11/2020, 18:32
Caminhão transita em área desmatada da Amazônia, no Estado do Acre 24/08/2019 (Foto: REUTERS/Bruno Kelly)


Sputnik - O desmatamento da Amazônia apresentou uma alta de 9,5% no último ano e voltou a atingir a maior taxa desde 2008, escreve o Estado de São Paulo nesta segunda-feira (30).

Segundo estimativa divulgada pelo Prodes – que pertence ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) -, entre agosto do ano passado e julho deste ano, a devastação da floresta atingiu 11.088 km², ante 10.129 km² registrados nos 12 meses anteriores.

O número causou surpresa, pois havia uma estimativa de alta de mais de 30%, como foi indicado por outro sistema do INPE, o Deter. A elevação observada entre agosto de 2018 e julho de 2019, ante os 12 meses anteriores, já tinha sido de 34,4%.

O corte raso registrado na Amazônia Legal desde o início da gestão Bolsonaro interrompe uma sequência de dez anos em que o desmatamento ficou abaixo de 10 mil km². Com essa taxa, o Brasil deixou de cumprir a principal meta da Política Nacional de Mudanças Climáticas, de 2010, que estabelecia que o desmatamento neste ano seria de no máximo 3,9 mil km².

Até meados da década passada, parecia que a meta seria cumprida. Em 2012, o desmatamento da Amazônia chegou ao menor valor do registro histórico – de 4.571 km² –, após a implementação de uma política nacional de combate ao desmatamento que derrubou a taxa em 83% ao longo de oito anos.​

As altas seguidas também colocam em xeque outra meta do Brasil, assumida junto ao Acordo de Paris, de 2015, de zerar o desmatamento ilegal até 2030.

O desmatamento observado ao longo de um ano teve a maior contribuição vinda do Pará. Apenas este estado respondeu por 46,8% de tudo o que foi devastado.

Ministério da Justiça confirma: acordo com procuradores dos EUA para condenar Lula foi ilegal

Anúncio é uma vitória para a defesa do ex-presidente, que já apontava ilegalidades no acordo de cooperação firmado entre a Lava Jato e autoridades dos EUA no caso do triplex do Guarujá, que resultou na prisão de Lula

Brasil 247, 30/11/2020, 18:26 h Atualizado em 30/11/2020, 18:32
   Lula, Kenneth Blanco e Deltan Dallagnol (Foto: Ricardo Stuckart | Reprodução | ABr)

O Ministério da Justiça confirmou à defesa do ex-presidente Lula que não há nenhum documento nas dependências da pasta que formalize a cooperação entre procuradores norte-americanos e brasileiros no processo do triplex do Guarujá, que levou o ex-presidente Lula a ser condenado e preso.

Em 2017, em um evento público (vídeo abaixo), o procurador americano Kenneth Blanco disse que procuradores americanos cooperaram com os brasileiros na acusação do tríplex contra Lula. Com a informação de que não houve formalização da parceria, fica comprovado que a cooperação foi feita fora dos parâmetros de acordo de investigação entre os dois países.

O acordo sobre cooperação entre Brasil e Estados Unidos foi assinado no governo Fernando Henrique Cardoso e exige que ela passe pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI). A confirmação do Ministério da Justiça é uma vitória da defesa de Lula, que já apontava ilegalidades nas relações da Lava Jato com os EUA.

Confira o vídeo com a fala do procurador Kenneth Blanco e, abaixo, reportagem do Conjur sobre o pedido da defesa de Lula para anular o processo do triplex com base na parceria ilegal entre o MPF e o FBI.

sábado, 28 de novembro de 2020

Santos Cruz chama de "deslumbramento infantil" reação do governo em nova crise com a China

Santos Cruz criticou a nova crise diplomática com a China depois que Eduardo Bolsonaro acusou o Partido Comunista Chinês de usar a empresa Huawei em um esquema de espionagem com a implantação da tecnologia 5G

Brasil 247, 28/11/2020, 15:27 h Atualizado em 28/11/2020, 15:27
      Santos Cruz e Bolsonaro (Foto: ABr)

Fórum - O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que foi exonerado do Ministério da Secretaria de Governo após atrito com Carlos Bolsonaro, foi às redes neste sábado (28) criticar a nova crise diplomática de Jair Bolsonaro com a China depois que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) acusou o Partido Comunista Chinês de usar a empresa Huawei em um esquema de espionagem com a implantação da tecnologia 5G.

“5G – Despreparo, deslumbramento infantil, ignorância e extremismo colocam em risco os interesses do Brasil, a economia, a segurança e a estabilidade”, escreveu Santos Cruz. “Tem que ver o que é melhor tecnicamente para o Brasil e sua população e não entrar em disputas alheias”.

Leia a íntegra na Fórum.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

'Dá para confiar em quem muda de lado o tempo inteiro?', questiona Manuela sobre Melo

A campanha de Manuela d’Ávila (PCdoB) divulgou um vídeo mostrando as inconsistências nas afirmações de seu adversário no segundo turno das eleições municipais da capital gaúcha, Sebastião Melo (MDB)

Brasil 247, 27/11/2020, 19:08 h Atualizado em 27/11/2020, 19:45
   Sebastião Melo e Manuela D'Ávila (Foto: Reprodução)

A campanha da candidata a prefeita de Porto Alegre Manuela d’Ávila (PCdoB) divulgou um vídeo mostrando as inconsistências nas afirmações de seu adversário no segundo turno das eleições municipais da capital gaúcha, Sebastião Melo (MDB).

O vídeo mostra que Melo se contradiz em relação à política de passagens gratuitas para idosos e sobre a privatização do Carris. “Dá para confiar em quem muda de lado o tempo inteiro?”, questiona a candidata. Confira:

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Prefeitura de São Paulo reconhece distribuição de cestas básicas e Boulos diz que tomará 'medidas cabíveis' contra Covas

Prefeitura de São Paulo reconheceu que houve distribuição de cestas básicas na zona norte da cidade, mas negou relação com a campanha pela reeleição de Bruno Covas. Guilherme Boulos, do PSOL, disse que irá tomar as "medidas cabíveis"

Brasil 247, 27/11/2020, 12:04 h Atualizado em 27/11/2020, 14:45
    (Foto: Reprodução)

A Prefeitura de São Paulo (SP) reconheceu que houve distribuição de cestas básicas na Brasilândia, zona norte da cidade, na última quinta-feira (26).

Durante o dia, "viralizou" nas redes sociais um vídeo que registrou a atividade na Raulino Galdino da Silva: durante a entrega das cestas, houve panfletagem e um carro de som tocou o jingle de campanha do atual prefeito Bruno Covas (PSDB). Ao menos um dos veículos que aparece na imagem traz um adesivo com o número do candidato.

O adversário de Covas no 2º turno, Guilherme Boulos (PSOL), considerou a denúncia "gravíssima", a três dias da eleição, e disse que tomará "as medidas cabíveis." A Guarda Civil Metropolitana (GCM) abriu uma sindicância para apurar o ocorrido, que repercutiu principalmente no Twitter e levou a expressão "crime eleitoral" à lista de palavras mais postadas na rede no início da noite. 




A atividade, segundo a prefeitura, faz parte do programa Cidade Solidária, instituído em abril por meio do Decreto 59.377, como resposta à "crise de emprego e renda" agravada pela pandemia de covid-19. 

"O Cidade Solidária iniciou sua ação em parceria com as entidades civis inseridas no Pacto por Cidades Justas e com ação direta de um conjunto de secretarias municipais que desenvolvem ações sociais nos territórios", diz a nota.

"Todas as entidades parceiras assinaram um termo de adesão com a Prefeitura de São Paulo se comprometendo a executar a distribuição das cestas respeitando integralmente às recomendações do Ministério Público Eleitoral. Qualquer ação por parte das entidades que não tenha respeitado a recomendação descumpre o acordo estabelecido no termo de adesão e será apurada."

Em entrevista à revista Carta Capital, o diretor do PSDB na Brasilândia, Emilson Almeida da Silva, ressaltou que a atividade não tinha relação com a campanha tucana. "Um rapaz que veio aqui (...) parou com o carro aqui de campanha com o negócio [som] ligado. Aí nós mandamos desligar. Não tem nada a ver com campanha, a entidade existe há mais de 20 anos", disse.

O Brasil de Fato conversou com a assessora da campanha de Bruno Covas (PSDB), Manuela Sá, na tarde de quinta (26). Primeiro, ela afirmou desconhecer a atividade.

"Não dá para saber se o que tem dentro daquela caixa é cesta básica. Posso garantir que não é um ato oficial de campanha. É um vídeo, que está circulando, e ninguém sabe. Mas não tem a fala de ninguém dizendo que é um ato de campanha. Tem um jingle tocando, uma fila e aquelas caixas, mas não dá para saber", disse.

Em seguida, a campanha divulgou uma breve nota sobre o caso: "A campanha de Bruno Covas não distribui cestas básicas. É inadmissível que, há três dias das eleições, este tipo de conduta esteja sendo compartilhada. Apesar dos ataques e das fake news, vamos manter a nossa postura de mostrar aos eleitores o que fizemos nos últimos anos à frente da prefeitura da capital e o que vamos realizar nos próximos 4 anos."

Segundo levantamento do instituto XP/Ipespe, divulgado na última quinta (26), Covas tem 48% das intenções de votos contra 41% de Boulos, que teria subido nove pontos em relação à pesquisa anterior.

Mesmo com Boulos e Covas aceitando debate virtual, Globo mantém cancelamento

A TV Globo alegou que regras assinadas pelos candidatos Guilherme Boulos (PSOL) e Bruno Covas (PSDB) previam que o evento só poderia ser realizado de forma presencial

Brasil 247, 27/11/2020, 20:27 h Atualizado em 27/11/2020, 21:22
Bruno Covas e Guilherme Boulos (Foto: Reprodução/Facebook)

Apesar dos candidatos a prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL), concordarem em realizar um debate virtual, após o candidato psolista testar positivo para a Covid-19, a Globo decidiu manter o cancelamento de debate.

A TV Globo destacou que as regras assinadas pelos candidatos previam que o evento só poderia ser realizado de forma presencial.

Segundo a emissora, "a alternativa de fazer um debate de forma remota não é possível". "Os candidatos precisam ser tratados de forma equânime e ter as mesmas condições, e o público precisa perceber isso", disse em comunicado ao UOL.


"Um candidato pode injustamente ser acusado de estar com ponto eletrônico, de estar recebendo ajuda de assessores, por exemplo". "A transmissão pode cair num momento importante do debate, e a Globo ser injustamente acusada de ser a culpada ou, da mesma forma, e também de forma injusta, o candidato ou sua campanha serem acusados de terem provocado a interrupção para fugir de um momento difícil", continuou a emissora em nota.

Em pronunciamento nesta sexta, Boulos disse: "Desde que recebi a triste notícia, fiquei aqui na minha casa, como vou ficar. Espero que os sintomas não venham".

Antes da definição da Globo, o candidato havia entrado em contato com a emissora, mas já acreditava ela não manteria o debate.

Boulos declarou que "as pesquisas têm mostrado a tendência do crescimento" de sua campanha. "É uma onda que temos vistos na virada, que me deixa muito confiante, muito animado, mesmo aqui, agora, da minha casa, onde vou ter que permanecer para não ser vetor de contágio do vírus", completou.

"O que está em jogo no próximo domingo não é apenas uma eleição e a escolha do novo prefeito, mas de qual cidade a gente quer", disse. "Os próximos dias não são só os dois dias mais importantes da minha vida, mas da nossa cidade, para quem acredita na mudança, para quem tem esperança", destacou.

Agência Pública aponta mentira da Lava Jato para não cumprir determinação do STF

A agência de jornalismo lembrou várias reportagens publicadas na Vaza Jato que contradizem o argumento de procuradores de Curitiba para não entregar os documentos do acordo da Odebrecht à defesa do ex-presidente Lula

Brasil 247, 27/11/2020, 16:33 h Atualizado em 27/11/2020, 16:38
   Ex-presidente Lula e procuradores da Lava Jato em Curitiba (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Divulgação/MPF-PR)

A Agência Pública divulgou nesta sexta-feira (27) nota em que aponta uma mentira da operação Lava Jato para deixar de aterder à determinação, reiterada, do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Para não disponibilizar à defesa do ex-presidente Lula toda a documentação referente aos acordos de leniência da Odebrecht, incluindo comunicações com autoridades dos Estados Unidos e da Suíça, procuradores da Lava Jato afirmaram que “não foi produzida nenhuma documentação relativa a comunicações com autoridades estrangeiras para tratar do acordo de leniência” da Odebrecht.

No entanto, a Pública aponta, por meio de várias reportagens publicadas no âmbito da Vaza Jato, diversos momentos em que a Lava Jato e autoridades do Departamento de Justiça Americano (DOJ) e do FBI trocaram informações e estratégias sobre o acordo da Odebrecht. 



"Se todo mundo sabe que a Lava Jato negociou com procuradores americanos e o FBI, por que a Força-Tarefa nega? Só há duas respostas – e ambas podem incorrer em crime, partindo de funcionários públicos. Ou os procuradores estão escondendo os registros, e descumprindo a determinação da mais alta Corte, ou eles destruíram todos os documentos relevantes de uma investigação em benefício próprio", diz a nota, assinada pela co-diretora da Pública, Natália Viana. 

Leia a nota na íntegra:

A Lava Jato mentiu para o STF – e nós podemos provar

Se o fato passou despercebido ao leitor, respire fundo. A decisão proferida na última terça-feira pelo ministro do STF Ricardo Lewandovski a respeito de um pedido da defesa de Lula à Lava Jato traz o mesmo tom de indignação que sentirá. 

“Não deixa de causar espécie (...) o ostensivo descumprimento de determinações claras e diretas emanadas da mais alta Corte de Justiça do País, por parte de autoridades que ocupam tais cargos em instâncias inferiores”. 

Por que o Ministro está tão exasperado? Porque mais uma vez a Lava Jato se recusou a entregar comunicações mantidas com autoridades americanas, embora diversos juízes tenham ordenado isso. Desta vez, ao descumprir decisão do próprio Lewandowski, os procuradores de Curitiba chegaram ao cúmulo de escrever que “não foi produzida nenhuma documentação relativa a comunicações com autoridades estrangeiras para tratar do acordo de leniência” da Odebrecht. 

Ora, nós da Agência Pública, que é parceira do site The Intercept Brasil na análise dos diálogos vazados, sabemos que houve, e muita, comunicação com os americanos. No dia 13 de outubro de 2015, por exemplo, o procurador Orlando Martello enviou um email para Patrick Stokes, então chefe da divisão que cuidava de corrupção internacional no Departamento de Justiça Americano (DOJ). Ele explicava que o STF não admitiria o interrogatório de delatores por agentes americanos em nosso território, mas sugeria caminhos para contornar isso – seja levando-os para os Estados Unidos, fazendo a entrevista online ou fazendo um “teatrinho” no qual os procuradores brasileiros poderiam abrir a sessão e depois passar para os americanos fazerem perguntas. “Eu pessoalmente não acho que esta é a melhor opção porque haverá alguns advogados, como os da Odebrecht, que vão ficar sabendo deste procedimento (advogados falam uns com os outros, especialmente neste caso!) e vão reclamar”, escreveu Martello, em inglês. 

A troca com os americanos também era discutida com frequência no chat de sugestivo nome “Chat Acordo ODE”. Uma delas foi uma correspondência por email iniciada em 8 de setembro de 2016 pelo adido do FBI na embaixada americana David Williams ao procurador Paulo Roberto Galvão, oferecendo ajuda para quebrar a criptografia do sistema de propinas da Odebrecth, MyWebDay. “Boa tarde Paulo, e a todos. Se não me engano o assunto de baixo é o mesmo que o Carlos Bruno explicou para mim recentemente na despedida do Adido Frank Dick na embaixada do Reino Unido”, escreveu, cordial e em português, o agente americano. A discussão por email se seguiria por dias. 

Se todo mundo sabe que a Lava Jato negociou com procuradores americanos e o FBI, por que a Força-Tarefa nega? Só há duas respostas – e ambas podem incorrer em crime, partindo de funcionários públicos. Ou os procuradores estão escondendo os registros, e descumprindo a determinação da mais alta Corte, ou eles destruíram todos os documentos relevantes de uma investigação em benefício próprio. 

Lewandowski escreve, e com razão, que o ato é mais grave “porque coloca em risco as próprias bases sobre as quais se assenta o Estado Democrático de Direito”. O ministro determinou, agora, que a Corregedoria-Geral do MPF verifique se de fato não existem documentos sobre as comunicações, o que pode demonstrar, para os advogados de Lula, que a colaboração foi “informal”, e portanto, ilegal.

Natalia Viana, codiretora da Agência Pública

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Tática da barriga, põe rachadinha dentro de 2022

Josias de Souza 
Colunista do UOL 25/11/2020 21h23

Em depoimento por escrito ao Ministério Público, Fabrício Queiroz admitiu que parte da movimentação milionária encontrada na sua conta bancária vinha da apropriação de nacos dos salários de assessores do antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. 

O operador de rachadinhas alegou ter agido por conta própria, sem que o seu chefe soubesse. Com isso, condenou o primogênito do presidente da República a percorrer a conjuntura na constrangedora posição de imitador de Lula. Assim como o ex-presidiário petista, Flávio foi como que sentenciado a repetir "eu não sabia."

Na política, convém evitar dois extremos. Num, estão os políticos capazes de tudo. Noutro, situam-se os políticos incapazes de todo. Queiroz acomodou Flávio no segundo grupo, onde se aglomeram os políticos meio atoleimados, incapazes de perceber as acrobacias que os assessores realizam sob o seu nariz. 

Para sorte do filho Zero Um do presidente, o Ministério Público do Rio não deu crédito a Queiroz. Para os promotores, Flávio não é o bobão que seu ex-assessor tenta pintar, mas o chefe da organização criminosa que se formou em seu gabinete.

Não é por outra razão que a defesa de Flávio Bolsonaro —a atual e a anterior—a adota a barriga como principal ferramenta processual. Os advogados já ajuizaram mais de uma dezena de recursos protelatórios. 

Além de retardar o julgamento, conseguiram transferir o processo da primeira instância para o foro especial do Tribunal de Justiça do Rio. O Ministério Público recorreu ao Supremo. Mas Gilmar Mendes, relator do caso, sentou em cima do recurso. 

Do ponto de vista político, há um quê de suicida na tática de Flávio. Ao protelar o andamento do processo, o filho do presidente enfia o seu drama penal, que inclui repasses de R$ 89 mil para a primeira-dama Michelle Bolsonaro, para dentro da campanha eleitoral de 2022. 

Há três meses, quando lhe perguntaram sobre a origem do dinheiro depositado na conta de sua mulher, Bolsonaro manifestou o desejo de "encher" a boca do repórter de "porrada". Se Flávio continuar atrasando o relógio, seu pai pode ouvir novamente a incômoda pergunta quando estiver com os pés nos palanques. Será que também vai dizer que "não sabia"?

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Bolsonaro fala de dificuldade em montar Aliança pelo Brasil e cogita alternativa

São necessárias 492 mil assinaturas para que o partido seja criado, no entanto, até novembro, a sigla conseguiu reunir apenas 42,789 mil rubricas válidas, ou seja, perto de 9% do mínimo almejado

Correio Braziliense, 23/11/2020 19:35 / atualizado em 23/11/2020 19:36
       (crédito: AFP / EVARISTO SA)

O presidente Jair Bolsonaro falou na tarde desta segunda-feira (23/11) sobre a dificuldade em tirar do papel o partido Aliança pelo Brasil. Caso a sigla não deslanche, sem entrar em detalhes, o chefe do Executivo afirmou que em março pode ter uma nova opção dando a entender que cogita se filiar a um outro partido. A declaração foi feita a uma apoiadora que disse fazer parte do Aliança no estado do Paraná.

"Não é fácil formar um partido hoje em dia. A gente está tentando, mas se não conseguir, a gente em março vai ter uma nova opção, tá ok?", apontou Bolsonaro.

Como o Correio mostrou nesse domingo (22), há mais de um ano na tentativa de fundar o Aliança pelo Brasil, o presidente Jair Bolsonaro ainda está longe de atender aos requisitos para ter seu partido registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). São necessárias 492 mil assinaturas para que o partido seja criado, no entanto, até novembro, a sigla conseguiu reunir apenas 42,789 mil rubricas válidas, ou seja, perto de 9% do mínimo almejado.

A intenção era de que a sigla deslanchasse ainda para as eleições municipais, o que não se concretizou. Na visão otimista de um dos dirigentes, espera-se que agora as assinaturas necessárias sejam entregues até o final de janeiro e que o partido esteja pronto para abarcar Bolsonaro na corrida à reeleição em 2022.

Entraves

Em entrevista à reportagem, o vice-presidente do Aliança pelo Brasil, Luis Felipe Belmonte, disse que a pandemia e o fechamento de cartório eleitorais, além das eleições municipais, foram entraves que atrasaram a coleta das rubricas. Porém, ressaltou que o partido segue dentro do prazo e que mais de 195 mil assinaturas ainda não foram apreciadas por conta do período eleitoral, e que outras 50 mil serão lançadas no sistema.

Em meio a cambaleante edificação da sigla, Bolsonaro também já disse que não pode investir 100% na criação do partido, mas tem mantido conversas com outros partidos e considerou retornar para a antiga sigla, o PSL, ou mesmo recorrer ao Centrão. Sobre uma eventual desistência do mandatário no novo partido, Belmonte argumenta que o Aliança “sairá do papel” e que caso Bolsonaro tenha outras opções, “a escolha será dele”.

Ciro está disposto a contrariar PDT e apoiar Manuela D'Ávila, dizem aliados

Segundo blog, Ciro Gomes está disposto a apoiar a candidata do PCdoB em Porto Alegre, apesar de o presidente do PDT sinalizar que apoio da legenda não deve ocorrer

Correio Braziliense, 16/11/2020 20:24 / atualizado em 16/11/2020 20:25
        (crédito: Mauro Pimentel/AFP)

Pessoas próximas a Ciro Gomes dizem que o ex-governador do Ceará está disposto a contrariar seu partido, o PDT, e declarar apoio a Manuela D'Ávila no segundo turno das eleições municipais de Porto Alegre, contra Sebastião Melo (MDB).

Segundo o blog BR Político, do Estado de S. Paulo, aliados de Ciro garantem que ele está disposto a declarar apoio publicamente a Manuela. As mesmas fontes dizem ainda que ele avalia a possibilidade de também apoiar Eduardo Paes (DEM) contra Marcello Crivella (Republicanos), no Rio.

Nesta segunda-feira (16/11), Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, afirmou que um apoio a Manuela é difícil devido à boa relação do partido com Melo, uma vez que Juliana Brizola, uma das principais lideranças da legenda no Rio Grande do Sul e candidata à Prefeitura este ano, concorreu como vice na chapa do emedebista em 2016.

O presidente do PDT disse ainda que a legenda dificilmente apoiará Eduardo Paes (DEM) contra o prefeito Marcelo Crivella, no Rio de Janeiro. Segundo ele disse à CNN Brasil, Martha Rocha, candidata do partido, foi alvo de ataques "de baixíssimo nível" por parte da campanha de Paes.