sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Joaquim Barbosa diz que prisões brasileiras são ‘um inferno’

Presidente do STF falou em Londres, sobre crise no sistema penitenciário brasileiro

Joaquim Barbosa, Presidente do Supremo Tribunal Federal

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, qualificou na quarta-feira (29) as prisões brasileiras como um “inferno”. Em Londres, o ministro falou sobre a crise do sistema penitenciário, além do seu possível futuro político. “Nunca fiz militância política”, disse ele, ao refutar a possibilidade concorrer à Presidência da República.

“Ano passado fiz visita a presídios como presidente do CNJ. O que posso dizer é que ‘horror’ é a palavra mais adequada para qualificar as prisões brasileiras. Por que a situação é tão absurda? A questão é política.”
 
O ministro visitou, em abril do ano passado, o Foro das Comarcas de Natal, no Rio Grande do Norte. Na ocasião, ele chamou de ‘desesperadora’ a situação dos presos.
 
O presidente do STF também ressaltou que os casos de descaso não ocorrem apenas no Maranhão: “Prisões são de responsabilidade dos estados. O governo federal tem um papel pequeno. Os políticos não ligam para isso porque não dá voto. (O problema) é em todo o Brasil, não apenas no Maranhão. As prisões brasileiras são como o inferno. Estamos avisando os governos sobre a natureza explosiva das prisões”, disse ele, após dar uma palestra de quatro horas para 250 estudantes da universidade “King’s College London”.
 
Barbosa, no ano passado, havia aventado a hipótese de concorrer à Presidência em uma palestra dada em um congresso internacional de jornalismo investigativo, no Rio de Janeiro. Nesta quarta-feira, o discurso mudou: “Nunca fui político, nem filiado a partido político, nem mesmo quando estava na faculdade. Não fiz militância política. Não, não quero (concorrer à Presidência).”
 
Sobre os planos para o futuro, Joaquim Barbosa disse estar ansioso para ser “um homem livre de novo”. “E voltar a ter vida privada e menos exposição.” Barbosa também afirmou não se importar com quem não aprecia o trabalho que faz. “Não ligo para quem não gosta do meu trabalho, seja ele, ela, liberal ou conservador. Eu faço o que eu acho que é certo. Sou muito cuidadoso. Tenho décadas de experiência na academia, nos tribunais. Esse é o meu guia para fazer o que tem que ser feito. Se liberais ou conservadores gostam, ok. Se não gostam, não me importa.”

Barbosa evitou temas espinhosos e aproveitou, na capital britânica, para cumprir uma programação cultural. Ele visitou o acervo da Biblioteca Britânica, que possui obras importantes sobre a História do Brasil.

Fonte: Orm News

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