quinta-feira, 21 de março de 2024

Imagens de satélite mostram 35% das construções de Gaza destruídas por ataques israelenses, diz ONU

Segundo o Centro de Satélites das Nações Unidas (UNOSAT), 88.868 estruturas foram danificadas ou destruídas

21 de março de 2024, 09:39 h
  •      Faixa de Gaza. Foto: Reuters
Reuters - Imagens de satélite analisadas pelo Centro de Satélites das Nações Unidas mostram que 35% das construções da Faixa de Gaza foram destruídas ou danificadas na ofensiva de Israel no enclave palestino.

O ataque israelense, lançado em resposta aos ataques de militantes do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, matou cerca de 32.000 palestinos, de acordo com as autoridades de saúde do território administrado pelo Hamas.

Em sua avaliação, o Centro de Satélites das Nações Unidas, UNOSAT, usou imagens de satélite de alta resolução coletadas em 29 de fevereiro e as comparou com imagens tiradas antes e depois do início do último conflito.

A análise constatou que 35% de todas as construções na Faixa de Gaza - 88.868 estruturas - foram danificadas ou destruídas.

Entre elas, foram identificadas 31.198 estruturas como destruídas, 16.908 como severamente danificadas e 40.762 como moderadamente danificadas.

Isso representa um aumento de quase 20.000 estruturas danificadas em comparação com a avaliação anterior feita com base em imagens tiradas em janeiro, que mostrou que 30% de todas as construções haviam sido danificadas ou destruídas, disse a UNOSAT.

domingo, 30 de julho de 2023

TCU marca julgamento de pedido para suspender o salário pago pelo PL a Jair Bolsonaro

Área técnica do TCU sugeriu a rejeição do pedido de suspensão feito pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado
Brasil 247, 30 de julho de 2023, 09:07 h
TCU e Bolsonaro (Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado | Alan Santos/PR)

O Tribunal de Contas da União (TCU) marcou para quarta-feira o julgamento do pedido do subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado para suspender o pagamento de salário de aproximadamente 40 mil reais pelo PL a Jair Bolsonaro. Na representação, o subprocurador sustenta que o pagamento de salário a Bolsonaro pode ir de encontro à decisão do TSE que declarou a inelegibilidade do ex-mandatário ´por um período de oito anos.

Segundo a coluna da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, a área técnica do TCU sugeriu à Corte de Contas a rejeição do pedido do representante do Ministério Público, argumentando que o órgão não tem competência para investigar o uso de recursos do Fundo Partidário, mas recomendou que, "eventuais irregularidades devem ser objeto de análise da Justiça Eleitoral".

“Dentro do TCU, a dúvida é se Zymler vai acatar a segunda sugestão da área técnica e encaminhar o pedido de investigação ao TSE e ao Ministério Público, o que poderia dar sobrevida ao processo em outras instâncias”, ressalta a reportagem.

sexta-feira, 23 de junho de 2023

Alckmin demonstra de forma didática o prejuízo bilionário que Campos Neto causa ao Brasil

"Você fica fazendo economia de um bilhão, meio bilhão, e acaba gastando aí quase R$ 200 bilhões em razão de ter uma taxa Selic nessa altura", disse ele

Brasil 247, 23/06/2023, 04:27 h Atualizado em 23/06/2023, 07:03
Geraldo Alckmin e Roberto Campos Neto (Foto: Reprodução | ABr)

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Geraldo Alckmin, criticou, nesta quinta-feira (22), a decisão do Banco Central de manter os juros básicos da economia (taxa Selic) em 13,75% ao ano, mesmo com inflação em queda. Em uma declaração enfática, Alckmin destacou o prejuízo causado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao país.

Alckmin, que está no exercício da Presidência da República esta semana durante a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Europa, demonstrou de forma didática o impacto negativo da taxa Selic elevada. Ele ressaltou que cada 1% da taxa Selic custa R$ 38 bilhões de pagamento do serviço da dívida pública, e uma taxa 5% acima do que deveria estar resultaria em um custo de aproximadamente R$ 190 bilhões.

"Você fica fazendo economia de um bilhão, meio bilhão, e acaba gastando aí quase R$ 200 bilhões em razão de ter uma taxa Selic nessa altura", criticou Alckmin. Sua declaração evidencia o prejuízo significativo que a política monetária atual está causando às finanças públicas do país.

Alckmin também ressaltou que, mesmo durante a gestão de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central, a taxa Selic já foi reduzida para 2% ao ano, o nível mais baixo da série histórica. Além disso, ele apontou que o atual cenário internacional de juros negativos e inflação em queda torna ainda mais difícil compreender a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter os juros básicos elevados.

Com uma inflação em declínio e expectativas de redução, Alckmin argumentou que a taxa Selic em patamares elevados acaba tendo um impacto fiscal negativo. Ele enfatizou que, se a preocupação é a dívida pública, não há nada pior do que manter a taxa de juros 

O presidente em exercício demonstrou claramente seu descontentamento com a decisão do Banco Central e evidenciou o prejuízo econômico e fiscal que o país está enfrentando devido à taxa Selic elevada. Suas palavras ressoam como um apelo por uma política monetária mais adequada às condições atuais do Brasil, buscando impulsionar a atividade econômica e garantir uma gestão fiscal mais eficiente.

"Amazônia é patrimônio ambiental, mas será também patrimônio econômico", diz Lula na cúpula de Paris

Presidente afirmou que o objetivo é preservar a floresta e reunir condições "para ajudar os povos que moram na floresta”

Brasil 247, 23/06/2023, 07:03 h Atualizado em 23/06/2023, 07:03
(Foto: Ricardo Stuckert | ABR)

"Amazônia é patrimônio ambiental, mas será também patrimônio econômico", diz Lula na cúpula de Paris · Ouvir artigo

O presidente Lula (PT) discursou na manhã desta sexta-feira (23) na Cúpula do Novo Pacto de Financiamento Global, em Paris, na França, e afirmou que seu objetivo é fazer da Amazônia "não apenas um patrimônio ambiental, mas um patrimônio econômico, para ajudar os povos que moram na floresta”.

"Nessa floresta brasileira temos 400 povos indígenas e 300 idiomas. E nessa mesma região enfrentamos muitas dificuldades: o garimpo, o crime organizado e pessoas de má-fé que querem tentar fazer com que nessa floresta se plante soja, milho, se crie gado, quando na verdade não é preciso fazer isso. Os empresários responsáveis sabem que isso é errado e que vai causar problemas muito sérios aos produtos que eles têm que vender a outros países", completou.

O presidente ainda reforçou o convite para que os líderes mundiais viajem a Belém (PA) para a COP30 em novembro de 2025. "Nós vamos realizar a COP30 em um país amazônico. Espero que todas as pessoas que prezam tanto pela Amazônia, que admiram tanto a Amazônia, que dizem que a Amazônia é o pulmão do mundo, espero que essas pessoas participem da COP no estado do Pará, para que tenham noção do que realmente é a Amazônia".

terça-feira, 11 de abril de 2023

Ipec: 39% dos brasileiros avaliam governo Lula como ótimo ou bom

A pesquisa mostrou ainda que 54% aprovam a forma como o presidente Lula governa

Brasil 247, 11/04/2023, 17:38 h Atualizado em 11 de abril de 2023, 17:49
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)


Pesquisa Ipec divulgada nesta terça-feira (11) aponta que 39% dos brasileiros avaliam a terceira gestão do presidente Lula (PT) como ótima ou boa, enquanto 30% a classificam como regular. Aqueles que a consideram ruim ou péssima somam 26%, e os que não souberam ou não responderam são 6%.

Em comparação com a pesquisa anterior, divulgada em 19 de março, a avaliação positiva do governo Lula caiu dois pontos percentuais, passando de 41% para 39%. Já a avaliação negativa aumentou dois pontos percentuais, de 24% para 26%.

54% dos entrevistados aprovam a forma como o presidente Lula governa, enquanto 37% desaprovam. Há ainda 9% que não souberam ou não responderam.

Segundo o Ipec, a avaliação ótima/boa da gestão de Lula é mais expressiva entre:

Os moradores da região Nordeste (55%);
Aqueles que têm renda familiar de até 1 salário-mínimo (53%);
Os menos escolarizados (47%) e
Os católicos (48%).

Já a avaliação ruim ou péssima se destaca entre:
Os residentes na região Sul (44%);
Brasileiros com renda familiar superior a 5 salários-mínimos (37%);
Os evangélicos (35%) e
Aqueles com renda de mais de 2 a 5 salários-mínimos (33%).

(Com informações do G1).

sexta-feira, 7 de abril de 2023

Entenda o significado da Sexta-feira da Paixão de Cristo

É o dia em que se recorda a crucificação e morte de Jesus Cristo

Brasil 247, 07/04/2023, 05:16 h Atualizado em 07/04/2023, 05:51
...A Paixão de Cristo é o maior exemplo de amor e postura ética e moral que a humanidade teve o privilégio de conhecer, pois, por intermédio Daquele que foi mortificado, os homens e as mulheres puderam conhecer a Palavra (Foto: Davis Sena Filho)

A Sexta-feira da Paixão, também conhecida como Sexta-feira Santa, é uma data muito importante para os cristãos em todo o mundo, especialmente para os católicos. É o dia em que se recorda a crucificação e morte de Jesus Cristo, o filho de Deus, conforme relatado na Bíblia.

De acordo com a narrativa bíblica, Jesus foi traído por um de seus discípulos, Judas Iscariotes, e entregue aos líderes religiosos judeus para ser julgado. Ele foi condenado à morte pelo governador romano Pôncio Pilatos, que cedeu à pressão das autoridades judaicas e da multidão que clamava por sua crucificação.

Jesus foi então torturado e crucificado no Monte Calvário, uma colina localizada fora das muralhas da cidade de Jerusalém. Segundo a tradição cristã, ele morreu na cruz por volta das 15 horas da tarde, após ter sido pregado nas mãos e nos pés.

A Sexta-feira da Paixão é, portanto, um dia de profundo luto e reflexão para os cristãos, que meditam sobre o sacrifício de Jesus por seus pecados e sobre o amor divino que o levou a oferecer sua vida pelos homens. Muitas igrejas realizam cerimônias e celebrações especiais neste dia, como a Via Sacra, que consiste em percorrer os 14 momentos da paixão de Cristo até a sua crucificação, e a adoração da Cruz, em que se venera a cruz em que Jesus foi crucificado. É também um dia de jejum e abstinência para os católicos, que se abstêm de carne e fazem uma refeição frugal.

Lula vai propor a Xi Jinping que promova diálogo com Putin sobre a guerra na Ucrânia

O presidente brasileiro diz que China tem “potencial extraordinário” para dialogar

Brasil 247, 07/04/2023, 04:54 h Atualizado em 07/04/2023, 06:35
Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping (Foto: Reuters)

O presidente Lula afirmou nesta quinta-feira (6), que quer discutir com seu homólogo chinês Xi Jinping sobre a possibilidade de o país asiático promover um diálogo com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pelo fim da Guerra na Ucrânia. “Nós não concordamos com a invasão da Rússia à Ucrânia. Estou convencido que tanto a Ucrânia quanto a Rússia estão esperando que alguém de fora fale: vamos sentar para conversar”, disse Lula.

“E por que eu quero sentar para conversar com o Xi Jinping? É porque eu acho que a importância econômica, militar e política da China e a relação da China com a Rússia, e até mesmo a divergência da China com os Estados Unidos dá à China um potencial extraordinário para conversar”, acrescentou.

Sobre o conflito na Ucrânia, Lula destacou o posicionamento contrário e disse que quer propor a Xi Jinping a criação de um grupo de países pela paz na região. “A China tem peso, o Brasil tem peso. Eu acho que a Indonésia pode participar, a Índia pode participar. Vamos lá conversar com o Putin, vamos conversar com o [presidente da Ucrânia] Zelensky, vamos conversar com o [presidente dos Estados Unidos] Biden. Vamos tentar ver se encontramos um grupo de pessoas que não se conforme com a guerra. Não é necessário ter guerra”.

Lula viaja na terça-feira (11) para a China.

quinta-feira, 6 de abril de 2023

Documento oficial desmente versão de Bolsonaro sobre escândalo das joias sauditas

Bolsonaro disse ter tomado conhecimento das joias um ano após a retenção da Receita Federal, mas um documento oficial aponta que ele tentou reaver os itens três dias após o fato

Brasil 247, 06/04/2023, 14:32 h Atualizado em 06/04/2023, 14:51
(Foto: ABR | Reprodução)

247 - Um documento oficial desmente a versão contada por Jair Bolsonaro no depoimento que prestou à Polícia Federal, na quarta-feira (6), no âmbito do inquérito das joias sauditas que foram introduzidas ilegalmente no país por membros de uma comitiva oficial e que ele tentou se apropriar. Em seu relato, o ex-mandatário disse ter tomado conhecimento do estojo de joias, avaliado em cerca de R$ 16,5 milhões, que havia sido apreendido pela Receita Federal no dia 26 de outubro de 2021, apenas em dezembro de 2022.

Um ofício do gabinete da Presidência da República, porém, foi enviado ao ministério de Minas e Energia apenas três dias depois da apreensão dos itens, solicitando que os objetos fossem encaminhados para que pudessem ser incorporadas ao "acervo privado do Presidente da República ou ao acervo público da Presidência da República".

As joias foram retidas pela Receita durante a revista de uma mochila em poder de um assessor do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque.

“No depoimento desta quarta-feira, o ex-mandatário afirmou, de acordo com relato de uma pessoa que o acompanhou no depoimento, que acionou o ajudante de ordens para verificar a situação das joias em Guarulhos para tentar evitar um vexame diplomático de o presente dado por outra nação ser levado a leilão”, ressalta o jornal O Globo.

Em seu relato aos investigadores, Bolsonaro disse não se recordar quem o teria informado sobre as joias que haviam sido retidas pela alfândega do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Ele também negou ter praticado qualquer irregularidade na tentativa de reaver os objetos de alto valor.

domingo, 2 de abril de 2023

"É fundamental recuperar as empresas brasileiras de engenharia", diz Florestan Fernandes Júnior

“É fundamental reparar um erro grave que foi cometido no país”, diz ao lembrar que o próprio Papa Francisco citou em recente entrevista que o Brasil foi vítima de lawfare.

Brasil 247, 02/04/2023, 12:55 h Atualizado em 02/04/2023, 12:55

O jornalista Florestan Fernandes Júnior participou do programa Bom Dia 247 neste domingo (2) e comentou a respeito do editorial do site Brasil 247 deste domingo, intitulado “STF deve reparar a devastação da Lava Jato”, indicando o rombo bilionário que a operação causou ao país.

Em sua fala, Florestan destaca que é “fundamental reparar um erro grave que foi cometido no país”, ao lembrar que o próprio Papa Francisco citou em recente entrevista à mídia argentina que o Brasil foi vítima de lawfare, reféns dos interesses dos EUA.

“Não é atoa que a primeira agenda de Moro enquanto ministro da Justiça é participar de uma agenda junto com Bolsonaro na CIA, nos EUA”, relembra.

Florestan indica que reverter o rombo causado pela Operação passa por recuperar as empresas brasileiras de engenharia. Em sua visão, combater a corrupção das empreiteiras não é argumento para falir empresas estratégicas nacionais.

STF deve reparar a devastação da Lava Jato

É urgente rever os acordos de leniência e as multas impostas às construtoras, como pede a ADPF de autoria do Psol, do Solidariedade e do PCdoB

Brasil 247, 02/04/2023, 05:23

É da maior relevância para o país a possibilidade aberta pela entrada, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), da ação para suspender as indenizações e multas impostas em todos os acordos de leniência celebrados entre o Estado e empresas investigadas durante a Operação Lava-Jato.

A Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), de autoria do Psol, do Solidariedade e do PCdoB, pede o reconhecimento de que os acordos foram celebrados "em situação de extrema anormalidade política-jurídica-institucional".

São chamados de "acordo", mas na verdade foram impostos por meio de "coação" exercida durante um "Estado de Coisas Inconstitucional".

Essa situação de exceção se instalou no país a partir da instalação da Operação Lava-Jato, sob o comando político e operacional do juiz Sérgio Moro, só depois declarado suspeito, e o procurador Deltan Dallagnol, este com mais de uma dezena de reclamações no Conselho do Ministério Público.

A ação pede a suspensão imediata, e com efeito retroativo das indenizações e multas impostas sobre empresas e indivíduos em decorrência dos acordos de leniência.

Assinada por um grupo de advogados identificados com a defesa das garantias da cidadania, a iniciativa dos três partidos da base aliada ao presidente Lula transcende os casos das pessoas físicas e jurídicas envolvidas na extorsão em cadeia que foi identificada como modus operandi da Lava-Jato.

Ela é uma oportunidade de reparação dos prejuízos e falências em cascata que levaram à destruição de setores inteiros da economia nacional.

Ainda está por ser aberto o sigilo decretado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos sobre sua participação na orientação da Lava-Jato, que envolveu inclusive a vinda de agentes estadunidenses ao Brasil com o fim específico de impulsionar a operação.

Importa saldar uma dívida do país consigo mesmo. Trata-se de restituir, ao menos em parte, as condições de funcionamento daquelas empresas e setores visados pela organização extorsionária de Curitiba.

Mais do que tudo é necessário fazer reviver essas empresas porque, em primeiro lugar, elas nunca deveriam ter sido penalizadas enquanto tais.

Menos ainda deveriam ter sido vítimas de um processo em massa de execuções empresariais sumárias.

Que fossem, sim, punidos eventuais crimes cometidos nas pessoas de seus sócios ou executivos.

Já as empresas deveriam ser intencionalmente preservadas, porque elas exercem função social inestimável, inscrita na própria Constituição, como geradoras de emprego e como irradiadoras de estímulos multiplicadores na miríade de interações com fornecedores e clientes.

Mais do que isso, empresas como a Petrobras e as do ramo da construção pesada são, em suas respectivas áreas, um repositório estatal e privado de expertises particulares muito raras de alcançar. O resultado do acúmulo de competências de mais de uma geração foi desfigurado, em questão de meses, por uma cáfila sequiosa de devastação, em busca de recursos bilionários, a serviço de si mesmos e de interesses inconfessáveis.

A destruição das empresas se deu sob o olhar cúmplice das instituições que deveriam zelar pela legalidade: o Judiciário e o próprio Estado. Acordos de leniência ad hoc, vicejavam selvagemente, sem regras, feitos por diversas instituições de Estado em competição, na terra sem lei que foi a Lava-Jato.

Felizmente vem sendo possível dar meia volta e reverter parte relevante dos efeitos desse sequestro da Justiça por interesses políticos que foi a Lava-Jato.

A ADPF visa dar ao STF e, por ele, ao país a oportunidade de reparar, ao menos parte dos estragos dessa mutilação do patrimônio nacional, na forma de suspensão dos pagamentos mas também de revisão dos acordos e mesmo de sua anulação, sem prejuízo do ressarcimento pleno pela União das empresas e pessoas gravadas ilegalmente.

Dever-se-ia examinar também a eliminação das consequências dos acordos exorbitantes. E empresas, por exemplo, deveriam ter restituídos seus certificados de idoneidade para se habilitar a voltar a disputar concorrências públicas e ter acesso a crédito.

Mais do que tudo, porém, o STF terá, ao examinar essa ADPF, a chance de olhar para o futuro e prospectivamente regular os entendimentos em torno da legislação dos acordos de leniência, de forma a evitar que sejam instrumento de lawfare.

Seria mais um passo no caminho do desmonte do "Estado de Coisas Inconstitucional". O país deve a si ao menos esse aprendizado, após período tão ruinoso.