quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Documento da empresa de Moro prova que o triplex é da OAS, e não de Lula

Surge a prova que comprova a fraude jurídica contra o ex-presidente Lula, que destruiu a democracia e a economia brasileira - e depois premiou Moro como sócio milionário da Alvarez & Marsal

Brasil 247, 2/12/2020, 09:13 h Atualizado em 2/12/2020, 09:47
          Sergio Moro e Triplex (Foto: Lula Marques | Reprodução | PT)

O jornalista Reinaldo Azevedo revela que a consultoria estadunidense que contratou Moro aparece na Lava Jato, em 2017, numa petição da defesa de Lula, com documentos comprovando que o tríplex do Guarujá, o centro de todo processo contra o ex-presidente, era mesmo da OAS.


Escreveu Azevedo: "Em uma petição enviada ao então juiz Sérgio Moro no dia 19 de abril de 2017, a defesa de Lula exibia dois documentos demonstrando que o tal tríplex de Guarujá não pertencia ao ex-presidente. Era, na verdade, propriedade da OAS. E quem é que listava o imóvel como patrimônio da empreiteira? Ninguém menos do que a Alvarez & Marsal, empresa de que Moro agora é sócio honrado e acima de qualquer suspeita. Isso está devidamente documentado".

Ao fim da reportagem, Azevedo pergunta: "Pergunta: será que, hoje, Moro acredita na palavra da empresa de que ele é sócio diretor? Ou ainda: será que, agora como empresário com ganhos milionários, ele espera que juízes façam como ele fez e ignorem o que certifica a A&M?"

Leia a íntegra aqui.

Lula condena novo emprego de Moro: está provada a farsa

"Moro promoveu uma farsa no para tirar Lula das eleições e cometeu vários absurdos e ilegalidades", postou a equipe do ex-presidente Lula no Twitter. Documento da consultoria Alvarez & Marsal prova que o triplex é da OAS e revela novamente a parcialidade de Sérgio Moro durante a Lava Jato

Brasil 247, 2/12/2020, 10:10 h Atualizado em 2/12/2020, 11:45
         Lula e Sergio Moro (Foto: Ricardo Stuckert | Reuters)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio de sua equipe, criticou o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro, após um documento da consultoria americana Alvarez & Marsal, que t,erá o ex-juiz como sócio.

"Documentos da empresa que o ex-juiz Moro virou sócio provam que o tríplex era da OAS, não de Lula. Moro promoveu uma farsa para tirar Lula das eleições e cometeu vários absurdos e ilegalidades para isso, entre elas ignorar esse documento", postou a equipe do ex-presidente no Twitter. 

Consultoria estadunidense não só presta serviços à Odebrecht, mas também para outras empresas quebradas por Moro durante a Operação Lava Jato como OAS, Queiroz Galvão e Sete Brasil.


O jornalista Reinaldo Azevedo revela que a consultoria estadunidense que contratou Moro aparece na Lava Jato, em 2017, numa petição da defesa de Lula, com documentos comprovando que o tríplex do Guarujá, o centro de todo processo contra o ex-presidente, era mesmo da OAS.

Escreveu Azevedo: "Em uma petição enviada ao então juiz Sérgio Moro no dia 19 de abril de 2017, a defesa de Lula exibia dois documentos demonstrando que o tal tríplex de Guarujá não pertencia ao ex-presidente. Era, na verdade, propriedade da OAS. E quem é que listava o imóvel como patrimônio da empreiteira? Ninguém menos do que a Alvarez & Marsal, empresa de que Moro agora é sócio honrado e acima de qualquer suspeita. Isso está devidamente documentado".

Ao fim da reportagem, Azevedo pergunta: "Pergunta: será que, hoje, Moro acredita na palavra da empresa de que ele é sócio diretor? Ou ainda: será que, agora como empresário com ganhos milionários, ele espera que juízes façam como ele fez e ignorem o que certifica a A&M?"

Reitor da UFBA diz que ordem do MEC de volta às aulas presenciais em janeiro é "absurda" e não vai acatar

O reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), João Carlos Salles, classificou como "absurda" a volta às aulas presenciais nas instituições de ensino superior determinada pelo MEC. "É um absurdo completo", disse ele, acrescentando que não acatará a decisão. "Nossa resolução define que o próximo trimestre será não presencial"

Brasil 247, 2/12/2020, 11:40 h Atualizado em 2/12/2020, 11:45
      (Foto: UFBA | ABr | PR)

O reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), João Carlos Salles, classificou como "absurda" a medida do Ministério da Educação que determina a volta às aulas presenciais nas instituições de ensino superior. A portaria do MEC entra em vigor no dia 4 de janeiro. Salles disse que não acatará a decisão. 

"É um absurdo completo. Aqui na Bahia há um ditado: 'pense um absurdo. Na Bahia, tem precedente'. Na verdade, hoje, o absurdo está vindo de Brasília. Nossa resolução define que o próximo trimestre será não presencial com a possibilidade de atividades presenciais contanto que não seja colocada em risco a vida de nossa comunidade", afirmou. Seu relato foi publicado pelo portal Uol

"Nós, da UFBA, vamos manter nossa resolução e, se preciso, recorreremos a qualquer meio. Nós tomamos nossa decisão no exercício de nossa autonomia e tendo em conta a nossa missão responsável", disse ele, ex-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).



O MEC publicou a portaria mesmo ainda sem vacina contra a Covid-19. O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o Brasil precisa "levar a sério" a pandemia. 

Atualmente, o País ocupa o terceiro lugar no ranking global de casos de coronavírus (6,3 milhões), atrás de Índia (9,5 milhões) e dos Estados Unidos (14,1 milhões). O governo brasileiro também contabiliza o segundo maior número de mortes provocadas pela doença (173 mil), atrás dos EUA (138 mil).

Major Olímpio diz que Moro ‘deu um tiro no próprio saco’ ao aceitar emprego em administradora judicial da Odebrecht

A consultoria Alvarez & Marsal (A&M), com sede nos Estados Unidos, administra a recuperação judicial da Odebrecht e OAS, empresas quebradas pela Lava Jato, comandada pelo então juiz Sergio Moro, que será sócio-diretor da A&M em São Paulo

Brasil 247, 30/11/2020, 22:08 h Atualizado em 30/11/2020, 22:08
      (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O senador Major Olímpio (PSL-SP), ex-aliado de Jair Bolsonaro, disse que a participação do ex-juiz Sergio Moro como sócio-diretor da norte-americana Alvarez & Marsal é “um tiro no próprio saco”. Segundo o senador, não é no pé, porque “as sequelas são piores [no saco]”.

O caso

A consultoria Alvarez & Marsal (A&M), com sede nos Estados Unidos, administra a recuperação judicial da Odebrecht e OAS, empresas quebradas pela Lava Jato, comandada pelo então juiz Moro, que será sócio-diretor da A&M em São Paulo.




O jornalista Paulo Moreira Leite, colunista do Brasil 247 e da TV 247, criticou, no programa Bom Dia 247, a decisão do ex-juiz Sergio Moro de se tornar sócio da consultoria estadunidense. “Isso revela a promiscuidade sem limites da Lava Jato”, diz PML, que escreveu o livro “A outra história da Lava Jato”.

O ex-senador Roberto Requião, do MDB, enxerga um claro conflito de interesses. “Agora vale tudo por dinheiro?”, disse ele, em entrevista à TV 247.

Moro respondeu a críticas de internautas e afirmou que não atuará em "casos de potencial conflito de interesses". "Ingresso nos quadros da renomada empresa de consultoria internacional Alvarez&Marsal para ajudar as empresas a fazer coisa certa, com políticas de integridade e anticorrupção. Não é advocacia, nem atuarei em casos de potencial conflito de interesses", disse ele no Instagram.

Bolsonaro intensifica conversas em busca de um partido

Bolsonaro acelera conversas sobre filiação partidária após derrotas no pleito municipal de candidatos a quem declarou apoio

Brasil 247, 2/12/2020, 06:35 h Atualizado em 2/12/2020, 06:44
      Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa - PR)

Depois de fracassar na criação de seu partido, Aliança para o Brasil e de sofrer derrotas na eleição municipal, Jair Bolsonaro intensifica conversas com líderes partidários em busca de uma legenda para se lançar à reeleição. 

Reportagem do jornal O Globo aponta que Bolsonaro tem sido aconselhado a dialogar com partidos já estruturados e com recursos, inclusive do centrão, para escolher a nova casa. Enquanto isso, deputados da chamada ala ideológica do governo de extrema direita insistem para que ele volte ao PSL.

Aliados do governo apresentam opções de siglas a Bolsonaro, tais como o PSL; o PSD, de Gilberto Kassab; o PP, do senador Ciro Nogueira; o PTB, de Roberto Jefferson; o Republicanos, presidido por Marcos Pereira; e o Patriota, de Adilson Barroso. 


Bolsonaro pretende adiar a escolha para depois da eleição das presidências da Câmara e do Senado, em fevereiro de 2021. 

A cúpula do PSL evita falar abertamente sobre as conversas com o governo antes das eleições da presidência da Câmara. A legenda, que se diz independente, trabalha para lançar Bivar como sucessor de Rodrigo Maia (DEM-RJ). 

Caso opte por um partido alinhado ao Centrão, Bolsonaro terá de afinar o discurso para tentar convencer a sua base de extrema direita a aceitar o movimento de se associar à “velha política”, além de vencer a resistência de alguns líderes partidários.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Justiça manda general bolsonarista apagar publicação caluniosa contra Stédile, do MST

A Justiça determinou que o Facebook exclua postagem em que o general Paulo Chagas calunia e ataca João Pedro Stédile. O bolsonarista falou que o líder do MST é terrorista, vive na Venezuela e estava sendo investigado pela PF pelas queimadas no Pantanal

Brasil 247, 1/12/2020, 19:51 h Atualizado em 1/12/2020, 20:20
   General Paulo Chagas (Foto: Paulo Chagas)

A Justiça determinou que o Facebook exclua postagem em que o general bolsonarista Paulo Chagas calunia e ataca João Pedro Stédile, fundador e membro da direção nacional do MST.

Em setembro, o general bolsonarista afirmou que a Polícia Federal estaria investigando MST e ONGs ligadas a Stédile por participação em incêndios no Pantanal. Ele também disse que Stédile, que mora em São Paulo, vive na Venezuela e que tem um grupo terrorista ligado ao presidente do país, Nicolás Maduro.

Segundo a autora da determinação judicial, a juíza Elaine Faria Evaristo, da 20ª vara cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, a publicação de Chagas "promove conteúdo inverídico" e imputa a Stédile a "prática de crime, classificando-o como terrorista".

Em abril de 2019, o general foi alvo de operação de busca e apreensão da PF no âmbito do inquérito das fake news, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Jaques Wagner pede renovação “geracional” no PT e independência do partido em relação a Lula

O senador declarou em entrevista que vê como necessária uma renovação do Partido dos Trabalhadores (PT) que incorpore mais candidatos jovens; ele ainda defendeu um distanciamento de seu líder, o ex-presidente Lula: “A gente não pode ficar refém. Eu sou amigo irmão do Lula, mas vou ficar refém dele a vida inteira? Não faz sentido”, disse

Brasil 247, 1/12/2020, 15:20 h Atualizado em 1/12/2020, 15:34
   Jaques Wagner (Foto: Elza Fiúsa/Agência Brasil)

O senador Jaques Wagner (PT-BA) declarou ontem em uma entrevista concedida à rádio Metrópole, da Bahia, que o Partido dos Trabalhadores deve passar por uma série de reformas internas após resultados em grande parte decepcionantes nas eleições municipais.

Wagner defendeu uma “mudança geracional” no partido, o que acrescentaria um novo ímpeto e aumentaria o apelo do partido em tempos onde a renovação é uma demanda grande da esquerda brasileira. 

“Na minha opinião, o que o PT deve fazer é isso: uma mudança de conteúdo, quer dizer, para atualizar seu conteúdo, e uma mudança geracional, botando gente mais nova. Nada contra a gente (mais velhos), porque ainda desempenhamos muita coisa boa, mas é preciso trazer a outra geração para ocupar espaço”, disse. 

O senador acrescentou que, apesar de considerar o ex-presidente Lula um “amigo irmão”, o partido deve se tornar mais independente de seu líder. 

“A gente não pode ficar refém. Eu sou amigo irmão do Lula, mas vou ficar refém dele a vida inteira? Não faz sentido. É a minha opinião sincera e parabéns aos jovens que participaram [das eleições municipais] e ganharam”, disse. 

Na entrevista, Wagner também se colocou como um possível nome para 2022, apesar de ter 69 anos: “Para 2022, eu acho que tem que esperar um pouco essa cena ir se arrumando, mas meu nome está colocado”.

De juiz herói a homem de negócios, Moro agora ajudará empresas que quebrou

Ricardo Kotscho, Colunista do UOL,01/12/2020 15h40 
   Ex-juiz herói Sergio Moro pulou para o outro lado do balcão e agora só quer saber de faturar  Imagem: Montagem sobre foto de Sergio Lima 

"Pelo que entendi, Moro decidiu receber sua parte no golpe em dinheiro" (Fernando Haddad, no Twitter

Haddad entendeu bem. Depois de detonar com a Lava Jato algumas das maiores empresas e o sistema político-partidário do país, Sergio Moro, o juiz herói nacional do combate à corrupção, pulou para o outro lado do balcão e virou um homem de altos negócios. 

Em apenas dois anos, o ex-juiz largou a toga para virar ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, que ajudou a eleger, sonhou com uma vaga no STF, rompeu com o presidente e, após uma quarentena de seis meses, abriu uma banca de advogado. 

Um dos seus primeiros clientes foi o empresário israelense Benjamim Steinmetz, que tem um litígio bilionário com a empresa brasileira Vale. 

Pouco depois, assinou contrato para ser sócio-diretor da consultoria multinacional Alvarez & Marsal, que tem entre seus clientes justamente a Vale, além das empreiteiras Odebrecht e OAS, os principais alvos da Lava Jato, além do ex-presidente Lula. 

Para Moro, em sua ética particular, não há "conflito de interesses" em nada disso. Pagando, está tudo limpo. 

Money is money 

"Moro fez um negócio espetacular. Com o dinheiro que ganhará, deve abrir mão dos interesses políticos, por enquanto", disse um amigo do ex-ministro ao colunista Vicente Nunes, do Correio Braziliense. 

E não é pouco dinheiro, não. Pela administração judicial das duas empreiteiras que a Lava Jato quase destruiu, com dezenas de milhares de demissões de trabalhadores, a Alvarez & Marsal vai receber R$ 34,8 milhões, valor definido provisoriamente pela 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. 

De nada adianta agora as viúvas e os órfãos do ex-herói choramingarem nas redes sociais pela perda do seu candidato a presidente. Moro não quer mais nem ouvir falar nisso. Money is money. 

Quem deve estar feliz com isso é Bolsonaro, que enxergava no ex-ministro seu principal concorrente em 2022 na faixa da extrema-direita. Como o resto agora é tudo centro, centro-direita ou centro-esquerda, o caminho ficou livre para o capitão. 

Moro não pode reclamar da vida 

Só tenho uma dúvida: quanto estiverem frente a frente os advogados dos litigantes Vale e Benjamim Steinmetz, que eram sócios de uma mina de minério de ferro na Guiné, uma história que envolve subornos, de que lado o cruzado Moro vai ficar? Ou isso também não vem ao caso? 

"Não é advocacia" o que ele vai fazer, garante o camaleão, que agora virou "consultor" de empresas enroladas. 

Para um juiz de primeira instância, que se formou numa faculdade de Maringá (PR), e tem dificuldades com o idioma de Shakespeare, até que Moro não pode reclamar da vida. Já fizeram até livros e filmes sobre ele nos seus tempos de herói e parceiro da mídia.

A Lava Jato vai acabando aos poucos, os denunciados do Centrão estão todos soltos, mas a joint-venture com o FBI rendeu bons frutos ao ex-juiz e seu séquito de procuradores. 

Mega-Sena 

Num país com 14 milhões de desempregados, Moro acertou sozinho na Mega-Sena. Já garantiu seu futuro. 

Quem ficou na estrada foram os ex-funcionários da Odebrecht e da OAS, porque agora Moro vai ajudar seus patrões, que estão todos soltos, a "fazer tudo direito". 

Para quem ainda não entendeu o que está acontecendo no Brasil, vale lembrar um ensinamento de Ernst Kretschmer (1888-1964), um psiquiatra alemão: 

"Os psicopatas estão sempre entre nós. Em tempos tranquilos, nós os examinamos. Em tempos difíceis, eles nos governam". 

E como são difíceis estes tempos... 

Vida que segue.

PT perde nas capitais, elege prefeitas em Contagem e Juiz de Fora e Bolsonaro não ganha uma

Viomundo, 29/11/2020
   A Marília de Contagem vai voltar a governar a cidade; a de Recife perdeu do primo

Da Redação

A centro-direita confirmou o que se viu no primeiro turno e obteve vitórias importantes nas capitais neste domingo.

Guilherme Boulos (Psol) chegou próximo dos 40% de votos em São Paulo e foi derrotado por Bruno Covas.

A vitória do tucano reforça a campanha de João Doria ao Planalto em 2022.

Eduardo Paes (DEM) derrotou Marcelo Crivella (Republicanos) por larga margem no Rio de Janeiro, dando mais força ao projeto dos presidentes da Câmara e do Senado e de ACM Neto, o herdeiro de Antonio Carlos Magalhães.

O partido de direita herdeiro da Arena, que deu sustentação à ditadura militar, vai governar o Rio, Salvador, Curitiba e Florianópolis.

O clã dos Ferreira Gomes, do PDT, conseguiu defender Fortaleza do bolsonarista capitão Wagner, elegendo Sarto com apenas 3% de vantagem.

O presidente da República também perdeu em Belém, onde Edmilson Rodrigues derrotou por pouco o delegado federal Eguchi com uma frente de esquerda.

Bolsonaro deu apoio velado ao delegado nas redes sociais.

As duas apostas do PT nas capitais fracassaram: Marília Arraes perdeu do primo João Campos em Recife, em uma campanha repleta de jogadas sujas.

O PSB manteve seu controle em Pernambuco.

Em Vitória, João Coser perdeu do delegado Pazolini, do Republicanos, partido que também conquistou as prefeituras de Campinas e Sorocaba.

Em Porto Alegre, apesar da previsão de resultado apertado nas pesquisas, o emedebista Sebastião Melo venceu Manuela, da chapa PCdoB/PT, com 7% de vantagem.

As maiores cidades a serem governadas pelo PT devem ser Contagem e Juiz de Fora, em Minas Gerais, com Marília Campos e a deputada federal Margarida Salomão.

O PT pode eleger também os prefeitos de Mauá e Diadema, onde os candidatos petistas tinham pequena vantagem sobre os adversários com a apuração em andamento.

Em todas as outras 11 cidades em que alcançou o segundo turno, o PT foi derrotado.

No geral, venceu o bolsonarismo sem Bolsonaro.

Oligarquia descobriu no antipetismo o elixir de sua longevidade

Viomundo, 01/12/2020   Foto: Alan Santos/PR

A eleição e o período de derrota popular


É preciso ir além da conjuntura eleitoral e emoldurar a análise da eleição municipal dentro deste que é um período histórico de profunda e brutal derrota popular no Brasil.

A análise periodizada é uma chave para se apreender os elementos estruturais que contribuíram para mais um episódio eleitoral desfavorável à esquerda e ao campo progressista.

Este período histórico se caracteriza pela derrota não só do campo progressista e popular, mas da democracia e do Estado de Direito.

Esta derrota se iniciou no processo coordenado de desestabilização dos governos petistas e de conturbação do ambiente político a partir de 2012/2013, quando houve o julgamento midiático do chamado “mensalão” [2012] pelo STF e, na sequência, as “jornadas de junho” [2013] incensadas pela Globo.

O lançamento da Lava Jato [2014], o impeachment fraudulento da Dilma [2016] e a condenação e prisão ilegais do Lula [2018] ditaram de modo irreversível o avanço autoritário e conservador no país.

Hoje não há democracia efetiva no Brasil.

O sistema de justiça foi metodicamente corrompido por dentro por agentes inescrupulosos a serviço de interesses estrangeiros, antinacionais e, naturalmente, também partidários e pessoais.

Segue vigente um regime de Exceção no qual as instituições legislativas, políticas e judiciais “funcionam normalmente”, sob tutela militar, e atendem a diretrizes de reprodução endógena da ordem fascista numa dinâmica de golpe continuado; de golpe dentro do golpe.

A omissão do TSE em relação à fraude eleitoral que elegeu Bolsonaro e Mourão; a conivência do Congresso com os crimes do Bolsonaro; a blindagem do clã miliciano e a letargia do STF acerca da suspeição do Sérgio Moro, são algumas das evidências mais vistosas deste regime.

Profundamente frustrada com a derrota do tucano Aécio Neves em 2014, no pleito de 2016 a oligarquia mobilizou sua artilharia de guerra [Lava Jato + aceleração do impeachment] para combater o PT e a esquerda.

Com a missão cumprida, avançou perpetrando novas fraudes e ilegalidades – como a prisão do Lula 2 anos depois – para colocar em marcha o plano de tomada de poder, finalmente concretizado com Bolsonaro por meio da farsa eleitoral de 2018.

O gangsterismo político surtiu efeito. A votação do PT em 2016 despencou de 17,2 milhões de votos obtidos em 2012, para 6,7 milhões.

De 630 prefeituras conquistadas pelo Partido em 2012, o PT baixou para menos da metade [255] em 2016.

E agora, no 1º turno de 2020, o PT reduziu em 32% o número de cidades que passará a administrar [174], em que pese ter aumentado em cerca de 200 mil votos a votação na legenda em relação a 2016.

Os partidos de centro-esquerda [PDT, PSB e REDE], que em 2016 ficaram imunes ao tsunami, nesta eleição de 2020, contudo, sofreram o efeito tardio, e perderam 1/3 dos votos feitos em 2016, respondendo pela maior derrota eleitoral específica no campo progressista.

O deslocamento de bases progressistas para a direita tradicional e, inclusive, para a extrema-direita, teve seu ápice na eleição geral de 2018, quando foram eleitos, além do Bolsonaro, governadores, senadores e deputados fascistas e ultra-reacionários, estabelecendo a atual correlação de forças notoriamente desfavorável ao campo popular.

Nesta eleição de 2020, quase todos candidatos apoiados pelo Bolsonaro perderam. O cenário resultante, assim, é de [1] derrota do Bolsonaro, [2] fortalecimento da direita tradicional, [3] desempenho estacionário da esquerda em relação a 2016, e [4] queda da centro-esquerda.

A derrota pessoal do Bolsonaro não significa, entretanto, a derrota da agenda bolsonarista ultraliberal, que é unanimemente aprovada pelo Congresso no contexto do pacto oligárquico de dominação racista, antipopular e antinacional que une todas frações da classe dominante num inaudito processo de devastação da soberania nacional.

O elemento estratégico comum da pregação conservadora e reacionária continua sendo, fortemente, o antipetismo.

Antipetismo já não significa apenas destilar ódio contra o PT; se tornou uma designação genérica para anticomunismo, racismo, misoginia, machismo, LGBTQ+fobia etc.

É uma arma genérica que serve para atacar qualquer pessoa com uma visão de mundo democrática, plural, justa, e que defende valores civilizatórios e humanistas.

A oligarquia dominante descobriu no antipetismo, no preconceito e na estigmatização fascista dos seus inimigos de classe o elixir para sua longevidade.

Quando o adversário/inimigo é progressista, o código de guerra antipetista é o remédio eficaz.

Até mesmo para a centro-esquerda, como fez o jovem candidato peessebista do Recife, que não hesitou em se servir do cardápio fascista para desconstruir a oponente petista com um método imundo e vomitável.

Segmentos extremistas da oligarquia se refugiam no subterrâneo das igrejas neopentecostais, do sectarismo religioso, dos grupos fechados de estilo maçônico e nas redes sociais, de onde promovem uma guerra antipetista virulenta e suja todo dia, 24 horas por dia.

Esta ação permanente e sistemática, operada em conexão com agentes da extrema-direita internacional, tem sido notavelmente eficaz no Brasil.

A eleição municipal de 2020 fortaleceu a oligarquia que executa a agenda destrutiva em curso no país.

A tarefa prioritária das direções partidárias e dos movimentos progressistas é juntar-se numa Mesa Política comum para decifrar a mecânica do atual período e colocar em prática, urgentemente, uma atuação unitária para enfrentar e deter o fascismo e sua agenda destrutiva, que avançou e se fortaleceu ainda mais na eleição.