quinta-feira, 18 de março de 2021

Negacionista no Brasil, Edir Macedo se vacina contra a Covid-19 nos Estados Unidos

Apesar de ter sido vacinado nos EUA, Macedo, no Brasil, apoia uma política negacionista e é aliado de Jair Bolsonaro, que já disse que não se vacinaria contra o novo coronavírus e estimulou movimentos contra a vacinação

Brasil 247, 18/03/2021, 18:46 h Atualizado em 18/03/2021, 19:23
  Edir Macedo sendo vacinado (Foto: Reprodução/Instagram)

O chefe da Igreja Universal da Igreja de Deus, Edir Macedo, se vacinou contra Covid-19 em Miami, nos Estados Unidos. No Instagram, ele divulgou vídeo sobre sua vacinação e de sua mulher, Ester Bezerra. O casal recebeu a dose da Janssen, da Johnson & Johnson.

Apesar de ter sido vacinado nos EUA, Macedo, no Brasil, apoia uma política negacionista e é aliado de Jair Bolsonaro, que já disse que não se vacinaria contra o novo coronavírus e estimulou movimentos contra a vacinação, apesar de nos últimos dias ter decidido se imunizar.

Lula pede união mundial, como na Segunda Guerra contra o nazismo

Para o jornalista Alex Solnik, o ponto alto da entrevista do ex-presidente Lula à CNN Internacional foi a sua exortação à união mundial contra a covid- 19, tal como “na Segunda Guerra Mundial contra o nazismo”

18 de março de 2021, 20:06 h Atualizado em 18 de março de 2021, 20:23
  Jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional, e o ex-presidente Lula 
(Foto: Reprodução)

Por Alex Solnik

O ponto alto da entrevista de 20 minutos que Lula concedeu à jornalista Cristiane Amanpour, transmitida hoje, pela CNN internacional às 16h00 (hora de Brasília) foi a sua exortação à união mundial contra a covid- 19, tal como “na Segunda Guerra Mundial contra o nazismo”.

Citou Biden várias vezes.

“Quando vi que Biden tem 77 anos, pensei que eu que tenho 75 também posso fazer como ele”.

Pediu para Biden liderar esse movimento pela vacinação mundial convocando uma reunião de emergência do G-20.

“Não pediria se o presidente fosse Trump”, afirmou.

À questão central da conversa – será candidato em 2022? - respondeu com sabedoria:

“Não vou recusar se for convidado por meu partido e aliados. Mas não vou discutir candidatura agora. Agora vou me empenhar em salvar o meu país”.

Biden manda carta protocolar e Planalto divulga como se presidente dos EUA desejasse aproximação com Bolsonaro

A íntegra da carta não foi divulgada. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência publicou apenas uma nota com trechos e referências do texto destacando a "estreita colaboração" entre os países. Divulgação aconteceu um dia depois da entrevista de Lula à CNN na qual ele pediu a Biden para convocar o G-20

18 de março de 2021, 08:38 h Atualizado em 18 de março de 2021, 11:21
  Jair Bolsonaro e Joe Biden (Foto: ABr | Reuters)

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enviou uma carta protocolar de agradecimento ao Brasil pela mensagem enviada na sua posse, mas apenas trechos e referências do texto foram divulgados pelo Planalto. A divulgação aconteceu um dia depois de Lula dizer à CNN que pedirá a Biden para reunir o G20 com o objetivo de discutir a pandemia e a distribuição global das vacinas "Eu peço isso ao presidente Biden para fazer isso, porque eu não confio no meu governo", disse Lula.

O conteúdo foi divulgado em nota pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência nesta quinta-feira (17). Nos fragmentos que foram publicados, Biden lembra as visitas que fez ao Brasil quando vice-presidente e diz que "não há limites para o que o Brasil e os EUA podem conquistar juntos".

"O presidente Biden saudou a oportunidade para que ambos os países unam esforços, tanto em nível bilateral quanto em fóruns multilaterais, no enfrentamento aos desafios da pandemia e do meio ambiente", diz a nota.

No fim da carta, Biden também "salientou que seu governo está pronto para trabalhar em estreita colaboração com o Governo brasileiro neste novo capítulo da relação bilateral".

As informações foram reportadas no Globo.

Datafolha indica que fiéis a Bolsonaro não passam de 14% da população A gestão do enfrentamento à pandemia de Covid-19 fez encolher a base de apoiadores de Jair Bolsonaro. O grupo de pessoas efetivamente fiéis a Bolsonaro representa apenas 14% da população 18 de março de 2021, 09:45 h Atualizado em 18 de março de 2021, 10:25 51 (Foto: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL) Siga o Brasil 247 no Google News Assine a Newsletter 247 247 - Pesquisa Datafolha, divulgada nesta quarta-feira (17) sobre a avaliação de Jair Bolsonaro, aponta que apenas 14% da população brasileira é composta por pessoas efetivamente fiéis ao presidente brasileiro. Este segmento, que responde por 45% das avaliações positivas que Bolsonaro recebe, é formado por aqueles que acreditam em tudo o que Bolsonaro fala, negam a gravidade da pandemia e se posicionam contra a vacinação. Há um segundo grupo, que corresponde a 21% da população, equivalente a 31% das menções positivas, que se mostra favorável às vacinas contra a Covid-19 e ao distanciamento social. O terceiro grupo de apoio se concentra entre a população de menor renda e que é beneficiada pelo auxílio emergencial. “Aqueles que prezam pelas normas sanitárias e elegeram Bolsonaro, mas não são tão fiéis, correm o risco de abandonar o barco. E quanto aos que se converteram devido ao auxílio emergencial, mas não votaram nele, o apoio é incerto, porque o benefício deve voltar com valor menor e por menos tempo”, disse o cientista político e professor da FGV, Marco Antonio Teixeira, em entrevista ao jornal O Globo. O cientista político Eduardo Grin avalia que a pesquisa captou um crescimento do segmento antibolsonarista. “Cresce a rejeição na pandemia e um sentimento de antibolsonarismo. O eleitor “pendular”, mais moderado, vê que do outro lado tem outros candidatos, como o Lula e outros nomes no campo do centro”, avaliou. Apesar do aumento da rejeição a Bolsonaro, 50% da população se mostra contrária a abertura de um processo de impeachment, contra 46% dos que dizem ser a favor da medida.

A gestão do enfrentamento à pandemia de Covid-19 fez encolher a base de apoiadores de Jair Bolsonaro. O grupo de pessoas efetivamente fiéis a Bolsonaro representa apenas 14% da população

Brasil 247, 18/03/2021, 09:45 h Atualizado em 18/03/2021, 10:25
  (Foto: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL)

Pesquisa Datafolha, divulgada nesta quarta-feira (17) sobre a avaliação de Jair Bolsonaro, aponta que apenas 14% da população brasileira é composta por pessoas efetivamente fiéis ao presidente brasileiro.

Este segmento, que responde por 45% das avaliações positivas que Bolsonaro recebe, é formado por aqueles que acreditam em tudo o que Bolsonaro fala, negam a gravidade da pandemia e se posicionam contra a vacinação. Há um segundo grupo, que corresponde a 21% da população, equivalente a 31% das menções positivas, que se mostra favorável às vacinas contra a Covid-19 e ao distanciamento social. O terceiro grupo de apoio se concentra entre a população de menor renda e que é beneficiada pelo auxílio emergencial.

“Aqueles que prezam pelas normas sanitárias e elegeram Bolsonaro, mas não são tão fiéis, correm o risco de abandonar o barco. E quanto aos que se converteram devido ao auxílio emergencial, mas não votaram nele, o apoio é incerto, porque o benefício deve voltar com valor menor e por menos tempo”, disse o cientista político e professor da FGV, Marco Antonio Teixeira, em entrevista ao jornal O Globo.

O cientista político Eduardo Grin avalia que a pesquisa captou um crescimento do segmento antibolsonarista. “Cresce a rejeição na pandemia e um sentimento de antibolsonarismo. O eleitor “pendular”, mais moderado, vê que do outro lado tem outros candidatos, como o Lula e outros nomes no campo do centro”, avaliou.

Apesar do aumento da rejeição a Bolsonaro, 50% da população se mostra contrária a abertura de um processo de impeachment, contra 46% dos que dizem ser a favor da medida.

terça-feira, 16 de março de 2021

Lobão defende a prisão urgente de Bolsonaro

"Bolsonaro necessista ser preso o quanto antes", publicou o músico Lobão, ex-apoiador de Jair Bolsonaro, no dia em que o País bate novo recorde de letalidade, com 2.842 mortes pelo coronavírus

Brasil 247, 16/03/2021, 20:56 h Atualizado em 16/03/2021, 20:56
    Lobão e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | Reuters)

O cantor e compositor Lobão defendeu nesta terça0feira (16) a prisão imediata de Jair Bolsonaro. "Bolsonaro necessita ser preso o quanto antes", disse Lobão pelo Twitter.

Defesa da prisão Bolsonaro por Lobão ocorreu após a divulgação de que o Brasil bateu novamente o recorte de mortes diárias por Covid-19, com 2.842 óbitos, segundo dados das secretarias estaduais de Saúde.

BOLSONARO NECESSITA SER PRESO O QUANTO ANTES
— Lobão (@lobaoeletrico) March 16, 2021

Leia também matéria da Rede Brasil Atual sobre a pandemia:

O Brasil novamente quebra o recorde diário de mortes por covid-19. O número de vítimas chegou a 281.626. Os dados iniciais do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) não levavam em conta as mortes no Rio Grande do Sul, por atraso no envio das informações. Após a divulgação, o estado dos gaúchos contou 502 mortos. Com isso, o número total, nesta terça-feira (16), subiu de 2.340 para 2.842 óbitos. O país enfrenta o pior momento da pandemia até então, com média diária de mortes, calculada em sete dias, de 1.894.

A covid-19 está fora de controle desde o fim do ano passado, com tendência de aumento no número de casos e mortos. No último período, foram registrados 74.595 novos infectados, totalizando 11.594.204 de adoecidos. A média móvel de contaminados diariamente está em 67.396. Desde 9 de março, o Brasil é o epicentro global do coronavírus: é o país com mais mortos e casos diários no mundo.

Muitos estados e municípios brasileiros vivem o colapso do sistema de Saúde, sem leitos hospitalares disponíveis. Especialistas argumentam que, acima de 85% da capacidade, a situação já é de pressão sobre o sistema, com criação de filas. E são muitos os estados nesta situação, com destaque para os três do Sul, Paraná (92%), Santa Catarina (99%) e Rio Grande do Sul (98%).

Mais afetado

A unidade da federação mais afetada é São Paulo. O estado mais populoso e com maior capacidade hospitalar vê o coronavírus se espalhar com velocidade e tendência de piora. São 63 cidades com 100% de ocupação hospitalar, mais de 10% dos municípios do estado.

Já são comuns relatos de pessoas que morrem em casa sem atendimento médico, inclusive na capital. Nas últimas 24 horas morreu uma pessoa a cada dois minutos em São Paulo, o recorde diário, com 679 vítimas. Também recorde de novos infectados, com mais de 17 mil casos no período.

Mudanças no ministério

Enquanto o Brasil segue submerso na tragédia da covid-19, o Ministério da Saúde permanece à deriva. Da forma como foi desde o início da pandemia. Hoje foi confirmado o quarto ministro durante o período. As alterações frequentes revelam o descaso do presidente Jair Bolsonaro com a covid-19. Ele sempre desdenhou do vírus e atacou medidas de proteção, isolamento, máscaras e até mesmo vacinas.

Marcelo Queiroga, cardiologista, assumiu o Ministério da Saúde no lugar do general Eduardo Pazuello. A passagem de Pazuello pela chefia da pasta foi desastrosa. O militar está sendo investigado pela má gestão da pandemia. Pazuello assumiu interinamente o ministério no dia 15 de maio. O país contava 14.817 mortos por covid-19. Deixa a pasta com mais de 281 mil vítimas. E um processo de vacinação errático, com apenas 1,4% da população totalmente imunizada e 4,2% tendo recebido uma primeira dose.

Mesmo aceitando a subserviência necessária para estar no governo Bolsonaro, Queiroga fez hoje (16) uma primeira declaração como escolhido ministro. E apresentou uma mudança de postura. Ao contrário do negacionismo bolsonarista, o cardiologista reforçou o uso de máscaras, que já foi descrito por Bolsonaro como “coisa de maricas”. “Venho conclamar a população que utilizem máscaras, lavem as mãos, usem álcool gel. Medidas simples e importantes. Assim podemos evitar ter que parar a economia do país”, disse, em aceno contra medidas mais fortes de isolamento social, algo essencial para o atual presidente da República.

Exclusivo: Padilha convida ministro da Saúde para conhecer Araraquara e sucesso do lockdown

"Se tivéssemos outras Araraquaras, não estaríamos no dia de hoje tendo que assistir a um novo recorde de mortes pela Covid-19", disse o ex-ministro à Fórum

Por Lucas Rocha 16 mar 2021 - 19:01
Alexandre Padilha e Marcelo Queiroga | Montagem

O deputado federal e ex-ministro Alexandre Padilha (PT-SP) apresentou um ofício nesta terça-feira (16) convidando o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para conhecer o sucesso de Araraquara no combate à pandemia de Covid-19 em razão da adoção de um isolamento social rígido (lockdown) no município. A cidade, governada por Edinho Silva (PT), decidiu adotar o lockdown logo que foram diagnosticados os primeiros casos da nova cepa do Sars-Cov-2, em fevereiro.

O convite do parlamentar ao ministro surge após Queiroga dizer à CNN Brasil que “não pode ser política de governo fazer lockdown”, acompanhando o entendimento do presidente Jair Bolsonaro.

“Se mesmo com tantas evidências o novo ministro ainda não está convencido de resultados positivos do lockdown, quero convidá-lo para conhecer a experiência local de Araraquara. Graças à ousadia do prefeito Edinho Silva, evitou-se um colapso completo do sistema de saúde e antecipou o que estava por vir no Brasil no mês de março”, disse Padilha à Fórum.

“Se tivéssemos outras Araraquaras, não estaríamos no dia de hoje tendo que assistir a um novo recorde de mortes pela Covid-19”, completou.

No ofício, obtido pela Fórum, Padilha aponta que “a medida aplicada em Araraquara foi um sucesso: queda de 50% na transmissão do vírus; queda de 43% na média móvel diária de casos e de 28% na quantidade de internações. No primeiro dia de restrições mais rígidas, em 21 de fevereiro, a média móvel diária de novos casos era de 189,5. No último dia 10 de março, o número estava em 108 (queda de 43%)”.

“Considerando a mais recente fala de vossa Excelência sobre a desnecessidade de implementação de medidas mais drásticas por parte deste Ministério no enfrentamento da pandemia, é o presente ofício para lhe fazer o convite de visitar a cidade de Araraquara/SP para ouvir, no local, gestores, profissionais da saúde e autoridades e poder ver os efeitos que a aplicação de restrição efetiva de circulação gerá efeitos contundentes na redução do número de mortos e na transmissão do Sars-Cov-2. Me disponho, inclusive a acompanhar v. Excelência”, disse ainda.

Lava Jato destruiu 4,4 milhões de empregos e custou 3,6% do PIB, afirma estudo da CUT e Dieese

Com a força-tarefa, país perdeu investimentos, empresas e estatais foram prejudicadas, houve aumento do desemprego e economia ainda não se recuperou

Brasil 247, 16/03/2021, 18:17 h Atualizado em 16/03/2021, 20:21
    (Foto: Divulgação)

CUT - O estrago econômico e social provocado pela Operação Lava Jato de Curitiba, comandada pelo ex-juiz Sérgio Moro, foi intencional e teve como objetivo possibilitar a implementação de um projeto que beneficia os interesses estrangeiros sobre o petróleo brasileiro, avaliou o presidente da CUT, Sérgio Nobre, durante a apresentação oficial, na tarde desta terça-feira (16), do estudo realizado pelo Dieese, a pedido da Central, que mostra os impactos negativos da operação na economia brasileira.

A Petrobras, assim como grandes outras empresas, foi o principal alvo da operação, ressaltou Sérgio. “Desde o início dessa operação, nós já dizíamos que empresas não cometem crimes, pessoas sim. E são elas que têm que ser investigadas e punidas. Não as empresas”, disse o presidente da CUT.

Os dados mostram que a operação, propagandeada com uma das maiores de todos os tempos no combate a corrupção, na verdade, foi responsável pelo caos econômico e social que o país vive.

Intitulado de “Implicações econômicas intersetoriais da operação Lava Jato”, o estudo mostra que Brasil perdeu R$ 172,2 bilhões de reais em investimento no período de 2014 a 2017.

O montante que o país perdeu em investimentos é 40 vezes maior do que os recursos que os procuradores da força-tarefa da lavo jato do Paraná anunciaram ter recuperado e devolvido aos cofres públicos, ressaltou o dirigente.

Seguramente, se a Lava Jato não tivesse existido, com o papel que teve, se tivesse preservado as empresas e não tivesse perseguição política, não teríamos os 14 milhões de desempregados, gente que não sabe como vai ser o dia de amanhã. Não teríamos milhares de pequenas empresas fechando a crise que se agrava a cada dia mais - Sérgio Nobre

No total, a Lava Jato contribuiu para exterminar cerca de 4,4 milhões de postos de trabalhos.

O presidente da CUT reafirmou que não há ninguém mais interessado no combate à corrupção, aos desvios de verbas públicas, do que a classe trabalhadora, segmento que mais se beneficia de recursos públicos quando bem utilizados, mas a atuação da república de Curitiba não estava interessada nisso.

A maneira como as denúncias eram feitas visava a desmoralização e a destruição da imagem de empresas, inclusive paralisando atividades, resultando em perda de postos de trabalho, disse. “Foi uma exposição sem precedentes para a marca e para a credibilidade dessas empresas. Ninguém negocia com empresas expostas na mídia como corruptas, irregulares”, disse Sérgio Nobre.

Este foi o método, disse ele, utilizado contra a Petrobras, uma das petrolíferas mais importantes do mundo e um importante instrumento de desenvolvimento do país. O objetivo era claro, queriam destruir a empresa para depois privatiza-la.

Paralelamente, empresas do ramo de engenharia que vinham ganhando destaque no setor de construção civil e até conquistando mercado internacional, como Odebrechet, Camargo Correia e outras, também viraram alvos de investigação e igualmente sofreram as consequências da Lava Jato.

A Lava Jato foi também um instrumento de perseguição política que possibilitou ao projeto radical de direita chegar ao poder, destruindo o Brasil.

Sérgio Nobre relacionou a operação à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), afirmando que a situação de caos vivida pelo Brasil poderia ter sido diferente , já que Bolsonaro foi eleito tendo como cabo eleitoral os membros da operação.

“Estaremos daqui há pouco batendo os 300 mil mortos e mais da metade dessas vidas poderia ter sido salva se não tivéssemos Bolsonaro como presidente”, disse Sérgio Nobre

Ele reforçou ainda que a narrativa de que o PT quebrou o Brasil tem que ser combatida porque “é uma mentira” e o estudo do Dieese comprova isso. Ainda de acordo com o dirigente, o levantamento, que em breve será lançado também em forma de livro, contando a história da farsa da Lava Jato, será neste primeiro momento um instrumento de diálogo com as bases – os trabalhadores – para que se conscientizem sobre os reais motivos da operação e os prejuízos que ela trouxe à sociedade.

O estudo será também entregue aos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG); e aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), para que, com base nos fatos e números estudados pelo Dieese, seja feita uma investigação profunda e que os responsáveis sejam punidos.
Mais dados

O coordenador-Técnico do Dieese, Fausto Augusto Jr, detalhou outras informações levantadas ao longo de mais de um ano de trabalho. Para ele, é importante destacar a quantidade de empregos perdidos por causa da Lava Jato.

Somente no setor de construção civil, cerca de 1,1 postos de trabalho foram extintos. Mas os reflexos também se estendem a outros setores como comércio e serviços, transportes, alimentação e até mesmo, indiretamente, nos serviços domésticos.

Com os impactos negativos da redução de investimentos e do emprego, a massa salarial foi reduzida em cerca de R$ 85 bilhões. “São 85 bi que poderiam ter circulado na economia, movimento o comércio, gerando mais empregos e renda”, disse Fausto.
A redução de investimento na Petrobras

O estudo detalha ainda a diminuição de investimentos na estatal após o início da operação, em 2014, e o montante que vinha sendo aplicado no desenvolvimento de tecnologia após a descoberta do pré-sal em 2006.

De acordo com o coordenador do Dieese, as consequências da Lava Jato são sentidas pela população nos dias de hoje. “Quando não há investimento público, a economia tem impacto em cadeia. Por isso tivemos a perda milhões de empregos em outros setores que não tem a ver com a Lava Jato. Se investimentos tivessem sido feitos, nosso PIB poderia ter sido maior e hoje a economia seria diferente”, diz Fausto Augusto Jr.

Delfim Netto diz que Lula voltará à presidência com o seu voto

O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto fez a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que gostaria de votar nele em 2022. “Lula tem sido objeto de uma perseguição ridícula. Com o meu voto, ele voltará à presidência”, declarou

Brasil 247, 16/03/2021, 11:13 h Atualizado em 16/03/2021, 11:17
  (Foto: Divulgação)

O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto fez a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que gostaria de votar nele em 2022.

“Lula tem sido objeto de uma perseguição ridícula. O governo de Lula foi bastante bom. Deixemos Lula ser candidato se for a vontade do povo. E com o meu voto, ele voltará à presidência.”, declarou o ex-ministro à Rádio Bandeirantes nesta terça-feira (16).

Aos 91 anos, Delfim Netto não vê boas perspectivas para o Brasil enquanto durar o governo Bolsonaro.

"Com as intervenções do governo na economia e com o descaso pela pandemia, o mundo pode virar as costas para o Brasil”, disse ao jornalista Lauro Jardim, no dia 28 de fevereiro.

Negacionista, Zema muda de posição, decreta fase roxa e diz que sistema de saúde "entrou em colapso" em MG

Negacionista e alinhado a Bolsonaro, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), confirmou na noite desta segunda-feira (15) início da fase roxa em todas as regiões do estado. Nesta terça, admitiu que sistema de saúde mineiro entrou em colapso

Brasil 247, 16/03/2021, 10:04 h Atualizado em 16/03/2021, 10:23
  Governador de Minas, Romeu Zema (Foto: Divulgação)

Negacionista e alinhado ao bolsonarismo, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), confirmou na noite desta segunda-feira (15) o início da fase roxa em todas as regiões do estado, que vive seu pior momento na pandemia, após o sistema de saúde entrar em colapso em decorrência da alta de internações por conta do vírus. A ocupação de leitos de terapia intensiva chegou a 93,4% nesta segunda-feira. A fase roxa terá início na próxima quarta-feira.

Segundo reportagem do portal G1, na fase roxa irão funcionar apenas serviços essenciais. Estão suspensas cirurgias eletivas, restrição de circulação de pessoas (só poderão sair de casa para atividades essenciais), será imposto toque de recolher das 20h às 5h e aos finais de semana, ocorrerá a proibição de pessoas sem máscara em qualquer espaço público ou de uso coletivo, ainda que privado, além da proibição de circulação de pessoas com sintomas de gripe, a menos que estejam indo para consulta médica.

A fase roxa também proíbe eventos públicos ou privados, reuniões presenciais, inclusive entre parentes que não morem na mesma casa e implantação de barreiras sanitárias de vigilância, implantação de barreiras sanitárias de vigilância e fechamento de bares e restaurantes (funcionamento apenas por delivery).

Mesmo com cenário de mortes, a fase roxa ganha resistência de bolsonaristas no estado. Em Belo Horizonte, ocorreu nesta segunda-feira (15) uma carreta contra o fechamento do comércio e um cinegrafista so jornal Estado de Minas que cobria a ação foi agredido pelos extremistas.

Em Juiz de Fora, a prefeita da cidade, Margarida Salomão (PT-JF), sofreu ameaças de morte por implementar a fase roxa na principal cidade da Zona da Mata mineira.

Alinhado ao bolsonarismo

Zema, contrário dos demais governadores, assiste ao fracasso do Governo Federal no combate à pandemia de forma passiva e muitas vezes se posicionou contra medidas restritivas de circulação.

O governador mineiro foi um dos chefes de Executivo estaduais que não assinou uma nota de repúdio contra Jair Bolsonaro (sem partido), emitida no dia primeiro de março, acusando o ex-capitão de mentir sobre os repasses financeiros do executivo para os estados. Além de Zema, Gladson Cameli (PP-AC), Wilson Lima (PSC-AM), Ibaneis Rocha (MDB-DF), Reinaldo Azambuja (PSDB-MS), Marcos Rocha (PSL-RO), Antonio Denarium (PSL-RR) e Carlos Moisés (PSL-SC) não assinam o documento.

Amôedo diz que Bolsonaro é pior do que pensava e fala em volta da esquerda ao poder

João Amoêdo diz que o fracasso de Jair Bolsonaro abre caminho para a volta da esquerda ao poder, sobretudo com a volta do ex-presidente Lula no cenário político: "É pior do que a gente poderia imaginar"

Brasil 247, 16/03/2021, 07:33 h Atualizado em 16/03/2021, 09:21
  Amôedo, Lula e Bolsonaro (Foto: ABr)

João Amôedo, um dos fundadores do partido Novo, sigla que apoiou Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018, diz que o fracasso do atual presidente abre caminho para a volta da esquerda ao poder, sobretudo com o resgate dos direitos políticos do ex-presidente Lula (PT). "É pior do que a gente poderia imaginar", disse ele sobre Bolsonaro em em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo veiculada nesta quarta-feira (16).

"Pode reforçar o retorno da esquerda que ele [Bolsonaro] tanto dizia combater, por total ineficiência e por uma visão ideológica extremada e distorcida", disse ele nesta quarta-feira (16)

Amôedo é incisivo quanto à gestão da pandemia por Bolsonaro: "Ele faz o contrário do que recomendam as boas práticas, faz ataques desnecessários aos gestores públicos e incentiva a população a descumprir medidas. E os resultados que estamos colhendo são reflexo da liderança dele, uma atuação que compromete vidas de brasileiros".

Para Amôedo, Paulo Guedes está "fazendo figuração", e há um "desempenho desastroso" do governo na pandemia.

Ele defende o impeachment de Bolsonaro e espera o melhor momento para que o processo seja aberto no Congresso: "Do ponto de vista político, ainda não existe clima, mas acredito que continuará crescendo o apoio à ideia.".