terça-feira, 11 de dezembro de 2018

O casebre do motorista caiu!

Globo mostra onde mora o assessor de R$ 1,2 milhão!

 Conversa Afiada, 11/12/2018
Foto de Juliana Castro reproduzida do site da Globo Overseas

Por Juliana Castro e Igor Mello, no Globo Overseas:


Ex-assessor do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL) e citado em relatório do Coaf por conta da “movimentação atípica" de R$ 1,2 milhão entre 2016 e 2017, o policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz mora em uma casa simples e sem pintura externa, em um beco no bairro da Taquara, na Zona Oeste do Rio.

Na viela onde Queiroz mora com a mulher, Márcia Aguiar, os imóveis são colados uns aos outros. No beco há varais improvisados do lado de fora das casas, fios emaranhados e canos aparentes. Na casa de Queiroz, um adesivo rasgado com as fotos do presidente eleito Jair Bolsonaro e de seu filho Carlos, vereador no Rio, está colado na fachada. No segundo andar, que tem a laje sem revestimento, tapetes secavam no parapeito ainda sem janela.

No portão que dá acesso ao conjunto de aproximadamente 70 casas, distribuídas em uma rua mais larga e vielas, há um aviso de que a área é monitorada 24 horas. 

O GLOBO esteve na segunda-feira na residência de Queiroz, mas não encontrou nem ele e nem a mulher, Márcia. Vizinhos confirmaram que o casal vive na casa. (...)

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sábado, 8 de dezembro de 2018

Assessor do bolsoninho fez 5 saques num dia!

Foram 59 depósitos em dinheiro vivo. Vivíssimo. E, aí, Moro?

Conversa Afiada, 08/12/2018

Por Italo Nogueira, na Fel-lha: 


O ex-motorista do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) fez 176 saques de dinheiro em espécie de sua conta em 2016. A movimentação dá uma média de uma retirada a cada dois dias.

O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontou uma movimentação financeira atípica de R$ 1,2 milhão do ex-assessor parlamentar e policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz naquele ano. Esse valor inclui tanto saques como transferências, créditos em suas contas, entre outras operações.

Cerca de um quarto do valor suspeito (R$ 324,8 mil) foi movimentado por meio de saques. Foram retiradas que variavam de R$ 100 a R$ 14.000.

No dia 10 de agosto de 2016, por exemplo, Queiroz fez cinco retiradas que, somadas, dão R$ 18.450. Todos os saques foram em valores abaixo de R$ 10 mil, a partir do qual o Coaf alerta automaticamente as autoridades fiscais.

Houve ainda 59 depósitos em dinheiro vivo na conta do policial militar. As entradas variam de R$ 400 a R$ 12.700.

Procuradores afirmam que o uso de dinheiro vivo em transações bancárias costuma ter como objetivo ocultar o destinatário ou remetente dos recursos. A prática dificulta a identificação dos responsáveis pelas transações.

As informações fazem parte do relatório do Coaf da Operação Furna da Onça, que prendeu dez deputados estaduais do Rio de Janeiro. O Ministério Público Federal solicitou ao órgão de controle financeiro os casos de movimentação atípica envolvendo funcionários da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

Os dados sobre o policial militar chamaram a atenção por, entre outros motivos, registrar "movimentações em espécie realizadas por clientes cujas atividades possuam como característica a utilização de outros instrumentos de transferência de recursos".

Queiroz também apresentou, para o Coaf, "movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira". De acordo com o órgão financeiro, ele tinha uma renda de R$ 23 mil mensais e um patrimônio de cerca de R$ 700 mil. (...)

Em tempo: o Coaf estará sob o mega-super guarda-chuva do Presidente da Justiça, o Judge Murrow. É provável, portanto, que o assessor do bolsoninho se beneficie da jurisprudência "não vem ao caso", ratificada em múltiplas decisões do Supreminho. - PHA

Governo Bolsonaro pode acabar antes de começar



"Só agora, cinco semanas após a vitória de Bolsonaro e de toda a onda conservadora que varreu o país, e elegeu variados cacarecos, a população está se dando conta de quem são os novos donos do poder", constata o jornalista Ricardo Kotscho, para o Jornalistas pela Democracia, ao escrever sobre o escândalo do bolsogate.

"Já não se encontra ninguém para defender este governo que corre o risco de acabar antes de começar", diz ele.

O Bolsogate volta a ser noticia na Folha


Pelo segundo dia consecutivo, a Folha de S. Paulo, classificada por Jair Bolsonaro como um jornal decadente e produtor de fake news, dedica sua capa ao chamado 'bolsogate' – escândalo que envolve o ex-assessor Fabrício Queiroz, que movimentou R$ 1,2 milhão sem origem e fez 176 saques em apenas um ano. É um sinal de que a guerra entre a imprensa e o bolsonarismo tende a se aprofundar. 

Ontem, Bolsonaro anunciou como responsável pela Secom, que cuida da publicidade oficial, um marqueteiro ligado ao clã.

Deputados do Rio querem investigar Flávio Bolsonaro



Deputados estaduais de partidos de esquerda no Rio de Janeiro estudam pedir investigação contra o colega Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), após o estouro do escândalo do chamado 'Bolsogate'.

A suspeita é de que ex-assessores de Flávio na Alerj abriam mão de parte de seus salários.

Globo também declara guerra a Bolsonaro


Grupo de comunicação dos Marinho, que vinha mantendo cobertura discreta do Bolsogate, entrou com tudo no caso neste sábado (8) com algumas reportagens no Globo Online.

Em uma delas revela que o ex-assessor do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), o subtenente da Polícia Militar Fabrício José de Carlos Queiroz, recebeu depósitos em espécie e por meio de transferências de oito funcionários; em outra reportagem, mostra como Queiroz ficou íntimo da família.

Parece que o cerco da mídia em torno de Jair Bolsonaro (PSL) começou antes mesmo da posse.

Bolsonaro admite que sonegou informação sobre o empréstimo no seu Imposto de Renda


Depois de apontar que o pagamento de R$ 24 mil feito pelo ex-assessor Fabrício Queiroz a sua esposa Michele seria fruto de um empréstimo não declarado em seu imposto de renda, o presidente eleito admitiu neste sábado, 8, ter sonegado informações ao fisco.

“Se eu errei, eu arco com a minha responsabilidade perante o Fisco. Sem problema nenhum”, afirmou; ele voltou a dar uma explicação sem sentido sobre o cheque à futura primeira-dama: "questão de mobilidade".

Bolsogate, como está sendo chamado o escândalo, cresce com a percepção de que Fabrício era uma espécie de caixa eletrônico do clã.

Mourão cobra explicações sobre o Bolsogate


"O ex-motorista, que conheço como Queiroz, precisa dizer de onde saiu este dinheiro. O Coaf rastreia tudo. Algo tem, aí precisa explicar a transação, tem que dizer", cobrou o vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, para quem o governo tem que sempre dar explicações à sociedade: "Senão fica parecendo que está escondendo algo".

O militar também provocou o futuro ministro Onyx Lorenzoni, por ter fugido da coletiva ao ser questionado sobre o escândalo: "Quando responde daquele jeito, parece que tem culpa no cartório".

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Será um Bolsogate?

O escândalo e suas repercussões

Fonte: Brasil247, 07/12/18, atualizado em 08/12/18,17:42h

A Folha divulgou a notícia do escândalo

Classificado por Jair Bolsonaro como "o maior fake news do Brasil", o jornal Folha de S.Paulo da família Frias mandou seu primeiro aviso de guerra ao presidente eleito com a manchete desta sexta-feira: "Relatório do Coaf envolve ex-assessor de Flávio Bolsonaro".

Os Frias implementaram durante a campanha eleitoral uma política editorial de simpatia a Bolsonaro e de continuidade de sua hostilidade histórica ao PT.

A relação ficou abalada com as reportagens da jornalista Patrícia Campos Mello e agora azedaram de vez.

Flávio Bolsonaro empregou família de PM monitorado pelo Coaf

O futuro senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), empregou em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro a mulher e duas filhas do ex-assessor e policial militar Fabrício Queiroz.

De acordo com um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Fabrício registrou uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em suas contas bancárias no espaço de um ano.

Segundo Flávio Bolsonaro, "não há nada a esconder" sobre as nomeações.

Conexão da família do PM Queiroz envolve Jair, Michele e Flávio Bolsonaro

"O assessor parlamentar, motorista e segurança de Flávio Bolsonaro, PM Fabrício José Carlos de Queiroz, fez movimentações de RS 1,2 milhão em sua conta bancária no período de um ano. 

Uma das transações de Queiroz é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama Michele Bolsonaro", informa o colunista Ricardo Kotscho, um dos jornalistas pela democracia. 

"A Polícia Federal já foi acionada para entrar nestas investigações do Coaf sobre as movimentações bancárias da família do PM?".

Ex-assessor fisgado pelo Coaf era íntimo e pescava com Jair Bolsonaro
Fisgado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) com movimentações de R$ 1,2 milhão, incompatíveis com sua renda, o policial Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro tinha total intimidade com o clã presidencial. A tal ponto, que saía para pescar com o próprio Jair Bolsonaro, que justificou a transferência de R$ 24 mil para a futura primeira-dama Michele Bolsonaro como o pagamento de um empréstimo não registrado em seu imposto de renda.

Bolsonaro alega “recomendação médica” e silencia sobre escândalo envolvendo mulher e filhos

Em publicação no Twitter, o presidente eleito afirma que cancelou viagem para São Paulo prevista para esta sexta-feira após receber "recomendação expressa" de equipe médica para repousar.

Bolsonaro iria para Pirassununga, no interior paulista, para participar de cerimônia na Academia da Força Aérea.

Agora, o presidente eleito seguirá direto de Brasília para sua residência no Rio de Janeiro.

Em um dia, escândalo já chega a Jair Bolsonaro e envolve ex-assessora

O jornalista Mauro Lopes, editor do 247 e integrante do projeto Jornalistas pela Democracia, escreve sobre a descoberta desta sexta-feira: o escândalo que até ontem envolvia Flávio Bolsonaro e a futura primeira-dama, Michelle, invade agora o gabinete do presidente eleito.

Uma ex-assessora de Jair Bolsonaro, Nathalia Melo de Queiroz foi flagrada pelo Coaf com uma movimentação suspeita em sua conta.

Ela é filha do PM Fabrício José Carlos de Queiroz, em cuja conta trafegou R$ 1,2 millhão apenas em 2016 e que depositou um cheque de R$ 24 mil na contra de Michelle Bolsonaro.

Os Queiroz são íntimos dos Bolsonaro há mais de 15 anos .

A repercussão do fato

Costa Pinto: bolsogate já vale meia Fiat Elba

Jornalista pela Democracia, Luis Costa Pinto fala sobre o escândalo que atinge a família Bolsonaro e traça um paralelo com o escândalo que derrubou o ex-presidente Fernando Collor de Mello.

"Collor caiu quando se soube que seu tesoureiro, PC Farias, pagava despesas pessoais da ex-primeira-dama Rosane Collor e quando apareceu a Fiat Elba", diz ele. "Os R$ 24 mil pagos pelo ex-assessor de Flávio Bolsonaro representam meia Fiat Elba".

Moro silencia e evita comentar o Bolsogate

O ex-juiz Sergio Moro, que será o futuro ministro da Justiça, não quis falar sobre o "bolsogate" – escândalo que atinge a família Bolsonaro e revela movimentações de R$ 1,2 milhão feitas por um ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

Questionado sobre o caso, Moro preferiu silenciar sobre as transações suspeitas reveladas pelo Coaf, que ficará sob subordinado a ele a partir de janeiro.

Boulos: Moro vai investigar ou fazer vistas grossas ao seu novo chefe?

Líder do MTST, Guilherme Boulos indagou pelo Twitter se o futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, investigará ou acobertará o futuro governo do escândalo do Bolsogate; ele destaca ainda que este "é o primeiro escândalo da presidência de Bolsonaro, antes mesmo da posse", e "tudo com provas materiais".

Perguntado sobre bolsogate, Onyx ataca Coaf e abandona coletiva

O futuro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), atacou nesta sexta-feira, 7, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que revelou a movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL), Fabrício Queiroz, incluindo um pagamento de R$ 24 mil a Michele Bolsonaro, esposa do presidente eleito.

"Setores estão tentando destruir a reputação do sr. Jair Messias Bolsonaro. No Brasil, a gente tem que saber separar o joio do trigo. Nesse governo é trigo. Onde é que estava o Coaf no mensalão, no petrolão?", disse Lorenzoni, visivelmente irritado, e abandonou a entrevista em seguida.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

‘PSDB não terá um ministério, mas 22 ministérios’, diz Bolsonaro a tucanos

Blog do Josias06/12/2018
Parlamentares do PSDB chegam ao Centro Cultural Banco do Brasil, para reunião com Bolsonaro

Recebido com aplausos pela bancada federal do PSDB, Jair Bolsonaro tratou os tucanos como velhos parceiros no encontro que tiveram nesta quarta-feira a portas fechadas, no escritório de transição, em Brasília. O presidente eleito chegou a dizer que o tucanato não terá um ministério no seu governo, terá as 22 pastas, pois todos os seus ministros serão orientados a atender às demandas dos deputados.

Na política, se briga e se fazem as pazes com rapidez desconcertante. Mas quem assistiu à troca de insultos entre o Bolsonaro e Geraldo Alckmin, o candidato derrotado do PSDB, não imaginou que toda aquela animosidade da campanha terminaria em namoro. Ao contrário, os observadores mais ingênuos acreditaram que as partes viveriam separadas para sempre, até que a morte as juntasse.

Na expressão de um dos deputados presentes à reunião, ficou evidente que "o PSDB está no colo de Bolsonaro." Tucanos tietaram o capitão, posaram para fotos ao lado dele. Três oradores falaram em nome dos visitantes: Nilson Leitão (MT), líder do partido na atual legislatura; Carlos Sampaio (SP), líder da legenda a partir de fevereiro; e Mara Gabrilli (SP), a deputada tucana que o eleitorado guindou ao Senado.

Todos dedicaram a Bolsonaro palavras amistosas. Nilson Leitão, mais efusivo que os demais, agradeceu ao interlocutor por ter derrotado o PT, um adversário que o tucanato não teve competência para vencer. Não se ouviu no encontro uma mísera menção ao nome de Alckmin, que supostamente ainda preside o PSDB.

Num rasgo de descontração, Bolsonaro insinuou, entre risos, que o tucanato dormiu no ponto durante a campanha. "Quando acordou, já era tarde demais", ironizou. Houve um alarido na sala. Eram os tucanos rindo da própria desgraça. Favorecido por ter encarnado o antipetismo durante a eleição, Bolsonaro engordou seu eleitorado incorporando ao seu cesto votos de eleitores que o PSDB considerava cativos.

O anfitrião pintou um cenário de "guerra ideológica". Coisa esquemática e maniqueísta. Nos palanques, Bolsonaro enfiava PSDB e PT num mesmo balaio "comunista". Agora, inclui o tucanato na turma do "bem".

Apelando para o "patriotismo" dos tucanos, Bolsonaro disse esperar que eles o ajudem a governar. Repetiu mais de uma vez que o eventual fracasso do seu governo devolverá ao Planalto o PT e seu o projeto de poder perpétuo. Reafirmou uma promessa de campanha. Sem especificar datas, disse que enviará ao Congresso no início do governo uma emenda propondo o fim da reeleição.

Convidado para o encontro, o futuro deputado federal Aécio Neves brindou os presentes com sua ausência. Bolsonaro destrinchou as prioridades de sua agenda conservadora. Reiterou a pretensão de eliminar toda a "burocracia" que inibe os negócios. Fala sobre meio ambiente e índios com a sutileza de um predador. Citou de memória os nomes de reservas ambientais e indígenas. Insinua que deixarão de ser santuários.

Reiterou também a intenção de privilegiar nas relações de trabalho o emprego em detrimento dos direitos trabalhistas. Citou o Ministério Público do Trabalho num timbre próprio de quem dá de ombros para eventuais reações do órgão. E os representantes do PSDB dividiram-se em dois grupos: os que ouviram tudo em silêncio e os que balançaram a cabeça em sinal de aprovação.

Nenhum tucano pareceu preocupado com o fato de que, pelo menos na certidão de nascimento, o PSDB é uma legenda social-social democrata. Tampouco houve quem se recordasse dos alertas feitos durante a campanha. Era como se as propagandas agressivas que o comitê de Alckmin levou ao ar não faz nem dois meses jamais tivessem existido. 

A essência da política é a negociação. Melhor buscar o entendimento do que trocar sopapos. Mas certas conciliações reforçam a impressão de que o universo político é mesmo o território da farsa. Nele, faz papel de bobo quem imagina que as contendas serão resolvidas à moda do século 19, quando os insultos eram lavados com sangue em duelos eletrizantes.