sábado, 5 de dezembro de 2020

Deputado Paulo Teixeira questiona ao GSI presença de Eduardo Bolsonaro armado em gabinete presidencial

Foto da família Bolsonaro no gabinete presidencial mostra Eduardo com um revólver na cintura. Paulo Teixeira pergunta se quaisquer autoridades públicas podem portar arma de fogo nas dependências do Palácio e do gabinete presidencial

Brasil 247, 4/12/2020, 20:25 h Atualizado em 4/12/2020, 20:44
   Flávio, Carlos, Jair, Eduardo (armado) e Renan. Família Bolsonaro (Foto: Reprodução / @BolsonaroSP no Twitter.)

O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) enviou um requerimento ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, questionando a presença do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) armado no gabinete presidencial de Jair Bolsonaro.

Foto da família Bolsonaro no gabinete presidencial, publicada nas redes sociais, mostra Eduardo, que é servidor da Polícia Federal, com um revólver na cintura.

“Amanhã um parlamentar que tenha divergência com o presidente vai entrar armado e pode matá-lo. Essa situação criou um precedente gravíssimo. É uma falha de segurança”, diz Teixeira.




O petista ainda pergunta se quaisquer autoridades públicas, do Executivo, Judiciário e Legislativo, podem portar arma de fogo nas dependências do Palácio e do gabinete presidencial e questiona se a segurança presidencial permitiu que o deputado entrasse armado.

Mercadante: ‘se deixarem o Lula ser candidato, ele ganha em 2022’

‘Desde os anos 80 vem essa conversa de que o Lula não dá mais. Vamos ver o Lula percorrendo esse País e vamos ver quem é a esperança do povo’, disse o ex-ministro, repercutindo na TV 247 as declarações do senador Jaques Wagner (PT-BA). 

Brasil 247, 4/12/2020, 18:58 h Atualizado em 4/12/2020, 19:44
   Lula e Aloizio Mercadante (Foto: Brasil247)

Ex-ministro e presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante comentou na TV 247 as declarações do senador Jaques Wagner (PT-BA) sobre a necessidade de uma “mudança geracional” no PT e de se criar no partido uma independência em relação ao ex-presidente Lula.

De acordo com Mercadante, a retórica de que o nome de Lula já se esgotou e de que sua rejeição é alta já se arrasta desde 1980, quando o ex-presidente criou o PT e foi acusado de rachar a oposição democrática. O ex-ministro afirmou que ainda hoje o ex-presidente tem força para concorrer à presidência da República e garantiu sua vitória no pleito. “Em 80, disseram que o Lula estava em crise por causa da greve, na realidade em 79, porque ele fez um acordo trabalhista com as empresas, já estava no início da crise e achavam que ele tinha traído a luta. Aí ele cria o PT. Criou o PT, ‘o Lula acabou porque o PT está rompendo o partido-ônibus da democracia que é o MDB e está dividindo a oposição’. Em 82 ele sai candidato ao governo, eu participo da campanha e ele só teve 14% dos votos: ‘o Lula acabou’. Chega 86, estávamos em um movimento de crescimento do partido, veio o Plano Cruzado e nos arrebentou. O PMDB fez 22 governadores, maioria absoluta no Congresso. Nós elegemos sete ou 12 deputados, foi um banho de água fria. Acabou o Cruzado e o PT voltou com muita força, e nas Diretas também. Veio 89 e nós tivemos a campanha, que ninguém acreditava, a imprensa nunca disse que a gente ia para o segundo turno, o Lula mergulhou no Brasil profundo e aquela campanha bateu no coração do povo e ele nunca mais saiu”.

“Quando chega em 2001, havia um movimento dentro do PT de que o Lula não dava mais, que a rejeição era muito alta. O Lula fez um jantar lá em Brasília que estava ele, Cristovam Buarque, que era um dos que defendia isso, o Suplicy, que era um dos que queria ser candidato, Tarso Genro, que queria ser candidato, eu e o Zé Dirceu. O Lula falou: ‘está todo mundo falando que eu estou inviabilizado, da minha rejeição, que já tive três derrotas. Se alguém aqui quiser se viabilizar, por favor, se viabilize e seja candidato a presidente’. Alguns saíram, o Cristovam saiu para ser candidato, o Suplicy exigiu uma prévia. Só que eles não entenderam que a militância, a base social queria o Lula, e o Lula teve uma vitória estrondosa em 2002. Olhando para a história, desde 80 vem essa conversa. O Lula é a maior liderança que nós temos, um patrimônio desse povo. Se deixarem ele ser candidato, ele ganha essa eleição. Vamos ver o Lula percorrendo esse País e vamos ver quem é a esperança do povo”, afirmou.



Mercadante também defendeu que o partido comece a pensar desde já em um bom candidato para disputar a presidência em 2022.

‘Precisamos de Lula e do PT para uma frente em 2022’, diz Flávio Dino

“É claro que a gente tem que ter uma aliança, mas com o Lula e com o PT, e não contra. O PT é o partido mais nacional da esquerda brasileira”, disse à TV 247 o governador do Maranhão. 

Brasil 247, 4/12/2020, 22:52 h Atualizado em 4/12/2020, 23:09
    Lula e Flávio Dino (Foto: Ricardo Stuckert | Reprodução/Twitter)

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), comentou na TV 247 sobre a camiseta “Lula Livre” que utilizou para votar no segundo turno da eleição municipal em São Luís e disse que sua intenção era passar o recado de que não se pode deixar o ex-presidente Lula e nem o PT de fora de uma aliança do campo progressista para eleição nacional de 2022.

Dino destacou o protagonismo do PT e de Lula nos últimos anos e defendeu fortemente a participação de ambos em uma frente para derrotar Jair Bolsonaro no próximo pleito. “É claro que sozinho o presidente Lula e o PT não darão conta desse desafio. Mas, por outro lado, é no mínimo falta de modéstia achar que você pode descartar a figura do Lula e descartar o PT. Isso não existe. Como é que você pega o presidente que tem a melhor avaliação da história do Brasil e vai dizer ‘não, ele não serve mais para nada. Está aposentado’? Mesmo que ele tivesse aposentado, ele seria de grande utilidade. É claro que a gente tem que ter uma aliança, mas com o Lula e com o PT, e não contra. Esse foi o sentido do uso da camiseta. O PT é o partido mais nacional da esquerda brasileira, é o partido que está do Oiapoque ao Chuí, de leste a oeste. Tem que ter um pouco de modéstia”.

Questionado sobre como foi possível unir Marina Silva, Lula e Ciro Gomes em apoio a Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo, Dino disse que o psolista é uma figura “agregadora” e que, por esta razão, fica mais fácil que outros partidos se juntem à sua candidatura. “O Boulos é uma pessoa que eu conheço há pouco tempo mas é uma pessoa com essa visão agregadora, ele não valoriza aresta. Ou seja, a atitude dele também é positiva. Não foi possível no primeiro, no segundo turno juntou, como juntou em Porto Alegre. Acho que o Boulos, assim como a Manu [Manuela D’Ávila], tiveram essa capacidade de minimizar divergências, acho que esse é o certo”.

Ciro migra de vez para a direita e diz que busca aliança com o PSDB

Depois de ir a Paris no segundo turno de 2018, Ciro Gomes deixa claro que não está no campo da esquerda e revela que seu plano é uma aliança com o PSDB, partido que já tem João Doria como candidato e que provavelmente o desprezará

Brasil 247, 4/12/2020, 21:37 h Atualizado em 4/12/2020, 21:43
   Ciro Gomes (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O ex-ministro e presidenciável do PDT, Ciro Gomes, reforçou nesta sexta-feira (4) seu posicionamento alinhado à direita, dois anos depois de sabotar as possibilidades de vitória do petista Fernando Haddad contra Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018, preferindo não apoiar o PT e viajar para Paris. 

Em entrevista ao jornalista Guilherme Amado, da Época, Ciro disse que prefere uma aliança com partidos de direita, como o PSDB, do que integrar uma frente de esquerda com o PT. “Sim, eu acho [mais viável uma aliança com o PSDB do que com o PT]. O PSDB vai passar por um processo interno, que já está acontecendo, é muito silencioso, mas é uma disputa de hegemonia interna. Nas últimas declarações do Fernando Henrique, você percebe que ele está nesse projeto do Luciano Huck. O Tasso Jereissati não tem nenhum entusiasmo pelo Doria, o governador do Rio Grande do Sul também não, o Anastasia saiu do PSDB por causa disso e está no PSD”, afirmou Ciro, mantendo esperança de ter o apoio dos tucanos em seu projeto presidencial. 

Também na entrevista, Ciro Gomes voltou a atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que Lula faz um jogo político "cretino" e sinalizando que irá enganar o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). 




“Já disse a ele: ‘Olha, essa enganação aí, já passei por ela quatro vezes’. O Lula chorando na presença de várias pessoas dizendo que devia tudo a mim, que eu tinha sido o cara mais leal do mundo e que naturalmente eu era o candidato. Falei: ‘Lula, você não tem condição de cumprir essa promessa, não precisa ficar dizendo isso, não. Estou fazendo pelas minhas convicções, pelo Brasil. Mas você não entrega essa promessa porque fora do PT não existe mundo para você’. Mas não é isso. O jogo do Lula é mais cretino, é filiar o Flávio Dino ao PSB para me tirar o PSB”, declarou o pedetista.

Em balanço sobre as eleições municipais, Flávio Dino disse que há "exagero" na avaliação sobre o desempenho do PT nas eleições municipais, e defendeu o ex-presidente Lula. "É claro que você não pode achar que vai construir uma aliança vitoriosa em 2022 sem o PT", afirmou.

Nesta sexta-feira, reportagem do jornalista Renato Rovai, da Revista Fórum, revela como age no submundo da internet o gabinete do ódio do pedetista Ciro Gomes, chamado de "turma boa", que ataca políticos de esquerda, sites progressistas e jornalistas independentes como José Trajano.

Ernesto Araújo posta teoria da conspiração sobre covid-19 após participar de reunião na ONU

Ernesto Araújo postou em rede social comentário sobre o "Grande Recomeço", tese sem comprovação sobre a pandemia ser um complô de elites com o objetivo de dominar as massas

Brasil 247, 5/12/2020, 07:04 h Atualizado em 5/12/2020, 09:16
   Ernesto Araújo (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Sputnik – O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, citou nesta sexta-feira (4) uma teoria da conspiração popular em sites de extrema direita ao se referir à sua participação em uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), na quinta-feira (3), sobre a pandemia de coronavírus, informou o jornal O Globo.

O chanceler citou em uma rede social o "Grande Recomeço" ("Great Reset", em inglês), uma teoria conspiratória, sem comprovação, que alega que a pandemia originou-se de um complô de elites com o objetivo de impor controle econômico e social às massas.

"Aqueles que não gostam da liberdade sempre tentam se beneficiar dos momentos de crise para pregar o cerceamento da liberdade. Não caiamos nessa armadilha. O controle social totalitário não é o remédio para nenhuma crise. Não façamos da democracia e da liberdade mais uma vítima da COVID-19", afirmou o ministro após sua participação onde não usou a expressão presente na rede social.

A teoria do "Grande Recomeço" ganhou força no final de maio quando o príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, e Klaus Schwab, presidente-executivo do Fórum Econômico Mundial, anunciaram planos para reunir líderes mundiais e discutir as mudanças climáticas e a reconstrução de economias prejudicadas pela pandemia.

A reunião foi chamada de "Grande Recomeço", dando início a uma onda de rumores sobre um grupo de elite que manipularia a economia e a sociedade mundiais, atuando para abolir liberdades individuais e instaurar um regime totalitário. 

Em meados de novembro, uma declaração do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, também usando a expressão "Grande Recomeço" em uma reunião das Nações Unidas em setembro, reforçou a reação de extremistas.

Pouco depois, dois comentaristas de extrema direita na Internet, conhecidos por difundir desinformação, começaram a usar a expressão.

Paul Joseph Watson, um ex-colaborador do site de teorias da conspiração Infowars, e Steven Crowder, que afirmou que o número de mortes por coronavírus é inflado, estavam entre os propagadores da tese.

Na videoconferência da ONU, Araújo também citou planos para deslanchar uma "agenda" que subtrairia poder dos Estados nacionais. Araújo não especificou quem busca adotar esta agenda, nem como.

"A COVID-19 não pode servir como pretexto para avançar agendas que extrapolam a estrutura constitucional das Nações Unidas. O Brasil reafirma a responsabilidade primária dos governos de adotar e implementar respostas à COVID-19 específicas aos contextos nacionais. Não existe uma solução única para todos. Não devemos transferir nenhuma responsabilidade do nível nacional para o internacional", falou o chanceler.

Duas declarações de Araújo chamaram a atenção em seu discurso.

A primeira, quando informou que os institutos Biomanguinhos/Fiocruz e Butantan podem, juntos, produzir entre 600 e 800 milhões de doses de vacinas contra a COVID-19 até junho de 2021.

Mas a própria Fiocruz informou em agosto que faria 100 milhões delas. E o governo de São Paulo, a quem o Instituto Butantan se reporta, disse em novembro que o órgão poderia produzir 130 milhões de doses por ano. 

A seguir, Araújo também mencionou que a Fiocruz tem um acordo com a Universidade de Oxford, no Reino Unido e com a farmacêutica anglo-sueca Astrazeneca para a produção de vacinas, mas omitiu o acordo entre o Butantan e o laboratório chinês SinoVac para a produção da Coronavac.

Haddad: é um erro imaginar que o PT se fortalece sem Lula

Fernando Haddad escreve que Lula e o PT são não apenas indissociáveis como são eventos únicos e mutuamente dependentes. E o antipetismo é fruto "do desejo de que uma polarização entre direita e extrema direita se estabeleça como garantia de que as estruturas socioeconômicas do país não se alterem"

Brasil 247, 5/12/2020, 07:45 h Atualizado em 5/12/2020, 07:45
   Lula e Fernando Haddad (Foto: Ricardo Stuckert)

"O Partido dos Trabalhadores é um fenômeno social não replicável. Forjado a partir da luta social, reuniu pessoas advindas do novo sindicalismo, das comunidades eclesiais de base e da universidade. No timão do processo, um líder carismático de trajetória e inteligência incomuns que encantou a intelectualidade progressista", escreve Fernando Haddad em sua coluna na Folha de S.Paulo.

"O erro de alguns progressistas não petistas é imaginar que o enfraquecimento do PT vai lhes favorecer. O lugar que o PT ocupa no espectro ideológico não é ideal, mas materialmente construído. Não é um espaço natural à espera de um hóspede, mas um espaço socialmente conquistado".

"O erro de alguns petistas, por sua vez, é imaginar que o PT possa se fortalecer sem Lula. Não se reproduz facilmente uma liderança da sua qualidade. Lula e PT são não apenas indissociáveis como são eventos únicos e mutuamente dependentes".



"O PT é sua militância. A força dessa militância abriu caminho para que novas lideranças emergissem, gente de extremo valor, que dificilmente teria um lugar ao sol na política sem rebaixar suas pretensões. Até outro dia, sobretudo no Nordeste, jovens talentosos beijavam a mão de velhos coronéis para ascender politicamente".

"O antipetismo, em alguma medida, é também fruto do desejo de que uma polarização entre direita e extrema direita se estabeleça como garantia de que as estruturas socioeconômicas do país não se alterem. Nessa medida, a extrema direita é sistemicamente funcional enquanto cativa para um projeto reacionário parte do eleitorado pobre que quer 'mudança' ".


sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Jaques Wagner, Lula e o "galo tapado"

“Que eu lembre, Lula convidou Jaques para ser candidato a presidência da República em 2018. Jaques não quis. E o candidato foi Haddad. Portanto, olhando pelo retrovisor, não consigo entender a frase: ‘não tem sentido ficar refém do Lula a vida inteira’”, escreve o historiador Valter Pomar

Brasil 247, 3/12/2020, 12:29 h Atualizado em 3/12/2020, 12:45

Recomendo que se assista a entrevista de Jaques Wagner a Mario Kertész, transmitida no dia 30 de novembro e disponível no endereço abaixo:

Numa certa passagem da entrevista, Kertész conta a Wagner a história do "galo tapado" e pergunta se ele será candidato a governador da Bahia.




Wagner dá uma resposta previsível, agrega suas opiniões sobre a “garotada” que apareceu na cena política e defende que o PT faça uma “mudança de conteúdo” e uma “mudança geracional”.

Kertész se dá por satisfeito, ambos trocam amabilidades, fazem as despedidas e...

... quando parecia que a entrevista havia terminado, sem que ninguém tivesse perguntado nada, Wagner abre o coração e dispara o torpedo: “e só para fechar, Mário, eu não acho, de longe, que teve nenhum enterro, agora é evidente que o tempo vai passando e vai se sentindo, então por exemplo, o surgimento do Boulos é uma notícia altamente alvissareira, entendeu, ou da Manuela, ou da Marilia, ou do João lá em Pernambuco, sabe, são pessoas jovens que estão começando a ter reconhecimento público, então ótimo, a gente não pode ficar refém, eu sou amigo irmão do Lula, mas vou ficar refém dele a vida inteira, não tem sentido, entendeu, é a minha opinião sincera, então parabéns aos jovens que participaram e ganharam”.

Pulemos o elogio ao “João”, a versão baby do Aécio Neves, e vamos ao que interessa.

Jaques disse que não tem sentido ficar refém do Lula a vida inteira.

Refém?

Diz o dicionário que refém é “aquele que fica, contra sua vontade, em poder de outrem, como garantia de que alguma coisa será feita”.

Que eu lembre, Lula foi candidato em 1989 e 1994 porque todos queríamos isso.

Que eu lembre, Lula foi candidato em 1998 porque o forçamos a isso.

Que eu lembre, Lula foi candidato em 2002 e 2006 porque todos queríamos isso.

Que eu lembre, diferente do que ocorreu em outros países da região, Lula não trabalhou por um terceiro mandato e apoiou Dilma em 2010.

Que eu lembre, Lula não deu trela às pressões para que fosse candidato em 2014 e apoiou a reeleição de Dilma.

Que eu lembre, todos queríamos que Lula fosse candidato em 2018. Quem impediu sua candidatura foi o golpe, a condenação ilegal, a prisão injusta, a interdição fraudulenta.

Que eu lembre, Lula convidou Jaques para ser candidato a presidência da República em 2018.

Jaques não quis. E o candidato foi Haddad.

Portanto, olhando pelo retrovisor, não consigo entender a frase: “não tem sentido ficar refém do Lula a vida inteira”.

Olhando pelo para-brisa, também não consigo entender a frase. 

Afinal, se tem algum refém nessa história, é Lula, não Jaques.

Lula é refém do STF, que poderia e deveria declarar Moro suspeito e abrir caminho para a recuperação dos direitos políticos de Lula.

Mas há dois anos o habeas corpus está para ser julgado. E não vejo sinais de julgamento à vista, menos ainda de justiça.

Portanto, se depender do STF, o PT será forçado a lançar outro nome à presidência da República.

Aliás, este foi um dos “argumentos” utilizados pelos integrantes do Diretório Nacional que decidiram não lançar Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo: “preservar” seu nome para a próxima disputa presidencial.

O que aconteceu ao final todos sabemos: uma derrota do PT em São Paulo e a projeção (muito estimulada pela mídia) de um potencial presidenciável de outro partido.

Mas Haddad não é o único petista que tem seu nome lembrado para a próxima eleição presidencial. 

Circulava também, antes do primeiro turno de 2020, o nome de Rui Costa, atual governador da Bahia.

Esses são os fatos. 

Como provam os dois casos citados, não tem ninguém refém de Lula.

Nem no passado, nem no presente, nem no futuro.

Salvo, é claro, que Jaques tenha comprado a "narrativa" do cara que foi a Paris, em pleno segundo turno.

Segundo este cidadão, em entrevista concedia ao jornal O Tempo: "O país não pode ficar refém do Lula, por mais amada e odiada que seja essa figura. O PT está encalacrado. Isso é uma questão trágica. Quase toda a executiva do PT responde por corrupção. Não é trivial. Vamos obrigar o brasileiro a ficar refém disso? Vamos perder as próximas cinco eleições se continuarmos assim. É meu dever dizer que o rei está nu. Ou seja, que o Brasil precisa procurar novas opções, novos projetos”.

A entrevista, para quem quiser checar, está disponível aqui: 


Ciro não quer que o país fique "refém do Lula".

Jaques não quer ficar "refém de Lula a vida inteira".

E, já que é assim, eu não quero que as liberdades democráticas e Lula fiquem reféns do STF.

Anula STF!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Bolsonaro fala em 'apagar a luz' e 'tomar banho rápido' após aumento da tarifa de energia

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) restabeleceu a bandeira vermelha 2 para dezembro. A tarifa sofre acréscimo de R$ 6,243 a cada 100 kWh (quilowatt-hora) consumidos

Brasil 247, 3/12/2020, 21:48 h Atualizado em 3/12/2020, 21:48
   Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR)

Jair Bolsonaro falou para os brasileiros "apagarem a luz" e "tomarem banho mais rápido" diante de aumento de tarifa de energia no país, durante transmissão ao vivo realizada nas redes sociais, nesta quinta-feira, 3.

Nesta terça-feira, 1, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) restabeleceu a bandeira vermelha 2 para dezembro. A tarifa sofre acréscimo de R$ 6,243 a cada 100 kWh (quilowatt-hora) consumidos.

"Eu apago todas as luzes do Palácio ao Alvorada, não tem o por quê. Tenho certeza que você que está em casa pode apagar uma luz agora. A gente pede que apague uma luz para evitar desperdício, toma banho um pouquinho mais rápido", disse.


"Estávamos esperando as chuvas no final de outubro e começo de novembro, mas não vieram. Acho que estão sinalizando para os próximos dias uma chuva", afirmou.

Ao mesmo tempo, a pandemia do novo coronavírus, que causou uma grande crise econômica, volta a explodir no Brasil e o governo pretende cortar o auxílio emergencial (que já foi reduzido) no final de dezembro.

Genoino: “se a esquerda não mostrar os dentes, a direita não tem medo da mordida”

Em entrevista, o ex-dirigente do PT defendeu o ex-presidente Lula, que vem sendo alvo de críticas de petistas. “O partido precisa voltar a ser o grande rebelde da política brasileira. E o Lula tem que ser o líder desse processo. Caso contrário, morreremos”, diz José Genoino

Brasil 247, 3/12/2020, 18:25 h Atualizado em 3/12/2020, 18:48
   (Foto: Alex Silva)

O ex-presidente do PT e ex-deputado federal constituinte, José Genoino, faz um balanço das eleições, defende a frente de esquerdas para 2022 e diz que o PT precisa resgatar a sua rebeldia.

Em entrevista aos jornalistas Luís Costa Pinto e Eumano Silva, ele diz que o caminho da conciliação com as classes dominantes brasileiras não é mais possível.

"Se a esquerda se iludir em bons modos, ela se liquida. Os bons modos funcionam quando o capitalismo oferece vantagem. O capitalismo ofereceu oportunidades e nós conquistamos estabilidade no emprego, direitos sociais e várias conquistas, mas algumas o PT só obteve porque radicalizou", avalia Genoino. 



"Se o PT não tivesse radicalizado, teria sido insignificante na Constituinte. O caminho de baixar a guardar é um caminho de não conquistar reformas. Eu quero lutar por uma estratégia de ruptura. Mas só posso conquistar reformas, se eu mostrar os dentes. Se a esquerda não mostrar os dentes, a direita não tem medo da mordida", acrescenta o ex-dirigente petista. 

Genoino defendeu e ex-presidente Lula, que vem sendo responsabilizado pelo desempenho do partido nas eleições municipais. “O sistema econômico, os monopólios, o sistema americano, os monopólios midiáticos não querem acordo com o Lula”, aponta. “O partido precisa voltar a ser o grande rebelde da política brasileira. E o Lula tem que ser o líder desse processo. Caso contrário, morreremos”.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

“Mamadeira de piroca” versão 2020

Monitoramento em oito capitais mostra como candidatos conservadores acusaram adversários usando “ideologia de gênero”LÍVIA REIS, MAGALI CUNHA E GABRIELLE ABREU

Piaui, 01/12/2020, 12h22
     Ilustração de Carvall

Em 26 de novembro, na transmissão ao vivo feita da biblioteca do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro declarou seu voto em Marcelo Crivella (Republicanos) para a Prefeitura do Rio de Janeiro. Também pediu à audiência que não votasse em partidos que defendessem “ideologia de gênero” ou “desgaste de valores familiares”, citando nominalmente o PT, Psol, PCdoB, PDT. “Esse é o apelo que eu faço porque o futuro do seu filho vai passar pelas mãos desse prefeito”, argumentou Bolsonaro, para, em seguida, afirmar que a Secretaria de Educação no Rio estaria prometida para o Psol pelo concorrente de Crivella, Eduardo Paes (DEM), e que ninguém poderia reclamar quando os filhos apresentassem “o lixo aprendido em sala de aula”.

Não é de hoje que campanhas eleitorais recorrem à estratégia de produção de pânico moral e divulgação de notícias falsas. Na última década, esses ataques se voltaram para temas relacionados aos direitos sexuais e reprodutivos sob o argumento de que se trata de uma forma de proteção à “família” e à “infância”, ambos supostamente ameaçados pelo que chamam de “ideologia de gênero”.

Cunhada entre as décadas de 1990 e 2000, no contexto da oposição do Vaticano aos avanços em políticas de gênero estimulados pelas Conferências da ONU Mulher, a expressão foi abraçada por evangélicos e encampada por pessoas de diferentes classes sociais, grupos religiosos e até mesmo não religiosos. Jair Bolsonaro, por exemplo, vangloria-se por ter atuado efetivamente contra a distribuição do material educativo anti-homofobia, pejorativamente apelidado de “kit gay”, quando ainda era deputado e nem mesmo se apresentava como religioso. Paulatinamente, a pauta “antigênero” ganhou força na política e foi associada ao padrão heteronormativo de família. Apareceu nas eleições de forma direta e exitosa em 2016, 2018 e retomada em 2020.