sexta-feira, 17 de junho de 2016

"Todo dia nos perguntamos: Quem vai cair hoje


Em discurso na Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, onde foi recebida com flores, a presidente eleita Dilma Rousseff disse que se pergunta todos os dias, quando acorda, quem do governo vai cair.

"Todo dia nós acordamos e nos perguntamos: quem vai cair hoje?", alfinetou, em uma crítica ao governo interino de Michel Temer, do qual três ministros já deixaram o cargo em 36 dias por denúncias de corrupção.

Ela voltou a dizer que o processo de impeachment foi uma "conspiração" para tentar barrar a Lava Jato e que as razões têm ficado cada vez mais claras.

"Nunca achei que voltaria a lutar contra o golpe e a favor da democracia", afirmou.
Quanto maior a crise, melhor a solução: eleição!

Conversa Afiada, 17/06/2016


O Conversa Afiada reproduz artigo do Blog do Esmael Morais:


O senador Roberto Requião (PMDB-PR), em entrevista ao jornalista Adilson Arantes, da Rádio Difusora AM 590, decretou o fim do governo provisório de Michel Temer (PMDB) e conclamou nova eleições para tirar o país da crise política.

“Quando maior a crise, mais perto estamos da solução”, disse o parlamentar, ao defender uma modificação no sistema político brasileiro. “E nós precisamos de novas eleições”.

No governo atual, segundo Requião, o que está avançando é o entreguismo. É claro que existem quadrilhas na política já identificados, mas atrás disso está o poder do capital financeiro.

Na entrevista que foi ao ar na manhã desta quinta-feira (16), o peemedebista denunciou que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está propondo o teto dos gastos públicos é o fim dos investimentos na saúde e na educação.

“A reforma na previdência também penaliza os trabalhadores, pois a média de vida no Piauí é de 65 anos, mas há intenção de elevar para 70 anos a idade média para aposentadoria. A pessoas contribuirão a vida inteira e morreria antes de aposentar”.

“O sistema de financiamento de campanhas é corrupto e precisa ser modificado”, repetiu várias vezes ao defender o fim do financiamento de empresas.

“Esse governo do Temer é tão ilegítimo quanto foi o da Dilma quando não seguiu os compromissos de campanha. A irritação com Dilma é porque ela tentou essa política econômica de direita. Agora Temer assume e vai para uma visão de direita absoluta, fazendo a política dos banqueiros e abandonando todas as políticas que privilegiam o povo e o trabalho e próprio desenvolvimento”, comparou.

“A solução é eleição direta. Quem tem que decidir é o povo, não os banqueiros”, disse.

O senador Roberto Requião defende as investigações da Lava Jato porque, segundo ele, o poder econômico tenta tomar conta do país através do financiamento de campanhas eleitorais. “Tem que proibir financiamento de pessoas jurídicas”.

Para o parlamentar, ladrão tem de ir para a cadeia. Segundo ele, no Paraná, por exemplo, tem os desvios de recursos para a construção de escolas pelo governo Beto Richa (PSDB) e das propinas na Receita Estadual. “Queremos a lava Jato também nos estados”.

“A política econômica de Temer é uma barbaridade elevada ao cubo em comparação a de Dilma, a qual eu também me contrapunha”, destacou.

“Eu sou oposição [ao governo Temer] porque eu sou brasileiro. Defendo os interesses do Paraná, do Brasil, do capital produtivo e das pessoas que querem o desenvolvimento”, afirmou Requião, que ressaltou: “Eu sempre fui oposição a essa gente [do PMDB]”.

Requião finalizou a entrevista dizendo que “o governo Temer é o governo do capital financeiro e dos bancos”. De acordo com o senador, não é Dilma ou Temer que estão em jogo, mas é o Brasil enquanto Nação.

Alkcmin manda Aécio de volta para Minas Gerais


Governador Geraldo Alckmin, de São Paulo, avalia que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) não reúne mais condições para voltar a disputar a presidência da República pelo PSDB.

A gota d'água teria sido a delação premiada (mais uma) de Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, que o acusou de receber R$ 1 milhão em dinheiro vivo e de comprar 50 deputados para se eleger presidente da Câmara no segundo governo FHC.

Para Alckmin, Aécio agora deve dar "um passo atrás" e tentar recuperar sua base eleitoral em Minas, concorrendo ao Palácio da Liberdade, em 2018.

Em megaeditorial, Globo descobre que no Brasil não há mocinhos

Isso está acontecendo tardiamente

“A delação de Machado, feita em troca da conversão de uma pena de 20 anos trancafiado por três anos de prisão domiciliar, traça um quadro amplo da degradação da política partidária brasileira, como nunca se viu. São citados 23 políticos de oito partidos (PMDB, PT, DEM, PSDB, PP, PSB,PCdoB e PDT)”, diz o jornal dos irmãos Marinho.

“Não restam mocinhos nessa história. Trata-se de reconstruir o sistema de representação política enquanto se espera que as instituições da República façam o trabalho de reinstituição da ética na vida pública, com a devida punição de todos os culpados, independentemente de partido”.

Nelson Motta adere à tese de novas eleições gerais


"No ponto em que estamos, nem novas eleições presidenciais são suficientes. Só eleições gerais, para a Câmara e o Senado, podem dar alguma esperança de saneamento e renovação, como uma Constituinte para as reformas políticas que precisamos. Mas não com esses que estão aí, que usam o mandato para atrapalhar a Lava-Jato e para manter os seus privilégios, delinquências e impunidades. Eles não vão se suicidar pelo Brasil", diz o colunista Nelson Motta.

Reação do PMDB a Machado ofende a inteligência de uma criança de 5 anos

Folha/Josias de Souza, 17/06/2016

A caciquia do PMDB perdeu o nexo. Ao tratar Sérgio Machado como um patife sem explicar por que um sujeito como ele presidiu em nome do partido uma das mais importantes subsidiárias da Petrobras por quase 12 anos, os pajés peemedebistas estão, no fundo, pedindo à plateia que faça como eles, que se fingem de bobos pelo bem da nação.

Xamãs como Michel Temer e Renan Calheiros sabem que o patriotismo do ex-senador Sérgio Machado cabe numa caixa de fósforos. Mas acham que não devem nada a ninguém. Muito menos explicações. Não convém arriscar a estabilidade do governo provisório por algo tão politicamente dispensável como um lote de esclarecimentos sobre a missão partidária que o agora delator exercia na Transpetro.

Acusado de requisitar uma machadiana de R$ 1,5 milhão para a campanha de Gabriel Chalita, em 2012, Michel Temer amarrou o futuro de sua gestão numa frase: “Alguém que teria cometido aquele delito irresponsável que o cidadão Machado apontou, não teria até condições de presidir o país”. Em timbre pausado, Temer disse que a delação do “cidadão Sérgio Machado” é “irresponsável, leviana, mentirosa e criminosa.”

O procurador-geral Rodrigo Janot analisa se Temer merece ser investigado. Não se pode culpar ninguém com base apenas no verbo de um delator. Mas o substituto constitucional de Dilma Rousseff condenou-se a viver um cotidiano surreal: presidente do PMDB há 15 anos, Temer sempre soube que Machado fazia e acontecia na Transpetro. Administrava os ciúmes do PMDB da Câmara, que não era aquinhoado. Mas agora precisa fingir que não notou que Machado estava lá.

Renan Calheiros, apontado como beneficiário de um supermensalão de R$ 300 mil e propinas que somaram R$ 32 milhões, foi ainda mais incisivo: “Essa delação do ex-senador Sérgio Machado é uma delação mentirosa do começo ao fim. Ela não apresenta uma prova sequer. É a repetição de narrativas de delatores que estão desesperados para sair da cadeia ou querem limpar, lavar milhões que pilharam do setor público. Eu não acho isso razoável.”

Até os fios de cabelo implantados na cabeça de Renan sabem que ele era o padrinho-chefe de Sérgio Machado. Sua tentativa de se desvencilhar do caso Transpetro, apenas a penúltima e mais explosiva de uma cadeia de histórias mal contadas enganchadas em sua biografia, também envolve uma conclamação ao sacrifício da sanidade nacional. Renan diz que Machado pilhou o setor público. Mas se abstém de informar porque o mantinha sob sua proteção política. A reação do PMDB à delação de Machado ofende a inteligência de uma criança de cinco anos.

Delator descreve ‘salinha’ de encontro com Temer


“Eu liguei pro vice Michel Temer e marquei com ele no aeroporto militar de Brasília, na sala vizinha à sala da Presidência. Em setembro, num início de noite”, relatou Sérgio Machado.

“Ele chegando lá, conversei com ele. Ele falou da dificuldade que estava tendo acerca da campanha do Chalita. Eu disse que podia ajudá-lo em R$ 1,5 milhão, mas que depois eu informaria a ele a empresa. Telefonei depois a ele, informando que essa doação seria feita pelo Diretório Nacional através da empresa Queiroz Galvão”.

Força-tarefa quer multa de R$ 6 bi da Odebrecht


Principal motivo do valor é a demora do grupo em aderir à negociação do acordo, no final de 2015.

A Toyo Setal foi a primeira a colaborar e não pagou nada pela leniência.

Já a Camargo Corrêa acordou com multa de R$ 700 milhões e Andrade Gutierrez, a mais recente, de R$ 1 bilhão; a empresa de Marcelo Odebrecht faturou R$ 132 bilhões em 2015, mas suas dívidas somam R$ 90 bilhões; o grupo colocou à venda ativos de R$ 12 bilhões para equilibrar o caixa.

Ajuste de Temer poupa os 1% mais ricos


Brasileiros que tiveram rendimento anual tributável acima de R$ 316 mil em 2014, ou acima de R$ 26,3 mil brutos por mês, ficaram dentro da fatia dos 1% mais bem remunerados entre os que declararam Imposto de Renda.

Ao assegurarem reajustes salariais para servidores públicos que estão no grupo do 1% mais rico, o presidente interino Michel Temer e o Congresso Nacional deixam a elite fora do ajuste fiscal.

Enquanto isso, na vida real, a renda média do brasileiro do setor privado é de R$ 1,1 mil.

Auditoria aponta prejuízo milionário em negócio de Aécio e Anastasia com os Perrella


Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais apontou que contratos firmados entre duas estatais mineiras e parentes e um funcionário do senador Zezé Perrella (PTB-MG) causaram prejuízos de R$ 18,9 milhões aos cofres públicos entre 2007 e 2011, nos governos dos tucanos Aécio Neves e Antônio Anastasia.

No programa Minas Sem Fome, uma ação do governo mineiro voltada a famílias de agricultores, cerca de 2.400 toneladas de sementes de arroz, feijão, milho e sorgo foram pagas com dinheiro público, mas não foram entregues.