Bolsonaro disse ter tomado conhecimento das joias um ano após a retenção da Receita Federal, mas um documento oficial aponta que ele tentou reaver os itens três dias após o fato
Brasil 247, 06/04/2023, 14:32 h Atualizado em 06/04/2023, 14:51
(Foto: ABR | Reprodução)
247 - Um documento oficial desmente a versão contada por Jair Bolsonaro no depoimento que prestou à Polícia Federal, na quarta-feira (6), no âmbito do inquérito das joias sauditas que foram introduzidas ilegalmente no país por membros de uma comitiva oficial e que ele tentou se apropriar. Em seu relato, o ex-mandatário disse ter tomado conhecimento do estojo de joias, avaliado em cerca de R$ 16,5 milhões, que havia sido apreendido pela Receita Federal no dia 26 de outubro de 2021, apenas em dezembro de 2022.
Um ofício do gabinete da Presidência da República, porém, foi enviado ao ministério de Minas e Energia apenas três dias depois da apreensão dos itens, solicitando que os objetos fossem encaminhados para que pudessem ser incorporadas ao "acervo privado do Presidente da República ou ao acervo público da Presidência da República".
As joias foram retidas pela Receita durante a revista de uma mochila em poder de um assessor do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque.
“No depoimento desta quarta-feira, o ex-mandatário afirmou, de acordo com relato de uma pessoa que o acompanhou no depoimento, que acionou o ajudante de ordens para verificar a situação das joias em Guarulhos para tentar evitar um vexame diplomático de o presente dado por outra nação ser levado a leilão”, ressalta o jornal O Globo.
Em seu relato aos investigadores, Bolsonaro disse não se recordar quem o teria informado sobre as joias que haviam sido retidas pela alfândega do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Ele também negou ter praticado qualquer irregularidade na tentativa de reaver os objetos de alto valor.
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