segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Blindado pelo CNMP, Deltan processa Gilmar e quer receber R$ 59 mil por danos morais

O procurador Deltan Dellagnol, que não recebeu punições severas do Conselho Nacional do Ministério Público a despeito de todos os fatos revelados pela Vaza Jato, decidiu partir para a ofensiva; agora, ele abriu processo contra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal por "danos morais

Brasil 247, 09/12/2019, 10:17 h

  Deltan Dallagnol e Gilmar Mendes (Foto: ABr | STF)

O procurador Deltan Dallagnol, que foi exposto em várias condutas atípicas pela Vaza Jato, decidiu partir para a ofensiva e abriu processo contra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, por "danos morais", numa ação em que pede indenização de R$ 59 mil.

"Na ação movida na última semana, o procurador da República aponta entrevistas e manifestações de Gilmar Mendes em que ele teria o ofendido. Uma entrevista citada na ação foi concedida à Rádio Gaúcha em 7 de agosto de 2019 pelo ministro. Nela, ele afirmou que a força-tarefa coordenada por Deltan Dallagnol seria uma organização criminosa, formada por “gente muito baixa, muito desqualificada”, insinuando que os procuradores praticariam crimes", informa o blog do jornalista Fausto Macedo.

Gilmar chamou os integrantes da força-tarefa de “cretinos”, “gentalhada”, “desqualificada”, “despreparada”, “covardes”, “gângster”, “organização criminosa”, “voluptuosos”, “voluntaristas”, “espúrios”, “patifaria” e “vendilhões do templo”.

Lava Jato destruiu a imagem do Brasil e das empresas brasileiras, aponta Marcelo Odebrecht

"Do jeito que a Lava Jato foi divulgada, acabou parecendo que o Brasil é o país mais corrupto do mundo, e que as empresas brasileiras exportavam corrupção. Não é verdade —nem uma coisa nem outra. Mas nossos competidores no mundo souberam tirar vantagem disso", diz o empresário Marcelo Odebrecht, que ficou quatro anos preso

Brasil 247, 09/12/2019, 05:56 h Atualizado em 09/12/2019, 09:30

O empresário Marcelo Odebrecht concedeu sua primeira entrevista depois que passou quatro anos preso, à jornalista Bruna Narcizo, da Folha de S. Paulo, e apontou os danos causados pela Operação Lava Jato à imagem do Brasil e das empresas brasileiras. "Do jeito que a Lava Jato foi divulgada, acabou parecendo que o Brasil é o país mais corrupto do mundo, e que as empresas brasileiras exportavam corrupção. Não é verdade —nem uma coisa nem outra. Mas nossos competidores no mundo souberam tirar vantagem disso. Vários países culpam a Odebrecht. Essa é uma questão que vamos ter de superar", disse ele.

Marcelo Odebrecht também fez uma defesa enfática do BNDES, contra a acusação de que seria uma caixa-preta, e falou em detalhes do financiamento a Cuba, para a construção do porto de Mariel. "Até antes da Lava Jato, nenhum projeto nosso teve default [termo usado na economia como sinônimo descumprimento de acordo para pagamento]. Nenhum governo que a gente atuava entrou em default. Era uma coisa que a gente fazia questão de acompanhar, porque sabíamos que podia matar a galinha dos ovos de ouro. Por isso, a gente acompanhava de perto. Agora, depois da Lava Jato, com a destruição que foi feita da nossa imagem no exterior, ficou difícil de a gente ficar no pé dos governos para que os financiamentos fossem pagos", disse ele.

"Por exemplo, a questão do porto de Mariel, em Cuba. Estão dizendo que tem um default de Cuba com o Brasil. Mas veja bem, o que o Brasil tinha que pagar de Mais Médicos [pelo acordo, o governo brasileiro pagava apenas uma porcentagem aos profissionais, o restante ia para o governo cubano]. Era menos do que Cuba tinha que pagar para o Brasil. Agora, o Brasil vai e acaba com o Mais Médicos. Quer dizer: o Brasil acabou com a fonte de recurso que ajudava Cuba a pagar o financiamento. 

Se a gente fosse a Odebrecht de antes da Lava Jato, no momento em que a gente percebesse que o governo está ameaçando o Mais Médicos, nós teríamos usado de nossa influência para tentar manter o programa. Não em cima de nada ilícito, mas provando ao governo que o Mais Médicos é que iria pagar o financiamento que Cuba pegou do Brasil. Essa capacidade de negociar, de certo modo, a gente perdeu. A gente ajudava para que a geopolítica dos países fosse bastante fluída", afirmou.

domingo, 8 de dezembro de 2019

“O discurso de Bolsonaro é criminoso e de alta periculosidade”, afirma psicanalista Christian Dunker

Em entrevista à TV 247, em Lisboa, o professor e psicanalista Christian Dunker analisou o discurso fascista de Bolsonaro e falou das relações do neoliberalismo e do capital com o sofrimento. "O capitalismo descobriu o sofrimento como capital", disse. Assista

Brasil 247, 08/12/2019, 11:01 h
Christian Dunker e Jair Bolsonaro (Foto: 247 | PR)

Um dos intelectuais públicos brasileiros de grande relevância para além dos muros da universidade, o internacionalmente reconhecido professor da USP e psicanalista Christian Dunker, concedeu uma entrevista exclusiva para o programa Conexão Lisboa da TV 247.

Esteve na capital portuguesa para uma semana de aulas, conferências e palestras, contudo, encontrou um tempo para falar sobre a realidade brasileira e os avanços dos movimentos neofascistas no mundo. 

Na sua diversidade de análises, sinalizou para uma compreensão mais alargada do que é e o que representa o neoliberalismo. Nesse sentido, Dunker afirma que o “capitalismo descobriu o sofrimento como capital” e o neoliberalismo utiliza o sofrimento como elemento fundamental para reprodução da vida social. Ou seja, o neoliberalismo forja um novo tipo de moralidade, que não restringe apenas a um modo de produção, mas é uma componente crucial para compreendermos o ressurgimento do fascismo. 

Ao comentar o caso do massacre em Paraisópolis durante uma ação da Polícia Militar que matou nove jovens, o professor enfatiza que “o discurso de Bolsonaro é criminoso e de alta periculosidade.” 

Dunker faz mais reflexões da ordem da psicanálise em seu canal do Youtube, “Falando Nisso”.

Vigiai

Rio: milicianos instalam "gatos" de energia e faturam alto

Depois da pirataria de TV e do transporte ilegal em vans...

Conversa Afiada, 08/12/2019
(Reprodução/DCM)

Depois das taxas de segurança, sinais piratas de TV por assinatura, transporte ilegal em vans e monopólio no comércio de botijões de gás, as milícias do Rio de Janeiro partiram para uma nova modalidade de lucro: os "gatos" de energia elétrica.

Reportagem de Rafael Galdo no Globo deste domingo 8/XII mostra que, em Belford Roxo, a Light descobriu que paramilitares instalaram uma rede de energia em um condomínio construído irregularmente, cujos imóveis foram colocados à venda por R$ 120 mil.

Segundo o jornal, denúncias de empresas e moradores apontam que milicianos vêm praticando furtos de energia sobretudo na Baixada Fluminense e na Zona Oeste. A concessionária Light calcula que deixa de arrecadar R$ 800 milhões por ano em áreas nas quais a violência a impede de entrar.

"Com milicianos não se consegue acordo. Aquilo ali (os furtos de energia) é lucro certo para eles. Nessas áreas, só se vende uma marca de cerveja ou de gás. É tudo loteado, e o criminoso recebe uma mensalidade por isso. Em comunidades em que a energia não é o negócio dos milicianos, até conseguimos ir. Em outras, não. Em Curicica, por exemplo, nós não entramos ou, quando vamos, eles marcam (com pintura nos postes) onde não podemos mexer", disse ao Globo Dalmer de Souza, diretor comercial da Light.

A violência das milícias e do tráfico ainda afeta a área de concessão da Enel, distribuidora de 66 municípios no Rio. Segundo a empresa, há 270 áreas de risco, onde 63% da energia é furtada. São Gonçalo, Niterói, Magé, Itaboraí, Macaé e Angra dos Reis estão entre as cidades mais afetadas.

De acordo com a Polícia Civil, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas e de Inquéritos Policiais (Draco-IE) investiga, sob sigilo, a atuação das milícias.

Lula: “não é possível que no país com o maior rebanho do mundo, o povo pobre não possa comprar carne”

Em um vídeo postado em suas redes sociais, o ex-presidente Lula criticou a alta no preço da carne e afirmou considerar um absurdo que no Brasil“, que tem o maior rebanho de gado do mundo, o maior produtor de proteína animal do mundo, o povo pobre não possa comprar carne. Não é possível”, exclamou.

Brasil 247, 08/12/2019, 13:41 h Atualizado em 08/12/2019, 14:52
 (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

Em vídeo, disparado em seu canal neste domingo (8), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou vários assuntos, entre eles o preço da carne, as notícias tendenciosas da TV Globo e a, segundo ele, “vitória parcial” do campo progressista no Congresso a respeito do Pacote Anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Lula lembrou que, no momento em que foi acusado pelo processo conhecido como “quadrilhão do PT”, o Jornal Nacional deu 12 minutos e 30 segundos para o assunto. “Na hora em que o juiz recusa a aceitar a denúncia, a Rede Globo de Televisão deu apenas 52 segundos”, lembrou Lula.

Lula afirmou também considerar um absurdo que o Brasil, que é o país “que tem o maior rebanho de gado do mundo, o maior produtor de proteína animal do mundo, o povo pobre não possa comprar carne. Não é possível”, exclamou.

Leia a íntegra na Revista Fórum.

"A máscara está caindo", diz Randolfe sobre pesquisa que aponta que 80% dos brasileiros não confiam em Bolsonaro

"Eleito através de fake news o governo Bolsonaro, em quase um ano de “gestão”, não desperta a confiança do povo", disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) sobre a pesquisa Datafolha que aponta que 80% dos brasileiros não confiam nas declarações de Jair Bolsonaro. "A máscara está canido", completou

Brasil 247, 08/12/2019, 10:45 h

  Brasília - Senador Randolfe Rodrigues durante sessão do impeachment no Senado conduzida pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski (Antonio Cruz/Agência Brasil) (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

O senador Randolfe Rodrigues (Rede- AP) usou sua conta no Twitter para comentar a pesquisa do Datafolha que aponta que 80% da população brasileira desconfia das declarações feitas por Jair Bolsonaro. "A máscara está caindo...”, ´postou o parlamentar.

“Eleito através de fake news o governo Bolsonaro, em quase um ano de “gestão”, não desperta a confiança do povo. Esse é o resultado de contar uma mentira por dia, meter a mão em direitos e achar que o povo é bobo. A máscara está caindo...”, escreveu o parlamentar no Twitter. 

sábado, 7 de dezembro de 2019

Caminhoneiros se dizem traídos por Bolsonaro e marcam paralisação nacional

"Não aguentamos mais ser enganados pelo senhor Jair Messias Bolsonaro"

Conversa Afiada, 07/12/2019
Registro da paralisação de caminhoneiros em 2018 (Reprodução/Conhecimento Científico)

Líder dos caminhoneiros autônomos, Marconi França disse nesta sexta-feira 6/XII que, à meia noite da segunda-feira 16/XII, ao menos 70% dos cerca de 4,5 milhões de profissionais autônomos e celetistas vão parar em todo o Brasil. O motivo é a insatisfação com Jair Bolsonaro, que, de acordo com França, não cumpriu o que prometeu. As informações são do jornal Correio Braziliense.

“O governo não cumpriu nada do que prometeu. O preço do óleo diesel teve 11 altas consecutivas em 2019. Não aguentamos mais ser enganados pelo senhor Jair Messias Bolsonaro, que protege o agronegócio e diz que o caminhoneiro só sabe destruir rodovias“, reclamou França ao jornal.

Ele afirmou ainda que a duração do protesto não foi definida, ou seja, não se sabe se será prolongado por mais dias.

Na tarde de sexta, França foi à sede da Central Única dos Trabalhadores no Rio (CUT-RJ) para pedir apoio ao movimento. Ele explicou, também, a importância de receber o suporte de toda a população.

“De todos que usam gasolina, óleo diesel e também gás de cozinha. Jair Bolsonaro esquece que quem transporta os produtos das indústrias e do agronegócio somos nós”, reforçou.

Joice diz que bolsonaristas já estão destruindo provas sobre produção e disseminação de fake news

“Gente já jogou computador fora, até quebrou o disco do computador com furadeira”, disse, em alusão à suspeita de que o vereador carioca e filho do presidente Carlos Bolsonaro teria destruído computador

Brasil247, 07/12/2019, 06:58 h
Deputada federal Joice Hasselmann (Foto: Lula Marques)

Da Rede Brasil Atual – A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), que presta depoimento na CPI das Fake News da Câmara nesta quarta-feira (4), apresentou uma série de documentos que atestam diversas ilegalidades cometidas por bolsonaristas relacionadas à disseminação de notícias falsas e destruição de reputações em redes sociais. Antes aliada importante do núcleo de apoio de Jair Bolsonaro (sem partido), ela agora é enfrentada como inimiga por “milícias digitais” ligadas ao clã do presidente.

Existe um padrão nas operações de distribuição de mentiras nas redes sociais, revelou a parlamentar. O esquema envolve um grande número de assessores de parlamentares de extrema-direita. Estes, recebem altos salários e têm como função a construção de narrativas mentirosas para beneficiar a ideologia em torno de Bolsonaro. Difamações e até ameaças de morte foram apresentadas por Joice, todas com origem especificada.

Joice argumentou que todos os documentos que revelam essa grande rede passaram por perícia e já são objeto de investigação. “Gente já jogou computador fora, até quebrou o disco do computador com furadeira”, disse, em alusão à suspeita de que o vereador carioca e filho do presidente Carlos Bolsonaro teria destruído computador.

O mecanismo

Uma das principais origens das mentiras, especialmente nos últimos meses, é o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). “As instruções passam muito por Eduardo e assessores ligados a ele. Eles ativam a militância e, depois, publicadores que têm muitos perfis falsos para dificultar a responsabilização das fake news. Para que não haja imputação de crime ou acionamento da Justiça, muitos perfis são falsos”, explicou.

Depois disso, vem o uso dos famigerados robôs. “Depois disso, as fake news são disseminadas em larga escala por robôs. Isso é informação técnica, a polícia já está envolvida. Tem gente que já jogou computador fora. Quem destruiu provas de ataques não levou em consideração que os dados estão protegidos na nuvem”, disse Joice.

Gabinete do ódio

Toda essa rede envolve cerca de 8 milhões de pessoas em grupos de WhattsApp, Facebook e outras redes sociais. Apesar do grande número de pessoas envolvidas, os robôs se fazem necessários para a disseminação em massa até o destino final. Dentro destes 8 milhões, existe uma escala hierárquica bem definida. Muitos dos que tomam as decisões são pagos com dinheiro público. Especialmente assessores, que formam o já conhecido “gabinete do ódio”.

“Eles têm uma tabela para que cada dia, um assessor produza um conteúdo para destruir uma reputação. Cada um um dia para fazer os ataques coordenados (…) Eles fazem listas de orientações para difamar. Entre políticos, jornalistas, enfim. Em um grupo central do WhattsApp eles coordenam e passam para os outros grupos multiplicadores”, disse Joice.

O Conselho de Ética da Câmara arquivou duas representações contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) por quebra do decoro (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil).

Farra com dinheiro público

Um dos grupos mais ativos e violentos é coordenado pelo gabinete do deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP). O parlamentar possui sob seu domínio uma série de militantes que coordenam as ações das fake news. Todos eles muito bem remunerados com dinheiro público.

Douglas Garcia faz parte de um grupo chamado Movimento Conservador, idealizado por Eduardo Bolsonaro, que tem como objetivo a disseminação do ódio e a manutenção das ideologias de extrema-direita. Todos eles também do grupo radical ultraconservador chamado Direita São Paulo.

“Edson Salomão ganha 24 mil pra fazer meme e atacar pessoas do gabinete do Douglas Garcia. Mais de um milhão de reais em dinheiro público por ano em assessores de gabinetes. Jorge Saldanha, 18 mil reais de salário. Todos eles do Direita São Paulo. Alexandre da Silva, 9 mil reais. André Petros, quase 10 mil reais também. Todos eles Direita São Paulo e Movimento Conservador. Carlos Olímpio, Dylan Dantas, esses 7 mil reais de dinheiro público para atacar. Jhonatan Valencio, Lilian Goulart, Lucas Reis, quase 12 mil reais. O gabinete inteiro do Douglas Garcia. Maicon Tropiano, Matheus Galdino.” Estes são alguns nomes dos militantes centrais de tal teia de mentiras.

Laranjal

Em seus documentos, a partir das datas das postagens e atribuições, com muitos prints de telas de WhatsApp do núcleo bolsonarista, Joice revelou que o método consiste em iniciar uma mentira ou difamação de forma mais leve e, então, aprofundar, radicalizar as mentiras e ataques, a partir de sites e blogs de fachada criados pelos próprios assessores.

Um dos articuladores, Eduardo Guimarães (Dudu Guimarães), que é secretário parlamentar de Eduardo Bolsonaro, inicia uma narrativa, por exemplo. “O grupo Bolsofeios é do Dudu, esse é um dos grupos de organização do gabinete do ódio.

Então, começam a aprofundar a narrativa. Uma das fake news contra mim começou em um site Click Cozinha, dizendo que eu teria usado verba pública para difamar filhos do Bolsonaro. Eles usam esses sites laranjas.”

De mentiras a ameaças

Joice disse que se incomodou severamente com o esquema quando uma montagem sua em um corpo de porca e roupas de prostituta chegou no celular de seu filho de 11 anos. Ela chegou a rastrear a origem da montagem e chegou no esquema de Douglas Garcia. Mesmo grave a difamação, o cenário ainda pode piorar.

As influências das fake news criadas pelos grupos bolsonaristas ultrapassam os ataques pessoais, chegam na esfera da influência direta em articulações políticas e acabam atingindo a pura ameaça à vida. Em um vídeo do pessoal ligado ao Direita São Paulo e ao Movimento Conservador, assessores parlamentares armados com submetralhadoras e outras armas de grosso calibre ameaçam de morte o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

Em outro caso, sugerem articulações para proteger a família Bolsonaro de investigações criminais. “Tem um grupo chamado Ódio do Bem. Em mensagens desse grupo que estão já na perícia, afirmam que ‘é importante que travem a Lava Jato. Deltan deve cair. Augusto Aras deve assumir a PGR. Mendonça assumira o STF. Tem como blindar o Flávio’, afirma a administração desse grupo.”

Bolsonaro quer mudar o nome e as regras do Bolsa Família

Governo Jair Bolsonaro quer alterar as regras do programa Bolsa Família, maior programa de transferência de renda do país e que foi criado pelo governo do ex-presidente Lula. Alterações envolvem até mesmo mudar o nome do programa para “Renda Brasil” e destinar o benefício para jovens de até 21 anos

Brasil 247, 07/12/2019, 09:07 h Atualizado em 07/12/2019, 09:13

O governo Jair Bolsonaro está fazendo os últimos ajustes visando alterar as regras do programa Bolsa Família, maior programa de transferência de renda do país e que foi criado pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As modificações, que devem ser implementadas pelo Ministério da Cidadania a pedido da Casa Civil, envolvem até alterar até o nome do programa para “Renda Brasil”, além de mudar os parâmetros do benefício, que passará a atender jovens de até 21 anos. 

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a equipe econômica vem estudando formas de ampliar o volume de recurso destinados ao programa que tem um orçamento de R$ 29,5 bilhões previstos no Orçamento para o próximo ano. A meta é turbinar o valor em R$ 16,5 bilhões, o que inclui R$ 2,4 bilhões para pagar uma espécie de 13º salário aos beneficiários. 

O programa também seria fatiado em três partes, sendo uma destinada a famílias de baixa renda (benefício cidadania), outra para crianças de até 3 anos (benefício primeira infância) e outra para jovens de até 21 anos (benefício a crianças e jovens). Ainda segundo a lógica bolsonarista, uma espécie de bônus extra poderá ser pago às crianças que se destacarem por “meritocracia” em olimpíadas de conhecimento, passarem de ano na escola ou que se destaquem na prática de esportes. 

O problema, porém, está em encontrar a fonte de receita necessária para bancar o projeto, já que o chamado teto de gastos limita o aumento das despesas conforme a variação da inflação. Para contornar a questão, a equipe econômica quer utilizar parte dos recursos que viriam da desoneração da cesta básica para a reformulação do programa.