sexta-feira, 26 de março de 2021

Bolsonaro cria comitê contra Covid e exclui governadores

Em guerra com os governadores, Jair Bolsonaro decidiu rifá-los do comitê de urgência que supostamente irá coordenar o combate à pandemia. Flávio Dino condenou o sectarismo de Bolsonaro: "Mais uma agressão desnecessária"

Brasil 247, 26/03/2021, 07:58 h Atualizado em 26/03/2021, 14:06
Presidente do STF, Luiz Fux, o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o presidente Jair 
Bolsonaro, durante declaração após reunião com ministros e governadores 
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Jair Bolsonaro decidiu rifar os governadores do comitê de urgência contra a Covid-19, que supostamente coordenará as medidas no combate à pandemia. E exclusão é uma retaliação à postura dos governantes de estabelecerem medidas de isolamento social com o objetivo de conter o avanço da pandemia.

O grupo foi anunciado na quarta-feira (24) depois de uma reunião entre o ex-capitão e membros de outros Poderes.

O governador do Maranhão, Fávio Dino, usou suas redes sociais para mais uma vez apontar o sectarismo de Bolsonaro. “Comitê anticovid excluindo estados e municípios ? Qual a lógica disso, a não ser criar mais confusão ? Mais uma agressão desnecessária e violadora do princípio da lealdade federativa”, rechaçou.

Segundo reportagem do portal UOL, de acordo com o decreto, o grupo será coordenado pelo próprio Bolsonaro e terá a participação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e de um representante do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que será indicado como observador pelo presidente da entidade, o ministro Luiz Fux, que também presidente o STF (Supremo Tribunal Federal). O Ministério da Saúde participará à frente da Secretaria-Executiva do comitê.

quinta-feira, 25 de março de 2021

'Ultrapassou o limite do bom senso', diz Mourão sobre os mais de 300 mil mortos pela Covid-19 no Brasil

Vice-presidente Hamilton Mourão destacou o alto número de mortos por Covid-19 no Brasil e afirmou que é necessário "tentar de todas as formas diminuir a quantidade de gente contaminada"

Brasil 247, 25/03/2021, 12:38 h Atualizado em 25/03/2021, 13:31
   Vice-presidente Hamilton Mourão (Foto: Agência Brasil)

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta quinta-feira (25) que o número de mortes por Covid-19 no Brasil "ultrapassou o limite do bom senso". Nessa quarta-feira (24), o País bateu a marca dos 300 mil óbitos por causa do coronavírus.

"Agora vamos enfrentar o que está aí e tentar de todas as formas diminuir a quantidade de gente contaminada e, obviamente, o número de óbitos que, pô, já ultrapassou o limite do bom senso", disse o general em entrevista concedida no Palácio do Planalto.

Nessa quarta-feira (24), Jair Bolsonaro afirmou que será criado um comitê com a participação de representantes dos governos estaduais, do Congresso e da União para combater a pandemia de Covid-19. Iniciativa aconteceu cerca de 15 dias após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defender, em um discurso histórico, a criação de uma junta para enfrentar a crise sanitária.

Lula livre, elegível e inocente

A orgia jurídica não seria tão eficaz sem a investida na política e do apoio midiático. Para tanto, convenceram os tolos, tiraram uma Presidenta honesta, prenderam um inocente e elegeram um genocida. Nada disso seria possível sem que esses objetivos fossem atingidos

Brasil 247, 24/03/2021, 09:35 h

A segunda turma do STF, por três votos a dois, reconheceu o óbvio uLulante que o mundo jurídico, rábulas, leigos e emas já sabiam: Sérgio Moro perseguiu Lula para desmontar o Brasil, deixando-o na condição de colônia estadunidense.

Pesquisa feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), aponta que o impacto da operação Lava Jato para a economia brasileira de 2014 a 2017, fez com que R$ 172,2 bilhões deixassem de ser investidos no país.

Publicação no site Poder 360, afirma que levantamento do Dieese foca na Petrobras e no setor da construção, ao fazer um mapeamento de obras afetadas na construção civil e de valores não investidos pela estatal. Como resultado, cerca de 4,4 milhões de postos de trabalho foram perdidos no país de 2014 a 2017, como consequência da operação. Do total, 1,1 milhão são do setor da construção civil.

Outros segmentos da economia, além da construção civil, petróleo e gás, foram afetadas pela Operação. A perda de investimentos foi estimada em 3,6% do PIB de 2014 a 2017.

A Lava Jato também impactou na arrecadação de impostos. De acordo com o estudo, R$ 47,4 bilhões em impostos diretos deixaram de ser recolhidos aos cofres públicos.

Esses dados seriam suficientes para qualquer observador perceber o tamanho do estrago que a Lava Jato, sob os auspícios de Sérgio Moro e de Procuradores irresponsáveis e ambiciosos, causaram ao Brasil.

Porém, a orgia jurídica não seria tão eficaz sem a investida na política e do apoio midiático. Para tanto, convenceram os tolos, tiraram uma Presidenta honesta, prenderam um inocente e elegeram um genocida. Nada disso seria possível sem que esses objetivos fossem atingidos.

Os danos causados por uma mentira, às vezes são irreparáveis. Deixam sequela onde deveriam deixar legado. A verdade é luz, imbatível, mas tem quem prefira o caminho da escuridão, da dor e negação da realidade. A mentira aprisiona quem não se aprofunda nos fatos, e se satisfaz em boiar na superfície das águas rasas.

Ex-morobloco, Marcelo Serrado se arrepende de apoio a Moro e posta foto com Haddad

O global Marcelo Serrado mostrou seu arrependido ao apoiar Sergio Moro, julgado suspeito pelo STF nas condenações arbitrárias contra o ex-presidente Lula

Brasil 247, 25/03/2021, 12:41 h Atualizado em 25/03/2021, 13:22
  (Foto: Reprodução)

O global Marcelo Serrado, que já foi flagrado com a camisa “Morobloco” em apoio a Lava Jato, agora se mostra arrependido de apoiar Sergio Moro, julgado suspeito nas condenações contra o ex-presidente Lula da Silva.

Na madrugada desta quinta-feira (25), o global compartilhou no Twitter uma montagem em que aparece abraçado a Haddad em uma foto e na outra participando do ato em defesa da Lava Jato.

"Essa foto com Fernando Haddad no dia nas eleições passadas [2018], em que ele foi me agradecer por ter feito parte da campanha 'vira voto'. A outra foto na passeata de 2016! Um erro ao me ver! Eu estava lá como eleitor de Marina [Silva]. Com ódio não vamos vencer! Poderíamos ter um professor", explicou Serrado.

Sem subnotificação, mortes por Covid-19 no Brasil teriam superado 400 mil

O Brasil chegou à triste marca de 300 mil mortes por Covid-19 nesta quarta-feira (25), mas a tragédia pode ser bem maior por causa do atraso das notificações de óbitos pela doença e por casos que não foram notificados por falta de testes

Brasil 247, 25/03/2021, 12:00 h Atualizado em 25/03/2021, 13:55
   (Foto: Chico Batata/Divulgação | Marcos Corrêa/PR)

O Brasil chegou à 300 mil mortes por Covid-19 nesta quarta-feira (25), mas a tragédia pode ser bem maior por causa do atraso das notificações de óbitos pela doença e por casos que não foram notificados por falta de testes. Dados do Observatório Covid-19 mostram que até hoje os óbitos por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) somavam 415,5 mil casos, enquanto os óbitos por covid-19, um tipo de SRAG, eram de 320 mil. A informação é do portal Valor Econômico.

“Essa diferença de quase 100 mil para as mortes por SRAG é basicamente covid-19”, afirma Leonardo Bastos, estatístico da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) e colaborador do Observatório, uma rede de pesquisadores de várias instituições que estudam a doença.

A reportagem ainda indica que a diferença entre o número do Observatório e o dado oficial divulgado hoje, de 300,6 mil mortes, ocorre porque os pesquisadores aplicam ao modelo chamado nowcasting, que ajusta o atraso nas notificações. “Tomamos como base a data do óbito. As mortes desta semana só vão entrar no sistema daqui a dez dias. O modelo antecipa, prevê quanto seria esse número hoje. Quando se olha a data do evento, se entende melhor a dinâmica da doença”, afirma Bastos.

FHC muda seu discurso e já diz que Lula é um político de centro

Depois de criar a teoria dos dois extremos, para justificar o voto nulo no segundo turno de 2018, entre o fascismo de Jair Bolsonaro e a social-democracia de Fernando Haddad, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso evolui e aponta Lula como um homem de centro

Brasil 247, 24/03/2021, 05:30 h Atualizado em 24/03/2021, 05:30
  Fernando Henrique Cardoso e Lula (Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula)

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso está ajustando seu discurso, depois da volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à cena política. “Duvido que Lula queira assumir que é a esquerda revolucionária. Aí ele perde. Bolsonaro vai ficar onde está. Lula é esperto, vai para o centro. Vai agradar todo mundo. Lula vai ser construído por Bolsonaro como o perigo do comunismo, mas ele não tem nada a ver com isso. Nunca teve. Não creio que as pessoas vão optar entre esquerda e direita no sentido ideológico”, disse ele, em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo.

De fato, Lula sempre foi um político de centro, por saber acomodar os interesses do capital e do trabalho, na sociedade brasileira. No entanto, após as quatro derrotas eleitorais, duas para Lula e para Dilma, o PSDB passou a associar o PT a um radicalismo de esquerda que nunca foi assumido por Lula. Em 2018, FHC chegou a estimular a teoria dos dois extremos, para justificar o voto nulo no segundo turno de 2018, entre o fascismo de Jair Bolsonaro e a social-democracia de Fernando Haddad.

Ex-assessores de Bolsonaro sacaram 90% de salário pago por Flávio e Carlos

          O presidente Jair Bolsonaro, ao centro, e os filhos Flávio e Carlos Bolsonaro 
Imagem: Reprodução/Flickr 

Amanda Rossi, Flávio Costa, Gabriela Sá Pessoa e Juliana Dal Piva 
Do UOL, em São Paulo e no Rio 
25/03/2021 04h00 

Seis pessoas que tiveram cargos no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, antes de 2007, sacaram pelo menos 90% dos salários que receberam quando se tornaram, anos depois, assessores de Flávio e Carlos Bolsonaro na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) e na Câmara Municipal do Rio, respectivamente. Receberam R$ 1,58 milhão e retiraram, em dinheiro vivo, pelo menos R$ 1,41 milhão.

Esses seis funcionários tiveram sigilo bancário quebrado pela investigação da "rachadinha" no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj. Como a quebra começa em janeiro de 2007, depois que essas pessoas já tinham saído da Câmara dos Deputados, não é possível saber o que fizeram com os salários que recebiam do gabinete de Jair Bolsonaro.

Procurado, o Planalto disse que não iria se manifestar. O advogado de Carlos Bolsonaro, Antonio Carlos Fonseca, disse que não irá se pronunciar porque os processos estão em sigilo.

Frederick Wassef, advogado de Flávio Bolsonaro, afirmou, por nota, que "ao contrário do que tenta induzir a reportagem, Flávio Bolsonaro nunca monitorou os hábitos financeiros e de consumo dos servidores que trabalharam em seu gabinete na Alerj. A forma como administravam as próprias contas era responsabilidade apenas deles. Seria no mínimo absurdo o parlamentar fazer tal tipo de controle e, portanto, não passa de fantasia a ideia de que houve rachadinha em seu gabinete".

Método da rachadinha

O UOL teve acesso às quebras de sigilo da investigação da suposta "rachadinha" no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj, em setembro de 2020, quando ainda não havia uma decisão judicial contestando a legalidade da determinação da Justiça fluminense, e veio, desde então, analisando meticulosamente as 607.552 operações bancárias distribuídas em 100 planilhas -uma para cada um dos suspeitos. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) anulou o uso dos dados resultantes das quebras de sigilos no processo contra Flávio, mas o Ministério Público Federal e o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) recorreram junto ao Supremo Tribunal Federal. O UOL avalia que há interesse público evidente na divulgação das informações que compõem estas reportagens.

Os cálculos do UOL consideram os saques que, com certeza, têm origens nos salários recebidos. Ou seja, não é possível que esses valores sacados sejam fruto de outras fontes de renda.

Na série de reportagens "Anatomia da Rachadinha", o UOL revelou que quatro assessores de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados sacaram 72% do que receberam.

Em seguida, esses mesmos assessores foram trabalhar com Flávio Bolsonaro na Alerj, onde continuaram a sacar a maior parte dos salários.

O uso constante de dinheiro vivo levanta suspeitas porque dificulta o rastreio pelos órgãos de controle, apontam especialistas no combate à corrupção e investigadores criminais.

Esse padrão foi identificado pelos investigadores do MP-RJ como parte do método usado durante a "rachadinha" na Alerj. A partir dos saques, os salários eram transformados em dinheiro vivo para entregas a operadores da "rachadinha": nome pelo qual é conhecido o esquema ilegal de devolução de vencimentos de assessores de um político. A prática configura crime de peculato — roubo ou mau uso de dinheiro público.

"O senador Flávio Bolsonaro não praticou qualquer tipo de ilegalidade em seus mandatos. Todos os servidores que passaram pelo gabinete do parlamentar foram nomeados de acordo com as regras da Assembleia Legislativa e cumpriam suas funções dentro das normas da casa", declarou Wassef, por nota.

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Em seguida, esses mesmos assessores foram trabalhar com Flávio Bolsonaro na Alerj, onde continuaram a sacar a maior parte dos salários.

O uso constante de dinheiro vivo levanta suspeitas porque dificulta o rastreio pelos órgãos de controle, apontam especialistas no combate à corrupção e investigadores criminais.

Esse padrão foi identificado pelos investigadores do MP-RJ como parte do método usado durante a "rachadinha" na Alerj. A partir dos saques, os salários eram transformados em dinheiro vivo para entregas a operadores da "rachadinha": nome pelo qual é conhecido o esquema ilegal de devolução de vencimentos de assessores de um político. A prática configura crime de peculato — roubo ou mau uso de dinheiro público.

"O senador Flávio Bolsonaro não praticou qualquer tipo de ilegalidade em seus mandatos. Todos os servidores que passaram pelo gabinete do parlamentar foram nomeados de acordo com as regras da Assembleia Legislativa e cumpriam suas funções dentro das normas da casa", declarou Wassef, por nota.

A advogada Ana Cristina Siqueira Valle teve um relacionameto de 8 
anos com Jair Bolsonaro   Imagem: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO

Mudança de padrão

Do grupo de seis ex-assessores, pelo menos quatro têm algum grau de parentesco com o presidente Jair Bolsonaro ou com uma de suas ex-mulheres.

Juliana Siqueira Guimarães Vargas, prima de Ana Cristina Siqueira Valle, segunda ex-mulher de Jair Bolsonaro, passou pouco mais de três anos na Câmara dos Deputados, entre 1999 e 2003. Imediatamente em seguida, foi trabalhar com Flávio Bolsonaro na Alerj, onde ficou por oito anos, até 2011.

Os dados mostram que, entre 2007 e 2011, Juliana recebeu R$ 326 mil da Alerj, entre salários e benefícios, e sacou pelo menos R$ 244 mil (75%).

A análise do UOL constatou uma mudança de padrão nos saques de Juliana. Até o começo de 2008, a prima de Ana Cristina sacava praticamente tudo o que recebia da Alerj. A principal forma de retirar o dinheiro era por grandes saques únicos.

Mas, a partir do segundo semestre de 2008, Juliana passou a fazer mais saques fracionados, especialmente no valor de R$ 500. Também começou a sacar menos, em torno de 70% do que recebia.

Juliana é casada com o coronel do Exército Maurício da Costa Vargas. Hoje, Vargas está lotado no gabinete do Comandante do Exército, em Brasília.

Um padrão semelhante de movimentação bancária ocorreu com Michelle Almeida dos Santos. Teve cargo no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados por cerca de oito meses, entre 2002 e 2003.

Saiu do posto em Brasília para assumir uma vaga na Alerj, com Flávio Bolsonaro. Ficou três anos, passou um ano fora e voltou para mais quatro anos.

No período compreendido pela quebra de sigilo, Michelle recebeu R$ 374 mil da Alerj, entre salários e benefícios. Sacou pelo menos R$ 270 mil (72%).

Assim como Juliana, Michelle teve o hábito de sacar, de uma vez só, a maior parte do salário nos primeiros anos do cargo. Isso mudou em 2009, quando passou a fazer mais saques fracionados — principalmente nos valores de R$ 500, R$ 510 e R$ 550. Nos meses que antecederam sua exoneração, seu volume de saques despencou. O UOL procurou Juliana e Michelle por email, mas não obteve retorno.

O UOL procurou Juliana e Michelle por email, mas não obteve retorno.

quarta-feira, 24 de março de 2021

Sob pressão, Bolsonaro segue sugestão de Lula e anuncia criação de comitê contra a Covid-19

"Da nossa parte, um comitê se reunirá toda semana pra decidirmos ou redirecionarmos o rumo do combate ao coronavírus", disse Jair Bolsonaro. Iniciativa foi sugerida pelo ex-presidente Lula há cerca de 15 dias

Brasil 247, 24/03/2021, 11:31 h Atualizado em 24/03/2021, 16:25
  (Foto: Reprodução)

Jair Bolsonaro afirmou que irá criar um comitê com a participação de representantes dos governos estaduais, do Congresso e da União para combater a pandemia de Covid-19. Iniciativa acontece cerca de 15 dias após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defender, durante um discurso histórico, a criação de uma junta para enfrentar a crise sanitária.

"Da nossa parte, um comitê se reunirá toda semana pra decidirmos ou redirecionarmos o rumo do combate ao coronavírus. É unanimidade a intenção de nós, cada vez mais, nos dedicarmos à vacinação em massa no Brasil”, disse Bolsonaro após uma reunião realizada nesta quarta-feira (24), no Palácio da Alvorada.

Segundo o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a união entre os poderes visa fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de uma “articulação nos três níveis, para prover à população brasileira com agilidade uma campanha de vacinação que possa atingir uma cobertura vacinal capaz de reduzir a circulação do vírus”.

Apesar do anúncio, Bolsonaro voltou a defender o "tratamento precoce” contra a Covid-19 com medicamentos como a ivermectina e hidroxicloroquina, que não possuem eficácia cientifica comprovada e têm o uso desaconselhado por autoridades médicas

"Tratamos também de possibilidade de tratamento precoce. Isso fica a cargo do ministro da Saúde, de que respeita o direito e o dever do médico em tratar os infectados", disse Bolsonaro.

terça-feira, 23 de março de 2021

“Kássio é agente do bolsonarismo e deve ser denunciado no plano internacional”, diz Pedro Serrano

À TV 247, o jurista Pedro Serrano disse que o ministro Kassio Nunes Marques "demonstrou não saber o que é garantismo" e afirmou que o ministro está a serviço do bolsonarismo. "E nós temos que falar isso claramente e partir com esta denúncia inclusive no plano internacional", afirmou.

Brasil 247, 23/03/2021, 17:56 h Atualizado em 23/03/2021, 18:19
   Pedro Serrano: as pessoas ainda não compreenderam o que é uma democracia

O jurista Pedro Serrano fez duras críticas ao ministro Kassio Nunes Marques pelo seu voto contra a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro na retomada do julgamento pela segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde desta terça-feria (23).

Em participação ao vivo na TV 247 durante o intervalo do julgamento do STF, Pedro Serrano afirmou que o ministro Nunes Marques "demonstrou não saber o que é garantismo".

"Utilizou a expressão com evidente déficit cognitivo. É muito ruim o voto dele neste momento", disse Serrano. Ao ser questionado sobre a expectativa em torno do julgamento da suspeição de Moro, Pedro Serrano disse que não deve se esperar benefícios ao ex-presidente Lula.

"Há uma tentativa de golpe da extrema-direita, usando o Supremo Tribunal Federal contra Lula mais uma vez. Nós não devemos ter uma postura leniente, otimista. Não estmos em luta. O ministro Kassio foi agente do bolsonarismo, ele não foi agente da Constituição. E nós temos que falar isso claramente e partir com esta denúncia inclusive no plano internacional", afirmou.

Cármen Lúcia muda voto e STF declara Moro suspeito

Ministra alterou seu entendimento de 2018 sobre a suspeição de Sergio Moro e considerou que o ex-juiz foi parcial ao julgar Lula. Julgamento da Segunda Turma é concluído com placar de 3 a 2 a favor do habeas corpus do ex-presidente

Brasil 247, 23/03/2021, 18:03 h Atualizado em 23/03/2021, 18:19
Ministra Cármen Lúcia durante sessão extraordinária. (12/03/2020) 
(Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, alterou seu voto de 2018 no julgamento sobre a suspeição do ex-juiz Sergio Moro e entendeu que o então magistrado, no âmbito da Lava Jato, foi parcial na condução dos processos contra o ex-presidente Lula. Com isso, a Corte declara Moro suspeito por um placar de 3 a 2.

“Todo mundo tem direito a um julgamento justo, de um tribunal imparcial, com um juiz independente”, disse. No caso do Lula, em seu entendimento, houve “a quebra do direito de um paciente, que não teve direito a um julgamento imparcial”. Apesar de acolher o habeas corpus da defesa, ela considerou que Moro não deve pagar as custas dos processos.

A ministra evitou fazer críticas à Lava Jato - como fizeram Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, nesta terça e também na última sessão do julgamento, há duas semanas - e insistiu que seu voto tratava “deste paciente” em particular, referindo-se a Lula.

Antes de Cármen Lúcia, o ministro Kássio Nunes Marques, indicado por Jair Bolsonaro, trouxe argumentos contraditórios para defender que Moro não poderia ser considerado suspeito nos julgamentos do ex-presidente Lula. Segundo ele, “não basta que o juiz seja simpatizante de certas ideias” para ser considerado suspeito.
Mensagens hackeadas

Nunes Marques também se manifestou abertamente contra o uso jurídico das mensagens hackeadas dos procuradores da Lava Jato por Walter Delgatti, mesmo elas não estando no habeas corpus da defesa de Lula. Ele alegou diversas vezes que não poderiam usar no julgamento “provas obtidas por meios ilícitos” e ainda “fruto de crime” para declarar a suspeição de Moro.

E usou o discurso oficial da Lava Jato ao afirmar que, “mesmo que [as conversas] sejam lícitas, não é possível afirmar que sejam fidedignas”, pois “os diálogos podem ter sido alterados”. “Não podemos errar, como se supõe que errou o ex-juiz Sergio Moro”, disse. “Dois erros não fazem um acerto”, completou, numa espécie de garantismo seletivo do Judiciário.