DEPOIS DO ENCONTRO COM DILMA, O DIA SEGUINTE
Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, avalia como "uma importante iniciativa em defesa da democracia" o encontro realizado ontem entre a presidente Dilma Rousseff e os movimentos sociais, num território "habitado por movimentos golpistas"; de acordo com o jornalista, porém, "o evento deixou perguntas essenciais para o dia seguinte, num País onde o desemprego sobe e a perspectiva de recessão se tornaram questões urgentes"; ele lembra que "horas antes do encontro, ocorreu um protesto na Avenida Paulista que reuniu sindicalistas e empresários pedindo redução nos juros para estimular investimentos e empregos"; e elogia o anúncio publicitário veiculado hoje nos principais jornais, assinado por um conjunto de oito sindicatos de São Paulo em defesa da democracia e em crítica à política econômica; "É um documento com relevância política inegável", diz.
CUIDADO, DEMAGOGOS: O POVO NÃO É BOBO
Em novo artigo, o jornalista Hélio Doyle destaca que "o povo brasileiro não vê nem no governo nem na oposição a capacidade de superar a crise", mas que, dos defensores do impeachment, "poucos têm mostrado que estão entendendo o momento que vive o País"; "Quem não vive na redoma que é a Praça dos Três Poderes e seus arredores (incluindo jornalistas) sabe que (...) a maioria da população está certa. Esses políticos que hoje tomam a frente do processo de agravamento da crise e tramam a derrubada do governo, pelo meio que for, nada têm a ver com o povo, que está muito insatisfeito com o governo, mas sabe que a alternativa que se propõe é pior. Representam no máximo a parcela de direitistas exaltados, neoliberais saudosos e a elite poderosa economicamente, mas social e culturalmente vazia", diz ele.
CENTRAIS SINDICAIS SE UNEM EM DEFESA DE DILMA
Representantes de várias centrais sindicais (Força Sindical, CUT, UGT, CTB, Nova Central e CSB) se uniram para assinar um manifesto, por meio de seus principais sindicatos, em defesa da presidente Dilma Rousseff; texto foi publicado nesta sexta-feira nos principais jornais do país e prega o respeito ao "calendário eleitoral" e à "estabilidade institucional"; "É necessário desmontar o cenário político em que prevalecem os intentos desestabilizadores", afirma o documento claramente contrário às tentativas de golpe; sindicatos pregam ainda "o diálogo, compromisso com o País, com a democracia e com a necessária afirmação de um projeto de desenvolvimento nacional ancorado na produção, em uma indústria forte, um setor de serviços dinâmico, um comércio vigoroso, uma agricultura pujante e em um Estado indutor e coordenador das estratégias de crescimento econômico e de desenvolvimento social".
Para Aécio, Agenda Brasil de Renan é 'ação midiática'
"Temo muito essas ações midiáticas que geram determinada expectativa e depois têm como consequência uma enorme frustração", disse o senador tucano, que comanda nesta sexta-feira, de Maceió, uma campanha de filiação partidária ao PSDB; ele também afirmou que "o Brasil assistiu com perplexidade" as declarações do presidente da CUT, Vagner Freitas, que falou ontem com movimentos sociais em "ir para as ruas entrincheirados de armas na mão"; "Quero dizer ao presidente da CUT que nós não vamos nos entrincheirar. Vamos levar para as ruas a Constituição, que é nossa única arma", afirmou.
Guimarães: decisão do STF é “vitória da democracia”
Líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE) comentou nesta sexta-feira 14 que a decisão do ministro do STF Luís Roberto Barroso que determina que as contas de presidentes e ex-presidentes da República sejam analisadas em sessão conjunta no Congresso Nacional "não é vitória do governo, nem derrota do presidente [Eduardo] Cunha, nem vitória da Rose. É uma vitória da democracia, da legalidade democrática"; ele disse ainda não entender "por que ficam criando essa celeuma com as contas da presidente. Todas as outras contas que foram aprovadas tinham as mesmas 'pedaladas'"
PF mira Odebrecht em ação na Arena Pernambuco
Empreiteira investigada na Lava Jato é alvo agora da Operação Fair Play, deflagrada nesta manhã pela Polícia Federal para apurar suspeitas de superfaturamento de R$ 42,8 milhões na construção da Arena Pernambuco, estádio da Copa do Mundo; estão sendo cumpridos dez mandados de busca e apreensão no Recife, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e São Paulo, além de buscas em escritórios da empresa em vários estados.
'Manter juros por tempo prolongado ajuda na inflação'
Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reforçou nesta sexta-feira que a manutenção do atual patamar da taxa básica de juros, hoje a 14,25% ao ano, por período "suficientemente prolongado" é necessária para garantir a convergência da inflação para a meta; durante evento em São Paulo, ele repetiu ainda que o BC precisa permanecer "vigilante" e que a inflação acumulada em 12 meses atingirá seu pico neste trimestre e permanecerá elevada até o fim do ano, "para depois iniciar trajetória de queda".
Cunha: 'Será difícil levar impeachment adiante'
Em meio à crise política e as manobras da Câmara para votar as contas da presidente Dilma Rousseff, presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), reconhece que o movimento pelo impeachment acabou; diz que o processo não pode considerar a interrupção de um mandato por irregularidades praticadas no mandato anterior; “Será muito difícil levar adiante o processo”; segundo ele, o impeachment deve ser tratado de forma técnica, não pode ser visto como um ‘recurso eleitoral’ ou um instrumento para tirar do poder um governo impopular; “Não se viu até agora nenhum comportamento meu imaturo em relação a isso”, alega.
Gleisi: ‘Mídia mente e distorce fatos contra o PT’
Senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) refutou informações veiculadas pela imprensa nesta quinta-feira acerca do advogado de suas campanhas eleitorais de 2008, 2010 e 2014; de acordo com ela, Guilherme Gonçalves foi seu advogado e da "torcida do Flamengo" nos últimos anos; o objetivo, disse Gleisi, é tirá-la antecipadamente da disputa eleitoral de 2018.
Levy: BC está vigilante para combater a inflação
O ministro da Fazenda acrescentou, durante evento em São Paulo, que as expectativas de alta do IPCA estão entre 5 e 5,5% para 2016; segundo Joaquim Levy, o governo estancou a deterioração do balanço fiscal e ressaltou que o país precisa fazer uma "reengenharia" importante, uma vez que não conta mais com o impulso dos preços altos de commodities.
'Respeite e honre o adversário'
Depois de virar o jogo do golpe, com vitórias importantes nesta semana, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com representantes de movimentos sociais em Brasília e mandou um recado direto ao senador Aécio Neves: "Uma coisa que devemos ter e que eu acho muito importante é o respeito ao adversário. Que é o seguinte: eu brigo até a hora do voto, depois eu respeito o resultado da eleição"; ela citou em seguida a importância do 'fair play' no esporte, e ressaltou: "respeite o resultado e respeite e honre o adversário. Porque se não respeitar o resultado, você não pode entrar no jogo"; segundo Dilma, "o Brasil não deve tomar as palavras de golpismo de Carlos Lacerda sobre Getúlio"; sobre os protestos de domingo 16, ela comentou: "Não vejo problema e nunca verei problema em manifestação".
"Oposição parou na pista para impedir o Brasil de passar"
Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que o país retomará o crescimento e a pauta da crise, produzida pela oposição que "nada tem nada a propor ao Brasil", será superada; para ele, "de muitos setores, o Brasil não recebe nada além de pessimismo, além de amargura, além de paralisia. A oposição estacionou na pista pra impedir o Brasil de passar. Quer engatar a marcha-ré no nosso desenvolvimento"; Humberto elogiou a agenda positiva proposta pelo Senado e afirmou que momento é de responsabilidade e contribuição para geração de mais empregos, controle da inflação e para atrair novos investimentos; "Vejo como muito positiva essa agenda de cooperação entre o Legislativo e o Executivo porque ela rompe esse cerco de inércia em que a oposição insiste em meter o Brasil para atrapalhar a nossa caminhada", disse.
CNI: é hora de darmos as mãos e ajudar a construir
Presidente da Confederação Nacional da Industria, Robson Andrade, afirma ser contrário à possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas ressalta que o governo está em um "caminho errado" em relação ao ajuste fiscal: “As instituições têm de ser respeitadas. Foi eleita, tem de respeitar e ajudar a construir o país dentro do sistema político que temos, com a liderança que escolhemos”, diz; segundo ele, se a economia melhorar e o país voltar a crescer, a impopularidade deve mudar completamente.