domingo, 2 de agosto de 2020

Allan dos Santos é rejeitado por advogados de Jair Bolsonaro

Emissário de Allan dos Santos procurou advogados de Jair Bolsonaro para defesa gratuita no âmbito do inquérito das fake news, que corre no Supremo Tribunal Federal (STF). O blogueiro foi rejeitado pela equipe jurídica

Brasil 247, 2/08/2020, 07:41 h Atualizado em 2/08/2020, 08:04
        Allan dos Santos (Foto: Reprodução)

Allan dos Santos, investigado no âmbito do inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal (STF), enviou um “assessor” à procura de advogados de Jair Bolsonaro para defesa gratuita no processo. Contra as expectativas do blogueiro, a equipe jurídica rejeitou a proposta. A informação é da coluna do jornal O Globo.

O emissário relatou ao jornal que Allan dos Santos considera uma questão de dignidade o apoio da equipe de Jair Bolsonaro, uma vez que ele atua nas redes exclusivamente em defesa do governo e suas respectivas bandeiras. O pedido foi feito antes de o blogueiro aparecer em live dizendo que deixou o Brasil e que sua vida corre risco, acrescenta a reportagem.

Intervenção na segurança do Rio acabou, mas gabinete militar ainda custa R$ 500 mil por mês

A intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro acabou, porém mais de 20 militares do gabinete criado para esse fim ainda geram altos custos aos cofres públicos. Os valores do custeio do órgão ultrapassam a casa de R$ 500 mil mensais

Brasil 247, 2/08//2020, 16:55 h Atualizado em 2/08/2020, 16:55
   Forças militares no estado do Rio (Foto: Tânia Rêgo - Agência Brasil)

A intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro acabou no dia 31 de dezembro de 2018, mas o governo custeia as “atividades” de 25 militares e de cinco servidores comissionados no gabinete instituído para esse fim. 

À época do lançamento, o orçamento total para a empreitada foi de R$ 1,2 bilhão. Os valores do custeio do órgão ultrapassam a casa de R$ 500 mil mensais. A informação foi publicada pelo site Metrópoles

Em 2018, Michel Temer criou o gabinete de intervenção federal que está ligado à Casa Civil, comandado atualmente pelo general Braga Netto.


Durante a pandemia do coronavírus, o órgão "suspendeu" as atividades. "As informações solicitadas poderão ser encaminhadas por via eletrônica, muito embora as instalações do GIFRJ estejam funcionando diariamente, com o efetivo reduzido, mantendo rotina normal", destaca trecho de um comunicado publicado no site oficial do gabinete.

“Livro das suspeições” evidencia parcialidade de Moro e procuradores da Lava Jato

Organizado por Lenio Streck e Marco Aurélio Carvalho, do grupo Prerrogativas, livro traz 34 artigos de juristas sobre a parcialidade e os abusos cometidos por Sérgio Moro e procuradores na operação Lava Jato

Brasil 247, 1/08/2020, 18:32 h Atualizado em 1/08/2020, 18:32
   (Foto: Reuters | ABr)

Catarina Barbosa e Geisa Marques, Brasil de Fato - Em um momento em que se discute a retomada do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) acerca da parcialidade do então juiz Sérgio Moro na operação Lava Jato e o afastamento do procurador Deltan Dallagnol da força-tarefa, o grupo Prerrogativas, formado por advogados e defensores públicos, lançou neste sábado (1), em transmissão ao vivo pela internet, O livro das suspeições. 

A obra reúne artigos escritos por 34 juristas, nos quais as ações do então juiz Sérgio Moro e dos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) que atuaram na força-tarefa são examinadas, tendo como resultado a evidenciação da atuação parcial dos agentes públicos em diversos momentos da operação.

A publicação é organizada pelos juristas Lenio Streck e Marco Aurélio de Carvalho, que também integram a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD). Streck ressalta que uma das propostas da disponibilização do conteúdo, que pode ser baixado gratuitamente, é levar os bastidores da Lava Jato para além da comunidade jurídica e informar que “todos temos direito a juízes imparciais, e Moro não foi imparcial”.

sábado, 1 de agosto de 2020

Após STF intimar, Facebook recua e bloqueia contas de bolsonaristas fora do Brasil

Facebook acatou uma determinação de bloqueio de contas de bolsonaristas na rede social após intimação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. “Não tivemos alternativa a não ser cumprir com a ordem de bloqueio global das contas enquanto recorremos ao STF”, diz a empresa

Brasil 247, 1/08/2020, 12:43 h Atualizado em 1/08/2020, 14:45
 
(Foto: Reuters | STF)

Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes intimar o presidente do Facebook no Brasil por não bloquear perfis bolsonaristas fora do país na sexta-feira (31), a rede social recuou e acatou a determinação. A informação foi publicada no painel do jornal Folha de São Paulo. 

"O Facebook havia cumprido com a ordem de bloquear as contas no Brasil ao restringir a visualização das Páginas e Perfis a partir de endereços IP no país. Isso significa que pessoas com endereço IP no Brasil não conseguiam ver os conteúdos mesmo que os alvos da ordem judicial tivessem alterado sua localização IP", diz a empresa em posicionamento enviado ao jornal.

"A mais recente ordem judicial é extrema, representando riscos à liberdade de expressão fora da jurisdição brasileira e em conflito com leis e jurisdições ao redor do mundo. Devido à ameaça de responsabilização criminal de um funcionário do Facebook Brasil, não tivemos alternativa a não ser cumprir com a ordem de bloqueio global das contas enquanto recorremos ao STF", completa.

Em julho, a rede social tirou do ar 88 contas e páginas com operações ligadas a funcionários de Jair, Flávio e Eduardo Bolsonaro, o chamado gabinete do ódio. Também foram removidas 38 contas do Instagram envolvidas com irregularidades.

Na somatória, o esquema alcançava uma audiência de 2 milhões de pessoas, segundo a empresa Digital Forensic Research Lab (DRFLab), especializada no combate à desinformação.

Em maio, a Polícia Federal identificou Carlos Bolsonaro como um dos articuladores de um esquema criminoso de fake news.

Agualusa: “O caso do Brasil é exemplar de um poder público capturado pelo banditismo”

O escritor e jornalista José Eduardo Agualusa, que acaba de publicar o romance ‘Os Vivos e Os Outros’, avaliou na TV 247 que Jair Bolsonaro conquistou e manteve os 30% de popularidade depois que Edir Macedo, líder da Igreja Universal, declarou apoio ao seu governo.

Brasil 247, 31/07/2020, 17:06 h Atualizado em 31/07/2020, 17:57
  Escritor e jornalista José Eduardo Agualusa (Foto: Divulgação)

Por Stefani Costa - O escritor e jornalista José Eduardo Agualusa, em entrevista à TV 247, afirmou que “é preciso distinguir entre o que são projetos de fé e o que são projetos de burla” ao ser questionado sobre as recentes denúncias de corrupção, evasão de divisas e racismo por parte de pastores angolanos ligados à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), liderada pelo bispo evangélico Edir Macedo.

“Claramente a IURD e outros grupos que se afirmam como religiosos são, na realidade, grupos de bandidos, de charlatões que usam a fé como pretexto para roubar as pessoas. É disso que se trata, roubo”. 

O escritor destacou ainda que o Estado angolano tem despertado para essas ações perpetuadas por instituições religiosas ligadas ao Brasil. Segundo Agualusa, uma das exigências é a de que pastores apresentem um documento provando uma conclusão de licenciatura em Teologia. “Se você faz milagres, prove”.

O jornalista vê o atual governo brasileiro com preocupação, uma vez que Jair Bolsonaro, além do apoio de igrejas neopentecostais, também tem alicerce direto com as milícias. “É claramente um caso de alguém que foi catapultado para o poder por um grupo, por vários grupos, associados com o puro banditismo.”

Agualusa acaba de publicar o romance ‘Os Vivos e Os Outros’, com previsão de lançamento no Brasil em outubro. Na entrevista, ele também fala sobre o livro e sobre literatura.

Rússia vence a corrida contra o coronavírus e realizará a vacinação em massa de sua população já em outubro

"A vacina contra a infecção pelo coronavírus, desenvolvida pelo instituto Gamalei, completou suas pesquisas clínicas", disse o ministro da Saúde Mikhail Murashko

Brasil, 1/08/2020, 05:52 h Atualizado em 1/08/2020, 10:50
(Foto: REUTERS / Dado Ruvic)

Sputnik – O ministro da Saúde da Rússia declarou que os testes de vacina contra a pandemia foram completados, enquanto país deverá dar início à vacinação em massa já em outubro. Falando com a Sputnik, o ministro da Saúde russo Mikhail Murashko declarou: "A vacina contra a infecção pelo coronavírus, desenvolvida pelo instituto Gamalei, completou suas pesquisas clínicas."

Na etapa atual, estão sendo colhidos os documentos necessários para o registro oficial da vacina, que precederá seu uso.

Sobre o uso do medicamento, Murashko afirmou que "estamos nos preparando para que em outubro comece a vacinação em massa contra o coronavírus."

Além disso, médicos e professores deverão ser os primeiros a ser vacinados.

Contudo, ainda são esperadas pelo menos duas declarações oficiais sobre os testes clínicos de outras vacinas desenvolvidas na Rússia nos próximos 45 dias.

Ainda no último dia 29, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, havia dito que a situação do coronavírus na Rússia havia se estabilizado, contudo, em algumas regiões a situação ainda é complicada.

Mesmo assim, nos meses de junho e julho o número de infectados caiu pela metade, em comparação com os números recordes em maio, mas a situação ainda poderá se agravar.

De “Memórias do cárcere” ao réquiem da Lava-Jato

"Sem uma profunda reforma democrática nas vísceras dos aparatos de coerção, nos centros de vigilância e inteligência, a segurança será cada vez mais instrumento político para reforço das desigualdades e para repressão ao pluralismo democrático", escreve o advogado Marco Aurélio Carvalho

Brasil 247, 01/08/2020, 07:55 h Atualizado em 01/08/2020, 22:18
   Deltan Dallagnol, Polícia Federal e FBI (Foto: Agência Brasil | Reuters)

Em 1936, sem qualquer acusação formal, o escritor Graciliano Ramos foi retirado de sua residência e conduzido para um presídio em Maceió.

Sem provas e sem julgamento, permaneceu 11 meses no cárcere. Percorreu delegacias, foi embarcado em um navio-prisão e teve passagens pela Colônia Correcional, em Ilha Grande, e pela Casa de Detenção, no Rio de Janeiro. “Memórias do Cárcere”, um livro com mais de duzentos personagens, conta a saga do escritor em cadeias sórdidas e o convívio que ele teve com presos políticos e com presos comuns.

O arbítrio havia nascido muito antes. A serpente choca os seus ovos. O Decreto n° 22.332, de 10 de janeiro de 1933, criou uma repartição pública com o objetivo de “entrever e coibir comportamentos políticos divergentes”. De acordo com o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, da Fundação Getúlio Vargas, “constavam de suas atribuições examinar publicações nacionais e estrangeiras e manter dossiês de todas as organizações políticas e de indivíduos considerados suspeitos”.

Quase 90 anos depois, o jornalista Rubens Valente, em julho passado, descobriu uma unidade do Ministério da Justiça que realiza trabalho típico de órgãos de segurança e inteligência com foco em manifestantes antifascistas presentes nos protestos pelo País afora.

O trabalho ilegal e sem transparência do Ministério da Justiça resultou na produção de dossiês sobre um grupo de quase 600 pessoas, todas críticas ao governo atual. A lista de vigiados inclui servidores federais e estaduais de segurança e também professores universitários, inclusive o renomado professor Paulo Sérgio Pinheiro, titular aposentado da Universidade de São Paulo, ex-secretário nacional de direitos humanos e relator das Nações Unidas em matérias de direitos humanos. A este grupo, além do repúdio ao arbítrio, o consolo vem de uma frase de Graciliano Ramos no livro “Vidas Secas”: “tenham paciência, apanhar do governo não é desfeita”.

No rastro deste dossiê, poucos dias atrás, o Procurador-Geral da República, com informações bombásticas, fez o réquiem da lava-jato com um dado estarrecedor: a força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, reuniu dados armazenados de 38 mil pessoas e mais de 50 mil documentos.

As falas da Procuradoria perturbaram o ambiente no Ministério Público. Cada qual tem uma justificativa. Uns acusam. Outros, agora na retaguarda, se defendem. O escritor encarcerado mais uma vez elucida o quiproquó. “É fácil se livrar das responsabilidades. Difícil é escapar das consequências por ter se livrado delas”, escreveu Graciliano Ramos no romance “Angústia”.

No Brasil de hoje, permeado pela sensação de normalidade institucional, mas repleto de posturas autocráticas tóxicas, identifica-se, por todo canto, aquilo que já foi chamado de “entulho autoritário” pela Ordem dos Advogados do Brasil, presidida brilhantemente por Raymundo Faoro nos anos da redemocratização. Alguns menos e outros mais visíveis, os restos da ditadura permanecem espalhados em nossa sociedade.

O arcabouço institucional do Estado que prendeu arbitrariamente Graciliano Ramos, com as devidas diferenças históricas, é semelhante ao mecanismo que faz dossiês contra antifascistas ou conduz operações anticorrupção, embaladas por motivos legítimos, mas na penumbra do direito, ocultando o protagonismo político e ferindo de morte a premissa ontológica da imparcialidade.

Entrelaçados, o combate à corrupção e a sistemática promoção da segurança (vigilância, inteligência e outros disfarces), acabam por desaguar nos vestígios e traços do autoritarismo secular que nos rodeiam.

O combate à corrupção sob a égide da “Lava-Jato”, hoje cada vez mais desvendada, tem sido um mecanismo político e partidário de conquista do poder – vale notar como o juiz Moro correu para abraçar e ser acolhido como estrela do novo governo logo no primeiro momento.

A propalada política de segurança – sem mencionar a ostentação do verde-oliva nas vitrines da Esplanada – nada mais é do que um biombo para manter o aparato policial – inclusive nos estados – mobilizado a partir de valores antidemocráticos e de ações depreciativas em relação às políticas raciais e de igualdade de gênero.

Sem uma profunda reforma democrática nas vísceras dos aparatos de coerção, nos centros de vigilância e inteligência, a segurança será cada vez mais instrumento político para reforço das desigualdades e para repressão ao pluralismo democrático.

A serpente choca os seus ovos. “Quebrem-se os ovos - enquanto ainda é tempo”, escreveu o cineasta Ruy Guerra em uma espécie de convocação para os que lutam pela democracia, pelo direito e por justiça.

Eis o grande desafio que motiva e mobiliza centenas de advogados e operadores do Direito no Grupo Prerrogativas.

Facebook bloqueia bolsonaristas no mundo todo acatando STF

Tecmundo, 08/2020 às 15:56
      Imagem: b9

O Facebook anunciou em nota oficial neste sábado (01) que vai cumprir a ordem de bloqueio de 16 contas de apoiadores e aliados do presidente Jair Bolsonaro exatamente como determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A ordem de bloqueio das contas faz parte do “inquérito das fake news”, que tenta desmontar e punir os responsáveis por uma rede de produção de notícias falsas com ataques a autoridades, inclusive a ministros do próprio STF.

Alexandre de Moraes, responsável pela determinação, ampliou a multa originalmente aplicada ao Facebook por cumprir os bloqueios de maneira parcial. Depois de 8 dias ignorando o pedido da Corte, a empresa bloqueou o acesso às contas apenas por pessoas registradas no Brasil na rede social. Contudo, o conteúdo era facilmente acessado mudando configurações da própria plataforma de Mark Zuckerberg. Agora, o bloqueio das ditas contas é global.

Depois da ampliação da multa e da possibilidade de responsabilização criminal do responsável pelo Facebook no Brasil, a rede social resolveu cumprir a ordem, ainda que em protesto. Mesmo assim, a empresa terá que pagar R$ 1,92 milhão devido aos vários dias de descumprimento. O Twitter, que recebeu a mesma ordem de bloqueio, a cumpriu prontamente.

Em nota, o Facebook mostrou preocupação com a suposta quebra de jurisdição do STF. Confira na íntegra.

O Facebook havia cumprido com a ordem de bloquear as contas no Brasil ao restringir a visualização das Páginas e Perfis a partir de endereços IP no país. Isso significa que pessoas com endereço IP no Brasil não conseguiam ver os conteúdos mesmo que os alvos da ordem judicial tivessem alterado sua localização IP. A mais recente ordem judicial é extrema, representando riscos à liberdade de expressão fora da jurisdição brasileira e em conflito com leis e jurisdições ao redor do mundo. Devido à ameaça de responsabilização criminal de um funcionário do Facebook Brasil, não tivemos alternativa a não ser cumprir com a ordem de bloqueio global das contas enquanto recorremos ao STF — porta-voz do Facebook.

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Mil padres lançam carta com críticas a Bolsonaro e seu "desdém pela vida"

"Profundamente indignados com ações do presidente"

Conversa Afiada, 31/07/2020
       (Marcos Corrêa/PR)

Mais de mil padres assinam uma carta divulgada nesta quinta-feira 30/VII em apoio à Carta do Povo de Deus, lançada com a assinatura de 152 bispos que criticam "a incapacidade e inabilidade do governo federal" em enfrentar a crise.

No texto, os padres afirmam “que os que nos governam têm o dever de agir em favor de toda a população, de maneira especial, os mais pobres” e se dizem “profundamente indignados com ações do presidente da República em desfavor e com desdém para com a vida”.

“Caminhamos na estrada de Jesus”

Carta de padres em apoio e adesão aos bispos signatários da Carta ao Povo de Deus 

“Enquanto os lucros de poucos crescem exponencialmente, os da maioria situam-se cada vez mais longe do bem-estar daquela minoria feliz. Tal desequilíbrio provém de ideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira. Às vezes, sentimos a tentação de ser cristãos, mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor. Mas Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora dos outros” (EG 56 e 270).

Nós, “Padres da Caminhada”, “Padres contra o Fascismo”, diáconos permanentes e tantos outros padres irmãos, empenhados em diversas partes do Brasil a serviço do Evangelho e do Reino de Deus, manifestamos nosso agradecimento e apoio aos bispos pela Carta ao Povo de Deus. Afirmamos que ela representa nossos pensamentos e sentimentos. Consideramos um documento profético de uma parcela significativa dos Bispos da Igreja Católica no Brasil, “em profunda comunhão com o Papa Francisco e seu magistério e em comunhão plena com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil”, oferecendo ao Povo de Deus luzes para o discernimento dos sinais nestes tempos tão difíceis da história do nosso País.

O documento é uma leitura lúcida e corajosa da realidade atual à luz da fé. É a confirmação da missão e do desafio permanente para a Igreja: tornar o Reino de Deus presente no mundo, anunciando esperança e denunciando tudo o que está destruindo a esperança de uma vida melhor para o povo. É como uma grande tempestade que se abate sobre o nosso País. Os bispos alertam para o perigo de que “a causa dessa tempestade é a combinação de uma crise de saúde sem precedentes, com um avassalador colapso da economia e com a tensão que se abate sobre os fundamentos da República”, principalmente impulsionado pelo Presidente.

Sentimo-nos também interpelados por essa realidade a darmos nossa palavra de presbíteros comprometidos no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Evangelho ilumina nossa caminhada e vamos aprofundando nosso compromisso na Igreja, sinal e instrumento do Reino, a serviço da vida e da esperança. Cada vez mais vemos a vida do povo sendo ameaçada e seus sofrimentos, principalmente dos pobres, vulneráveis e minorias. Tal realidade faz com que nossos corações ardam, nossos braços lutem e nossa voz grite pelas mudanças necessárias. Como recordam os Bispos, nós não somos motivados por “interesses político-partidários, econômicos, ideológicos ou de qualquer outra natureza. Nosso único interesse é o Reino de Deus”.

Os bispos muito bem expressaram em sua carta, recordando o Santo Padre, o Papa Francisco, que “a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus. A nossa reposta de amor não deveria ser entendida como uma mera soma de pequenos gestos pessoais a favor de alguns indivíduos necessitados […], uma série de ações destinadas apenas a tranquilizar a própria consciência. A proposta é o Reino de Deus […] (Lc 4,43 e Mt 6,33) (EG. 180)”.

Sabemos que os que nos governam têm o dever de agir em favor de toda a população, de maneira especial, os mais pobres. Não tem sido esse o projeto do atual Governo, que “não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma “economia que mata” (Alegria do Evangelho, 53), centrada no mercado e no lucro a qualquer preço”. Por isso, também estamos profundamente indignados com ações do Presidente da República em desfavor e com desdém para com a vida de seres humanos e também com a da “nossa irmã, a Mãe Terra”, e tantas ações que vão contra a vida do povo e a soberania do Brasil.

É urgente a reconstrução das relações sociais, pois “este cenário de perigosos impasses, que colocam nosso País à prova, exige de suas instituições, líderes e organizações civis muito mais diálogo do que discursos ideológicos fechados. […] Essa realidade não comporta indiferença.”. A CNBB tem se pronunciado de forma contundente em momentos recentes; em posicionamento do dia 30 de abril, manifestou perplexidade e indignação com descaso no combate ao novo coronavírus e por eventos atentatórios à ordem constitucional. Em outro momento, os 67 bispos da Amazônia publicaram outro documento, expressando imensa preocupação e exigindo maior atenção e cuidado do poder público em relação à Amazônia e aos povos originários. Na carta aberta ao Congresso Nacional do dia 13 de julho de 2020 a CNBB denunciou os 16 vetos do Presidente da República ao Plano Emergencial para Enfrentamento à Covid-19 nos Territórios Indígenas, comunidades quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais (PL nº PL 1142/2020, agora Lei nº 14.021) dizendo: “Esses vetos são eticamente injustificáveis e desumanos pois negam direitos e garantias fundamentais à vida dos povos tradicionais”. Outras Comissões da CNBB assumiram decididamente o lado dos povos tradicionais do Brasil “duplamente vulneráveis: ao contágio do coronavírus e à constante ameaça de expulsão de seus territórios”.

Nesse tempo de “tempestade perfeita”, a voz do Espírito ressoa em posicionamentos corajosos da Igreja, que renova a cada dia seu compromisso “na construção de uma sociedade estruturalmente justa, fraterna e solidária”, como indicam os bispos em sua carta.

Reafirmamos nosso compromisso na defesa e no cuidado com a vida. Ao convite dos bispos queremos dar nosso sim! “Somos convocados a apresentar propostas e pactos objetivos, com vistas à superação dos grandes desafios, em favor da vida, principalmente dos segmentos mais vulneráveis e excluídos, nesta sociedade estruturalmente desigual, injusta e violenta.” Queremos nos empenhar para cuidar deste País enfermo!

Nós nos solidarizamos com todas as famílias que perderam alguém por essa doença que ceifa vidas e aterroriza a todos. Próximos de atingir 100 mil mortos nesta pandemia, é inadmissível que não haja neste governo um Ministro da Saúde, que possa conduzir as políticas de combate ao novo coronavírus.

Conclamamos todos os cristãos e cristãs, as igrejas e comunidades, e todas as pessoas de boa vontade para que renovem, junto com os bispos, a opção pelo Evangelho e pela promoção da vida, espalhando as sementes do Reino de Deus.

Nós, “Padres da Caminhada”, “Padres contra o Fascismo”, diáconos permanentes e tantos outros padres irmãos, reafirmamos com alegria, ânimo e esperança a fidelidade à missão a nós confiada e apoiamos os bispos signatários da Carta ao Povo de Deus e em sintonia com a CNBB em sua missão de testemunhar e fortalecer a colegialidade.

Bomba no clã: Julian Lemos acusa Eduardo de desviar R$ 600 mil do PSL e comprar apartamento com auxílio-moradia

O deputado Eduardo Bolsonaro, filho número 3 do ex-capitão que ocupa o Planalto, é acusado de comprar apartamento com dinheiro da Câmara, de desviar quase R$ 2 milhões do PSL para sua ONG política e de praticar rachadinhas com a advogada Karina Kufa


Brasil 247, 31/07/2020, 20:58 h Atualizado em 31/07/2020, 23:07
   Eduardo Bolsonaro (Foto: Michel Jesus - Agência Câmara)

Reportagem da revista Istoé traz acusações graves contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro. A matéria diz que o 03 desviou dinheiro da Câmara e do PSL, além de praticar rachadinhas com Karina Kufa, advogada ligada ao clã

O relato da revista é chocante: “a troca de ataques começou com Eduardo humilhando Julian, que é uma espécie de tesoureiro do PSL e principal aliado do deputado Luciano Bivar, presidente nacional da legenda: ambos romperam com o presidente e seus familiares, o que levou-os a deixarem o partido e tentarem criar o Aliança pelo Brasil, que não saiu do papel. Dudu malvadeza, como é conhecido no PSL de oposição aos Bolsonaros, disse que Julian era “pau de arara, favelado e traíra”. 

A matéria prossegue: “tudo porque Julian é paraibano e a família presidencial não prezaria muito quem nasce nesse estado. Julian ficou ofendido. “Sabe qual problema de um ladrão arrogante? É achar que um nordestino como eu tem medo de algo ou de alguém. Pela minha honra eu não tenho limites. Ela é a única coisa que eu tenho. Em setembro eu avisei. Não mexe comigo”, foi como Julian reagiu aos ataques de Eduardo. Mas, logo na sequência, o parlamentar paraibano começou a metralhar o filho do presidente, numa profusão de mensagens no Twitter, de corar de vergonha o mais pacato cidadão. A maioria das mensagens traz acusações gravíssimas a Eduardo, a quem Julian chama de “demagogo, ladrão e hipócrita”. 

Segundo a revista, “o dirigente nacional do PSL não fica só em revides inconsequentes. O mais grave são as denúncias de que o filho do presidente usou recursos milionários do fundo partidário (dinheiro público) para financiar atividades particulares de uma entidade em defesa de interesses conservadores (CPAC) e também verbas do auxílio-moradia e auxílio-mudança da Câmara, recebidos irregularmente, para dar de entrada na compra de um apartamento.”