quarta-feira, 6 de maio de 2015

Você sabe quanto pagamos mensalmente por cada deputado federal?

O custo mensal de cada deputado federal para os cofres públicos é de R$ 147.659,96 e o pior é que ele pouco ou nada produz e, muitas vezes vota contra os interesses da maioria da população
Isso mesmo, salários de reis e benesses que saltam os olhos. São quantias absurdas pagas com dinheiro do povo brasileiro para pessoas que deveriam entrar na política para servir o povo, mas na verdade pouco, ou nada fazem por quem os elegeu. 

Enquanto isso, um aposentado pelo INSS, que trabalhou grande parte da sua vida e pagou os maiores impostos do mundo para bancar uma máquina pública corrupta, como a do Brasil recebe hoje R$ 788,00 aos mês, pouco mais de R$ 9.456,00 ao ano, tem que viver num mundo sem mordomias, num país com o pior retorno do mundo dos impostos pagos, num dos países mais violentos do mundo, e com educação e saúde ruins. 

Veja abaixo os valores a que cada deputado tem direito (bancados pelo povo brasileiro), os quais eles mesmos elevaram, ou seja, eles mesmos se promoveram, se concedendo um aumento de 7 mil a mais em seus salários e outras mordomias, que passaram a valer a partir de fevereiro deste ano.

Veja a tabela de benefícios em vigor desde fevereiro:
Discriminação das depesas
Valor pago mensalmente - R$
    Anual                                      
Salário                                                                          
33.763,00                                                                             
438.919,00
Ajuda de custo (1)                                                              
1.113,46                                                            
13.361,57
Cotão (2)                                                                         
33.010,31                                                                           
396.123,74
Auxílio-moradia (3)                                                            
 239,85                                                          
2.878,24
Verba de gab para 25 funcionários   
78.000,00          
1.014.000,00
Total de um deputado                                                 
147.659,96                                               
 1.919.579,48
Total dos 513 deputados                                 
75.749.559,48                                   
984.744.273,24

Deus é o Príncipe da Paz

O gigante adormecido acorda e reage

Análise do padre Edilberto Sena sobre a realidade brasileira

Não é tão elegante criticar seu país para fora das fronteiras, mas também não é ético esconder uma realidade, quando esta prejudica a maioria da população, só porque é no meu país. Ainda mais quando o país é o Brasil, visto como o mais rico da América Latina e líder da América do Sul.

É verdade que a economia do Brasil, apesar de estar em crise, se inclui na lista das dez mais ricas do planeta. Porém, quando se avalia o desenvolvimento humano desse gigante, a situação chega a ser escandalosa. Um quarto dos 200 milhões de habitantes do país vive na miséria catalogada pelo programa bolsa família do próprio governo federal.

Nestes dias se prolongam greves de trabalhadores na educação em cinco estados brasileiros. Professores estaduais estão parados a mais de 40 dias de greve. São um mil e cinquenta e quatro escolas fechadas em 120 municípios, com prejuízos também para cerca de 700 mil estudantes, crianças e adolescentes do ensino fundamental e médio. Não cedem os governadores e não cedem os educadores.

Os governadores dos cinco estados alegam não terem recursos para atender às exigências dos educadores. Estes, exigem, além de salários mais dignos, escolas em condições de serem espaços para educar crianças e jovens. Na questão salarial eles exigem ao menos que os governos cumpram a lei do piso nacional de salários de educadores, igual a R$ 1.972,00 (um mil e novecentos e setenta e dois reais), equivalentes a US$ 600,00 dólares. Exigem também um plano de cargos e salários, como prevê a lei nacional.

Os educadores no Brasil recebem salários menores que nos países vizinhos, como Argentina, Uruguai, Venezuela e Peru.

O governo federal, também responsável pela educação, acuado pela crise econômica do país, aplica apenas 6,1% do Produto Interno Bruto, PIB em educação, quando os educadores reivindicam 10% do PIB para educação. Para complicar mais, neste ano de crise o governo diminuiu 7 bilhões de reais do orçamento para educação. Isto revela como a educação não é prioridade para o governo federal que gastou bilhões com a copa do mundo do ano passado e com as olimpíadas do próximo ano. Numa lista de 35 países pesquisados em educação pela ONU, o Brasil é o penúltimo lugar.

Assim é possível se dar razão aos educadores em greve, mesmo que isso cause grave prejuízo aos estudantes e suas famílias. O crime é dos governantes e por isso o gigante reage.

Fonte: Blog do Jota Parente, 06/05/2015

Pela primeira vez, gente rica está assustada no Brasil

Segundo Ricardo Semler, empresário e filiado ao PSDB, os casos Petrobras e Swissleaks são sinais de que o País está mudando; "A sensação de que os ricos podem fazer qualquer coisa está fraquejando. É um indício de que esse momento do Brasil que durou 50, 60 anos está começando a terminar, mas serão necessários 20, 30 anos para fazer essa transição", afirmou, em entrevista à BBC

Ricardo Semler, empresário, ex-professor de Harvard
O sócio majoritário do conglomerado Semco Partners, ex-professor de Harvard e do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Ricardo Semler comentou em entrevista à BBC Brasil, o artigo para a Folha de S. Paulo em que ao comentar o caso de corrupção na Petrobras, defendeu que "nunca se roubou tão pouco" no Brasil.

"A sensação de que os ricos podem fazer qualquer coisa está fraquejando. É um indício de que esse momento do Brasil que durou 50, 60 anos está começando a terminar, mas serão necessários 20, 30 anos para fazer essa transição", afirmou.

Ricardo Semler, que é filiado ao PSDB, defendeu que a politização do debate sobre corrupção é contraproducente e que o escândalo da Petrobras e as repercussões do caso envolvendo a divulgação dos nomes de brasileiros com conta no HSBC da Suíça são sinais de que o país está mudando. "Pela primeira vez no Brasil temos gente rica assustada", afirmou.

O empresário também defendeu um aumento do imposto sobre transmissão (herança) para os donos de grandes fortunas e disse que aceitaria pagar até 50%. "Isso não afetaria em nada a disposição do empresário em investir", opinou. 

Para o empresário, as denúncias de prática de corrupção no Brasil são antigas. "A Petrobras é só a ponta do iceberg. Há corrupção nas teles, nas montadoras, nas farmacêuticas, nos hospitais particulares. O problema é endêmico e não adianta fazer de conta que surgiu agora. 

Se você vai para a Paulista e grita contra a corrupção, também precisa responder: Está declarando todos os seus imóveis pelo valor cheio? Nunca deu R$ 50 para o guarda rodoviário? Nunca pediu meio recibo para um médico? E quem está colocando no Congresso esses políticos? Não sei se a Paulista não estaria vazia se todo mundo fizesse um autoexame", afirmou.

Fonte: Blog do Jota Parente, 04/05/2015

Deputado do Paraná diz que ouve excessos contra professores do Paraná



Discurso na sessão de hoje, segunda feira (04 de Maio), fazendo uma avaliação do massacre sofrido pelos professores no dia 29 de abril!!

Ouça o discurso do deputado Nereu Moura, acessando  link

Ativista da Rocinha ironiza panelaço da elite


Por *Davison Coutinho, para o Jornal do Brasil

Elles fizeram panelaço, mas na Rocinha a nossa luta é outra

Enquanto a elite carioca e de outros 21 estados fizeram de seus luxuosos apartamentos avaliados em milhões de reais um "ato" que consideram de protesto, nós da Rocinha continuamos empenhados na luta pelos direitos à cidadania e inclusão.

Elles fizeram o showmício nas janelas. 

Elles têm filhos em escolas particulares. 

Elles viajam para compras no exterior. 

Elles que moram nos apartamentos de 10 a 30 mil reais o metro quadrado.

Elles que andam em carro de luxo.

Elles que se aproveitaram da mão de obra dos favelados e construíram seus impérios.

Elles que tratam o pobre e a favela como seres invisíveis e inferiores.

Elles que escolheram o presidente em 1990.

Onde estavam elles para protestar contra a redução da maioridade penal, contra a desigualdade social, contra a pobreza nas favelas, contra o descaso do governo nas favelas, contra a PEC da terceirização?

Bater panela em São Conrado e Leblon tomando champanhe é mole. Quero ver carregar água na cabeça na favela e acordar cedo pra ir trabalhar no ônibus lotado. 

Vem pra favela ver como se vive!

*Davison Coutinho, 24 anos, é morador da Rocinha, Bacharel em desenho industrial pela PUC-Rio, Mestrando em Design pela PUC-Rio, membro da comissão de moradores da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, professor, escritor, designer e liderança comunitária na Comunidade.

Fonte: Brasil 247, 06/05/2015

Globo bate panelas e repercute no Jornal Nacional

Enquanto era transmitido na TV o programa partidário do PT na noite desta terça (5), jornalistas que trabalham para a Globo promoviam a realização dos panelaços. 


Enquanto era transmitido na TV o programa partidário do PT na noite desta terça-feira (5), jornalistas que trabalham para a Globo promoviam a realização dos panelaços. André Trigueiro publicou no Twitter: "Panelaço a mil no RJ #PlecPlec". Já Leilane Neubarth postou na mesma rede social: "Panelaço forte em Ipanema!".

Os panelaços e buzinaços, segundo as postagens nas redes sociais, se concentraram em bairros de elite em São Paulo e no Rio de Janeiro. Já Jornal Nacional e a Folha disseram que os protestos ocorreram em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Salvador e Recife.

Se o panelaço ganhou destaque no Jornal Nacional, com vídeos de algumas áreas do país com os protestos, no Twitter, o movimento não contagiou. O tema não figurou entre os assuntos mais discutidos da rede social, que serve para medir a temperatura dos protestos.

Já a hashtag #ToNaLutaPeloBrasil, em defesa do PT, figurou entre os temas mais frequentes no Twitter em todo o mundo, por mais de 30 minutos.

Fonte: Brasil 247, 06/05/2015


terça-feira, 5 de maio de 2015

Em assembleia, professores do PR aprovam continuidade de greve

Cerca de 15 mil professores no Paraná participaram de uma assembleia no estádio Vila Capanema na tarde desta terça-feira que decidiu manter a greve já dura 11 dias

Pela manhã, 25 mil docentes e servidores de diversas categorias, segundo a Guarda Municipal, se concentraram em frente à Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) e saíram em caminhada em direção ao estádio na Vila Capanema Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo

Os professores da rede estadual do Paraná decidiram em assembleia na tarde desta terça-feira (5) dar continuidade à greve, que começou em 25 do mês passado. A reunião foi realizada no estádio Durival de Britto, no bairro do Rebouças, e reuniu milhares de professores.

A categoria é contra as mudanças na Paranáprevidência, fundo previdenciário dos servidores públicos paranaenses. O projeto de lei que autoriza as mudanças foi aprovado pelos deputados estaduais e sancionado pelo governador Beto Richa (PSDB) na semana passada.

Na assembleia, o APP (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná) informou que vai tentar anular a sessão na Assembleia Legislativa que aprovou a matéria e estuda entrar com uma ação de inconstitucionalidade contra a lei.

Durante a votação da matéria na Assembleia Legislativa, na última quarta-feira (29), a Polícia Militar reprimiu protesto da categoria, com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Centenas de pessoas ficaram feridas e 14 foram detidas.

Ato

Um ato realizado por professores, estudantes e sindicatos de outras categorias na manhã de hoje reuniu cerca de dez mil pessoas, segundo estimativa da PM, e cerca de 20 mil, de acordo com organizadores, no Centro Cívico, na capital paranaense.

Os manifestantes se concentram na praça 19 de Dezembro e seguiram em caminhada até a praça Nossa Senhora de Salete, onde fica o palácio Iguaçu, sede do governo estadual. Durante o protesto, eles colocaram flores brancas nas grades do prédio da Assembleia Legislativa, de onde, no dia 29, foram jogadas bombas de gás contra os professores.

Fonte: Uol, 05/05/2015

Pergunta que não quer calar

Por que ninguém investiga os chamados vazamentos seletivos do Ministério Público, do Judiciário e da PF?

Não há prova nenhuma contra Lula

Revista Época chamou o ex-presidente, na sua capa de "operador e na reportagem de "lobista em-chefe"  era 


Terminou de forma vergonhosa, para as Organizações Globo, em especial para a revista Época, o mais recente capítulo da cruzada empreendida pela família Marinho contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na capa deste fim de semana, Época rotulou Lula, na capa, como "operador", e, nas páginas internas, como "lobista em-chefe" de grupos empresariais brasileiros junto ao BNDES.

O motivo seria uma investigação aberta há uma semana pelo Ministério Público Federal contra Lula, relacionada a negócios da Odebrecht na África e na América Latina.

Agora, sabe-se que não existe nem sequer uma investigação, mas apenas um procedimento preliminar, aberto por um procurador, chamado Anselmo Henrique Cordeiro, a partir de uma reportagem do jornal O Globo.

Escolhida por sorteio para dar andamento a este procedimento, que pode ou não virar uma investigação, a procuradora Mirella Aguiar, foi arrasadora. Disse que não foi apresentada "prova nenhuma" contra o ex-presidente Lula e negou a possibilidade de quebra de sigilos do ex-presidente Lula ou do Instituto Lula.

"A quebra de sigilo é algo que a Justiça não costuma dar com base em notícias anônimas e equiparo um pouco a reportagem jornalística a uma notícia dessas porque não temos prova nenhuma. Qualquer tipo de invasão da esfera da intimidade, da privacidade do investigado tem que ser fartamente fundamentada. Quando se faz a pergunta se isso daqui poderia gerar uma quebra de sigilo, a inexistência de provas neste momento não autorizaria", afirmou, em entrevista ao jornal ‘Estado de S. Paulo’, publicada num pé de página, sem muito destaque. 

Em nota divulgada nesta segunda-feira, o Instituto Lula desmascarou o chamado "método Época de jornalismo", lembrando que nem mesmo a investigação citada na capa existe (saiba mais aqui). 

O que se tem, portanto, é apenas uma tentativa de manipulação do processo político por parte da imprensa e de instituições de Estado. O jornal O Globo publica uma reportagem, que gera um procedimento interno no MP, que vaza para Época, também das Organizações Globo, e alimenta uma campanha de difamação e desinformação.

Em tempo: ao acusar o ex-presidente Lula de defender interesses de construtoras brasileiras no exterior, criminalizado sua atividade como palestrante, Época, na prática, fez lobby por um grupo chinês, chamado Ghezouba, derrotado em concorrências internacionais (saiba mais aqui).

Fonte: Brasil 247, 05/05/2015

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Quando se fere um professor...

É de certo que professor nesse país sempre apanhou. Apanha pela falta de reconhecimento, apanha pelo salário indigno, apanha pela luta histórica por um sistema educacional que o tenha como umas das peças fundamentais da construção de uma educação de qualidade, apanha pela rotina de trabalho, apanha pela desmotivação dos alunos, apanha pelo sistema educacional defasado, com seus critérios retrógrados de avaliação, apanha pela obrigatoriedade de cumprir um programa pedagógico que não condiz com o que ele acredita, nem condiz com a realidade do aluno, servindo de ferramenta para a sua vida prática. Apanha consequentemente pelo simples fato de ter abraçado essa profissão.

Agora os professores, mais uma vez, apanharam literalmente no Paraná. Foram mordidos por cães, feridos por bombas de borracha e tratados como marginais. Apanharam do poder público, do poder uniformizado amparado pelo Estado. 

Um país que bate em professor, diz muito da importância com que trata a educação. Diz muito da valoração de um mestre, responsável, inclusive, pela formação dos filhos daqueles que os espancaram em via pública, e dos filhos daqueles que legitimam essa ação.

Segundo a policia alguns professores estavam armados, por isso o motivo do confronto. Mas sabemos que a arma do professor, aquela da qual o Estado teme, é outra. É a arma que prepara cidadãos e os torna livres do voto de cabresto, os torna livres da manipulação, lhe possibilita uma condição mais digna de cidadão e o torna um ser mais pensante e ativo, como desejam os professores de fato comprometidos com o seu ofício.

Quando se tortura um professor, não está se torturando apenas um corpo físico. Tortura-se o corpo simbólico. Tortura-se o conhecimento, tortura-se a já desacreditada educação. A tortura não espanca apenas o ser, tortura a esperança na renovação de uma das mais dignas e significantes profissões para a formação de um povo. 

Quando se bate em um professor, bate-se também no aluno, que já não será tão bem mais iluminado por essa chama, que depende da auto-estima do seu mestre. 

Um Estado que espanca um professor, provoca uma sangria em toda uma comunidade: sangra a escola, sangram os alunos, sangra o saber, sangra a esperança, destrói o simbólico, nos desampara da crença em um país que não se modificará, porque ferida estará a alma dos seus mestres, iluminadores de tantas outras almas. 

Professores são faróis, centelhas de um povo que vive na escuridão do atraso social e político, de um Estado que fecha as portas da esperança de um povo, que precisa com urgência atravessar esse túnel obscuro, o da falta de conhecimento.

Quando um professor sangra, a vida sangra junto com ele.

De Joaquim, da banda casaca de couro.


Fonte: Facebook de Paixão dos Anjos, 04/05/2015


1º de Maio: Lula e Vagner uniram a esquerda

Leblon: o governo Dilma será aquilo que a rua conseguir que seja. A crise vai se agravar, mas a esquerda se uniu e Lula voltou


O Conversa Afiada reproduz artigo de Saul Leblon, extraído da Carta Maior:

Nasceu a frente de esquerda ordenada na certeza de que o governo Dilma será aquilo que a rua conseguir que ele seja. E uma voz rouca avisou: ‘Vou à luta’


Alguma coisa de muito importante aconteceu no histórico Vale do Anhangabaú, em São Paulo, nesta sexta-feira, 1º de Maio. Quem se limitou ao informativo da emissão conservadora perdeu o bonde.

O tanquinho de areia do conservadorismo, sugestivamente deixou escapar o principal ingrediente desta sexta-feira, que pode alterar as peças do xadrez político brasileiro. Preferiu o glorioso jornalismo cometer pequenas peraltices. Tipo contrastar a imagem de Lula com um cartaz contra o arrocho de Levy, como fizeram os petizes da Folha.

Blindagens ideológicas e cognitivas ilustram um traço constitutivo daquilo que os willians –Bonner e Waack—denominam de ética da informação. Trata-se de não informar, ou camuflar o principal em secundário. E vice versa. 

Não houve sorteio de geladeira no 1º de Maio da esquerda brasileira. Mas os assalariados talvez tenham tirado ali a sorte grande – a mais valiosa de todos os últimos maios. No gigantesco palco de mobilizações épicas, que reuniu um milhão de pessoas há 31 anos para lutar por eleições diretas, a história brasileira deu mais um passo que pode ser decisivo para impulsionar vários outros nos embates que virão.

Porque virão; com certeza virão. Essa certeza permeava o Dia do Trabalhador na larga manhã da sexta-feira no Anhangabaú. 

A engrenagem capitalista opera um conflito independente da vontade de seus protagonistas. A direção que ele toma, porém, reflete o discernimento histórico dos atores sociais de cada época. A chance de que o embate resulte em uma sociedade melhor depende, portanto, de quem assumir o comando do processo.

As lideranças que estavam no Anhangabaú deram um passo unificado nessa direção. Que esse movimento tenha escapado às manchetes faceiras ilustra a degeneração de um aparato informativo que já não consegue se proteger de suas próprias mentiras.

Os que enxergam no trabalho apenas um insumo dos mercados, um entre outros, nivelaram a importância do Anhangabaú ao que acontecia no palanque do Campo de Bagatelle quase à mesma hora. Lá se espojavam aqueles que com a mesma sem cerimônia risonha operam a redução do custo da ‘matéria-prima humana’ no Congresso brasileiro. Sorteios de carros e maximização da mais-valia compõem a sua visão de harmonia social, que remete ao descanso da chibata na casa grande em dia de matança de porco.

Vísceras, os intestinos, eram franqueados então com alguma generosidade nos campos de Bagatelle pioneiros, em que paulinhos ‘Boca’ vigiavam a fugaz confraternização da casa grande com a tigrada ignara sob sua guarda.

A mais grave omissão do ciclo de governos progressistas iniciado em 2003 foi não ter afrontado essa tradição de forma organizada, a ponto de hoje ser ameaçado por ela. Porque muito se fez e não pouco se avançou em termos sociais e econômicos, mas esse flanco ficou em aberto.

O vazio era tão grande que se cultivou a ilusão de que avanços materiais seriam suficientes para impulsionar o resto por gravidade.

A primeira universidade brasileira, contou Lula no Anhangabaú, só foi construída em 1920. Colombo descobriu a América em 1492. Em 1507, 15 anos depois de chegar à República Dominicana, Santo Domingo já construía sua primeira universidade. A elite brasileira demorou quatro séculos anos para fazer o mesmo, reverberou Lula.

Tome-se o ritmo de implantação do metrô em duas décadas de poder tucano em São Paulo. Compare com a extensão em dobro da rede mexicana, ou a dianteira argentina, chilena etc. O padrão não mudou.

O que Lula estava querendo dizer ao povo do Anhangabaú tinha muito a ver com isso: o desenvolvimento brasileiro não pode depender de uma elite que continua a dispensar ao povo os intestinos do porco. O recado para quem não enxerga diferença entre um governo progressista e a eterna regressão conservadora protagonizada agora pelos sinhozinhos Cunha, Aécio, Beto Richa, Paulo Skaf… foi detalhado e repisado.

Foi um metalúrgico sem diploma, espicaçou aquele que ocupa a vaga de melhor presidente do Brasil na avaliação popular, quem promoveu a mais expressiva democratização da educação brasileira.

Nos governos do PSDB a tradição colonial se manteve. O sociólogo poliglota não construiu nenhuma universidade em notável coerência com a obra que traz a sua assinatura como autor e protagonista: a teoria do desenvolvimento dependente. Para que serve uma universidade se já não faz sentido ter projeto de nação?

Lula criou 18 universidades. Reescreveu na prática a concepção de soberania no século XXI. Instalou-a na fronteira expandida entre a justiça social, a integração latino-americana e o fortalecimento dos BRICs.

A nostalgia colonial-dependente, ao contrário, orientou o ciclo da República de Higienópolis na frugal atenção dispensada à formação de quadros para o desenvolvimento. FHC não assentou um único tijolo de escola técnica em oito anos em Brasília. Para que escola técnica se a industrialização será aquela que o livre comércio da ALCA permitir?

Juntos, Lula e Dilma fizeram 636 até agora. Com o Prouni, o número de jovens matriculados nas universidades brasileiras passou de 500 mil para mais de 1,4 milhão. Em vez de herdar as vísceras da sociedade, tataranetos de escravos, índios e cafuzos, cujos pais muitas vezes sequer concluíram a alfabetização, começaram a ter acesso a uma vaga no ensino superior pelas mãos do metalúrgico e da guerrilheira mandona.

Sim, tudo isso é sabido. A ‘novidade’ agora é desfazer do sabido. Mas Lula somou ao histórico a estocada que calou fundo no silêncio atento do Anhangabaú. O retrospecto do ex-presidente cuja cabeça é solicitada a prêmio a empreiteiros com tornozeleira prisional, tinha por objetivo desnudar o escárnio embutido no projeto de redução da maioridade penal. As elites agora, fuzilou um Lula mordido e determinado, querem se proteger do legado criminoso de cinco séculos, criminalizando a juventude pobre do país.

Passos significativos foram dados em seu governo para minar a senzala que ainda pulsa no metabolismo da sociedade brasileira. Mas a voz rouca machucada atesta o golpe por haver se descuidado do embate que viria contra aqueles que mostravam os caninos como se fosse sorriso. Agora se vê, eram maxilares de feras. À primeira turbulência do voo incerto e instável da dinâmica capitalista o sorriso virou mordida de pitbull.

A pressão coercitiva mobiliza diferentes maxilares: o do juiz em relação aos suspeitos da Lava Jato que visa a jugular do PT e do pré-sal; o do ajuste recessivo que ameaça com o caos; o da terceirização que coage com o desemprego maciço; o da exigência branca à renúncia de Lula a 2018 –ou arcará com a suspeição perpétua que a lixeira da Abril e da Globo despeja semanalmente no aterro mental da classe média.

Coube ao presidente da CUT, Vagner Freitas, marcar a ruptura com a omissão histórica que abriu o flanco da história brasileira ao jogral espoliador da democracia e da sociedade. 
Didático, habilidoso, o líder sindical chamou um a um os representantes das centrais, movimentos e partidos presentes no 1º de Maio do Anhangabaú.

Aos olhos de milhares de pessoas, gente do povo basicamente, uns que vieram porque são organizados — outros, porque pressentem que um perigo ronda o Brasil nesse momento, Vagner materializou o passo seguinte há muito esperado e cobrado por todos aqueles que sabem o motivo pelo qual o governo Dilma hoje engole os sapos que rejeitava ontem.

A avalanche intimidadora que em poucos meses virou de ponta cabeça o programa vitorioso em 26 de outubro não cessará, a menos que a detenha uma frente política de abrangência e contundência maior que a resistência dispersa das partes nos dias que correm. Foi essa mutação que o vale do Anhangabaú assistiu nesse 1º de Maio.

O presidente da CUT chamou para a frente do palco os dirigentes da Intersindical e da CBT, chamou Gilmar, do MST, chamou Boulos, do MTST, e outros tantos; e através deles convocou quase duas dezenas de organizações presentes.

Vagner apresentou ao Anhangabaú a unidade da esquerda brasileira em torno de uma linha vermelha a ser defendida com unhas e dentes: a fronteira dos direitos, contra a direita. Fez mais que retórica, porém. Submeteu ao voto dos ocupantes da praça e do palco uma agenda de lutas. Devolveu ao 1º de Maio a identidade de uma assembleia popular de quem vive do seu trabalho. Braços erguidos, o Anhangabaú aprovou uma contraofensiva ao cerco conservador.

‘Anote’, disse Vagner ao final dos escrutínios: dia nacional de protesto em 29/05, para pressionar o Senado a rejeitar o PL 4330; uma greve geral, caso o Congresso aprove a medida; e uma marcha a Brasília para levar Dilma a rejeitar o projeto, caso passe no Senado.

Engana-se quem acredita que isso saiu de graça. Vagner Freitas uniu as forças da esquerda porque a CUT, a partir de agora, comprometeu-se a lutar lado a lado, unida aos demais movimentos e organizações, contra projetos de lei que arrochem direitos e conquistas dos trabalhadores. Foi um realinhamento do desassombro com a responsabilidade histórica da esquerda que fez desse Dia do Trabalhador uma singularidade capaz de produzir outras mais.

Em boa hora. A crise econômica vai se agravar nos próximos meses; esse era o consenso subjacente à união selada no palanque. O conservadorismo saltará novos degraus em direção ao golpe –seja na forma do impeachment ou na tentativa de proscrever o PT e com ele as chances eleitorais do campo progressista em 2018.

O êxito do ajuste recessivo do ministro Joaquim Levy depende do desajuste do emprego e da expropriação dos ganhos reais de salários acumulados nos últimos anos (de 70% no caso do salário mínimo)

Estamos na primeira volta do torniquete. Mas a renda real do trabalhador já registrou uma perda da ordem de 4% em março, em relação a igual período de 2014. A evolução do desemprego não é menos cortante. Os dados reunidos em nota técnica da Fundação Perseu Abramo são claros: vive-se uma escalada.

A taxa desemprego medida pelo IBGE subiu forte nas grandes capitais em março: 6,2%. Era de 5,9% em fevereiro; 5,3% em janeiro; 5% em março de 2014. Despejar a conta do ajuste nas costas do assalariado significa submeter o custo do trabalho à pressão de uma turquesa feita de desemprego e queda do poder de compra. Espremidos, os assalariados serão convocados a apoiar falsas promessas de desregulação redentora de vagas, a exemplo do PL 4330.

Na semana passada o Banco Central elevou em mais meio ponto a taxa de juro, que já é a mais alta do planeta. É a senha do choque. Apenas essa pisada custará mais R$ 12 bilhões em 12 meses aos cofres públicos: juros adicionais sobre uma dívida pública de R$ 2,4 trilhões.

O impasse está contratado. De um lado, a recessão derruba a receita e o emprego; de outro, o governo é intimado a carrear mais recursos escassos à ração gorda dos rentistas. Menos receita com mais gastos.

Essa é a fórmula clássica para tanger um governo –qualquer governo que não disponha de uma hegemonia baseada em ampla organização popular– ao precipício das privatizações saneadoras e dos cortes de programas e investimentos devastadores.

Quem acha que a ganância será saciada com a terceirização deveria informar-se sobre as novidades no mundo do trabalho inglês. Sob o comando de engomados filhotes de Tatcher a economia britânica experimenta um novo patamar de flexibilização do mercado de trabalho.

A modalidade just-in-time já caracteriza 2,5% da mão de obra empregada, informa o jornal El País, sendo o segmento que mais cresce na economia. A pedra filosofal desse novo assalto à regulação trabalhista é o vínculo empregatício baseado em salário zero.

Em que consiste a coisa notável? Consiste em estocar mão de obra às custas da própria mão de obra. Quando necessário aciona-se o almoxarifado social pagando apenas as horas efetivamente usadas do ‘insumo’. 

Marx, você não entendeu nada de baixar o custo de reprodução da mão de obra. Em vez da CLT, um taxímetro. No futuro a metáfora poderá assumir contornos reais mais sofisticados, como um chip subcutâneo que permita monitorar o empenho muscular para seleção dos mais aptos.

Esse, o admirável mundo novo descortinado do palanque do Campo de Bagatelle no 1º de Maio de 2005 pelos sorridentes perfis de Cunha, Aécio e Paulinho ‘Boca’, da Força. Afrontar esse horizonte em marcha é o que ultimou a união da esquerda no extremo oposto da cidade no mesmo dia.

Tolice supor que centrais paralelas à CUT, como a Intersindical, ou o aguerrido Guilherme Boulos, prestar-se-iam a uma cenografia unionista alegórica no Dia do Trabalhador. O que se assistiu no Anhangabaú foi o nascimento de um pacto.

Que tem agenda e eixo de luta ancorados no entendimento de que o governo Dilma será aquilo que a rua conseguir que ele seja. Não desobriga a Presidenta de honrar compromissos de campanha, a começar pela rejeição ao vale tudo do PL 4330.

Mas divide o desafio da coerência. Construi-la requer uma nova correlação de forças indissociável de uma frente ampla progressista. Quem mesmo assim continua a duvidar da determinação pactuada no legendário Anhangabaú, deve ouvir a íntegra do pronunciamento visceral do mais aplaudido orador do dia.

Lula fechou o ato com um aviso à direita buliçosa. Essa que ao mesmo tempo o desdenha como líder morto, mas oferece a liberdade como recompensa ao pistoleiro capaz de alvejá-lo com uma denúncia mortal. Qual?  Qualquer denúncia. Desde que impeça a assombração das elites de reaparecer como candidato em carne e osso em 2018.

No 1º de Maio de 2015, a voz do fantasma ecoou mais rouca e forte que nunca. Para dizer ao conservadorismo golpista, antinacional e anti-trabalhador: o ectoplasma não vai esperar até 2018. ‘Vou correr o Brasil, vou me encontrar com trabalhadores, com jovens, operários, camponeses e empresários…’

‘Eu aceito o desafio’, disparou a voz rouca, ferida, ressentida, mas convencida de que ainda tem uma tarefa incontornável a cumprir no país: terminar o que começou, tarefa que o mercado sozinho jamais o fará.

Cunha, Aécio, Skaf não se iludam com o noticiário generoso dos petizes da Folha. Algo mudou no Brasil neste 1º de Maio de 2015. E não foi apenas o preço do aluguel do sindicalismo de Bagatelle.

Fonte: Conversa Afiada, 03/05/2015

Não somos os mesmos sempre!


Professores: a máscara selvagem do Estadão

O capitalismo bem sucedido precisa de uma boa Educação​

O Conversa Afiada reproduz artigo do professor Arthur Meucci:

Senti uma imensa tristeza ao receber o jornal O Estado de S. Paulo em pleno dia do trabalho. O jornal publicou um editorial, “Lições de Selvageria” (A3, 01/05/2015), classificando os professores como “partidários” e “selvagens”, chamando-os implicitamente de vagabundos, justificando assim o massacre da Polícia Militar contra a nossa categoria no Paraná com argumentos baseados em distorções: “não se poderia esperar outra reação da força de segurança destacada”. Fez-me adoecer tamanha insensatez e ignorância.

Alguns colegas me disseram: “Este jornal é de direita, já era de se esperar”. Não concordo. A verdadeira direita, liberal e republicana, jamais teria justificado o uso da força nem trataria os professores como “inimigos da democracia”. Pelo contrário, uma das bandeiras da direita é a educação pública de qualidade para garantir as condições de igualdade do livre mercado e o exercício da democracia. Os verdadeiros liberais flertam com os professores, os defendem mesmo quando discordam de suas opiniões. Por esse motivo os países liberais pagam excelente salários no campo da educação enquanto as ditaduras comunistas fizeram suas “revoluções culturais” aos moldes truculentos do PSDB. A “confusão de valores, a desinformação e a desmoralização das instituições” não advém dos professores como escreveram, mas da imprensa servil aos obscuros interesses políticos.

Os fundadores deste jornal, Francisco Rangel Pestana (1839-1903), Julio Mesquita (1862-1927) e Julio de Mesquita Filho (1892-1969), liberais autênticos, lutaram ao lado dos professores e intelectuais por escolas e universidades públicas de qualidade – ao contrário do que faz a atual geração, representada pelo sr. Francisco Mesquita Neto.

A direita no Brasil é um fenômeno raro e não tem um partido de verdade. UDN, Arena, PFL/DEM, PSDB, PSC e outros partidos considerados de “direita” estão em um leque entre “reacionários” e “fascistas”, defensores de uma sociedade de casta. Para disfarçar seus reais interesses autoritários, mão de obra barata e subserviente, distinção de espaços entre os senhores e seus servos, eles utilizam o discurso liberal como bem lhes convém e se autoproclamam como “direita”. 

Thomas Jefferson, Ludwig von Mises e Milton Friedman servem somente como figura retórica – os seus textos e ideias são recortados e descontextualizados para que os ideólogos ligados à elite possam mascarar suas políticas de exploração social. Como alguns religiosos fazem para ludibriar seus fiéis. Afinal, não convém escrever nos editoriais que os negros, pobres e nordestinos são inferiores e não merecem as benesses do Estado brasileiro. 

A sociedade defendida hoje pelas elites representadas por este editorial não é a sociedade ideal da verdadeira direita, defendida pelos pais fundadores do jornal que militavam pelos ideais abolicionistas, republicanos e liberais da igualdade entre os cidadãos, bem comum e de progresso social.

Para ter uma sociedade capitalista bem-sucedida é preciso uma boa educação e, pasmem, para que haja uma boa educação é preciso ter professores motivados e bem pagos. Os Mesquitas sabem, pois seus ancestrais ensinaram. Mas quem disse que nossa elite quer uma sociedade capitalista bem-sucedida? O pensamento crítico, a participação democrática da população e a igualdade social são tudo o que as novas gerações de empresários não querem – acham que a ralé não precisa de boa educação, mas de trabalho braçal para se ocupar e da violência policial para acabar com as subversões.

É de se questionar que tipo de jornalismo estão fazendo.

Fonte: Conversa Afiada, 04/05/2015

Professores pedem exoneração do secretário Helenilson Pontes

Izabel Sales, do Sintepp de Santarém, diz que Helenilson não entende de educação

Izabel Sales, do Sintepp de Santarém, diz que Helenilson não entende de educação

Um movimento que começou entre os professores lotados em Belém do Pará, pedindo a saída do titular da pasta da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Helenilson Pontes, recebeu apoio dos profissionais de educação de Santarém. Os motivos do pedido de exoneração de cargo de Helenilson Pontes, segundo os professores, são uma série de irregularidades que estão acontecendo dentro da Seduc e, que prejudica os profissionais em todas as regiões do Pará.

Entre as irregularidades apontadas pelos professores estão: contratação de funcionários fantasmas; desvio de funções; servidores cedidos para outros órgãos e funcionários readaptados do magistério, porém, lecionando em empresas privadas. Além dessas irregularidades, os professores revelam que a Seduc está servindo de cabide de emprego.

Em Assembléia do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), Sub-sede de Santarém, ocorrida no último fim de semana, na Escola Estadual Maria Uchôa, a categoria decidiu por unanimidade pela continuidade da greve.

Dentre os motivos estão: falta de segurança nas propostas do governo, pois não há nada oficializado ainda, principalmente em relação à lotação com garantias de aulas suplementares, que não provoque redução de salário; o período de 18 meses propostos pelo governo para o pagamento do retroativo do piso salarial nacional do magistério 2015 soou como uma afronta à categoria; é imprescindível a fixação de uma data para o envio do projeto de lei “PCCR Unificado” à ALEPA; garantia oficial da realização de concurso público ainda neste ano; cronograma e transparência sobre reforma de escolas; cumprimento da jornada de trabalho dos vigias como pede o edital do concurso e decisão judicial, dentre outros pontos.

De acordo com a coordenadora do Sintepp de Santarém, Izabel Sales, vários municípios da região Oeste do Pará continuam em greve e, que a tendência é a classe reforçar mais e pressionar o Governo, para que ele cumpra os acordos firmados com os trabalhadores em educação.

“Hoje, Santarém também apóia o movimento que pede a saída do Secretário, até porque ele mostra que não entende de educação pública. Parece que ele nunca pisou em uma escola pública, pelo que a gente está vendo. Ele fala uma coisa, depois desfaz o que fala”, critica a professora.

Para Izabel Sales, em Santarém, se o Secretário for honesto, ele deve assumir o que disse para a classe, em uma reunião que participou na cidade, onde Helenilson Pontes falou que queria saber onde estavam milhares de servidores da educação, que ele não sabia o paradeiro deles.

“A gente também queria saber. Por isso que estamos reivindicando essa auditoria na Seduc, porque nós somos os principais interessados em saber onde estão esses trabalhadores de educação”, diz a professora Izabel.

Ela acredita que tem muita gente recebendo os 60% dos repasses da educação, que é destinado para os servidores das salas de aula e que não faz parte da categoria. “Então, isso é um desvio e se torna improbidade e, nós somos os maiores interessados para que seja feita uma auditoria na Seduc, com o acompanhamento do Sintepp, para descobrirmos onde estão esses funcionários fantasmas. Acreditamos que tem muitos servidores ganhando esse dinheiro, sem está trabalhando na Seduc”, denuncio Izabel Sales.

PROPAGANDA ENGANOSA: Em relação ao fato do Governo falar que já paga para os professores do Pará o 5º maior salário do País, segundo Izabel Sales, isso depende do que é o valor pra ele. “É o bruto? Porque ele tem colocado aqui que ninguém começa uma carreira, hoje, no magistério a nível estadual ganhando menos de R$ 3 mil. Isso aí, ele não está sendo honesto, porque é o salário bruto. Se for levado em consideração os descontos como Imposto de Renda, Fundo de Previdência, vamos constatar que não é todo esse valor”, explica a professora.
De acordo com ela, um professor em fim de carreira recebe um salário melhor. Porém, se for comparado à renda mensal de outros profissionais, como do Governador, secretários e de um Juiz, o ganho mensal do docente é bem menor. “Eles estudaram como a gente, que para ser professor tivemos que fazer um curso superior. Agora, por que a discriminação com os profissionais de educação? Os profissionais de educação estudaram, se formaram e por que recebem um salário inferior aos outros profissionais?”, questiona a professora Izabel.

CAMPANHA FORA HELENILSON: Os trabalhadores em educação da rede estadual aproveitaram o domingo passado, 26, para lançar a campanha “Fora Helenilson” e esclarecer à população os motivos de manutenção da greve, que chegou aos 35 dias. Segundo o Sintepp, a greve geral é graças à incapacidade do governador Simão Jatene (PSDB), de flexibilizar as negociações com o Sindicato.

“O governo utiliza seu poder econômico para custear a mídia burguesa na tentativa de confundir os educadores e manipular a sociedade. No entanto, as mentiras de Jatene e Helenilson serão desmascaradas”, avisa a professora Izabel Sales.

Ela destaca que a categoria está fortalecida e analisa de forma minuciosa as propostas dialogadas pelo Sindicato durante as reuniões com o governo. O Comando de Greve informa que não está medindo esforços para alcançar um consenso que garanta a não retirada sumária de direitos proposta pelo governo.

Diante das imposições do poder público, o Sintepp convoca os trabalhadores a participarem das atividades da greve. “Afinal, cabe aos educadores deliberarem pela continuidade ou não da paralisação”, diz a professora Izabel Sales.

O quadro de greve aponta manutenção da paralisação em cerca de 94% das escolas da capital e suspensão das aulas em 122 municípios, mesmo diante da ameaça de corte de ponto e contração de temporários.

O Sintepp esclarece que a desembargadora Gleide Moura não acatou ao pedido de abusividade da greve proposta pelo governo. Portanto, a Assessoria Jurídica do Sindicato já protocolou junto ao TJE Mandado de Segurança a fim de resguardar o direito constitucional dos trabalhadores de lutarem por melhores condições de trabalho sem retaliações ou assédio moral. Para o Sintepp, contratar trabalhadores para assumirem as tarefas educacionais, além de antipedagógico configura-se como violação aos direitos trabalhistas.

Fonte: RG 15/O Impacto