quinta-feira, 9 de junho de 2016

Moro aceita denúncia e mulher de Cunha vira ré na Lava Jato



247 – O juiz Sérgio Moro, que coordena os processos da Operação Lava Jato em primeira instância, aceitou nesta quinta-feira 9 denúncia contra a jornalista Cláudia Cruz, mulher do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Com isso, ela vira ré na Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Outras três pessoas passaram a ser investigadas na operação com a decisão de hoje.

Os outros investigados são: Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira, o lobista João Augusto Rezende Henriques, e o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada. Moro também expediu um novo mandado de prisão preventiva contra João Henriques, que já está detido.

Dilma ao 247: A promeira tentação de um golpe é calar a divergência


Em entrevista exclusiva ao 247, a presidente eleita Dilma Rousseff tratou de diversos temas, como o golpe, o programa antipopular que vem sendo imposto pelo governo provisório, a crise econômica e o pré-sal.

Na primeira parte, ela fala sobre o que considera a primeira tentação de um golpe, seja ele militar ou parlamentar, como o que levou Michel Temer ao Palácio do Planalto: "é calar a divergência".

Um exemplo disso, diz ela, seria a tentativa de demissão de Ricardo Melo da presidência da EBC, já revertida pelo STF. 

Dilma citou ainda uma frase de Pierre-Augustin Beaumarchais, nas Bodas de Figaro.

"Quando se cede ao medo do mal, já se sente o mal do medo".

A fresta do plebiscito pode ajudar Dilma



"A fresta que pode permitir ao bloco de 22 senadores que votaram contra o impeachment, em 12 de maio, ampliar-se para atingir o número necessário para encerrar o governo de Michel Temer chama-se 'plebiscito'", afirma o colunista do 247 Paulo Moreira Leite.

Segundo ele, a proposta "abre a possibilidade de cimentar os dois grupos políticos que se opuseram ao impeachment até agora, mas não conseguiam unir-se (...) para garantir o retorno da presidente" - um liderado pelo PT e o outro em defesa de novas eleições.

O problema de propor um novo pleito antes de 2018, lembra PML, é o fato de envolver a renúncia de Dilma e de Temer, algo improvável.

"O plebiscito elimina isso", avalia: "Sou contra o impeachment e a favor de eleições ainda este ano", afirma o senador Roberto Requião (PMDB-PR), autor da ideia que foi apresentada em um jantar com 30 senadores em Brasília há dois dias.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Liberdade para Dilma



"Quando eu soube que Etchegoyen, do GSI, estava controlando quem entrava e quem saía do palácio da Alvorada logo desconfiei que a presidente Dilma estava numa espécie de prisão domiciliar. São muitas coincidências, inclusive essa de um general da extrema-direita, filho de um torturador, tomar conta de uma ex-guerrilheira", afirma Alex Solnik, citando os cortes do governo interino de Michel Temer contra a presidente afastada, como seu cartão-alimentação e seus voos.

"Tudo isso mostra o caráter das pessoas que usurparam o poder, lideradas – se é que se pode chamá-lo de líder – por Michel Temer", diz Solnik; "Mas Dilma não desiste. E a cada golpe que leva parece ficar mais forte em vez de esmorecer".

As razões do Supremo contra Janot


"Uma coisa é quase certa: o STF não deve autorizar as prisões pedidas pelo procurador-geral Rodrigo Janot. Pelo menos não todas", afirma a colunista do 247 Tereza Cruvinel.

Ela diz que o Senado não vai repetir o que senadores chamam de "submissão no caso Delcídio Amaral" e aponta que a tendência dentro do STF é não enxergar nas gravações de Sergio Machado indícios consistentes de obstrução da Justiça.

"A outra razão foi externada por Gilmar Mendes. Quem vazou cometeu 'abuso de poder' para tentar forçar o STF a decidir logo sobre um pedido que Janot havia enviado há mais de uma semana", lembra.

"Quando o STF começar a agir sobre pressão deste tipo, a democracia e suas garantias estarão realmente fritas no óleo quente das situações de exceção", analisa a jornalista.

Hildegard Angel: Serra entrega a Petrobras de bandeja


A jornalista Hildegard Angel afirmou no Twitter, nesta quarta (8), que o senador José Serra (PSDB), atual ministro das Relações Exteriores, "dilapida o país" e entrega a Petrobras de bandeja ao capital internacional.

"Serra motosserra dilapida nosso país, corta nossas esperanças pela raiz, sem deixar qualquer perspectiva de futuro. Entrega Petrobras de bandeja. Pedro parente de quem? Deve ser sobrinho direto e legítimo do Tio Sam, para cometer esse gesto impatriotico de entregar nossa maior riqueza", publicou.

As saídas da crise passam por Dilma


"Você pode ter a opinião que quiser sobre Dilma Rousseff - e nós sabemos qual é o julgamento da maioria dos brasileiros sobre ela. Mas está na cara que seu afastamento do governo rompeu o último elo vivo entre a presidência da República e o eleitorado", escreve Paulo Moreira Leite, colunista do 247.

O jornalista destaca que a presidente "foi, literalmente, abandonada pela maioria de seus eleitores", mas que "a recuperação demonstrada depois do afastamento aponta um caminho possível: mesmo fora do governo, ela carrega a legitimidade dos votos de 2014. Isso lhe dá o direito de retornar ao governo e assumir a responsabilidade de iniciar um debate amplo sobre a reconstrução da democracia, num país que necessita, essencialmente, voltar ao básico: o Judiciário julga, o Congresso legisla e o governo executa".

Shell vem com tudo para cima do pré-sal


Depois de comprar a BG por US$ 70 bilhões e abandonar negócios em até dez países, gigante anglo-holandesa vai priorizar projetos de águas profundas no Brasil e Golfo do México.

Petróleo brasileiro da Shell já tem um ponto de saída privilegiado, com inauguração de três terminais no Porto do Açu, no norte fluminense.

Enquanto empresas estrangeiras apostam alto (quase tudo) na viabilidade do pré-sal, a Petrobras abre mão da participação mínima obrigatória e apoia o projeto de lei de José Serra para alterar a lei de partilha.

Símbolo da Lava Jato, japonês da Federal é preso


Newton Ishii, que ficou conhecido por conduzir os presos da Operação Lava Jato, foi preso na tarde desta terça-feira 7, em Curitiba, segundo a Polícia Federal.

Ele havia sido condenado a quatro anos e dois meses de prisão, em 2003, no âmbito da Operação Sucuri, que apurava o envolvimento de agentes na facilitação da entrada de contrabando no País por Foz do Iguaçu (PR).

Ishii, que chegou a ser personagem de máscaras e de marchinha de carnaval, está detido na Superintendência da PF na capital; jornalista Esmael Morais, do Paraná, lembra de gravação feita pelo filho de Nestor Cerveró, que levou Delcídio Amaral à prisão, que acusava um "japonês bonzinho" a vender informações da Lava Jato para revistas.