sábado, 5 de junho de 2021

Cláudio Couto: degradação do Exército nunca foi tão grande como agora

O cientista político afirmou à TV 247 que o Exército "está lambendo as botas do presidente da República", e isso ficou provado com a decisão de não punição do ex-ministro e general Eduardo Pazuello por sua participação em ato político com Bolsonaro. 

Brasil 247, 4/06/2021, 10:42 h Atualizado em 4/06/2021, 11:10.
Cláudio Couto, Eduardo Pazuello e Jair Bolsonaro 
(Foto: Reprodução/Youtube | PR)

O cientista político Cláudio Couto analisou, em entrevista à TV 247, a decisão do Exército brasileiro de não punir o ex-ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello após o oficial, como militar da ativa, ter participado de ato político ao lado de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro em 23 de maio.

O Exército "está lambendo as botas do presidente da República", avaliou Couto, que disse também que a decisão do Exército abre espaço "para uma atuação partidária das forças de segurança" do país.

"Acho que o Exército nunca chegou, em tempos de democracia pelo menos, em um nível tão grande de degradação. É uma força degradada, e o bolsonarismo ajuda a degradar não só o país, mas em particular as Forças Armadas, que são cúmplices dele em todos os erros e tramóias que o governo Bolsonaro apronta. Estão se curvando, se colocando como serviçais do presidente da República para seu projeto pessoal", afirmou.

O cientista político ainda afirmou que Bolsonaro tem razão em chamar o Exército de "meu Exército", porque é assim que os militares estão se comportando, como vassalos da Presidência. "É um momento muito grave. Talvez seja o momento mais grave das relações entre o governo e os militares no Brasil desde o Riocentro. É uma situação muito perigosa. Quando o presidente da República diz que o Exército é o 'seu Exército', no sentido de uma tropa pessoal, ele parece estar cercado de razão do ponto de vista dos fatos, não do que deveria ser. É evidente que aquele evento que ocorreu no Rio de Janeiro, a 'motocada', foi um evento político, inclusive ele foi propagandeado como sendo um evento político de muito sucesso pelo presidente, pelos filhos do presidente e por aliados".

Padilha: distribuir e prescrever cloroquina por meio do SUS é ilegal

“Ninguém no SUS pode fazer propaganda, produzir, comprar, distribuir ou prescrever uma medicação que não foi incorporada pela Conitec”, explicou à TV 247 o ex-ministro da Saúde. 

Brasil 247, 2/06/2021, 17:52 h Atualizado em 2/06/2021, 20:21
Alexandre Padilha (Foto: ABr | Reuters)

O deputado federal e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP), em entrevista à TV 247, afirmou que profissionais da saúde que prescrevem cloroquina pelo SUS para pacientes com Covid-19 estão cometendo uma ilegalidade.Um dos itens do “envenenamento precoce”, apelidado por Padilha, a cloroquina não foi incorporada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), o que impede sua prescrição por profissionais do SUS. “Ninguém no SUS pode fazer propaganda, produzir, comprar, distribuir ou prescrever uma medicação que não foi incorporada pela Conitec. Não está autorizado a ser investido recurso público do SUS para uso dessa medicação. E o governo Bolsonaro fez tudo isso. O SUS não permite”.

Apesar das evidências científicas que apontam para a ineficácia da cloroquina contra a Covid-19, médicos ainda sim têm autonomia para medicar seus pacientes com a substância. Eles são obrigados, porém, a seguir quatro protocolos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), alerta Padilha. “O CFM está regulando o que o médico tem que fazer caso ele queira prescrever esse medicamento e assumir a responsabilidade sobre isso. Ele precisa orientar o paciente de que não existe qualquer estudo que mostre a eficácia desse medicamento, tem que orientar o paciente dos estudos que mostram a gravidade e a agressão que esse medicamento pode causar, tem que orientar o paciente que a melhor forma de prevenir a Covid-19 é o uso de de máscara, o distanciamento e álcool gel e tem que fazer um termo de consentimento”.
‘Nise mentiu sobre suas funções na Saúde nos governos do PT’

Sobre o depoimento da médica Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina, à CPI da Covid na última terça-feira (1), Padilha desmentiu as informações apresentadas por ela sobre quando atuou no Ministério da Saúde durante os governos do PT. A médica citou sua passagem pelo ministério em outros governos para tentar se afastar da ideia de que é apoiadora de Jair Bolsonaro.

“Ela de fato foi servidora do ministério já na gestão do [ex-ministro José Gomes] Temporão. Quando eu assumi o ministério, em 2011, ela era servidora do ministério, depois eu a exonerei porque o papel que ela tinha não estava correspondendo ao que a gente estabelecia. Mas ela nunca teve qualquer participação ou envolvimento. Ela chegou a mentir mais de uma vez dizendo que durante a gestão do Temporão, na H1N1, ela participava do comitê da H1N1. Nunca participou. Não era esse o tema dela”.

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Exército cede e decide não punir Pazuello por participação em ato pró-Bolsonaro

Como militar da ativa, Pazuello transgrediu regra do Exército que proíbe manifestações políticas dos oficiais, mas o comandante, general Paulo Sérgio Oliveira, entendeu de forma contrária: "não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar"

Brasil 247, 3/06/2021, 15:52 h Atualizado em 3/06/de 2021, 16:30
O presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Eduardo Pazuello durante passeio de moto, que gerou aglomeração na cidade do Rio de Janeiro. (Foto: Alan Santos/PR)

O Exército divulgou nesta quinta-feira (3) comunicado informando que o comandante da força, general Paulo Sérgio Oliveira, decidiu não punir o ex-ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello por sua participação em ato político a favor de Jair Bolsonaro em 23 de maio.

Como militar da ativa, Pazuello não poderia ter comparecido ao protesto, segundo regimento do Exército.

“Acerca da participação do General de Divisão Eduardo Pazuello em evento realizado na Cidade do Rio de Janeiro, no dia 23 de maio de 2021, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Comandante do Exército analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general. Desta forma, não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do General Pazuello. Em consequência, arquivou-se o procedimento administrativo que havia sido instaurado”, diz a nota.

O procedimento disciplinar aberto contra Pazuello foi arquivado.

STF autoriza abertura de inquérito contra Salles por suspeita de favorecimento de madeireiros ilegais

 O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, deve prestar depoimento à Polícia Federal em até 30 dias. Salles é investigado por tentar atrapalhar a Operação Handroanthus, que investiga um esquema de desmatamento ilegal na Amazônia


Brasilia, 2/06/2021, 19:28 h Atualizado em 2/06/2021, 20:21
Ricardo Salles e Cármen Lúcia (Foto: ABr)

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia autorizou nesta quarta-feira (2) a abertura de inquérito contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, suspeito de favorecer madeireiros que atuam ilegalmente na Amazônia.

O pedido partiu da Procuradoria-Geral da República (PGR) após uma notícia-crime apresentada pelo ex-superintendente da Polícia Federal do Amazonas, Alexandre Saraiva.

Saraiva acusa Salles de tentar atrapalhar a Operação Handroanthus, que investiga um esquema de desmatamento ilegal na região.

A ministra também determinou que prestem depoimento os proprietários rurais envolvidos nos fatos citados e os agentes de fiscalização do Ibama e da própria PF.

Ela ainda autorizou a requisição de cópia dos procedimentos de fiscalização ambiental e a tomada de depoimento de Salles.

As diligências precisam ser cumpridas em até 30 dias, segundo decisão da magistrada.

Esta é a segunda investigação contra Salles no STF. A primeira está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que resultou até em operação de busca e apreensão contra o ministro do Meio Ambiente e foi batizada de Operação Akuanduba.

Secretário do governo Bolsonaro defende médico que está preso no Egito por ter ofendido uma mulher

Bolsonarista e olavista, Felipe Pedri, secretário do governo, defende o médico Victor Sorrentino, preso por ter ofendido uma mulher no Egito

Brasil 247, 3/06/2021, 05:22 h Atualizado em 3/06/2021, 05:22
Victor Sorrentino (Foto: Reprodução)

O secretário de Comunicação Institucional do governo Bolsonaro, Felipe Pedri, foi a público defender o médico Victor Sorrentino, preso no domingo (30) por ter ofendido uma mulher no último domingo (30). O próprio Sorrentino divulgou um vídeo em que ofende uma mulher com palavras de baixo calão e alusões sexuais.

Pelas redes sociais, o secretário de Comunicação Institucional de Jair Bolsonaro escreveu: "De olho na quantidade de mau caracters (sic) que estão levando um pai de família como o Vick a passar por desumanidades sem precedentes em um país estrangeiro. Vocês não são brasileiros, são a escória da humanidade. Nojo total", postou. As informações são do Painel da Folha de S.Paulo.

Após reunião com Alto Comando, comandante do Exército já decidiu sobre punição de Pazuello

O comandante-geral do Exército, Paulo Sérgio Nogueira, afirmou, em reunião com o Alto Comando, que já está pronto para tomar sua decisão sobre punir o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que participou de ato com Jair Bolsonaro no Rio

Brasil 247, 2/06/2021, 19:58 h Atualizado em 2/06/2021, 20:21
General Eduardo Pazuello e o comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira 
(Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado | TRT/RR/AM)

O comandante-geral do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, afirmou nesta quarta-feira, 2, em reunião com o Alto Comando, que já está pronto para tomar sua decisão sobre punir o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que participou de ato com Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro.

Segundo o jornal O Globo, a decisão do general pode ser anunciada até a próxima segunda-feira, 7, mas a expectativa é que seja antecipada.
Pazuello não foi autorizado pelo Alto Comando a participar da manifestação política e, portanto, descumpriu regra do Regimento Interno do Exército, que o obriga a pedir autorização.

O caso Pazuello colocou sob pressão o general Paulo Sérgio, que assumiu o comando do Exército em abril e não pode permitir a desordem, isto é, o descumprimento das regras da instituição.

Nesta quarta-feira, Bolsonaro esteve no Ministério da Defesa com o ministro Walter Braga Netto para conversar sobre a penalização de Pazuello.

Mônica Bergamo enquadra Alexandre Garcia após agressão de Bolsonaro a Daniela Lima, sua colega na CNN

Em tuíte na terça-feira, o jornalista bolsonarista Alexandre Garcia havia criticado uma suposta prática machista dos senadores da CPI contra a médica Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina, mas não se manifestou sobre o caso envolvendo Daniela

Brasil 247, 2/06/2021, 20:15 h Atualizado em 2/06/2021, 20:21
Mônica Bergamo, Daniela Lima e Alexandre Garcia (Foto: Reprodução)

A jornalista Mônica Bergamo emparedou o jornalista bolsonarista Alexandre Garcia nesta quarta-feira (2) após a agressão de Jair Bolsonaro à jornalista Daniela Lima, da CNN Brasil, emissora onde Garcia trabalha.

O jornalista havia criticado em tuíte na terça-feira (1) uma suposta prática machista e autoritária dos senadores da CPI da Covid contra a médica Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina e do suposto "tratamento precoce" contra a Covid-19.

Sobre a agressão de Bolsonaro contra Daniela Lima, no entanto, Alexandre Garcia não escreveu nem uma linha.

STF marca para 23 de junho a finalização do julgamento de Moro, condenado por parcialidade contra Lula

O STF já formou maioria que declarou que o ex-juiz da Lava Jato foi parcial no julgamento do ex-presidente Lula, mas dois ministros ainda não votaram: o decano, ministro Marco Aurélio Mello, e o presidente da Corte, ministro Luiz Fux

Brasil 247, 2/06/2021, 17:21 h Atualizado em 2/06/2021, 20:18
Sérgio Moro, condenado pelo STF, e o ex-presidente Lula (Foto: Divulgação)

O ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para o próximo dia 23 a retomada do julgamento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro no caso do tríplex do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, informa o jornal O Globo.

Dois ministros ainda não votaram: o decano, ministro Marco Aurélio Mello, e o presidente da Corte, ministro Luiz Fux. No final de abril, o plenário do Supremo formou maioria para validar a decisão da Segunda Turma que considerou Moro parcial no caso do apartamento do Guarujá, mas o julgamento foi suspenso após pedido de vista do decano.

A data da retomada foi discutida pelos ministros que ainda não votaram para que o decano vote antes de sua aposentadoria, marcada para 5 de julho.

Colômbia registra quase 3.800 casos de violência policial contra manifestantes

A ONG Tremors divulgou nesta quarta-feira, 2, um relatório que contabiliza 3.789 casos de violência perpetrados pelas forças de segurança contra os manifestantes, que já estão nas ruas da Colômbia há 36 dias

Brasil 247, 2/06/2021, 22:15 h Atualizado em 2/06/2021, 22:15
Manifestantes e policiais se enfrentam durante protestos em Bogotá 
(Foto: REUTERS/Luisa Gonzalez)

TeleSur - A ONG Tremors divulgou nesta quarta-feira, 2, um relatório que contabiliza 3.789 casos de violência perpetrados pelas forças de segurança contra os manifestantes, que já estão nas ruas da Colômbia há 36 dias.

De acordo com o relatório atualizado que cobre de 28 de abril (início da greve) ao recente 31 de maio, aponta que dos casos de violência policial, 1.248 são vítimas de violência física, 1.649 detenções arbitrárias, 705 intervenções violentas e supostamente 45 homicídios perpetrado por membros da força pública.

Além disso, o documento dos Temblores também indica 65 vítimas com ferimentos nos olhos, 187 casos de tiros, 25 casos de violência sexual e seis casos de violência de gênero.

A ONG alerta o uso de armas letais por agentes do Esquadrão Móvel Antimotim (Esmad) contra os manifestantes, “registramos 20 casos de uso de arma Venom pela Esmad, inclusive em locais residenciais, além de disparos horizontais de ditos arma ", denunciam.

“Registramos também pelo menos 17 casos de intervenções violentas em que a força pública lançou gás lacrimogêneo vencido, além de casos de uso de sobrecarga com espigões e mármores”, detalha Temblores.

Respeitando a decisão do presidente colombiano, Iván Duque, de um maior destacamento de membros da Esmad e do Exército, a ONG rejeita a agressão física e a perseguição aos manifestantes que exigem uma mudança no modelo sociopolítico, o que contribui para acabar com a violência e diminuir a desigualdade social dramática.

“Esperamos que as entidades competentes investiguem com eficácia tanto os civis armados como os policiais envolvidos em atos de violência (...) Esperamos pronunciamentos de rejeição aos civis armados”, enfatiza o relatório Temblores.

O pronunciamento do presidente Bolsonaro e sua repercussão

O pronunciamento do presidente, em alguns aspectos, é resultado da pressão popular que começa a voltar as ruas, em virtude da insatisfação com a postura de Bolsonaro e com as ações ou falta delas, principalmente em se tratando de vacinas e de auxílio emergencial

(Foto: Reprodução)

Durante seu discurso, Bolsonaro tentou fazer uma retrospectiva positiva de seu governo, que está pressionado pelas ruas e pela CPI da Covid. Ele exaltou a marca de 100 milhões de doses de vacinas distribuídas pelo Brasil, falou da produção de IFA que se iniciará em breve no país, voltou a dizer que o governo federal não obrigou ninguém a ficar em casa - mas também não ajudou nas medidas de combate à pandemia - exaltou o auxilio emergencial - que em 2021 tem um valor pífio - e disse esperar um crescimento acima de 4% da economia brasileira neste ano.

BOLSONARO FEZ UM BALANÇO DAS AÇÕES DE SEU GOVERNO 

Por Ricardo Brito (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento em cadeia nacional nesta quarta-feira para fazer um balanço das ações do governo federal na pandemia, destacando medidas econômicas e o acordo de transferência de tecnologia para a produção da vacina AstraZeneca no país, além de criticar, de forma indireta, as medidas de restrição para conter a Covid-19.

"O nosso governo joga dentro das quatro linhas da Constituição, considera o direito de ir e vir, o direito ao trabalho e o livre exercício de cultos religiosos inegociáveis", disse o presidente.

Durante o curto pronunciamento, de cerca de cinco minutos, foram registrados panelaços em diversas cidades brasileiras, como Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, mostrando o desgaste do presidente, que também está sob pressão na CPI da Covid no Senado.

Em sua fala, o presidente disse sentir profundamente cada vida perdida no país, mas exaltou o fato de que já se alcançou 100 milhões de doses de vacina distribuídas a Estados e municípios.

"Neste ano, todos os brasileiros, que assim o desejarem, serão vacinados. Vacinas essas que foram aprovadas pela Anvisa", prometeu ele, em meio a críticas ao governo quanto à lentidão na vacinação e no dia em que o próprio Ministério da Saúde reduziu a projeção de doses contra Covid-19 prevista para junho.

Bolsonaro ressaltou a assinatura do acordo de transferência de tecnologia no Brasil entre a AstraZeneca e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que vai permitir a produção integral da vacina do laboratório no país, reforçando sua mudança de postura em relação às vacinas contra a Covid-19. Várias vezes o presidente minimizou a importância e eficácia dos imunizantes na pandemia.


INDIRETAMENTE BOLSONARO CRITICOU GOVERNADORES

O presidente disse que o governo dele não obrigou ninguém a ficar em casa e não foi responsável por fechar comércio, igrejas ou escolas, em uma crítica indireta a medidas adotadas por governadores e prefeitos para tentar frear a doença. Destacou também que "não tirou o sustento de milhões de trabalhadores informais".

Leia o pronunciamento na íntegra:

"Boa noite,

Sinto profundamente cada vida perdida em nosso país.

Hoje alcançamos a marca de 100 milhões de doses de vacinas distribuídas a estados e municípios.

O Brasil é o quarto país que mais vacina no planeta.

Neste ano, todos os brasileiros, que assim o desejarem, serão vacinados. Vacinas essas que foram aprovadas pela Anvisa.

Ontem, assinamos acordo de transferência de tecnologia para a produção de vacinas no Brasil entre a AstraZeneca e a Fiocruz.

Com isso, passamos a integrar a elite de apenas cinco países que produzem vacina contra a Covid no mundo.

O Nosso governo não obrigou ninguém a ficar em casa, não fechou o comércio, não fechou igrejas ou escolas e não tirou o sustento de milhões de trabalhadores informais.

Sempre disse que tínhamos dois problemas pela frente, o vírus e o desemprego, que deveriam ser tratados com a mesma responsabilidade e de forma simultânea.

Destinamos, em 2020, 320 bilhões para o Auxilio Emergencial para atender aos mais humildes.

Esse montante equivale a mais de 10 anos de Bolsa Família. E mais de 190 bilhões para ajudar estados e municípios.

Alguns setores como bares e restaurantes, turismo, entre outros, em grande parte foram socorridos pelo nosso governo por meio do PRONAMPE (Programa Nacional de Apoio as Microempresas e Empresas de pequeno porte.)

Hoje mesmo sancionamos a nova lei do PRONAMPE, agora permanente, que pode destinar a vários setores até 25 bilhões de reais, onde 20% será destinado ao setor de eventos.

Terminamos 2020 com mais empregos formais que 2019. Somente nos primeiros quatro meses deste ano, o Brasil criou mais de 900 mil novos empregos.

O PIB projetado para 2021 prevê um crescimento da economia superior a 4%.

Só no 1º trimestre deste ano, a economia mostrou seu vigor, estando entre os países do mundo que mais cresceram.

Com o Congresso Nacional estamos avançando, aprovamos:

- A nova lei do gás;

- O marco legal do saneamento;

- A MP da Liberdade Econômica;

- O Banco Central independente; e

- E o novo marco fiscal.

Realizamos leilões de rodovias, portos e aeroportos.

Levamos internet para mais de 8 milhões de brasileiros em grande parte para as regiões Norte e Nordeste.

Ontem, a Bolsa de Valores bateu recorde histórico, a moeda brasileira se fortalece, e estamos avançando no difícil processo de privatizações.

A CEAGESP sob um comando honesto e responsável apresentou, além de lucro, um ambiente salutar entre os permissionários e funcionários.

Essa Companhia socorreu nossos irmãos de Aparecida e Araraquara, entre outras cidades do interior de São Paulo, doando dezenas de toneladas de alimentos.

As estatais, no passado, davam prejuízo de dezenas de bilhões de reais devido à corrupção sistêmica e generalizada. Hoje são lucrativas.

Nos dois primeiros anos do nosso Governo, a Caixa Econômica Federal bateu recorde de lucro mesmo reduzindo os juros do cheque especial, da casa própria, das micros e pequenas empresas e dos empréstimos às Santas Casas.

Estamos avançando na transposição do Rio São Francisco, levando água para todo o Nordeste.

Na infraestrutura, o nosso Governo tem construído pontes, duplicado rodovias, terminando obras paradas há décadas, como a BR-163 no Pará.

Ainda neste ano, será concluída a Ferrovia Norte-Sul, que ligará o Porto de Itaqui, no Maranhão, ao Porto de Santos, em São Paulo, é a retomada do modal ferroviário no Brasil.

Seguindo o mesmo protocolo da Copa Libertadores e Eliminatórias da Copa do Mundo, aceitamos a realização, no Brasil, da Copa América.

O nosso Governo joga dentro das 4 linhas da constituição, considera o direto de ir e vir, o direito ao trabalho e o livre exercício de cultos religiosos inegociáveis.

Todos os nossos 22 ministros consideram o bem maior de nosso povo a sua liberdade.

Que Deus abençoe o nosso Brasil".


REPERCUSSÕES DO PRONUNCIAMENTO

Governo errou  nome da vacina

Em legenda durante pronunciamento de Jair Bolsonaro, nesta quarta-feira, 2, o governo errou o nome da vacina da farmacêutica britânica AstraZeneca. “Astrazenica”, estava escrito no vídeo.

No jornal O Globo, o jornalista Ancelmo Gois comenta: "que vacina não é prioridade para o governo de Jair Bolsonaro já está mais do que claro, mas errar o nome de fabricante, que tem fornecido milhões de doses para o país, é novidade para esta administração”.

“A imagem acima está disponível no perfil TV BrasilGov, no YouTube. É o trecho do pronunciamento de hoje em que o governo federal legenda o nome da farmacêutica britânica AstraZeneca como... Astrazenica. Dessa eu nunca ouvi falar”, continuou.

Bolsonaro espalha fake news em rede nacional ao falar sobre prejuízos de estatais

Jair Bolsonaro voltou a espalhar fake news sobre as estatais brasileiras em governos anteriores nesta quarta-feira (2), desta vez em rede nacional de televisão e rádio.

Em pronunciamento, Bolsonaro afirmou que "as estatais, no passado, davam prejuízo de dezenas de bilhões de reais, devido a corrupção sistêmica e generalizada", e citou a Caixa Econômica Federal como exemplo: "bateu recorde de lucro, mesmo reduzindo juros".

Em maio, Bolsonaro já havia feito tal alegação, que é falsa. No primeiro ano do governo Lula, em 2003, a Caixa teve o maior lucro de sua história até então.

"Em 2004, o banco voltou a ter lucro: 1,4 bilhão de reais. Em 2005, o lucro da Caixa subiu 46% em relação ao ano anterior e foi de 2,07 bilhões. Em 2006, novo recorde: 2,38 bilhões de lucro. Em 2007, 2,5 bilhões de reais de lucro. No ano de 2008, lucro líquido de 3,9 bilhões de reais, 62,3% superior ao registrado no ano anterior. Em 2009, lucro de 3 bilhões de reais. Em 2010, último ano do governo Lula, o lucro da Caixa subiu 25% em relação a 2009 e fechou o ano em 3,8 bilhões", relatou o site Socialista Morena à época.

Durante seu discurso, Bolsonaro tentou fazer uma retrospectiva positiva de seu governo, que está pressionado pelas ruas e pela CPI da Covid. Ele exaltou a marca de 100 milhões de doses de vacinas distribuídas pelo Brasil, falou da produção de IFA que se iniciará em breve no país, voltou a dizer que o governo federal não obrigou ninguém a ficar em casa - mas também não ajudou nas medidas de combate à pandemia - exaltou o auxilio emergencial - que em 2021 tem um valor pífio - e disse esperar um crescimento acima de 4% da economia brasileira neste ano.

CPI rebatem pronunciamento de Bolsonaro: celebra vacinas com atraso de 432 dias e quase 470 mil mortes

"O Brasil esperava esse tom em 24 de março de 2020, quando inaugurou-se o negacionismo minimizando a doença, qualificando-a de ‘gripezinha’", dizem os membros da CPI da Covid em resposta ao pronunciamento em rede nacional de Bolsonaro
Membros da CPI da Covid divulgaram uma nota rebatendo o pronunciamento de Jair Bolsonaro em rede nacional na noite desta quarta-feira (2).

Durante seu discurso, Bolsonaro exaltou a marca de 100 milhões de doses de vacinas distribuídas pelo Brasil, falou da produção de IFA que se iniciará em breve no país, voltou a dizer que o governo federal não obrigou ninguém a ficar em casa - mas também não ajudou nas medidas de combate à pandemia - exaltou o auxílio emergencial - que em 2021 tem um valor pífio - e disse esperar um crescimento acima de 4% da economia brasileira neste ano.

"Um atraso de 432 dias e a morte de quase 470 mil brasileiros, desumano e indefensável. A fala deveria ser materializada na aceitação das vacinas do Butantan e da Pfizer no meio do ano passado, quando o governo deixou de comprar 130 milhões de doses, suficientes para metade da população brasileira. Optou-se por desqualificar vacinas, sabotar a ciência, estimular aglomerações, conspirar contra o isolamento e prescrever medicamentos ineficazes para a Covid-19", diz a nota, assinada pelo presidente da CPI, Omar Aziz, pelo vice-presidente, Randolfe Rodrigues, pelo relator, Renan Calheiros, e demais membros do colegiado.

Para Manuela, Bolsonaro sentiu o peso das ruas

"Bolsonaro sentiu o poder das ruas e seu pronunciamento cheio de mentiras só mostra que esse Brasil com recorde de vacinados existe só na cabeça dele", postou Manuela D'Ávila, em seu twitter, ao comentar o pronunciamento em rede nacional de Jair Bolsonaro, que mereceu um gigantesco panelaço da população brasileira.