quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

‘PSDB não terá um ministério, mas 22 ministérios’, diz Bolsonaro a tucanos

Blog do Josias06/12/2018
Parlamentares do PSDB chegam ao Centro Cultural Banco do Brasil, para reunião com Bolsonaro

Recebido com aplausos pela bancada federal do PSDB, Jair Bolsonaro tratou os tucanos como velhos parceiros no encontro que tiveram nesta quarta-feira a portas fechadas, no escritório de transição, em Brasília. O presidente eleito chegou a dizer que o tucanato não terá um ministério no seu governo, terá as 22 pastas, pois todos os seus ministros serão orientados a atender às demandas dos deputados.

Na política, se briga e se fazem as pazes com rapidez desconcertante. Mas quem assistiu à troca de insultos entre o Bolsonaro e Geraldo Alckmin, o candidato derrotado do PSDB, não imaginou que toda aquela animosidade da campanha terminaria em namoro. Ao contrário, os observadores mais ingênuos acreditaram que as partes viveriam separadas para sempre, até que a morte as juntasse.

Na expressão de um dos deputados presentes à reunião, ficou evidente que "o PSDB está no colo de Bolsonaro." Tucanos tietaram o capitão, posaram para fotos ao lado dele. Três oradores falaram em nome dos visitantes: Nilson Leitão (MT), líder do partido na atual legislatura; Carlos Sampaio (SP), líder da legenda a partir de fevereiro; e Mara Gabrilli (SP), a deputada tucana que o eleitorado guindou ao Senado.

Todos dedicaram a Bolsonaro palavras amistosas. Nilson Leitão, mais efusivo que os demais, agradeceu ao interlocutor por ter derrotado o PT, um adversário que o tucanato não teve competência para vencer. Não se ouviu no encontro uma mísera menção ao nome de Alckmin, que supostamente ainda preside o PSDB.

Num rasgo de descontração, Bolsonaro insinuou, entre risos, que o tucanato dormiu no ponto durante a campanha. "Quando acordou, já era tarde demais", ironizou. Houve um alarido na sala. Eram os tucanos rindo da própria desgraça. Favorecido por ter encarnado o antipetismo durante a eleição, Bolsonaro engordou seu eleitorado incorporando ao seu cesto votos de eleitores que o PSDB considerava cativos.

O anfitrião pintou um cenário de "guerra ideológica". Coisa esquemática e maniqueísta. Nos palanques, Bolsonaro enfiava PSDB e PT num mesmo balaio "comunista". Agora, inclui o tucanato na turma do "bem".

Apelando para o "patriotismo" dos tucanos, Bolsonaro disse esperar que eles o ajudem a governar. Repetiu mais de uma vez que o eventual fracasso do seu governo devolverá ao Planalto o PT e seu o projeto de poder perpétuo. Reafirmou uma promessa de campanha. Sem especificar datas, disse que enviará ao Congresso no início do governo uma emenda propondo o fim da reeleição.

Convidado para o encontro, o futuro deputado federal Aécio Neves brindou os presentes com sua ausência. Bolsonaro destrinchou as prioridades de sua agenda conservadora. Reiterou a pretensão de eliminar toda a "burocracia" que inibe os negócios. Fala sobre meio ambiente e índios com a sutileza de um predador. Citou de memória os nomes de reservas ambientais e indígenas. Insinua que deixarão de ser santuários.

Reiterou também a intenção de privilegiar nas relações de trabalho o emprego em detrimento dos direitos trabalhistas. Citou o Ministério Público do Trabalho num timbre próprio de quem dá de ombros para eventuais reações do órgão. E os representantes do PSDB dividiram-se em dois grupos: os que ouviram tudo em silêncio e os que balançaram a cabeça em sinal de aprovação.

Nenhum tucano pareceu preocupado com o fato de que, pelo menos na certidão de nascimento, o PSDB é uma legenda social-social democrata. Tampouco houve quem se recordasse dos alertas feitos durante a campanha. Era como se as propagandas agressivas que o comitê de Alckmin levou ao ar não faz nem dois meses jamais tivessem existido. 

A essência da política é a negociação. Melhor buscar o entendimento do que trocar sopapos. Mas certas conciliações reforçam a impressão de que o universo político é mesmo o território da farsa. Nele, faz papel de bobo quem imagina que as contendas serão resolvidas à moda do século 19, quando os insultos eram lavados com sangue em duelos eletrizantes.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Caos médico toma conta de país, após saída de cubanos

A saída dos médicos cubanos do Programa Mais Médicos continua a levar o caos para atendimento no interior do país. 

Enfermeiros estão assumindo atividades de médicos, o uso de ambulância para deslocar moradores a outras unidades disparou e a desistência de pacientes em obter atendimento se tornou generalizada. 

Dos 8.319 brasileiros inscritos no Programa após a saída dos cubanos, apenas 10% se apresentou.

PT deve rejeitar fazer autocrítica desejada pelos inimigos, diz Altman

"Muitas das vozes que exigem autocrítica do Partido dos Trabalhadores", na realidade "mascaram o desejo de vê-lo renegando sua natureza classista", diz o jornalista Breno Altman.

Para ele, apesar da derrota no pleito presidencial "o PT e seu candidato caíram de pé, porque foram capazes de recompor sua identidade, negando-se ao beijo na cruz e reencontrando-se com seu veio histórico" e que "possivelmente preservarão condições de combate se evitarem a cantilena da autocrítica desejada por seus inimigos e até por alguns potenciais aliados".

CCR fechha acordo de delação e diz ter pago R$ 44 milhões em Caixa 2 para Serra e Alckmin

Empresa CCR, que atua no setor de concessões de metrôs, aeroportos e estradas, disse, em um acordo que será firmado nesta quinta-feira (29) junto ao Ministério Público de São Paulo, que pagou R$ 44 milhões por meio de caixa 2 a políticos ligados aos grupos do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), do senador José Serra (PSDB-SP) e do ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), que foi indicado pelo governador eleito de São Paulo João Doria (PSDB) para ser o futuro chefe da Casa Civil.

Bolsonaro bate continência para assessor de Trump e humilha brasileiros

Na manhã desta quinta, o presidente eleito Jair Bolsonaro provou que governa para servir a interesses dos Estados Unidos e não do povo brasileiro.

Ele bateu continência para o assessor de segurança de Donald Trump, John Bolton, ao recebê-lo em sua casa no Rio.

Conhecido como 'senhor da guerra', Bolton quer que o Brasil, a nova colônia dos EUA na América Latina, pressione a Venezuela e sufoque Cuba.

Bolsonaro já acabou com os Mais Médicos, deixando milhões de brasileiros sem assistência, e pode entrar num conflito com venezuelanos.

Militares nacionalistas, como o general Mourão, estão preocupados com a humilhante submissão do Brasil.

Segundo decreto que regulamente o tema, "a continência parte sempre do militar de menor precedência hierárquica".

Pezão é preso em nova fase da Lava Jato

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, foi preso por volta das 6h desta quinta-feira (29) no Palácio Laranjeiras, residência oficial do chefe do estado. A operação é baseada na delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro do ex-governador Sergio Cabral.

Além de Pezão, a força-tarefa da Lava Jato tenta prender outras oito pessoas. Miranda acusa Pezão de receber mesadas de R$ 150 mil entre 2007 a 2014, quando era vice-governador. Segundo o MP, haveria registros de pagamentos de quase R$ 40 milhões em espécie.

Propinas podem chegar a 40 milhões, segundo a PGR

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, preso nesta quinta-feira pela Polícia Federal, recebeu pagamentos em espécie que totalizam R$ 25 milhões, equivalente a 39 milhões de reais em valores atualizados, quantia que foi alvo de sequestro determinado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Segundo a PGR, o governador integra o núcleo político de uma organização criminosa que cometeu vários crimes contra a administração pública, com destaque para corrupção e lavagem de dinheiro.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

O que esperar da educação no próximo governo?

                           Ricardo Vélez-Rodríguez foi escolhido ministro da Educação do 
                           governo Bolsonaro.

Desde a redemocratização do País, o Ministério da Educação tem conseguido, com maior ou menor êxito, manter uma linha de trabalho com consistência técnica, apoiada em evidências de pesquisas e de dados educacionais. Essa continuidade de políticas públicas estruturantes garantiu avanços importantes em diferentes governos — embora em ritmo muito aquém das necessidades econômicas e cidadãs de nossa população.

Ainda que hoje haja divergências sobre as formas de implementação, as metas educacionais para o País estão claras e são balizadas pelo Plano Nacional de Educação (PNE). O documento é o principal consenso entre especialistas para se garantir uma educação de qualidade para todos, da creche à pós-graduação.

Educadores, pesquisadores com visões teóricas diversas e gestores educacionais dos mais variados espectros políticos concordam que o Brasil precisa universalizar a educação básica, garantir a aprendizagem de todos na idade certa, investir mais recursos e melhorar a gestão, garantir mais oportunidades de educação técnico-profissional e superior e formar melhor e valorizar mais seus professores.

Diante disso, o anúncio de Ricardo Vélez-Rodríguezpara o Ministério da Educação tem preocupado a comunidade educacional. Desconhecido e inexperiente na área, o teólogo ganhou visibilidade pelas declarações polêmicas à imprensa e em seu blog pessoal, por seu apoio ao movimento Escola sem Partido e por ter grande apoio da bancada evangélica no Congresso Nacional. Com essas informações, deduz-se que a pasta no novo governo concentrará suas ações para combater aquilo que tanto as suas declarações quanto as do presidente eleito, Jair Bolsonaro, apontam como uma educação ideologizada.

Até o momento, porém, nada na direção de responder aos desafios reais do cotidiano educacional. Para além de suas posições políticas, olhamos com preocupação a falta de menção do futuro ministro ao principal documento norteador da política educacional do País e aos problemas concretos da educação brasileira: alfabetização, evasão, distorção idade-série e financiamento, entre outros, comprovados por dados, indicadores e pesquisas.

Importa-nos saber como Rodríguez pretende implementar o Plano Nacional de Educação. Queremos ouvir do novo governo quais serão suas políticas para garantir acesso, permanência e aprendizagem adequada a todos os brasileiros, da creche até o ensino médio. Como pretende incluir na escola os 2,5 milhões de crianças, adolescentes e jovens de 4 a 17 anos que ainda estão fora dela? O que fará para que não passem pela escola sem aprender o básico, como 1 milhão de crianças brasileiras que hoje não aprendem a ler e a escrever até o 3º ano do Ensino Fundamental? Como pretende diminuir as taxas de reprovação e evasão para que 100% dos alunos que ingressem na escola no Brasil concluam o Ensino Médio e não apenas 59%, como acontece hoje?

O PNE buscou responder a essa realidade desafiadora com 20 metas que se articulam entre si. Como cumpri-lo não é opcional, o novo ministro precisa demonstrar como garantirá orçamento para a área em 2019. Afinal, a pasta da Educação perdeu muitos recursos desde o início da crise econômica, num país em que o investimento por aluno na educação básica já é, em média, menos da metade do que o dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).

Nesse sentido, um grande desafio que temos à frente é a aprovação de um novo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) até 2020. Trata-se de uma oportunidade muito importante não só de reduzir as desigualdades regionais, como também de garantir um patamar mais adequado de investimento em educação básica pelo governo federal.

Para cumprir o PNE, também será preciso desenhar um Sistema Nacional de Educação, uma legislação fundamental para melhor definir atribuições e responsabilidades entre municípios, estados e a União na oferta educacional. Caberá ao governo federal propor um novo desenho de governança da educação básica, negociá-lo com governadores e prefeitos e com o Congresso para aprová-lo.

A melhoria das condições de trabalho dos profissionais da educação é outra frente com impacto direto em diversas metas do PNE. Para além de alimentar a vigilância sobre professores e materiais didáticos, como pretende o Escola sem Partido, queremos saber do novo governo quais serão suas políticas para que o País avance na melhoria de infraestrutura das escolas, na qualidade da formação inicial e continuada de professores e na valorização de salários e carreiras docentes.

O compromisso com a aprendizagem na idade certa para todos precisa ser assumido como prioridade. Para isso, é necessário não só cumprir as demais metas, como também dar continuidade à implementação da Base Nacional Comum Curricular — documento cuja elaboração levou anos e atravessou diferentes governos e contou com ampla participação da sociedade em sua elaboração.

Esses são os desafios colocados hoje para a educação brasileira. O País não só tem urgência em respondê-los adequadamente, como não pode correr o risco de retroceder em nenhuma conquista, já que as perdas humanas e econômicas seriam desastrosas. Para se garantir uma educação de qualidade, será necessário ao novo ministro se afastar das agendas partidárias, que têm capturado o debate sobre educação com uma verdadeira cortina de fumaça, e buscar aqueles que conhecem os dados, as pesquisas e sobretudo a realidade das redes de ensino e escolas brasileiras.

*Mônica Gardelli Franco é mestre e doutora na área de currículo e superintendente do Cenpec.

Este artigo é de autoria de colaboradores ou articulistas do HuffPost Brasil e não representa ideias ou opiniões do veículo. Mundialmente, o HuffPost oferece espaço para vozes diversas da esfera pública, garantindo assim a pluralidade do debate na sociedade.

Fonte: Msn, 28/11/18

Guru de Bolsonaro, Olavo diz que Educação Sexual gera putaria nas escolas

Depois de emplacar dois ministros, o escritor Olavo de Carvalho volta a atacar a esquerda, a universidade e qualquer um que ouse discordar de suas ideias. Sobre educação sexual nas escolas, ele diz: "Quanto mais educação sexual, mais putaria nas escolas. No fim, está ensinando criancinha a dar a bunda, chupar pica, espremer peitinho da outra em público". Carvalho ainda critica os 'gayzistas' e o aquecimento global que, como o chanceler Ernesto Araújo, julga não existir.

Submissão do Brasil a Trump abre crise com Mourão e com o agronegócio

O anúncio feito pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), chanceler informal do Brasil, de transferir a embaixada brasileira em Israel para Jerusalém, com um boné de Donald Trump, abre uma crise com dois polos que apoiam o bolsonarismo: os militares e o agronegócio.

De um lado, produtores rurais devem perder bilhões em exportações duramente conquistadas, ameaçando o emprego de milhões de brasileiros.

De outro, militares nacionalistas se espantam com a destruição da política externa. "É uma decisão que não pode ser tomada de afogadilho, de orelhada", diz Mourão.

O limite