sábado, 22 de novembro de 2025

OP30: Confira o que foi decidido

Evento terminou com resoluções aprovadas por consenso entre os Estados-membros da ONU e com compromissos voluntários assumidos fora do processo formal de negociação

Revista Forum, 22/11/2025

Sessão plenária da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Belém (PA)Créditos: PABLO PORCIUNCULA / AFP

Artigo de Benjamin Legendre, da AFP, 
publicado em MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

A COP30 terminou neste sábado (22), em Belém, com resoluções aprovadas por consenso entre os Estados-membros das Nações Unidas e com compromissos voluntários assumidos fora do processo formal de negociação.

Seguem abaixo os principais resultados da conferência. Os três primeiros, os mais polêmicos, foram aprovados em um documento chamado "Mutirão", termo derivado de uma palavra indígena que remete à discussão coletiva, com o objetivo de expressar o espírito das negociações impulsionadas pela presidência brasileira.

Esforços 'voluntários' para abandonar os fósseis

A COP30 aprovou o lançamento de uma "iniciativa voluntária" para os países que desejem colaborar com uma redução maior de sua emissão de carbono, a fim de limitar o aquecimento global em 1,5ºC acima dos níveis do século XIX.

A iniciativa deve "levar em consideração" o compromisso assumido na COP28, em 2023, de abandonar gradualmente os combustíveis fósseis, embora sem usar esse termo delicado, que ameaçava descarrilar as negociações. Um relatório sobre esses esforços, que inclui duas "sessões informativas" em junho e novembro de 2026, deve ser apresentado na COP31.

Apesar da pressão de mais de 80 países europeus, latino-americanos e insulares, a conferência não aprovou um "mapa do caminho" explícito para a eliminação das energias fósseis.

Em resposta, o presidente brasileiro da COP30, André Corrêa do Lago, anunciou neste sábado sua intenção de lançar uma iniciativa sobre esse tema, assim como outra, sobre o combate ao desmatamento, para os países voluntários. Mas isso não será, em nenhum caso, uma decisão geral dos países da COP.

Triplicar a ajuda para a adaptação climática

O Mutirão pede "esforços para, ao menos, triplicar" a ajuda financeira para a adaptação dos países em desenvolvimento até 2035, em comparação com o objetivo de 40 bilhões de dólares anuais para 2025.

Essa ajuda é de responsabilidade dos países desenvolvidos, que não conseguiram incluir que o objetivo também envolva contribuições voluntárias de países emergentes ricos, como a China.
Tensões comerciais da transição

Pela primeira vez, as tensões comerciais mundiais serão objeto de um "diálogo" durante três anos, no âmbito das negociações climáticas. Essa novidade é a vitória política que a China buscava, já que, há muito tempo, juntamente com outros países emergentes exportadores, como a Índia, ela tentava contestar nas COP as barreiras comerciais ambientais, em particular o imposto ao carbono nas fronteiras da União Europeia.
Fundos para as florestas

Fora das decisões oficiais da COP, o Brasil lançou um fundo de nova geração para proteger as florestas: se investirá nos mercados, e os ganhos serão usados para compensar os contribuintes e os países em desenvolvimento, segundo a quantidade de hectares de florestas efetivamente protegidos.

Foram arrecadados aproximadamente 5,5 bilhões de dólares (29,6 bilhões de reais) em compromissos iniciais de contribuições, distribuídos nos próximos anos e com condições diversas conforme os países: Brasil (1 bilhão de dólares / 5,4 bilhões de reais), Noruega (3 bilhões de dólares / 16,2 bilhões de reais), Alemanha (1 bilhão de euros / 6,2 bilhões de reais), Indonésia (1 bilhão de dólares / 5,4 bilhões de reais), França (até 500 milhões de euros / 3,1 bilhões de reais) e Portugal (1 milhão de euros / 6,2 milhões de reais). A longo prazo, o Brasil deseja arrecadar 125 bilhões de dólares (673,7 bilhões de reais).
Metano, combustíveis sustentáveis, carvão

Vários compromissos voluntários surgiram por parte dos países em relação ao metano - segundo gás do efeito estufa mais importante, depois do CO2 -, ao quadruplicamento dos "combustíveis sustentáveis" e inclusive ao carvão, com o anúncio da Coreia do Sul de sua eliminação progressiva de suas centrais elétricas.



PF pode incluir Ramagem na lista vermelha da Interpol

Após ordem de prisão preventiva, policiais investigam fuga do deputado para os EUA e possíveis rotas usadas para deixar o Brasil

Brasil 247, 22 de novembro de 2025, 04:04 h

Alexandre Ramagem (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

Artigo da Redação Brasil 247

A Polícia Federal (PF) estuda pedir a inclusão do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) na Difusão Vermelha da Interpol, mecanismo que transforma o investigado em procurado internacional. A análise ocorre após a ordem de prisão preventiva emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira (21/11), segundo informa o Metrópoles.

Segundo o Metrópoles, a decisão do STF já chegou à PF, que apura como Ramagem conseguiu deixar o Brasil mesmo estando submetido a medidas cautelares que proibiam sua saída do país e determinavam a entrega de todos os passaportes, nacionais e estrangeiros. O parlamentar, condenado no âmbito da ação sobre a trama golpista, foi visto recentemente nos Estados Unidos, em um condomínio de luxo em North Miami.

PF investiga como ocorreu a fuga

De acordo com investigadores citados pelo Metrópoles, Ramagem não está no Brasil desde setembro. Antes de sair definitivamente, ele teria passado por Boa Vista (RR), de onde poderia ter seguido para a Venezuela ou para a Guiana Francesa — países que fazem fronteira com a capital roraimense — e, posteriormente, viajado para os Estados Unidos. A PF ainda tenta reconstruir a rota exata percorrida e entender como o deputado contornou as restrições impostas pelo STF.

O acórdão da Primeira Turma do Supremo, que condenou Ramagem e outros aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já foi publicado. O processo encontra-se na etapa final dos embargos infringentes. Os primeiros embargos de declaração foram rejeitados, e o prazo para a apresentação dos segundos embargos se encerra na segunda-feira (24/11).

Condenação e outras investigações

Ramagem foi condenado a 16 anos e um mês de prisão por participação na trama golpista, em três dos cinco crimes denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Além disso, ele também foi indiciado pela PF no caso conhecido como “Abin Paralela”, em junho deste ano.

Até o momento, o deputado não comentou publicamente sua saída do país. O Metrópoles procurou sua defesa, que divulgou uma nota assinada pelo advogado Paulo Cintra: “Como a decisão do deputado de se ausentar do país só foi comunicada à defesa técnica nesta semana, seu advogado não se manifestará, por ora, sobre o fato e seus desdobramentos”.

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Bolsonaro confessa ter violado a tornozeleira: “meti um ferro quente”

Ex-presidente foi preso na manhã deste sábado

Brasil 247, 22 de novembro de 2025, 17:14 hAtualizado em 22 de novembro de 2025, 17:43 h

Tornozeleira de Jair Bolsonaro (Foto: SEAP/Divulgação)

Postagem de Leonardo Sobreira

O ex-presidente Jair Bolsonaro confessou, em vídeo que circula nas redes sociais neste sábado (21), que tentou arrancar sua tornozeleira eletrônica com ferro quente.

"Meti um ferro quente. Curiosidade... Foi ferro de soldar", diz Bolsonaro no vídeo, ao ser questionado por uma agente de segurança sobre qual material foi utilizado para danificar o equipamento.


Ainda segundo Bolsonaro, ele não tentou romper a pulseira da tornozeleira.

Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado. Em nota, a Polícia Federal informou que executou um mandado de prisão preventiva em cumprimento à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, diz que uma reunião programada de seus apoiadores poderia causar tumulto e até mesmo facilitar "eventual tentativa de fuga do réu". Foi ainda verificada tentativa de violar a tornozeleira eletrônica. Bolsonaro foi condenado, em setembro, a mais de 27 anos por liderar a trama golpista.

Bolsonaro tentou arrancar a tornozeleira com ferro quente. Alguém ainda acha que ele não iria tentar fugir? Que a prisão foi “sem motivo”? pic.twitter.com/juCKXnfA4u— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) November 22, 2025

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URGENTE: BOLSONARO É PRESO PREVENTIVAMENTE PELA POLÍCIA FEDERAL

Ele foi detido na manhã deste sábado e levado à sede da PF; medida é cautelar e não envolve cumprimento de pena

Brasil 247, 22 de novembro de 2025, 06:47 h, Atualizado em 22 de novembro de 2025, 07:04 h
O ex-presidente Jair Bolsonaro em sua casa em Brasília-DF, onde cumpria prisão domiciliar, enquanto aguarda a execução penal pela condenação por golpe de Estado - 29/09/2025 (Foto: REUTERS/Diego Herculano)

Jair Bolsonaro (PL) foi preso na manhã deste sábado (22) após cumprimento de mandado de prisão preventiva solicitado pela Polícia Federal. As informações foram publicadas inicialmente pelo G1, que destaca que a medida não se trata do cumprimento de pena, mas de uma ação cautelar autorizada pela Justiça.

Segundo as informações preliminares divulgadas pelo G1, Bolsonaro foi conduzido à Superintendência da Polícia Federal logo após a detenção. Como se trata de prisão preventiva, a medida é aplicada para evitar riscos à investigação, como possível fuga, destruição de provas ou obstrução de Justiça. Até o momento, não foram divulgados mais detalhes sobre os fundamentos jurídicos ou o inquérito que motivou a ordem de prisão.

A medida se torna um dos momentos mais significativos do cenário político brasileiro recente, já que o ex-presidente vinha sendo alvo de diferentes frentes de investigação desde o fim de seu mandato. Com a prisão preventiva, o caso passa a um novo estágio, aumentando a pressão sobre aliados e ampliando a tensão no ambiente político nacional.

A reportagem do G1 informa que novas atualizações serão divulgadas ao longo do dia, conforme avança o detalhamento da operação da PF.

domingo, 16 de novembro de 2025

Estadão manipula dados de pesquisa para fabricar manchete pró Tarcísio

Pesquisa, que revela um salto de 11 pontos na rejeição a Tarcísio, é manipulada para mostrar que postulante da terceira via "atrai simpatia de eleitores de Lula". Ciro Nogueira e Eliane Cantanhêde revelam que matança de Castro empurrou "volta ao jogo".

Revista Fórum, artigo de Plinio Teodoro,16/11/2025 · 11:09

Tarcísio repete efusivamente a cena de privatizador para agradar a mídia liberal e a Faria Lima. Pablo Jacob / Governo do Estado de SP


Em meio às tratativas no clã Bolsonaro para lançar um membro da família à Presidência, o Estadão se colocou em defesa da articulação da Terceira Via e manipulou dados da pesquisa "A Cara da Democracia" para fabricar uma manchete positiva para Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) na edição deste domingo (16), dedicada a consolidar o apoio ao governador paulista como o anti Lula.

A pesquisa, divulgada na última quarta-feira (12), revela que um salto na rejeição de Tarcísio, que saiu de 33% em 2024 para atuais 44% - um crescimento de 11 pontos, enquanto a rejeição de Lula oscilou apenas 1 ponto para mais no período.

No entanto, o Estadão fez um "cruzamento exclusivo" dos dados para tentar mostrar que "Tarcísio tem base mais diversa que Bolsonaro e atrai simpatia de eleitores de Lula".


A reportagem, que destaca um "recorte exclusivo de levantamento ‘A Cara da Democracia’ revela que 22% dos que dizem gostar do governador votaram no petista no segundo turno da última eleição" foi estampada como manchete no site, dando uma falsa percepção de que o governador paulista estaria em uma crescente na percepção popular - contrariando a maioria das pesquisas divulgadas recentemente.

A manchete vem acompanhado de um artigo de Eliane Cantanhede, criadora do histórico termo "massas cheirosas" para definir os eleitores da direita tucana, que diz que "quanto mais pesadelo Lula tem, mais Tarcísio sonha e volta ao jogo de 2026".


Com o governador paulista em meio ao fogo cruzado na direita e perdendo popularidade com a conspiração conduzida por Eduardo Bolsonaro (PL) dos EUA, a "colonista" - como dizia o saudoso Paulo Henrique Amorim - afirma que Lula, que lidera todas as pesquisas, está "cambaleando".

"Com Lula franco favorito, praticamente correndo sozinho, o foco é, ou era, a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes. Com Lula cambaleando, como parece agora, o céu é o limite. Ou melhor, a meta é o Planalto", afirma sobre Tarcísio.

No texto, ela expõe a estratégia da terceira via, de "manter os demais governadores em campo, como candidatos, para eliminar o risco de vitória de Lula no primeiro turno e unir forças no segundo turno".

"Mas o fundamental é estar próximo o suficiente de Jair Bolsonaro, para atrair seu eleitorado (sem esses votos, Tarcísio não é nada...), e longe o bastante para não ganhar um hematoma, uma torção, quem sabe uma maca para sair de campo", afirma, desnudando a tática de angariar votos do bolsonarismo, sem Bolsonaro.

"Bolsonaro está às vésperas de entrar na Papuda, numa cela da PF ou num cantinho do QG do Exército, Eduardo Bolsonaro torna-se réu por coação (poderia ser por traição à Pátria...), Michele vive cercada de resistências na própria família. O clã afunda, mas o eleitor anti-PT, evangélico, com ojeriza a beijo gay em novela, que quer sangue no combate ao crime continua à tona, e forte", emenda a jornalista.
Ciro Nogueira e editorial

Em longa entrevista ao jornal, o presidente do PP, Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro de Bolsonaro e um dos principais articuladores da terceira via, sinaliza que a chacina de Cláudio Castro (RJ), que deixou 121 mortos nas comunidades do Alemão e da Penha - entre eles 4 policiais - foi uma jogada eleitoral para ressuscitar a candidatura de Tarcísio.

"O Brasil vai dever muito, eternamente, a esse gesto do governador Cláudio Castro porque, desde quando houve essa operação, o País passou a discutir o maior problema para a população, que é o da segurança. Foi uma virada de página", diz Nogueira, que teve a tese ecoada por Cantanhêde, que abre seu artigo dizendo que "o impacto da operação policial mais letal da história não apenas conteve o embalo do presidente Lula como empurrou o governador Tarcísio de Freitas de volta para o jogo de 2026".

Nogueira ainda afirma ter certeza "de que, se tiver uma escolha de um candidato viável como o Tarcísio, vai se unificar todo o centro e a direita do País". "Não vejo possibilidade de surgir outras candidaturas".

Ele ainda afirmou que vai "trair o presidente Bolsonaro", mas prevê que o encarceramento do ex-presidente à Papuda deve beneficiar Tarcísio.

"Eu acho que, se essa prisão acontecer, o sentimento de injustiça e o apoio ao centro e à direita vão aumentar ainda mais", afirma, ressaltando que "espero que não aconteça".

Para selar o alinhamento, O Estadão ainda retoma antiga ladainha em editorial para criticar "a bagunça dos programas sociais", em que papaguea os neoliberais de que "o problema do Brasil não é gastar pouco, mas gastar mal", para atacar políticas como Bolsa Família e Mais Médicos.

"Desde a redemocratização, nenhuma gestão explorou essa lógica com tanto vigor – e tão poucos resultados – quanto as petistas. Em nome da “inclusão social”, o País multiplicou programas, ampliou transferências e produziu uma dependência estrutural que, em vez de emancipar, perpetua a vulnerabilidade. O Bolsa Família, que deveria ser instrumento de transição, virou ativo eleitoral. A política social converteu-se em plataforma de poder, não política sadia de Estado. Decerto o populismo à direita também surfou nessa onda, mas foi a hegemonia petista que consolidou a confusão entre compaixão e clientelismo. E cobrou o preço mais alto: o de um país menos produtivo, mais endividado e cada vez mais dependente do favor público", brada o Estadão, ignorando dados, e ensaiando o discurso eleitoral para 2026.




Lindbergh expõe o fiasco da gestão Tarcísio em São Paulo

Líder do PT reage ao vídeo em que o governador ataca Lula e aponta deterioração dos serviços públicos paulistas

Brasil 247, 16 de novembro de 2025, 17:20 h

Lindbergh Farias (Foto: ViniLoures/Câmara)

Artigo de Otávio Rosso

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou neste domingo (16) o vídeo publicado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), no qual o governador de São Paulo faz ataques ao presidente Lula em parceria com o empresário Tallis Gomes.

A gravação mostra Tarcísio adotando a lógica empresarial para descrever a gestão do país e sugerindo que seria preciso “demitir o CEO”, em referência ao presidente da República. O governador aparece exaltando oportunidades econômicas e afirmando que o Brasil precisa de “política pública para aproveitar isso”. O governador está sendo criticado nas redes sociais por conta da publicação do conteúdo.

Para Lindbergh, ao usar a metáfora corporativa, Tarcísio acabou expondo o próprio fracasso administrativo. “‘Tem que demitir o CEO’, diz Tarcísio e, com essa frase, ele reproduz exatamente a lógica empresarial com que enxerga o Brasil. Mas se o país fosse mesmo uma empresa, a auditoria começaria pelos piores índices de saúde e educação da década em São Paulo: redução inédita do mínimo constitucional da educação desde 1988, salas superlotadas, evasão de professores e um sistema de saúde colapsado, com filas crescentes, greves e perda salarial acumulada”, criticou.

O líder petista também aponta o desastre na segurança pública. Segundo ele, o estado assiste ao domínio consolidado do PCC, à explosão de roubos de celulares e alianças, ao avanço da máfia dos combustíveis, à proliferação de postos clandestinos e até a mortes por metanol.

“Na segurança pública, o balanço é catastrófico: domínio absoluto do PCC, explosão de roubos de celulares e alianças, avanço da máfia dos combustíveis, proliferação de postos clandestinos e até mortes por metanol, tudo fruto da incapacidade do governo estadual em fiscalizar e enfrentar o crime econômico organizado. E ainda teve o secretário Derrite enviado a Brasília para tentar sabotar o PL Antifacção, enfraquecer a PF, blindar facções é tentar inverter o pacto federativo para impedir investigações”, disse Lindbergh.

O deputado completou relembrando que Tarcísio fez parte da trama bolsonarista que articulou ataques dos Estados Unidos ao Brasil através das tarifas. “Tarcísio tem um histórico perigoso: já afirmou que queria entregar uma vitória ao Trump, já pediu a ministro do STF que liberasse o passaporte de Bolsonaro para ele fugir, já defendeu anistia, já atacou a independência judicial do Brasil e agora fala em “terras raras” como quem negocia patrimônio nacional no balcão. O privatista quer vender o Brasil!”, concluiu.

“Tem que demitir o CEO”, diz Tarcísio e, com essa frase, ele reproduz exatamente a lógica empresarial com que enxerga o Brasil. Mas se o país fosse mesmo uma empresa, a auditoria começaria pelos piores índices de saúde e educação da década em São Paulo: redução inédita do mínimo…— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) November 16, 2025

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quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Ministro de Bolsonaro foi peça-chave para consolidar esquema de fraude no INSS, diz

CORRUPÇAO NO INSS

José Carlos Oliveira, que mudou de nome recentemente, chefiava o Ministério da Previdência e autorizava descontos sem documentação e trâmites obrigatórios

O então ministro José Carlos Oliveira com Jair Bolsonaro.
Créditos: Agência Brasil

Por Henrique Rodrigues, REVISTA FÓRUM,13/11/2025 · 18:41 hs

A Polícia Federal aponta o ex-ministro do Trabalho e Previdência do governo Jair Bolsonaro, José Carlos Oliveira, como figura central na manutenção e ampliação de um esquema criminoso de descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas do INSS.

De acordo com investigações da Operação Sem Desconto, deflagrada nesta quinta-feira, Oliveira ocupou posições estratégicas que garantiram a “blindagem” e a expansão da fraude durante o período em que esteve à frente da pasta, entre março e dezembro de 2022.

Relatório da PF, citado na decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, que autorizou 10 prisões e 63 buscas, afirma que “José Carlos ocupou os mais altos cargos da administração pública em matéria previdenciária no Brasil, o que permitiu à organização criminosa manter e expandir o esquema”.

Interceptações de mensagens mostram o ex-ministro sendo chamado pelos codinomes “Yasser” e “São Paulo”. Em uma das conversas, ele agradece o pagamento de “valores indevidos”. Uma planilha apreendida registra repasse de R$ 100 mil associado ao seu nome em fevereiro de 2023. Recentemente, José Carlos Oliveira passou a assinar Ahmed Mohmad Oliveira Andrade.

Ainda segundo a PF, o esquema já operava em larga escala enquanto ele era ministro. Antes de assumir o cargo, como diretor de Benefícios do INSS, Oliveira teria autorizado o desbloqueio de R$ 15,3 milhões para a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer) sem exigir a documentação de filiação dos segurados, contrariando normas internas e o Acordo de Cooperação Técnica. A medida, conforme os investigadores, permitiu que a entidade retomasse e intensificasse os descontos irregulares em massa.

Em setembro, ao prestar depoimento à CPI do INSS, o ex-ministro negou qualquer irregularidade e atribuiu eventuais abusos a “entidades externas” e possíveis servidores envolvidos, defendendo que não se devia “pré-criminalizar” ninguém.

A operação desta quinta expõe que o mecanismo de fraudes, frequentemente apontado pelo bolsonarismo como “fruto do governo Lula”, estava plenamente consolidado e em expansão durante o governo do líder de extrema direita, com participação direta de um de seus ministros.

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Assessor de Tarcísio pego pela PF com R$ 2,1 milhões em dinheiro: Isso explicaria o PL de Derrit

QUE COISA...

Ação da PF ocorre na mesma semana em que secretário de Segurança de SP tentou impor à força trava legal que impediria federais de investigarem nos estados

Créditos: Reprodução / Youtube

Por Henrique Rodrigues, Revista Fórum, 12/11/2025 · 18:28 hs

A Polícia Federal realizou buscas nesta quarta-feira (12) em endereços ligados a um diretor da Secretaria de Governo da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, responsável por articular repasses a municípios na região de Campinas. Mario Botion, que ocupava o posto de diretor de Convênios no escritório regional, deixou o cargo poucas horas depois da ação.

A operação ocorre na mesma semana que um outro integrante do governo Tarcísio, o secretário de Segurança Pública licenciado Guilherme Derrite (PP-SP), que reassumiu seu mandato de deputado na Câmara, tentou empurrar à força uma alteração no PL Antifacção enviado pelo Palácio do Planalto, do qual ele é relator, para impedir a Polícia Federal de fazer investigações contra o crime organizado nos estados, algo que segundo sua iniciativa absurda deveria ficar sob a autoridade dos governadores e de suas polícias locais.

A ação desta tarde contra Botion integrou a operação Coffee Break, conduzida pela PF em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), e que teve como foco irregularidades em contratos de fornecimento de material didático para prefeituras. Em Limeira, onde Botion exerceu dois mandatos como prefeito até o fim do ano passado, os agentes localizaram R$ 2,1 milhão em espécie em um dos imóveis vistoriados.

A investigação abrange empresas de Sumaré e Hortolândia e resultou no cumprimento de 50 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Paraná e Distrito Federal. "As investigações apontaram indícios de crimes contra a Administração Pública, incluindo fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, além de superfaturamento e tráfico de influência", informou nota divulgada pela controladoria.

Botion foi indicado para o cargo em 31 de julho deste ano pela Secretaria de Governo, comandada por Gilberto Kassab. Ele responde atualmente a duas ações de improbidade administrativa na Justiça paulista, ainda sem decisão final.

A Polícia Federal, que seria “emparedada” por Tarcísio e seu grupo caso obtivessem sucesso com o famigerado PL, detalhou os possíveis delitos cometidos pelo assessor do governo de São Paulo em comunicado oficial destinado à imprensa: "Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro, contratação direta ilegal e organização criminosa".

Sim, organização criminosa, operando dentro do governo estadual de Tarcísio de Freitas. A mesma organização criminosa que não poderia ser investigada pela Polícia Federal se a iniciativa desse grupo de bolsonaristas tivesse conseguido êxito no Congresso Nacional.

Ação discreta: PF já montou operação silenciosa para prender Bolsonaro

AÇAO JUDICIAL CONTRA BOLSONARO

Polícia Federal define logística sigilosa para eventual detenção do ex-presidente

Brasil 247, 13 de novembro de 2025, 04:16 h

O ex-presidente Jair Bolsonaro em sua casa em Brasília-DF, onde cumpre prisão domiciliar, enquanto aguarda a execução penal pela condenação por golpe de Estado - 29/09/2025 (Foto: REUTERS/Diego Herculano)

Conteúdo postado por Redação Brasil 247

A Polícia Federal estruturou um plano minucioso para a eventual prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão. A informação foi publicada pelo InfoMoney, que detalhou que a corporação prepara uma operação considerada “rápida e discreta”, pronta para ser executada assim que houver decisão do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo.

Segundo a reportagem, integrantes da PF afirmam que o planejamento “já está pronto” e contempla todos os cenários possíveis, incluindo medidas para evitar tumultos e garantir a integridade da operação. A corporação avalia o uso de aeronaves, a composição do comboio e a logística para retirar Bolsonaro do condomínio onde cumpre prisão domiciliar em Brasília.

Plano envolve transporte aéreo, reforço de efetivo e contingência para protestos

O plano prevê ações coordenadas para impedir confrontos e minimizar riscos. Entre os pontos avaliados estão possíveis manifestações de apoiadores em frente ao condomínio do ex-presidente

Mobilização de policiais extras caso a situação exija

Definição do tamanho do comboio e rotas alternativas
Uso de transporte aéreo para acelerar a ação e reduzir exposição pública

A cúpula da PF acompanha diariamente o avanço do processo e mantém equipes prontas para execução imediata caso a ordem de prisão seja determinada por Moraes.

STF vê cenário favorável para prisão em regime fechado ainda em 2025

Ministros do Supremo Tribunal Federal avaliam que a prisão em regime fechado deve ocorrer até o fim de 2025, dada a baixa probabilidade de reversão da condenação e o ritmo acelerado dos trâmites. O caso deve ser encerrado ainda este ano.

Atualmente, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por descumprimento de medidas cautelares impostas em outra investigação, que apura articulações no exterior para tentar coagir o STF e evitar consequências pelos atos relacionados à trama golpista.

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Tarifaço de Trump gera inflação nos EUA, enquanto Brasil diversifica mercados

TARIFAÇO CONTRA O BRASIL

Impacto das sobretaxas provoca inflação interna e pressiona Washington, enquanto abre novas oportunidades ao Brasil

Brasil 247,13 de novembro de 2025, 05:41 h

Lula e Trump (Foto: Ricardo Stuckert)

Conteúdo postado por Guilherme Levorato

A guinada protecionista adotada por Washington começa a cobrar seu preço. O tarifaço imposto pelo governo norte-americano já se reflete na alta dos preços de itens essenciais, como café e carne bovina, e provoca distorções que abrem brechas comerciais para o Brasil. As movimentações recentes, vistas como sinais de flexibilização por parte da Casa Branca, podem reacender negociações bilaterais.

Reportagem do jornal O Globo destaca como os efeitos colaterais das tarifas — aplicadas por decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — vêm alterando o ritmo do comércio internacional. Especialistas afirmam que o Brasil, ao contrário das previsões iniciais, tem sofrido impactos menores do que o esperado.

O embaixador José Alfredo Graça Lima, vice-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), avalia que o conflito comercial poderia ter sido evitado. "As economias são perfeitamente complementares. Não tinham que passar por nenhuma crise, como esta, que foi engendrada mais por razões políticas do que comerciais", afirmou o diplomata, que já comandou os consulados brasileiros em Nova York e Los Angeles.

Mesmo mantendo apoio público às tarifas, Donald Trump enfrenta um cenário de pressão crescente. Dados do Bureau of Labor Statistics mostram que o preço médio do café ao consumidor registrou queda de 0,1% em setembro, mas apenas após altas expressivas de 3,6% em agosto e 2,3% em julho. A inflação do setor como um todo atingiu 0,3% no mês. A carne bovina seguiu a mesma tendência, com avanço de 1,2% em setembro, após aumentos de 2,7% em agosto e 1,5% em julho.

Café expõe a interdependência entre as duas economias

O mercado de café é o exemplo mais visível dessa dependência mútua: os Estados Unidos são o maior consumidor global, enquanto o Brasil lidera a produção e exportação. Antes da sobretaxa de 40%, que passou a valer em agosto, cerca de um terço do café consumido pelos americanos vinha dos produtores brasileiros.

Graça Lima afirma que a medida não deveria ter atingido o setor. “Nunca entendi porque não teve exceção para o café”, disse, lembrando que a lista de produtos isentos anunciada pela Casa Branca excluiu o grão brasileiro, crucial para o abastecimento americano.

O fluxo comercial interrompido provocou um efeito dominó. Segundo o Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), blends sem café brasileiro já começam a aparecer no mercado dos EUA, gerando preocupação entre produtores. Mas os números do índice de preços ao consumidor americano indicam que substituir o produto nacional não será tarefa simples para as torrefadoras.

Diversificação reduz impacto sobre o Brasil

A posição de destaque global do Brasil no mercado de commodities possibilita readequação relativamente rápida. Um levantamento do Valor Econômico revela que exportadores brasileiros têm encontrado novos destinos para os produtos atingidos pela sobretaxa. Entre agosto e outubro, as vendas de 1.503 itens não isentos somaram US$ 3,8 bilhões aos EUA, queda de 29% na comparação anual. Por outro lado, os embarques dos mesmos produtos para outros países cresceram 20% e alcançaram US$ 18,2 bilhões.

O Indicador de Comércio Exterior (Icomex), elaborado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), confirma esse movimento. Em outubro, o volume exportado para os Estados Unidos caiu 35,9%, enquanto as vendas para a China avançaram 32,8%. O apetite chinês por matérias-primas, reforça a FGV, tem amparado o comércio internacional como um todo.

Para Lia Valls, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre), a leitura dos dados reforça a impressão de que o tarifaço não provocou o estrago temido. Alguns setores específicos, como o de mel e o de madeira, enfrentam perdas relevantes. No geral, porém, a capacidade brasileira de redirecionar produtos tem amenizado o choque.
Cenário fortalece Brasil em negociações futuras

No fim de outubro, Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniram na Malásia para discutir a escalada tarifária. Com o impacto interno dos EUA cada vez mais evidente e o Brasil mostrando resiliência, analistas acreditam que o país chega às conversas em posição mais favorável.

“Temos uma margem a mais. Vamos para a mesa de negociações sem estar com a corda no pescoço”, avaliou Lia Valls, ao destacar que o fortalecimento das vendas para a China e outros mercados reduz a dependência brasileira das decisões tomadas em Washington.

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