quarta-feira, 12 de abril de 2017

Pimenta questiona ausência de juízes na lista de Fachin

A Odebrecht nunca deu  propina a ninguém do Judiciário?

"Com todo esse poder e influência a Odebrechet nunca teve 'parceiros no MP e no Judiciário'? E a mídia nunca recebeu dinheiro sujo? A Odebrecht ao longo de sua história de relações com os poderes nunca corrompeu ou pagou vantagens para ninguém do Poder Judiciário?", questiona o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS).

Aécio e o PSDB batem recordes de denúncias, mas ninguém é preso


"O leitor certamente ficará estarrecido após contar todas as denúncias contra Aécio e, ao fim, constatar que ele continua ai, firme e forte, presidente do PSDB e figura de destaque na política brasileira. Juntando tudo, são cerca de trinta denúncias, escândalos, processos, inquéritos, delações, etc., que tem como personagem a figura do Mineirinho, vulgo Aécio Neves. Enfim, a justiça é uma para o PT e outra para o PSDB", escreve o jornalista, colunista do blog O Cafezinho.

MBL diz que não vai protestar contra políticos da lista de Fachin

E quem esperava que fosse diferente?

Movimento Brasil Livre (MBL), que apoiou e organizou manifestações que se diziam contra a corrupção e o governo da presidente deposta Dilma Rousseff, não irá organizar protestos contra os políticos que estão na lista do ministro Edson Fachin, do STF.

"Vamos esperar o resultado das investigações", disse o líder do MBL, Kim Kataguiri.

MBL é ligado ao DEM, que teve oito políticos incluídos na lista de inquéritos abertos.

Golpeada, Dilma é a reserva moral da política

Qual é acusação comprovada contra a presidente deposta?

O articulador do golpe parlamentar de 2016, senador Aécio Neves (PSDB-MG), é acusado de receber mesadas de até R$ 2 milhões por mês da Odebrecht.

O executor do golpe na Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), está preso em Curitiba.

O operador no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), tem cinco inquéritos para chamar de seus.

O avalista da conspiração, Fernando Henrique Cardoso, foi acusado de receber vantagens indevidas da Odebrecht em suas campanhas.

O beneficiário, Michel Temer, só não é investigado porque o golpe lhe deu imunidade temporária.

Enquanto isso, não há uma única acusação de benefícios financeiros à presidente deposta Dilma Rouseff.

Contra ela, o máximo que se diz é que houve doações não contabilizadas à campanha – o que não era de sua responsabilidade direta – e que teria alertado o amigo João Santana, ou seja, o Brasil golpeou a presidente honesta para favorecer políticos corruptos.

Silvio Costa: “Temer transformou o Planalto num shopping center”


Deputado federal Silvio Costa (PTdoB-PE) deu entrevista à Rede Brasil Atual e afirmou que a reforma da Previdência não vai passar.

"A reforma da Previdência está derrotada, e o governo sabe disso", diz.

Costa critica a atitude do governo de investir em publicidade para tentar reverter a situação e aprovar a reforma.

"Isso na verdade é o modus operandi do governo Temer sendo exposto. Ou seja, o Brasil precisa saber, se não sabe ainda, que Michel Temer transformou o Palácio do Planalto num shopping center, numa mercearia", afirma o deputado pernambucano.

GloboNews manipula seu noticiário contra Dilma


Jornalista Mario Marona, que já foi da Globo, relata como a GloboNews manipulou a delação de Marcelo Odebrecht para tentar atingir a presidente deposta Dilma Rousseff.

"A emissora vende a notícia como se fosse uma denúncia de envolvimento da ex-presidenta. Mas o vídeo demonstra exatamente o oposto: Dilma não sabia do caso de suborno abordado no interrogatório e, quando soube, cobrou responsabilidades dos supostos envolvidos. Marcelo chega a relatas que o então ministro Edison Lobão contou a ele que foi duramente interpelado por Dilma, depois deste encontro", disse o jornalista em seu Facebook.

Segundo delator, Temer negociou propina de R$ 126 milhões

Por esta e outras razões a posição de Temer hoje é insustentável

Um dos principais executivos da Odebrecht, Marcio Faria, afirmou em sua delação premiada que Michel Temer participou de uma reunião em que foi acertada uma propina de US$ 40 milhões para o PMDB, em contrapartida a um contrato na Petrobras.

O valor hoje equivale a R$ 126 milhões e o acerto teria ocorrido no escritório político de Temer, em São Paulo.

Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que "Michel Temer jamais tratou de valores com o senhor Márcio Faria" e que "a narrativa divulgada hoje não corresponde aos fatos e está baseada em uma mentira absoluta".

O procurador-geral Rodrigo Janot decidiu que Temer não pode ser investigado por atos anteriores ao atual mandato, conquistado por meio de um golpe parlamentar.

Brasil, uma vergonha planetária


O governo de Michel Temer foi destaque nos principais veículos de comunicação internacionais após a divulgação da lista com 108 nomes que serão investigados no âmbito da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal pelo ministro Edson Fachin.

Todos os jornais lembraram que a lista traz nove ministros de Temer, além dos presidentes das duas casas Legislativas e outras dezenas de políticos.

Segundo o Clarín, da Argentina, o governo brasileiro "viu a aparente calma dos últimos dias interrompida".

Nos Estados Unidos, o The Washington Post lembra que a lista atinge um terço da equipe de Temer e seus principais aliados, enquanto o The New York Times publica que novas acusações de corrupção fazem balançar o governo brasileiro.

Houve ainda repercussão na mídia do Canadá e da França, entre outros países.

Pássaro de aço

Anezio Ribeiro

Estou viajando, no meio da tarde, num pássaro de aço...

Contemplo a terra, as cidades e tudo que é possivel...

Grandes pedaços de algodão estão dispersos no ar. Parecem não se mover, são muito brancos e com muitas formas...

Estradas cortam o espaço terrestre em todas as direções. São riscos no chão que parecem servir apenas para demarcar territórios...

Nunca pensei que tanto algodão enfeitassem os céus dando-lhe um ar angelical...

Vejo rios, florestas e plantações que se perdem na imensidão do espaço...

Estou viajando. Só agora me dou conta da importância do ato Criador, do sobrenatural, do divino, do Senhor do Universo e de quanto eu sou pequeno nesse contexto...

Meu Deus, pensaste tudo e fizeste tudo e nós, os homens, não valorizamos tanto quanto deveríamos.

Janot livra Temer de inquérito contra jurisprudência reconhecida por Teori


Valendo-se de um entendimento equivocado, o procurador-geral da República Rodrigo Janot livrou Michel Temer de ser investigado no Supremo Tribunal Federal. Embora existam elementos para a abertura de pelo menos dois inquéritos, Janot argumentou junto ao ministro Edson Fachin, relator da Lava, que Temer desfruta de “imunidade temporária”, pois o paragrafo 4º do artigo 86 Constituição anota que “o presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.”

Não é bem assim. O veto constitucional à responsabilização por crimes alheios ao exercício do mandato não impede que o presidente seja investigado. Esse entendimdento foi reconhecido em despacho assinado no dia 15 de maio de 2015 pelo então ministro Teori Zavascki, morto em acidente aéreo. Antecessor de Fachin na relatoria da Lava Jato, Teori anotou:

“Não se nega que há entendimento desta Suprema Corte no sentido de que a cláusula de exclusão de responsabilidade prevista no parágrafo quarto do artigo 86 da Constituição (o presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções) não inviabiliza, se for o caso, a instauração de procedimento meramente investigatório, destinado a formar ou a preservar a base probatória para uma eventual e futura demanda contra o chefe do Poder Executivo.” (veja reprodução abaixo)
Cabeçalho de despacho de Teori Zavascki sobre recurso movido pelo PPS

Trecho do despacho de Teori em que ele reconhece que presidente da República pode ser investigado

Última folha do despacho de Teori Zavascki, com o aviso de assinatura digital

Teori respondia a uma ação movida pelo PPS contra decisão que isentara a então presidente Dilma Rousseff de investigação no escândalo da Petrobras. Mas no caso de Dilma, além de invocar o texto da Constituição, Janot alegara que, naquela ocasião, não havia indícios mínimos de crime que justificassem a abertura de inquérito. E o Supremo, concluiu Teori, não poderia agir sem ser acionado. “Cabe exclusivamente ao procurador-geral da República requerer abertura de inquérito, oferecer a inicial acusatória e propugnar medidas investigatórias”, justificara-se o ministro.

Em relação a Temer sucede coisa diferente. Ele foi mencionado em duas circunstâncias, ambas sujeitas a investigação. Numa o delator Márcio Faria, ex-executivo da Odebrecht, disse que Temer participou de uma reunião em seu escritório em São Paulo, em 15 de julho de 2010. No encontro, disse o delator, discutiu-se a troca dinheiro por favorecimento à empreiteira. Participaram também da conversa os ex-presidentes da Câmara Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha. Ouvido depois que o tema ganhou o noticiário, Temer reconheceu que houve o encontro. Disse que o interlocutor manifestara o interesse em colaborar financeiramente com o PMDB. Alegou, entretanto, que o encontro foi rápido e “não se falou em doação nem em obras da Petrobras”.

Temer também foi mencionado em inquérito que envolve dois de seus ministros: Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência). Evocando afirmações da Procuradoria, Fachin anotou: “Há fortes elementos que indicam a prática de crimes graves, consistente na solicitação por Eliseu Padilha e Moreira Franco de recursos ilícitos em nome do PMDB e de Michel Temer, a pretexto de campanhas eleitorais.”

Se estivesse vivo, Teori Zavascki teria de se render às conclusões que tirou no despacho de maio de 2015, para determinar a abertura de inquéritos contra Temer. Nada impede que Fachin, seu sucessor na Lava Jato, tire a mesma conclusão. Basta que um partido político questione, como fez o PPS. Suprema ironia: há dois anos, a iniciativa do recurso foi do então deputado Raul Jungmann (PPS-PE), hoje ministro da Defesa de Temer.

Fonte: Blog do Josias de Souza, 12/04/2017