sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

2022: Lula no páreo contra Bolsonaro ou Moro

Sem mídia e sem caneta, Lula chega em Bolsonaro

Conversa Afiada,  06/12/2019
(Crédito: Ricardo Stuckert)

Por Helena Chagas, do blog Os Divergentes - Muitas águas vão rolar até 2022, mas pesquisa Veja/FSB divulgada nesta sexta mostra que, à revelia do discurso da mídia e do establishment condenando a chamada “polarização” do quadro político, até o momento nada mudou: bolsonarismo e lulismo são as duas principais forças políticas na disputa.

Talvez o mais surpreendente seja o desempenho do candidato que, do ponto de vista legal, nem pode ser candidato ainda, mas saiu da cadeia para um empate técnico com Jair Bolsonaro no primeiro turno e para um desempenho competitivo no segundo. Sem mídia e sem caneta, o ex-presidente Lula teria hoje 29% dos votos, contra 32% do presidente da República. Num segundo turno, perderia de 45% a 40% para Bolsonaro e por 48% a 39% para Sergio Moro.

E aí se chega ao segundo dado importante da pesquisa: Moro venceria Lula e, estranhamente, empataria com o próprio chefe num segundo turno por 36% a 36%. A três anos da eleição, esses números são, como sempre se diz, retrato de um momento. Mas podem criar muita, muita confusão mesmo. Afinal, o Planalto tem dois candidatos, e o mais forte deles não é o presidente da República.

Outro dado a se ressaltar é que a chamada turma do centro continua sem entusiasmar muito. Ciro Gomes e Luciano Huck empatam num primeiro turno com 9% cada um — o que não chega a ser um resultado ruim no caso do apresentador, um neófito na política. João Doria, por sua vez, não mostra fôlego nesse quadro, não chegando nem a 5%.

Suco emagrecedor

Novo partido do presidente é um bem de família

"A experiência no PSL mostrou que os filhos encrenqueiros de Jair, assim como o pai, querem mandar e não toleram dividir o poder, e nem ouvir contestações. É o comportamento antítese de quem sai a campo para formar um partido, o que exige composição política e capacidade de agregação", resume a jornalista Helena Chagas

Brasil 247, 04/12/2019, 17:13 h
 (Foto: Reprodução)

Por Helena Chagas, no Divergentes e para o Jornalistas pela Democracia

O TSE deu uma mãozinha ao presidente Jair Bolsonaro ao formar maioria a favor da liberação do uso de assinaturas eletrônicas para a criação de partidos. Nada demais, vale para ele e para todo mundo. E o problema principal da Aliança pelo Brasil não é cumprir a exigência das assinaturas e outros trâmites da burocracia partidária. O maior obstáculo é político.

O problema é que o novo partido do presidente da República — o primeiro a tomar esse tipo de iniciativa no cargo — é um bem de família. Jair Bolsonaro colocou o filho Flávio como principal dirigente, e amigos próximos para organizar o partido nos estados. Ninguém duvida que, com a caneta, a máquina pública e o Diário Oficial nas mãos, o clã consiga organizar formalmente a nova agremiação.

O que ela será do ponto de vista político e eleitoral, porém, são outros quinhentos. No nosso indigente sistema partidário, poderá ser mais um partideco, ou até um partidão, com direito a fundo partidário e eleitoral. De direita, é claro, possivelmente atraindo bolsominions espalhados pelo Brasil.

Será um partido, porém, que nasce com uma cabeça enorme, localizada em Brasília, e um corpo minúsculo, sem qualquer enraizamento político nos estados e municípios. O próprio bolsonarismo foi irremediavelmente dividido, por obra da família Bolsonaro.

A experiência no PSL mostrou que os filhos encrenqueiros de Jair, assim como o pai, querem mandar e não toleram dividir o poder, e nem ouvir contestações. É o comportamento antítese de quem sai a campo para formar um partido, o que exige composição política e capacidade de agregação. Nesse quesito, não há ajuda da Justiça eleitoral ou da máquina governista que resolva.

Dirceu propõe ‘rede de inteligência’ de esquerda e defende que militantes aprendam ‘espionagem’

O ex-ministro José Dirceu defende a criação do que chama de Rede Nacional de Inteligência Cidadã, formada por militantes de partidos de esquerda. A organização prevê monitoramento de informações e contraespionagem

Brasil 247, 06/12/2019, 10:09 h Atualizado em 06/12/2019, 10:24
 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ex-ministro José Dirceu defende a criação do que chama de Rede Nacional de Inteligência Cidadã, formada por militantes de partidos de esquerda, membros de movimentos sociais e qualquer um que se identifica com as causas socialistas e comunistas. A informação é da Revista Crusoé.

A organização prevê monitoramento de informações e contraespionagem. Também defendida por ele serviria para contrapor os órgãos equivalentes das forças armadas e das polícias.

De acordo com a proposta, a instituição também tem como objetivo fazer frente às ações dos militantes de direita nas redes sociais.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Após três meses, Marinha não sabe quem é o culpado pelo vazamento de óleo



"No momento, temos indícios apenas"

 Conversa Afiada, 05/12/2019
(Crédito: Adema/Governo de Sergipe)

O comandante de Operações Navais da Marinha, Leonardo Puntel, disse nesta quinta-feira 5/XII que as investigações sobre o derramamento de óleo que castiga o litoral brasileiro não levaram, até o momento, ao responsável pelo vazamento.

"Todos os esforços estão sendo feitos. No momento, nós temos indícios apenas, não temos ainda provas", disse Puntel, durante audiência pública na Comissão Temporária Externa do Senado que acompanha as ações de enfrentamento às manchas de óleo (CTEOLEO).

De acordo com o Ibama, mais de 800 pontos já foram atingidos pelas manchas de óleo. Diante disso, o comandante da Marinha disse que três inquéritos em aberto investigam esse caso: um da Polícia Federal, no RN; e dois administrativos, na Capitania de Portos de PE e na Diretoria Geral de Navegação no RJ.

"Todos esses três inquéritos estão sendo feitos para a gente tentar chegar exatamente no poluidor, no causador desse crime ambiental", afirmou.

Vale lembrar que a apuração conduzida pela PF e pela Marinha apontou o navio grego Bouboulina como o principal suspeito pelo vazamento. Especialistas em análise de imagens por satélite questionam, no entanto, a precisão do levantamento usado pela PF, já que o óleo no mar pode não ser visível em imagens de satélite.

Até aqui, para a Marinha, são quatro as possíveis causas das manchas: derramamento acidental, derramamento intencional, operação "ship to ship" (navio tanque passa óleo para outro navio tanque no meio do mar) ou naufrágio de navio petroleiro.

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PSL tira Eduardo Bolsonaro da presidência da sigla em SP




Nem embaixaburger, nem presidente estadual do PSL...

Conversa Afiada, 05/12/2019
(Crédito: Marcos Corrêa/PR)

Após ser punido com suspensão partidária por 12 meses, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da suposta República, foi destituído do cargo de presidente do partido em São Paulo.

A decisão, tomada pela direção nacional do PSL, foi divulgada nesta quinta-feira 5/XII no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com o documento, Eduardo não responde desde terça-feira pela função que ele desempenhava desde julho. Toda a direção do PSL paulista nomeada por ele também foi destituída: o secretário-geral Thiago Cortes, o primeiro-secretário Luiz Philippe de Orleans e Bragança e o tesoureiro Otavio Fakhoury, por exemplo.

A decisão é mais um capítulo do rompimento entre Jair Bolsonaro e o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar. Em outubro, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) foi tirado da presidência do PSL do Rio de Janeiro.

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Política e religião se discute de forma civilizada

Tal governo, tal Congresso: eles só governam para eles

Para o jornalista Ricardo Kotscho, "nunca antes um governo brasileiro esteve tão à altura, ou melhor, à baixeza de um Congresso e vice-versa como agora". "Dinheiro para eles não é problema. Para garantir a mamata nas campanhas, o Congresso vai cortar do Orçamento recursos da educação, saúde e infraestrutura, que vão perder R$ 1,7 bilhão", denuncia

Brasil 247, 05/12/2019, 16:25 h Atualizado em 05/12/2019, 18:44

Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia - Nunca antes um governo brasileiro esteve tão à altura, ou melhor, à baixeza de um Congresso e vice-versa como agora.

Nasceram um para o outro, eleitos na mesma “onda conservadora” que levou o capitão ao poder e o país para o buraco.

“Conservadora” é modo de dizer, porque não se trata de opção política ou ideológica, mas de um assalto orquestrado aos cofres públicos na divisão do butim.

Eles se entendem: só governam para eles, os amigos deles, e o país que se dane.

No mesmo dia, quarta-feira, deram mais dois golpes de mestre no Tesouro Nacional.

Para o Executivo, aprovaram a toque de caixa a reforma previdenciária mamão com açúcar dos militares, que vão ter aumento de salários e poderão se aposentar com salário integral, sem idade mínima. Em vez de cortar gastos, vão aumentar.


As guildas das grandes corporações do serviço público se protegem mutuamente, pois o Judiciário também já tinha garantido seus privilégios.

Ao mesmo tempo em que o Senado entregava todas as demandas dos militares, a Comissão do Congresso responsável pelo orçamento aprovava o relatório preliminar que aumenta para R$ 3,8 bilhões o fundo eleitoral para 2020.

Dinheiro para eles não é problema. Para garantir a mamata nas campanhas, o Congresso vai cortar do Orçamento recursos da educação, saúde e infraestrutura, que vão perder R$ 1,7 bilhão.

Chega a ser falta de humanidade. Vão cortar, por exemplo, R$ 70 milhões do programa Farmácia Popular, que oferece remédios gratuitos para a população de baixa renda, como informa a Folha.

Ao apresentar o relatório, o deputado Domingos Neto (PSD-CE) mentiu:

“Fizemos isso sem cortar de canto nenhum”.

A cara de pau dessa gente só se compara aos que prometeram uma “Previdência igual para todos”, que, ao final, vai tirar de quem ganha menos para garantir as mordomias do andar de cima.

Assinaram essa barbaridade representantes de 13 partidos, da esquerda à direita, que contam com 430 deputados e 62 senadores, garantindo a aprovação do bilionário Fundo Eleitoral.

Claro que o governo Bolsonaro não vai vetar esse assalto aos já minguados recursos da área social.

O capitão já lavou as mãos: “Geralmente, essas questões políticas é o Parlamento que decide”.

Não se trata de uma questão política, mas de escolha de prioridades.

É uma questão social, como mostram as revoltas populares nos países vizinhos, que tanto assustam os militares do governo.

Mas, para essa gente, em caso de alguma manifestação de protesto por aqui, a resposta nós já sabemos como será: tiro, porrada e bomba.

Enquanto eles se protegem nos palácios, a população sem emprego formal, sem assistência médica, com a educação e as estradas em frangalhos sobrevive como a dos países em guerra.

No Brasil, os vândalos estão no governo e no Congresso, não nas ruas.

Isso não tem como acabar bem.

Vida que segue.

Lula quer Haddad e Marta juntos na disputa pela prefeitura de São Paulo, diz jornal

Segundo reportagem publicada no Estado de S.Paulo, o ex-presidente estaria articulando uma candidatura do PT com Fernando Haddad na cabeça de chapa e Marta Suplicy na vice, dois ex-prefeitos da capital paulista. Lideranças do partido dizem que o nome de Marta não seria aprovado internamente

Brasil 247, 05/12/2019, 15:08 h
 (Foto: Felipe Gonçalves/247 | Reuters | Senado)

Reportagem publicada no jornal O Estado de S.Paulo na manhã desta quinta-feira 5 aponta que "o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT vão trabalhar por uma chapa para a Prefeitura de São Paulo liderada pelo ex-prefeito Fernando Haddad e com a ex-prefeita Marta Suplicy como vice".

Lideranças e caciques do partido com quem o 247 conversou, no entanto, afirmam que o nome de Marta não passaria internamente. Por outro lado, a pressão para que Haddad saia candidato deve ser forte. O ex-presidenciável resiste a lançar seu nome, respondendo em entrevistas sempre enfaticamente que não o fará.

Marta não se filiaria ao PT, porém, de acordo com o Estadão, mas "a outro partido de centro-esquerda". Segundo o jornal, PDT e Solidariedade seriam possibilidades, já com a discordância de Ciro Gomes sobre a aliança caso seja a primeira opção.

O nome de Marta Suplicy foi citado por Lula mais de uma vez em entrevistas recentes. A ex-prefeita e ex-senadora chegou a mandar uma carta ao ex-presidente. Em entrevista à TV 247 na semana passada, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), deu uma declaração que está alinhada com a tese da reportagem:

"Uma composição com Marta é possível, mas tem uma decisão do PT, de que o partido terá candidato. É importante, estratégico. Então uma composição neste sentido não iria para a cabeça de chapa".

A diferença entre príncipe e "príncipe"!