Para o professor do curso de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas e pesquisador irrequieto, Matias Spektor, responsável por encontrar um documento da Agência Central de Inteligência (CIA) revelando que o presidente do período da ditadura militar Ernesto Geisel autorizava de seu gabinete no Palácio do Planalto a tortura e execução de opositores do regime, afirma que o material atesta à política de execuções sumárias de gente presa sob o resguardo do estado brasileiro, gente desarmada" e que o "Planalto decidia sobre vida e morte de cidadãos".
A respeito de mais uma fala desagradável de Jair Bolsonaro em defesa da ditadura, Eduardo Guimarães o classifica como besta. "Ele ficou quieto no caso Marielle, mas não consegue se conter e acabou falando besteira novamente. Essas declarações apenas prejudicam sua candidatura, mas ele não sabe se calar", critica.
A Folha resiste a pedir desculpas por ter caracterizado a ditadura militar entre 1964 e 84 como “ditabranda”, mas dá um passo em direção a isso em seu editorial de hoje, no qual reconhece que execuções de adversários políticos derivavam de “ordens superiores”
"Em boa hora vem este documento com sua verdade, quando pesquisas mostram a perda de apreço pela democracia e o flerte com soluções autoritárias", escreve a colunista Tereza Cruvinel, sobre o documento que revela que os generais Ernesto Geisel e João Batista Figueiredo autorizaram assassinatos durante a ditadura.
Em charge especial para o 247, Maurício Baulé aponta o papel do general Ernesto Geisel no assassinato do jornalista Vladimir Herzog.
A presidente da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, a procuradora regional da República Eugênia Gonzaga, disse que o Brasil ainda não "passou a limpo" o período da ditadura militar no país, que vigorou entre 1964 e 1985.
Segundo ela, o documento confidencial da CIA que revela que o ex-presidente Ernesto Geisel autorizou a execução sumária de opositores ao regime, mostra que o país ainda vive em "total negação" do período. "Tudo isso é dolorido e ao mesmo tempo vergonhoso, porque demonstra que o país não passou a limpo esse período".
Na nova charge de Carlos Latuff para o 247, a revelação de um documento secreto da CIA de que o presidente Ernesto Geisel também comandou assassinatos de opositores ao regime militar.
"Bolsonaro compara execução de presos da ditadura militar brasileira ordenadas por Geisel a um 'tapa no bumbum de bebê'. Se houvesse justiça no país, o deputado devia estar preso por apologia a tortura e ao crime", postou Guilherme Boulos no Twitter
"Só agora ficamos sabendo por meio da CIA que não só Médici, mas também Geisel e Figueiredo foram assassinos", escreve o colunista Alex Solnik; "Esse foi o grande erro da redemocratização. Não mexeu nas feridas", continua.
"As novas gerações, que não sabem o que aconteceu, correm o risco de repetir, devido à ignorância, os erros do passado. Não sabem quem foi Médici, quem foi Geisel, quem foi Figueiredo, e o que fizeram a brasileiros jovens e belos. Muitos deles não conseguem enxergar quem é Bolsonaro. E que ele é o herdeiro direto desses ditadores assassinos".
Presidente deposta Dilma Rousseff, que foi presa e torturada durante a ditadura militar, se manifestou nesta sexta-feira, 11, sobre a divulgação de documento, pela CIA, de que o presidente Ernesto Geisel tinha conhecimento e autorizou o assassinato de opositores políticos durante a ditadura militar no Brasil.
"A divulgação do memorando da CIA, liberado p/o departamento de Estado, confirma o q/ suspeitávamos: executados nos porões, os assassinatos políticos foram decididos ou referendados p/o Palácio. Por isso devemos repudiar os defensores da volta à ditadura militar#Democraciasempre", escreveu Dilma pelo Twitter.
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