sábado, 31 de julho de 2021

Lula lidera corrida presidencial em Minas Gerais, aponta pesquisa DataTempo

Pelo histórico, nenhum candidato a presidente vence a eleição sem ganhar em Minas Gerais

Brasil 247, 31/07/2021, 10:47 h Atualizado em 31/07/2021, 11:12
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)

O ex-presidente Lula (PT) é o favorito para a eleição presidencial de 2022 em Minas Gerais, diz pesquisa DataTempo/CP2. Pelo histórico, nenhum candidato a presidente vence a eleição sem ganhar no estado.

Segundo o levantamento, Lula lidera as intenções de voto quando a lista de candidatos é apresentada. Na pesquisa espontânea, que mede a solidificação dos votos, Bolsonaro se aproxima do ex-presidente e chega a um empate técnico. A margem de erro é de 2,72 pontos percentuais para mais ou para menos.


segunda-feira, 26 de julho de 2021

Enfraquecido, Bolsonaro segue o caminho de Collor, diz analista

“Cada vez mais o governo Bolsonaro se parece com o governo Collor. Bolsonaro está adotando um caminho muito parecido. Não significa que, necessariamente, teremos um impeachment. Mas mostra um governo cada vez mais enfraquecido”, diz o professor da FGV Cláudio Couto

26 de julho de 2021, 11:51 h Atualizado em 26 de julho de 2021, 12:00
Fernando Collor de Mello e Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR)



Rede Brasil Atual - De acordo com o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Cláudio Couto, o governo Bolsonaro está cada vez mais enfraquecido. Acuado, Bolsonaro busca reforçar a aliança com o Centrão para tentar barrar as ameaças de impeachment. O analista comparou a chegada do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para assumir o comando da Casa Civil ao “ministério de notáveis” do governo do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, que visava garantir governabilidade a um governo em crise.

“Cada vez mais o governo Bolsonaro se parece com o governo Collor. Bolsonaro está adotando um caminho muito parecido. Não significa que, necessariamente, teremos um impeachment. Mas mostra um governo cada vez mais enfraquecido”, disse Couto.

Em entrevista a Glauco Faria, para o Jornal Brasil Atual, nesta segunda-feira (26), Couto apontou que as ameaças dos militares à democracia somaram mais um motivo que ajudou a levar pessoas a saírem às ruas para protestar contra o governo no último sábado (24).
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Apesar da entrada de Ciro Nogueira ser uma tentativa de melhorar o diálogo do governo com o Congresso Nacional, Couto afirma que pode não ser suficiente. Isso porque o governo Bolsonaro é “tóxico”, em termos eleitorais, inclusive para os políticos integrantes do Centrão.

“Até porque Bolsonaro vai seguir sendo Bolsonaro. Os problemas que ele produz, para si próprio e para a sua administração, vão continuar. Não é a ida de Ciro Nogueira que vai resolver o problema”, comentou o analista.
Bolsonaro: acuado, mas perigoso

Contudo, mesmo diante do enfraquecimento contínuo, Couto alerta que o governo Bolsonaro ainda tem potencial para causar danos às instituições democráticas. Ele afasta a possibilidade de uma ruptura institucional clássica, aos moldes do golpe de 1964, apesar das ameaças dos militares. Contudo, ele teme que grupos bolsonaristas possam criar um cenário de violência política durante as eleições do ano que vem.
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O risco é que grupos milicianos, setores das polícias e grupos de atiradores bolsonaristas possam produzir uma “confusão imensa”. E esse risco aumenta na medida em que as chances de reeleição de Bolsonaro diminuem, de acordo com as últimas pesquisas eleitorais.

Além disso, há uma série de ataques deliberados produzidos pelo próprio governo, que vão desde a atuação desastrosa na pandemia, passando pela deterioração da imagem do Brasil no cenário internacional, até os ataques contra os povos indígenas, alvo inclusive de acusação formal de genocídio no âmbito do Tribunal Penal Internacional (TPI).

Militares foram alvos do TCU em quase 280 investigações de desvios

O Tribunal de Contas da União (TCU) fez pelo menos 278 auditorias em órgãos das Forças Armadas nos últimos 20 anos. O número foi referente às chamadas Tomadas de Contas Especiais (TCEs), tipo de processo administrativo usado em contextos que envolvem prejuízo aos cofres públicos

Brasil 247, 26/07/2021, 10:04 h Atualizado em 26/07/2021, 10:05
(Foto: Divulgação)

O Tribunal de Contas da União (TCU) fez pelo menos 278 auditorias em órgãos das Forças Armadas nos últimos 20 anos, desde 2001. O objetivo do tribunal foi apurar possíveis prejuízos para os cofres públicos. O número foi referente às chamadas Tomadas de Contas Especiais (TCEs) em unidades militares e no Ministério da Defesa. As 278 apurações representaram cerca de 10% dos 2.743 processos do tipo abertas no período, excluindo as relacionadas a prefeituras ou governos estaduais. A TCE é um tipo de processo administrativo usado em contextos que envolvem prejuízo aos cofres públicos.

De acordo com reportagem publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, as investigações incluíram desde suspeitas de fraudes em obras até o desvio de combustível de navios da Marinha. Um exemplo foi uma apuração envolvendo o roubo de mais 100 mil litros de óleo diesel da antiga corveta Frontin, afundada em um exercício militar em 2016.

As estatísticas apontaram que o problema mais comum investigado pelo TCU é o pagamento indevido de pensões: pelo menos 52 das 278 apurações abertas foram sobre o tema - desde filhas que continuaram recebendo após a morte dos beneficiários até o caso de uma mulher que recebeu pensão como viúva de um servidor da Defesa sem nunca ter sido casada com ele.

As filhas do ex-coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-2015), por exemplo, também recebem as pensões. Renata Silva Brilhante Ustra e Patrícia Silva Brilhante Ustra ganham o benefício desde março de 2016. O valor foi de R$ 10,1 mil líquidos, em fevereiro deste ano.

No caso das Forças Armadas, a maioria dos processos do tipo TCE ainda está em andamento: das 278 apurações abertas desde 2001, somente 77 são consideradas encerradas pelo tribunal. E, desde 2010, apenas 73 militares foram punidos pelo Tribunal com multas e com a obrigação de reparar o dano, apontaram números compilados pelo TCU.

Ramos, Mourão e Heleno, assim como Braga Netto, receberam mais de R$ 100 mil em junho

O maior vencimento foi do general Luiz Eduardo Ramos, que recebeu R$ 111,2 mil em junho

Brasil 247, 26/07/2021, 11:22 h Atualizado em 26/07/2021, 12:07
Walter Braga Netto e Luiz Eduardo Ramos (Foto: Anderson Riedel/PR)

Por Igor Gadelha, no Metrópoles - Assim como o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, outros generais da reserva que ocupam cargos no primeiro escalão do governo Jair Bolsonaro também receberam salário líquido de mais de R$ 100 mil em junho.

O maior vencimento foi do general Luiz Eduardo Ramos, atual ministro da Casa Civil e que deve ser transferido para a Secretaria-Geral da Presidência. Ramos recebeu salário líquido de R$ 111,2 mil em junho.

Na sequência, aparecem o vice-presidente Hamilton Mourão, que ganhou R$ 108,7 mil, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, que recebeu R$ 107,2 mil.

Leia a íntegra no Metrópoles.

domingo, 25 de julho de 2021

Em números percentuais, o Brasil é o campeão de mortos por COVID - 19, no mundo

Negar a ciência, se contrapor a forma como o mundo se posicionou para combater o COVID - 19, foi o comportamento do governo brasileiro deste o início da pandemia e o resultado é desastroso: percentualmente, o Brasil é o campeão de mortos por COVI, no mundo

23 de abril: enterro coletivo para vítimas de Covid-19 é realizado no Parque Tarumã, em Manaus. — Foto: Bruno Kelly/Reuters

Enquanto os governantes mundiais se esforçavam, ao máximo, para evitar o pior, diante da pandemia que alastrou no planeta, o presidente Jair Bolsonaro, sem partido, e seu governo, negava a pandemia, a letalidade da doença; usava e usa as redes socais para espalhar fakes news a respeito da situação catastrófica; ganhava a antipatia mundial e passou a ser chamado de genocida

Os dados abaixo(https://www.trt.net.tr/portuguese/covid19) , não deixam dúvidas, percentualmente, o Brasil tem o maior número de mortos, seguido da Colômbia, Argentina e depois Itália. Os EUA poderia está ocupando essa liderança sinistra, mas com o término do mandato de Trump e o início do governo Biden, a pandemia passou a ser encarada de outra forma e o quadro mudou radicalmente.

Confira os números:


País

 

         População

           Nº de               mortos

        % de        Mortos

EUA

 

331 449 281

626.717

1,89%

Índia

 

1380 004 385

420.758

0,30%

Brasil

 

211 755 692

549.500

2,59%

Rússia

 

145 934 462

153.874

1,05%

França

 

65 273 511

111.616

0,17%

Reino Unido

 

67 886 011

129.158

1,90%

Turquia

 

84 339 067

50.879

0,60%

Argentina

 

45 195 774

103.584

2,29%

Colômbia

 

50 882 891

118.538

2,32%

Itália

 

60 461 826

127.949

2,10%

Espanha

 

46 754 778

81.221

1,73%

Alemanha

 

83 783 942

92.037

1,09%

Irã

 

83 992 949

88.800

1,06%

Indonésia

 

273 523 615

83.279

0,30%

Polónia   

    

   37 846 611         

75.242

1,98%


Na sequência de tanta insensibilidade do governo federal, o Senado responde com uma CPI, que levanta todas as informações sobre o quadro crítico estabelecido no país e o seu resultado pode ser até o impeachment de Bolsonaro, que desgastado negocia cargos com o Centrão, que antes era um grupo politico indesejado, dado o histórico de suas atuações.

Greve de caminhoneiros: resistência diminui e grupos param na 2ª feira

Movimento foi convocado pelo CNTRC e tem ganhado a adesão de mais entidades

Poder360, MARINA BARBOSA21.jul.2021 - 6h00


Caminhoneiros durante paralisação de 2018; categoria ensaiou nova greve em 2021
Marcelo Camargo/Agência Brasil

A possibilidade de uma nova greve dos caminhoneiros ainda enfrenta resistências, mas voltou ao radar da categoria. É que o Cntrc (Conselho Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas) promete parar a partir de 2ª feira (26.jul.2021) e grupos que eram contrários ao movimento também já falam em aderir à paralisação. Na pauta, os preços do diesel e a tabela do frete.

A greve de domingo (25.jul) foi convocada desde junho pelo Conselho Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas –entidade que também tentou uma greve em fevereiro de 2021, mas não teve adesão da categoria à época. Nesta semana, virou pauta dos grupos de conversa dos caminhoneiros.

“A adesão está maior, com mais entidades representativas da categoria se posicionando a favor, inclusive algumas que se posicionaram contra em fevereiro. E vários sindicatos ainda estão se reunindo nesta semana para avaliar a adesão”, afirmou o presidente da Antb (Associação Nacional de Transporte no Brasil), José Roberto Stringasci.

Segundo Stringasci, os caminhoneiros estão “inconformados” com os aumentos dos combustíveis. Ele disse que o último reajuste foi anunciado poucos dias depois da 1ª reunião da categoria com o novo presidente da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna.

O presidente da ANTB afirmou que a paralisação tem apoio da maior parte dos integrantes dos grupos de WhatsApp dos caminhoneiros e já foi confirmada por líderes de regiões como a Baixada Santista. Segundo ele, o objetivo é realizar protestos no domingo (25.jul), que é o dia dos caminhoneiros, e organizar pontos de parada e piquete na 2ª feira (26.jul). A continuidade da greve vai depender da adesão.

Na 2ª feira (26.jul), a greve também terá apoio do Movimento GBN (Galera da Boleia da Normatização Pró-Caminhoneiro). Um dos representantes do GBN, Joelmis Correia, era da base do governo de Jair Bolsonaro e não apoiou a greve em fevereiro. Porém, disse que agora vai aderir ao movimento porque os caminhoneiros foram prejudicados por projetos recentes do governo. Ele citou como perdas a criação do DTE (Documento Eletrônico de Transporte), anunciada em maio dentro de um pacote que tentava agradar os caminhoneiros.

“Vou apoiar porque não sobrou outra alternativa a não ser brigar pelo diesel, já que perdemos no DTE”, afirmou. Correia diz, no entanto, que o GBN não vai protestar contra o aumento dos combustíveis, mas pela constitucionalidade do piso mínimo do frete.

O movimento, no entanto, não é unânime. A Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), por exemplo, é contra. O assessor da Abcam, Bolívar Lopes Brambila, disse que a associação prefere focar em “questões técnicas que possam aumentar o rendimento do caminhoneiro”. “O aumento dos combustíveis está exagerado e a política internacional de preços é absurda para o Brasil, mas tentamos buscar alternativas junto ao governo que melhorem a situação”, afirmou.

‘EUA vão armar um novo golpe contra Lula’, avisa Brian Mier

“A gente não pode pensar que só porque Lula está liderando em todas as pesquisas ele vai ser eleito presidente. Tem outra tentativa de golpe eleitoral sendo montada”, alertou o jornalista norte-americano em entrevista à TV 247. 

Brasil 247, 23/07/2021, 15:53 h Atualizado em 23/07/2021, 16:18
Brian Mier e Lula (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | ABr)

O jornalista norte-americano Brian Mier falou à TV 247 sobre a declaração do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, acerca da preocupação de seu país com a corrupção no Brasil, e não com a democracia. Segundo o jornalista, os EUA já preparam um novo golpe contra o Brasil.

“Ele foi honesto. Os Estados Unidos não se preocupam com democracia, se preocupam com petróleo. Esse foi exatamente o motivo principal para o golpe de 2016, para privatizar o pré-sal”, disse Brian Mier sobre a fala de Chapman.

Para ele, é preciso ficar atento para uma nova investida norte-americana contra o Brasil, principalmente com o objetivo de impedir a volta do ex-presidente Lula ao poder. O jornalista recomendou que se arme uma defesa contra o que está por vir. “Se prepara para mais um golpe no ano que vem, se prepara para um bombardeamento nas mídias sociais contra o PT e contra o Lula, porque essa é a nova ferramenta da guerra do espectro total, originado dos Estados Unidos”.

“A gente precisa pensar em como vamos nos defender de um ataque dessa natureza. Está sendo tudo montado. A gente não pode pensar que só porque Lula está liderando em todas as pesquisas ele vai ser eleito presidente. Tem outra tentativa de golpe eleitoral sendo montada com ajuda dos Estados Unidos, com a CIA, provavelmente, que estava lá visitando o Bolsonaro, e eu fico um pouco preocupado”, completou.

Ciro Nogueira, indicado por Bolsonaro para a Casa Civil, é alvo em inquéritos por beneficiar empreiteiras

Indicado por Jair Bolsonaro para a chefia da Casa Civil, o líder do Centrão responde a cinco inquéritos

Brasil 247, 25/07/2021, 11:46 h Atualizado em 25/07/2021, 12:07
Senador Ciro Nogueira (PP-PI) (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos principais líderes do Centrão, escalado por Jair Bolsonaro para comandar a Casa Civil, responde a cinco inquéritos por beneficiar empreiteiras. Duas dessas investigações são sigilosas, informa o Congresso em Foco.

Em um dos casos até agora desconhecidos, o novo chefe do principal ministério do governo Bolsonaro é investigado pela suspeita de ter recebido pagamentos da OAS em troca de apoio a uma medida provisória no Senado.

No outro, os investigadores apuram se Ciro exerceu influência na liberação de um financiamento para a Engevix na Caixa Econômica Federal.

Ciro Nogueira já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República duas vezes: em um caso é acusado de receber propina de R$ 7,3 milhões da Odebrecht em troca de apoio no Congresso; em outro, é suspeito de obstruir investigações ao atuar para mudar depoimento de um ex-assessor do PP que colaborava com a Justiça.

O advogado Antonio Carlos de Castro, o Kakay, que defende Ciro, afirma que as investigações são fruto de um processo de criminalização da política patrocinada pela Operação Lava Jato.

“Bolsonaro é quase um serial killer, comete crimes todos os dias”, diz governador Flávio Dino

Em entrevista à TV 247, o governador do Maranhão diz ainda que “Jair Bolsonaro é um caso que estudiosos de Direito Constitucional no mundo inteiro irão estudar ao falar sobre crimes de responsabilidade”. 

Brasil 247, 23/07/2021, 21:18 h Atualizado em 23/07/2021, 21:18
Flávio Dino e Jair Bolsonaro (Foto: GOVMA | Marcos Corrêa/PR)

Por Victor Castanho - O advogado e governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), apontou como a retórica de Jair Messias Bolsonaro fere a Constituição brasileira e carrega consigo peso de criminalidade. “É muito difícil encontrar alguém que cometa tantos crimes de responsabilidade quanto ele. É quase um serial killer, comete crimes todos os dias”, disse.

Flávio Dino, que foi professor de Direito Constitucional da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) por 20 anos, além de juiz federal, destacou entre os crimes cometidos por Bolsonaro o desprezo que nutre pela verdade. “O desapreço à verdade e a aproximação com a mentira já constituem crimes de responsabilidade porque são condutas difamatórias da dignidade e decoro do cargo de presidente da República. Isso está tipificado no artigo 85 da Constituição e na lei 1079”, afirmou.

O portal Aos Fatos compila todas as declarações de Bolsonaro feitas a partir do dia de sua posse e confere sua veracidade. Segundo essa base de dados, atualizada na quarta-feira (21), em 933 dias como presidente, Bolsonaro deu 3418 declarações falsas ou distorcidas. Dessa forma, são mais de três mentiras diárias ditas publicamente.

“Não acontece o impeachment não por falta de evidências”, aponta o governador Flávio Dino diante dessa conjuntura. Para o professor, Bolsonaro ganhou o parlamento quando passou às casas legislativas a alocação dos recursos públicos. “É o que eu tenho chamado de parlamentarização da despesa pública: o arbitramento de onde o dinheiro é gasto hoje está nos partidos, na liderança do Congresso e, dessa forma, não há interesse nem demanda para o impeachment”, acrescentou o governador.

“O impeachment é uma necessidade não apenas para o bom funcionamento do País, mas seria um exercício pedagógico ao povo brasileiro. Retirar Jair Bolsonaro demonstraria que os crimes no Brasil não saem impunes”, finalizou.

Jessé Souza: "Bolsonaro é o líder político da milícia"

Sociólogo e professor avalia em entrevista à TV 247 que Jair Bolsonaro age como um chefe de quadrilha, e lembrou que, há duas décadas, ele vem trabalhando em conjunto com as milícias. “Um país que elege Bolsonaro é como a Alemanha que elegeu Hitler. E não é apenas uma aproximação retórica. Estamos falando de dois absurdos humanos, dois monstros”, diz Jessé Souza. 

Brasil 247, 23/07/2021, 15:21 h Atualizado em 23/07/2021, 16:03
(Foto: Brasil247)

Os desmandos políticos e sociais cometidos por Jair Bolsonaro desde que assumiu a presidência da República e a sua ligação com organizações paramilitares deram o tom da entrevista do escritor, advogado e sociólogo Jessé Souza a Ricardo Nêggo Tom no programa “Um Tom de resistência” na TV 247.

Para Jessé, o projeto de poder do atual mandatário do País visa unificar milícias e forças de segurança do Estado para garantir a sua governabilidade. “Esse sempre foi o seu plano. E ele nunca deixou de explicitar isso. Bolsonaro é o líder político da milícia, e trabalha há duas décadas em conjunto com essa organização, tendo várias ligações entre eles. A forma como ele se utiliza da política, a questão das “rachadinhas”, que, certamente, foi ele quem ensinou aos filhos como se faz. Ele age como um chefe de quadrilha. Não tem outra definição melhor”.

O autor de “A elite do atraso” associa a suposta política de combate ao crime que levou Bolsonaro ao poder - e que conta com a operacionalidade das milícias como braço do Estado - à continuidade do genocídio da população preta brasileira, o que ele classificou como racismo. “Bolsonaro é o principal representante da mensagem miliciana, que propaga uma noção de guerra contra o crime, sob a forma de um racismo popular. Porque quem morre na guerra contra a polícia é o jovem negro. As balas disparadas pela polícia sempre escolhem o corpo negro como alvo. Nas classes populares, quando se fala de violência policial, de guerra contra o crime, guerra contra as drogas e etc, as pessoas sabem que isso é uma senha para a matança indiscriminada de jovens negros. Obviamente, isso é uma das formas de racismo. Quase sempre, o racismo precisa assumir uma forma, uma máscara, para que ele possa se exercitar dizendo que é outra coisa”.

O escritor aponta ainda o presidente da República como o homem escolhido pela elite burguesa para manter a estrutura social racista e excludente no País. “Bolsonaro é, e sempre foi o líder político desse racismo, que ele uniu ao racismo secular das classes dominantes brasileiras, que apoiaram Sérgio Moro no ‘combate à corrupção’. Que também é uma máscara para o racismo, excluindo a participação de negros e pobres, para estigmatização do povo, para criminalizar a soberania popular e os eventuais líderes que as classes populares, na sua maioria, negra e mestiça, possa colocar no poder”. Jessé Souza também avaliou a educação brasileira sob o governo de Jair Bolsonaro e classificou como “maldade em estado puro” o fato de o presidente ter recorrido ao STF para não ter que oferecer internet aos alunos da rede pública de ensino.

Jessé entende que “não há outra admissão para este fato. Bolsonaro não é apenas um político conservador como, por exemplo, Geraldo Alckmin, que governa para a elite, mas não é obrigatoriamente um monstro. Imagina um cara que recorre ao STF para impedir as crianças brasileiras que mais precisam de terem acesso à internet. Isso é algo que demonstra a monstruosidade do que está acontecendo no País, que está no seu pior instante. A questão é entender como 57 milhões de pessoas votaram para eleger esse monstro, que todos já sabiam que era assim. O que está vindo à tona sobre ele são detalhes. Porém, o que ele sempre foi e desejava já estava explícito. Estamos lidando com alguém que nunca escondeu quem ele era. E isso foi legitimado pela parte da sociedade que o elegeu. Uma prova de que estamos num país perverso e literalmente doente. Um país que elege Bolsonaro é como a Alemanha que elegeu Hitler. E não é apenas uma aproximação retórica. Estamos falando de dois absurdos humanos, dois monstros”.