quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Assessor de Tarcísio pego pela PF com R$ 2,1 milhões em dinheiro: Isso explicaria o PL de Derrit

QUE COISA...

Ação da PF ocorre na mesma semana em que secretário de Segurança de SP tentou impor à força trava legal que impediria federais de investigarem nos estados

Créditos: Reprodução / Youtube

Por Henrique Rodrigues, Revista Fórum, 12/11/2025 · 18:28 hs

A Polícia Federal realizou buscas nesta quarta-feira (12) em endereços ligados a um diretor da Secretaria de Governo da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, responsável por articular repasses a municípios na região de Campinas. Mario Botion, que ocupava o posto de diretor de Convênios no escritório regional, deixou o cargo poucas horas depois da ação.

A operação ocorre na mesma semana que um outro integrante do governo Tarcísio, o secretário de Segurança Pública licenciado Guilherme Derrite (PP-SP), que reassumiu seu mandato de deputado na Câmara, tentou empurrar à força uma alteração no PL Antifacção enviado pelo Palácio do Planalto, do qual ele é relator, para impedir a Polícia Federal de fazer investigações contra o crime organizado nos estados, algo que segundo sua iniciativa absurda deveria ficar sob a autoridade dos governadores e de suas polícias locais.

A ação desta tarde contra Botion integrou a operação Coffee Break, conduzida pela PF em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), e que teve como foco irregularidades em contratos de fornecimento de material didático para prefeituras. Em Limeira, onde Botion exerceu dois mandatos como prefeito até o fim do ano passado, os agentes localizaram R$ 2,1 milhão em espécie em um dos imóveis vistoriados.

A investigação abrange empresas de Sumaré e Hortolândia e resultou no cumprimento de 50 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Paraná e Distrito Federal. "As investigações apontaram indícios de crimes contra a Administração Pública, incluindo fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, além de superfaturamento e tráfico de influência", informou nota divulgada pela controladoria.

Botion foi indicado para o cargo em 31 de julho deste ano pela Secretaria de Governo, comandada por Gilberto Kassab. Ele responde atualmente a duas ações de improbidade administrativa na Justiça paulista, ainda sem decisão final.

A Polícia Federal, que seria “emparedada” por Tarcísio e seu grupo caso obtivessem sucesso com o famigerado PL, detalhou os possíveis delitos cometidos pelo assessor do governo de São Paulo em comunicado oficial destinado à imprensa: "Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro, contratação direta ilegal e organização criminosa".

Sim, organização criminosa, operando dentro do governo estadual de Tarcísio de Freitas. A mesma organização criminosa que não poderia ser investigada pela Polícia Federal se a iniciativa desse grupo de bolsonaristas tivesse conseguido êxito no Congresso Nacional.

Ação discreta: PF já montou operação silenciosa para prender Bolsonaro

AÇAO JUDICIAL CONTRA BOLSONARO

Polícia Federal define logística sigilosa para eventual detenção do ex-presidente

Brasil 247, 13 de novembro de 2025, 04:16 h

O ex-presidente Jair Bolsonaro em sua casa em Brasília-DF, onde cumpre prisão domiciliar, enquanto aguarda a execução penal pela condenação por golpe de Estado - 29/09/2025 (Foto: REUTERS/Diego Herculano)

Conteúdo postado por Redação Brasil 247

A Polícia Federal estruturou um plano minucioso para a eventual prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão. A informação foi publicada pelo InfoMoney, que detalhou que a corporação prepara uma operação considerada “rápida e discreta”, pronta para ser executada assim que houver decisão do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo.

Segundo a reportagem, integrantes da PF afirmam que o planejamento “já está pronto” e contempla todos os cenários possíveis, incluindo medidas para evitar tumultos e garantir a integridade da operação. A corporação avalia o uso de aeronaves, a composição do comboio e a logística para retirar Bolsonaro do condomínio onde cumpre prisão domiciliar em Brasília.

Plano envolve transporte aéreo, reforço de efetivo e contingência para protestos

O plano prevê ações coordenadas para impedir confrontos e minimizar riscos. Entre os pontos avaliados estão possíveis manifestações de apoiadores em frente ao condomínio do ex-presidente

Mobilização de policiais extras caso a situação exija

Definição do tamanho do comboio e rotas alternativas
Uso de transporte aéreo para acelerar a ação e reduzir exposição pública

A cúpula da PF acompanha diariamente o avanço do processo e mantém equipes prontas para execução imediata caso a ordem de prisão seja determinada por Moraes.

STF vê cenário favorável para prisão em regime fechado ainda em 2025

Ministros do Supremo Tribunal Federal avaliam que a prisão em regime fechado deve ocorrer até o fim de 2025, dada a baixa probabilidade de reversão da condenação e o ritmo acelerado dos trâmites. O caso deve ser encerrado ainda este ano.

Atualmente, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por descumprimento de medidas cautelares impostas em outra investigação, que apura articulações no exterior para tentar coagir o STF e evitar consequências pelos atos relacionados à trama golpista.

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Tarifaço de Trump gera inflação nos EUA, enquanto Brasil diversifica mercados

TARIFAÇO CONTRA O BRASIL

Impacto das sobretaxas provoca inflação interna e pressiona Washington, enquanto abre novas oportunidades ao Brasil

Brasil 247,13 de novembro de 2025, 05:41 h

Lula e Trump (Foto: Ricardo Stuckert)

Conteúdo postado por Guilherme Levorato

A guinada protecionista adotada por Washington começa a cobrar seu preço. O tarifaço imposto pelo governo norte-americano já se reflete na alta dos preços de itens essenciais, como café e carne bovina, e provoca distorções que abrem brechas comerciais para o Brasil. As movimentações recentes, vistas como sinais de flexibilização por parte da Casa Branca, podem reacender negociações bilaterais.

Reportagem do jornal O Globo destaca como os efeitos colaterais das tarifas — aplicadas por decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — vêm alterando o ritmo do comércio internacional. Especialistas afirmam que o Brasil, ao contrário das previsões iniciais, tem sofrido impactos menores do que o esperado.

O embaixador José Alfredo Graça Lima, vice-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), avalia que o conflito comercial poderia ter sido evitado. "As economias são perfeitamente complementares. Não tinham que passar por nenhuma crise, como esta, que foi engendrada mais por razões políticas do que comerciais", afirmou o diplomata, que já comandou os consulados brasileiros em Nova York e Los Angeles.

Mesmo mantendo apoio público às tarifas, Donald Trump enfrenta um cenário de pressão crescente. Dados do Bureau of Labor Statistics mostram que o preço médio do café ao consumidor registrou queda de 0,1% em setembro, mas apenas após altas expressivas de 3,6% em agosto e 2,3% em julho. A inflação do setor como um todo atingiu 0,3% no mês. A carne bovina seguiu a mesma tendência, com avanço de 1,2% em setembro, após aumentos de 2,7% em agosto e 1,5% em julho.

Café expõe a interdependência entre as duas economias

O mercado de café é o exemplo mais visível dessa dependência mútua: os Estados Unidos são o maior consumidor global, enquanto o Brasil lidera a produção e exportação. Antes da sobretaxa de 40%, que passou a valer em agosto, cerca de um terço do café consumido pelos americanos vinha dos produtores brasileiros.

Graça Lima afirma que a medida não deveria ter atingido o setor. “Nunca entendi porque não teve exceção para o café”, disse, lembrando que a lista de produtos isentos anunciada pela Casa Branca excluiu o grão brasileiro, crucial para o abastecimento americano.

O fluxo comercial interrompido provocou um efeito dominó. Segundo o Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), blends sem café brasileiro já começam a aparecer no mercado dos EUA, gerando preocupação entre produtores. Mas os números do índice de preços ao consumidor americano indicam que substituir o produto nacional não será tarefa simples para as torrefadoras.

Diversificação reduz impacto sobre o Brasil

A posição de destaque global do Brasil no mercado de commodities possibilita readequação relativamente rápida. Um levantamento do Valor Econômico revela que exportadores brasileiros têm encontrado novos destinos para os produtos atingidos pela sobretaxa. Entre agosto e outubro, as vendas de 1.503 itens não isentos somaram US$ 3,8 bilhões aos EUA, queda de 29% na comparação anual. Por outro lado, os embarques dos mesmos produtos para outros países cresceram 20% e alcançaram US$ 18,2 bilhões.

O Indicador de Comércio Exterior (Icomex), elaborado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), confirma esse movimento. Em outubro, o volume exportado para os Estados Unidos caiu 35,9%, enquanto as vendas para a China avançaram 32,8%. O apetite chinês por matérias-primas, reforça a FGV, tem amparado o comércio internacional como um todo.

Para Lia Valls, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre), a leitura dos dados reforça a impressão de que o tarifaço não provocou o estrago temido. Alguns setores específicos, como o de mel e o de madeira, enfrentam perdas relevantes. No geral, porém, a capacidade brasileira de redirecionar produtos tem amenizado o choque.
Cenário fortalece Brasil em negociações futuras

No fim de outubro, Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniram na Malásia para discutir a escalada tarifária. Com o impacto interno dos EUA cada vez mais evidente e o Brasil mostrando resiliência, analistas acreditam que o país chega às conversas em posição mais favorável.

“Temos uma margem a mais. Vamos para a mesa de negociações sem estar com a corda no pescoço”, avaliou Lia Valls, ao destacar que o fortalecimento das vendas para a China e outros mercados reduz a dependência brasileira das decisões tomadas em Washington.

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Ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto é preso pela PF

CORRUPÇAO NO INSS

Nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga fraudes por meio de descontos indevidos em benefícios do INSS, foi deflagrada nesta quinta-feira

Brasil 247, 13 de novembro de 2025, 07:48 h

Ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Alessandro Stefanutto 
(Foto: Arquivo/Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Conteúdo postado por Paulo Emilio

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (13) o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, durante uma nova fase da Operação Sem Desconto. A ação, desenvolvida em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), apura um esquema de fraudes que teria provocado descontos irregulares em benefícios para aposentados e pensionistas por vários anos . Alessandro Stefanutto, que presidiu o INSS entre 2023 e 2024, já havia sido alvo de afastamento judicial em fases anteriores da mesma operação. As informações são do g1.

Os desvios identificados pelos investigadores podem alcançar R$ 6,3 bilhões, valor decorrente de cobranças aplicadas entre 2019 e 2024. A operação mobiliza forças federais no Distrito Federal e em 14 estados, totalizando 10 mandados de prisão e 63 mandados de busca e apreensão.

Esquema operava com descontos não autorizados

As investigações apontam que os beneficiários teriam sido alvo de débitos mensais incluídos sem autorização em suas aposentadorias e pensões. A fraude se apoiaria em acordos firmados com entidades associativas que, segundo os segurados, eram desconhecidas por grande parte das vítimas.

Auditorias preliminares conduzidas pela CGU reforçam que o volume de descontos ilegais aumentou consistentemente ao longo dos últimos anos, evidenciando a ampliação da atuação criminosa.

Alvos respondem por crimes graves

Os investigados podem responder por organização criminosa, estelionato previdenciário, inserção de dados falsos em sistemas públicos, corrupção ativa e passiva, além de ocultação e dilapidação patrimonial. As autoridades também tentam recuperar parte dos valores desviados e aprofundar a análise das conexões entre servidores, intermediários e entidades envolvidas no esquema.

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quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Efeito Lula: brasileiros voltam a confiar nas instituições públicas

BRASIL SOBERANO

Relatório da OCDE apresentado na COP30 mostra salto de 14 pontos na confiança da população no governo federal, após período de forte descrédito durante a gestão Bolsonaro

Efeito Lula: brasileiros voltam a confiar nas instituições públicas.Relatório da OCDE apresentado na COP30 mostra salto de 14 pontos na confiança da população no governo federal, após período de forte descrédito durante a gestão Bolsonaro
Créditos: Ricardo Stucker (PR)

Por Iara Vidal, Revista Forum, 11/11/2025 · 18:07 hs

O terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva marcou uma recuperação inédita da confiança dos brasileiros nas instituições públicas. Desde o início deste mandato, em janeiro de 2023, o Brasil vem registrando uma reversão consistente do descrédito político e da polarização social que se aprofundaram durante os quatro anos de governo de extrema direita de Jair Bolsonaro.

É o que revela o levantamento divulgado nesta segunda-feira (10) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O relatório, intitulado OECD Latin America and Caribbean Trust Survey 2025 e apresentado durante a COP30, mostra que 47% dos brasileiros afirmam confiar no governo federal em 2025, contra 33% em 2023 — o maior salto entre os dez países pesquisados na América Latina e no Caribe.



O presidente Lula comentou sobre esse resultado pelas redes sociais.

“Esse movimento expressa algo importante: um maior compromisso do Estado com a população. E um sinal de que o país está avançando com trabalho, seriedade e diálogo”, destacou o presidente.



Lula ressaltou que mais brasileiros afirmam se sentir ouvidos pelo governo, reflexo da volta do diálogo e da participação social na formulação de políticas públicas.


“A satisfação com os serviços públicos aumentou. Mais brasileiros que utilizam o SUS, frequentam as escolas e acessam benefícios afirmaram estar satisfeitos em comparação a 2022. Esses dados mostram que o Governo do Brasil está no rumo certo”, escreveu Lula.

Instituições recuperam prestígio

A pesquisa da OCDE revela também avanços expressivos em outros órgãos do Estado. A confiança no Congresso Nacional subiu de 21% para 32%, enquanto o Poder Judiciário passou de 28% para 39%, impulsionado pela percepção de independência e pelo papel na defesa da democracia.

Já a Polícia Federal e os órgãos de controle, como a CGU e o TCU, continuam entre as instituições mais bem avaliadas, com índices acima de 50%, refletindo o fortalecimento do combate à corrupção e a transparência administrativa.
Brasil supera média latino-americana

O levantamento, que abrangeu dez países da região, indica que a confiança média na América Latina é de 34%, abaixo da média da OCDE (45%).

O Brasil superou pela primeira vez a média regional, após uma década de instabilidade institucional, crises econômicas e escândalos de corrupção.

Segundo o documento, o país se destaca ao lado do Chile e da Costa Rica por apresentar uma tendência positiva e sustentada de confiança institucional.
Políticas sociais e ambientais impulsionam retomada

De acordo com a OCDE, o aumento da confiança no Brasil está diretamente ligado à percepção de eficiência, integridade e transparência do serviço público.

A população demonstrou maior satisfação com políticas de:transferência de renda e combate à fome,

expansão da educação técnica e das universidades,

e investimentos em programas ambientais e de energia limpa.

Outro fator decisivo foi a digitalização dos serviços públicos, que reduziu a burocracia e ampliou o acesso a informações, principalmente nas regiões Nordeste e Centro-Oeste.
Reconstrução institucional e integridade pública

O relatório também cita o “Revisão de Integridade da OCDE sobre o Brasil 2025”, que reconhece o país por fortalecer sua estrutura de combate à corrupção e transparência.

Entre as medidas destacadas estão a criação do Sistema de Integridade, Transparência e Acesso à Informação da Administração Pública Federal e o Plano de Integridade e Combate à Corrupção 2025–2027.

O tema foi comentado em artigo publicado na Folha de S.Paulo nesta terça-feira (11) pelos ministros Guilherme Boulos (Secretaria-Geral da Presidência), Vinícius Carvalho (Controladoria-Geral da União) e Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos).


“Esses avanços não decorrem de iniciativas isoladas, mas de uma firme orientação para reconstruir a capacidade e a confiança do Estado”.
Um novo ciclo de confiança

A OCDE afirma que o Brasil “exemplifica como reformas de governança, políticas sociais eficazes e comunicação transparente podem reverter a tendência de desconfiança generalizada na região”.

O país, diz o relatório, entrou em um novo ciclo de confiança institucional, sustentado por estabilidade política e compromisso democrático.

Paraná Pesquisas: Lula aumenta margem sobre Tarcísio e venceria todos adversários

ELEIÇÕES 2026

Nova sondagem mostra que ações eleitorais usando a matança no Rio de Janeiro não adiantaram nada. Governador de SP encolheu e o presidente segue líder

Créditos: Ricardo Stuckert/PR

Por Henrique Rodrigues, Revista Fórum, 11/11/2025 · 18:04 hs

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está com sua liderança consolidada em todos os cenários para a eleição presidencial de 2026, de acordo com uma sondagem divulgada nesta terça-feira (11) pelo instituto Paraná Pesquisas. Realizado entre os dias 6 e 10 deste mês, com 2.020 entrevistas presenciais em todo o país, o levantamento aponta o petista à frente tanto na disputa espontânea quanto na estimulada, além de vencer todos os confrontos diretos num eventual segundo turno.

No cenário principal de primeiro turno, Lula registra 35,6% das intenções de voto, seguido por Jair Bolsonaro (PL), com 32,1% – embora o ex-presidente esteja inelegível e condenado a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Ainda nesse cenário, completam a lista Ciro Gomes (PSDB), com 8,2%. Ratinho Junior (PSD), com 6,9%, e Ronaldo Caiado (União), com 3,2%.


EXCLUSIVO

Quando Michelle Bolsonaro (PL-DF) entra no lugar do marido, Lula sobe para 36%, enquanto a ex-primeira-dama marca 26%. Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), outrora visto como o principal nome do bolsonarismo, aparece com 23,2%, uma queda significativa em relação às sondagens anteriores.

A tentativa da extrema direita de capitalizar politicamente com a sangrenta operação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes, ao que tudo indica, não surtiu o efeito esperado. A narrativa de “guerra contra os bandidos” promovida por bolsonaristas nas redes sociais e em discursos perdeu tração e sequer resultou em algum número positivo para a extrema direita.


No segundo turno, mostra a Paraná Pesquisas, Lula derrota todos os adversários testados: 43% contra 41,8% de Tarcísio; 45,4% contra 38,6% de Flávio Bolsonaro (PL); 43% contra 42,7% de Michelle (PL); e 43,7% contra 43,1% de Jair Bolsonaro, uma vantagem estreita, mas estatisticamente relevante dentro da margem de erro de 2,2 pontos percentuais.

A sondagem reforça a percepção geral de que Tarcísio de Freitas, antes tratado como “plano A” do bolsonarismo e grande estrela do grupo ideológico, enfrenta um teto mais baixo do que o esperado, agravado por crises de criminalidade e violência em São Paulo, além das desnecessárias e provocativas tensões que lançou contra o governo federal. Michelle Bolsonaro, por sua vez, emerge como a principal alternativa da oposição, com apelo entre eleitores “conservadores” (leia-se reacionários), especialmente mulheres e jovens de perfil religioso.

Regionalmente, o Nordeste é o reduto mais sólido do presidente, com 49,9% das intenções, enquanto Michelle e Tarcísio ficam em patamares muito inferiores. No Sul, a oposição lidera entre eleitores de renda mais alta, mas Lula resiste em faixas de maior escolaridade.

PF faz operação contra desvio de verbas no RS e apreende R$ 400 mil após enchentes

COMBATE A CORRUPÇAO
Diário do Centro do Mundo, 12 de novembro de 2025 às 6:3

Agentes da PF fazem operação contra desvio de recursos destinados à recuperação das enchentes em Lajeado. Foto: Polícia Federal/Divulgação

A Polícia Federal (PF) apreendeu mais de R$ 400 mil em espécie durante uma operação deflagrada nesta terça-feira (11) contra um esquema de desvio de recursos públicos destinados à Prefeitura de Lajeado (RS) para a recuperação dos estragos das enchentes que atingiram o estado em 2024.

Ao todo, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão em nove cidades gaúchas: Lajeado, Muçum, Encantado, Garibaldi, Guaporé, Carlos Barbosa, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Porto Alegre. A PF também determinou o bloqueio de R$ 4,5 milhões nas contas dos investigados e o sequestro de dez veículos.

Ex-prefeito de Lajeado é alvo da investigação

Um dos alvos da operação é Marcelo Caumo, atual secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Rio Grande do Sul, que foi prefeito de Lajeado entre 2017 e 2024. A PF investiga contratos firmados durante sua gestão, suspeitos de crime contra a administração pública e lavagem de dinheiro.

“O chefe do Executivo municipal da gestão anterior é investigado porque deu origem à dispensa de licitação e à contratação direta da empresa para prestar serviços à população atingida pela enchente. Tem a assinatura, o contrato e a assinatura do chefe do Poder Executivo municipal, e ele é um dos investigados”, afirmou o delegado Marconi Joaquim da Silva, responsável pela operação.Marcelo Caumo, atual secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Rio Grande do Sul. Foto: Reprodução

Em nota, o governo do estado declarou que a investigação “não tem qualquer relação com a atuação de Marcelo Caumo enquanto secretário de Estado” e reiterou que está à disposição da PF. Já a Prefeitura de Lajeado informou que “colabora integralmente com as autoridades e adotará as medidas cabíveis diante de eventuais irregularidades”.

O ex-prefeito disse confiar “plenamente na Justiça e possuir convicção de que todos os fatos serão devidamente esclarecidos”.

Contratos de R$ 120 milhões sob suspeita

Segundo a PF, o esquema envolveu irregularidades em contratos de aproximadamente R$ 120 milhões firmados pela prefeitura para a contratação emergencial de psicólogos, assistentes sociais, educadores, auxiliares administrativos e motoristas.

As contratações foram feitas sem licitação, sob a justificativa do estado de calamidade pública decretado após as enchentes. No entanto, a PF afirma haver indícios de direcionamento e de valores acima do mercado.

“Há indícios de que a contratação direta da empresa investigada tenha ocorrido sem observância da proposta mais vantajosa. Ainda é uma fase administrativa, sem culpados, mas há indícios de direcionamento do processo para uma empresa específica”, explicou o delegado Marconi.PF apreende R$ 400 mil em dinheiro durante operação contra desvio de verbas no RS. Foto: Divulgação/PF

Vitória do governo Lula: em terceiro parecer, Derrite recua e deixa de proteger o crime organizado

BRASIL

Relator cedeu à pressão do Executivo e retirou trechos que ameaçavam a soberania nacional e enfraqueciam a Polícia Federal

Brasil 247, 12 de novembro de 2025, 04:33 h
Guilherme Derrite (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

Conteúdo postado por Redação Brasil 247

Após duras críticas e um dia intenso de negociações, o deputado Guilherme Derrite (PP-SP) apresentou na noite de terça-feira (11) uma nova versão do projeto de lei antifacção, recuando em pontos que haviam provocado forte reação do governo federal, da Polícia Federal, da Receita Federal e de especialistas em segurança pública. A informação foi publicada pelo Valor Econômico.

O relator atendeu aos dois principais pleitos do governo: suprimiu todas as menções à Lei Antiterrorismo e retirou as passagens que tratavam da competência da Polícia Federal, que poderiam reduzir o papel do órgão no combate ao crime organizado. Segundo integrantes do Executivo, esses pontos eram “inegociáveis”.

Governo evita equiparação de facções ao terrorismo

Na versão anterior do parecer, Derrite havia incluído artigos que equiparavam condutas de facções e milícias a crimes de terrorismo, o que, segundo especialistas, poderia gerar conflitos jurídicos e riscos à soberania nacional. O novo texto elimina essa vinculação.

O deputado justificou a mudança afirmando que “a adoção de um diploma autônomo torna desnecessária qualquer disposição expressa sobre a competência do Ministério Público, da Polícia Federal ou das polícias judiciárias estaduais”, citando os artigos 109 e 144 da Constituição como garantias já suficientes para delimitar responsabilidades.

Endurecimento das penas e novas medidas

Mesmo com as alterações, Derrite manteve a previsão de penas severas, entre 20 e 40 anos, para crimes de domínio territorial armado, sabotagem de serviços públicos e ataques contra forças de segurança. O texto também prevê o cumprimento de pena em presídio federal para líderes de facções.

O projeto cria uma lei autônoma para tratar de condutas como domínio territorial, sabotagem, ataques a instituições prisionais, “novo cangaço”, sequestro de aeronaves e controle social por meio da violência. O relator argumenta que a proposta “reforça a segurança jurídica e evita conflitos interpretativos entre órgãos de persecução penal”.
Rastreamento de recursos e bloqueio de bens

Entre as medidas adicionais, o relatório prevê bloqueio patrimonial e rastreamento de recursos de organizações criminosas, incluindo a cooperação internacional para investigação de offshores. Também propõe a criação de bancos nacionais e estaduais de membros de facções, a inelegibilidade automática e a perda do auxílio-reclusão para familiares de condenados.
Derrite tenta acelerar tramitação

Em entrevista a jornalistas, Derrite afirmou que as mudanças visam dar celeridade à tramitação e evitar contestações judiciais. “Para que a gente tenha campo político, não apenas para aprovar aqui na Câmara dos Deputados, mas para que a pauta caminhe no Senado, seja aprovada e não seja passível de contestação no Judiciário”, declarou.

Ele também negou que tenha enfraquecido o projeto: “O que é competência da PF está preservado; o que é das polícias estaduais está preservado.” Segundo o relator, o foco deve permanecer no enfrentamento das facções: “Vamos manter um texto duro, e disso eu não abro mão.”

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Governador da Califórnia critica duramente Trump na COP30 e promete continuar liderando ação climática

COP30

Em Belém, Gavin Newsom chamou de “burra” a política ambiental do presidente dos Estados Unidos

Brasil 247, 12 de novembro de 2025, 05:11 h
 
Governador da Califórnia, Gavin Newsom, chega à COP30, em Belém (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Conteúdo postado por Redação Brasil 247

Durante a COP30, realizada em Belém, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, assegurou que seu estado continuará sendo um parceiro confiável na luta contra as mudanças climáticas e aproveitou o evento para criticar duramente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por reverter políticas federais de combate ao aquecimento global. A reportagem é da agência Reuters.

Newsom classificou como “burra” (“dumb”) a decisão de Trump de abandonar compromissos climáticos e afirmou que as ações do governo republicano representam uma ameaça à democracia e ao Estado de Direito. “Os Estados Unidos podem ser tão burros quanto quiserem nesse tema, mas a Califórnia não é. Nós vamos nos afirmar, participar e competir nesse espaço”, disse o governador, sob aplausos do público.

Califórnia à frente da transição verde

Vestido de maneira informal devido ao calor amazônico, Newsom destacou que a Califórnia, apesar de ser apenas um dos 50 estados norte-americanos, possui a quarta maior economia do mundo e metas climáticas das mais ambiciosas do planeta. O estado pretende descarbonizar sua economia até 2045 e proibir a venda de novos carros a gasolina até 2035.

“Mas não podemos fazer isso sozinhos. Estamos aqui com a mão estendida, não com o punho fechado”, disse o governador, reforçando a busca por cooperação internacional.

Newsom também lembrou que dois ex-presidentes republicanos oriundos da Califórnia, Ronald Reagan e Richard Nixon, adotaram medidas ambientais relevantes, sugerindo que o compromisso climático deveria ser uma causa nacional e não partidária.
Críticas à política de Trump e alerta sobre a China

O governador afirmou que o presidente Trump está entregando à China a liderança global em energia limpa ao desmantelar políticas ambientais nos Estados Unidos. “Os republicanos estão cedendo o mercado de crescimento mais rápido do mundo. A China vai dominar a próxima grande indústria global”, advertiu.

Newsom lembrou ainda que Trump costuma desdenhar da crise climática, chamando-a falsamente de “farsa”, e que seu governo tem incentivado o uso de combustíveis fósseis, ignorando os alertas científicos e diplomáticos.
Política e eleições nos EUA

Apontado como um dos principais nomes democratas para a eleição presidencial de 2028, Newsom evitou confirmar uma eventual candidatura. “Não me preocupo com 2028. Estou mais preocupado com eleições livres e justas. Penso em 2026, em retomar a Câmara dos Representantes e a presidência da Casa”, declarou.

Ele também criticou oito senadores democratas que apoiaram o fim da paralisação do governo federal, sem, no entanto, comentar se apoia substituições na liderança do Senado.

Newsom observou que o mandato de Trump termina em janeiro de 2029, mas insinuou que o presidente pode tentar permanecer no poder. “Ele é o presidente mais impopular da história dos Estados Unidos. É por isso que está tentando manipular a eleição”, afirmou. “Trump é temporário. É imprudente. É caótico. As pessoas precisam reagir. Precisam enfrentar o valentão.”

Califórnia como referência global

No dia anterior, em São Paulo, o governador havia dito a investidores que o vácuo de liderança dos Estados Unidos na pauta climática é “chocante”. Ele ressaltou que a Califórnia abriga sete vezes mais empregos em energia renovável do que em combustíveis fósseis e lembrou que a Tesla foi fundada no estado.

Ao comentar um possível plano do governo Trump de liberar perfurações em águas federais na costa californiana, Newsom foi enfático: “Isso está morto na chegada.”

A COP30, organizada pelas Nações Unidas, não contou com a presença oficial do governo norte-americano, que tem se mantido distante das negociações climáticas globais. Ainda assim, a Califórnia — e Newsom — buscaram se afirmar como representantes de uma política ambiental progressista e engajada.

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COP30

Hipocrisia climática global: Ocidente adota dois pesos e duas medidas diante das iniciativas verdes da China

GLOBAL TIMES

Declarações do presidente da COP30, André Corrêa do Lago, expõem contradições do Ocidente

Brasil 247, 12 de novembro de 2025, 05:41 h

Linha produção de carros elétricos na China (Foto: Xinhua)

Conteúdo postado por Redação Brasil 247

Em entrevista ao The New York Times, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, chamou atenção para a incoerência das potências ocidentais em relação à política ambiental da China. “Você não pode insistir que a China reduza suas emissões e depois reclamar que ela está colocando veículos elétricos baratos em todo o mundo”, afirmou.

A declaração foi destacada em artigo publicado pelo jornal chinês Global Times, que criticou o duplo padrão com que países ocidentais tratam o desenvolvimento verde chinês (leia o original aqui).

Contradição e disputa industrial

O texto aponta que, embora o Ocidente se apresente como o arquiteto das regras globais do clima e o principal financiador da transição verde nos países em desenvolvimento, a distância entre promessas e ações concretas segue ampla. Ao mesmo tempo, essas nações cobram que economias emergentes, como a China, assumam “maior responsabilidade” — enquanto impõem barreiras comerciais, investigações de subsídios e campanhas negativas na mídia para restringir o avanço da indústria verde chinesa.

Essa postura, segundo o Global Times, revela mais preocupação com a preservação de interesses econômicos do que com o futuro climático global. “Determinadas forças no Ocidente estão menos interessadas no futuro do clima do que em proteger seus próprios interesses diante da competição verde emergente”, analisa o texto.

A ameaça de ser superado

As duplas medidas, de acordo com a publicação, decorrem tanto do medo da competitividade industrial chinesa quanto de um “incômodo institucional”. O rápido progresso da China em setores estratégicos, como a energia solar e os veículos elétricos, teria abalado a confiança do Ocidente, acostumado a ditar as regras e padrões da governança climática global.

De fato, a China é responsável por mais de 80% da produção mundial de componentes-chave da energia solar, e a expansão internacional de seus veículos elétricos está acelerando a descarbonização do transporte. Um relatório recente do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) estima que, para atingir as metas do Acordo de Paris, as emissões globais de gases de efeito estufa precisam cair entre 35% e 55% até 2035 em comparação com os níveis de 2019.

Nesse contexto, argumenta o artigo, restringir produtos verdes chineses é equivalente a limitar artificialmente o avanço da descarbonização global.
Corrêa do Lago: “Se você se preocupa com o clima, isso é uma boa notícia”

Ao comentar o impacto positivo da presença global dos veículos elétricos chineses, Corrêa do Lago foi direto: “Se você se preocupa com o clima, isso [a expansão global dos veículos elétricos chineses] é uma boa notícia.” Para o Global Times, essa observação reforça o papel crucial da China na transição energética mundial e o valor global de suas inovações sustentáveis.

Entretanto, enquanto persistirem as desconfianças e a politização das questões climáticas por parte do Ocidente, “o caminho para disseminar tecnologias verdes de forma mais rápida, ampla e acessível continuará obstruído”, alerta o artigo.
Um alerta para a cooperação global

As palavras do presidente da COP30, segundo o jornal chinês, devem servir como um chamado à razão. “A governança climática mundial está entrando em uma janela crítica, e qualquer politização ou instrumentalização das questões climáticas é um desperdício do futuro coletivo da humanidade.”

O texto conclui que, se o Ocidente realmente busca progresso, precisa abandonar os duplos padrões, cessar a politização dos esforços verdes da China e cooperar com as economias emergentes para construir um quadro mais inclusivo e equitativo de governança climática global.

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