sábado, 17 de outubro de 2015

A valorização do professor e o futuro do Brasil

*Sibá Machado

Hoje, 15 de outubro, Dia do Professor, é a data consagrada à mais importante das profissões. Na verdade, é mais do que uma profissão: é uma missão, uma vocação. É uma determinação interior irresistível para a condução e o aprimoramento de todas as gerações, sobretudo das mais novas.

Como dizia Paulo Freire, o patrono da educação brasileira: "Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção e apreensão. Educar não é ensinar: ensinar é acumular conhecimentos; educar é preparar para a vida".

As duas atividades são fundamentais, tanto ensinar, quanto educar. Uma não exclui a outra. É possível ensinar educando, e educando, ensinar.

Hoje, comemoramos o dia de quem ensina e de quem educa. É o dia do profissional que presta o serviço mais relevante para toda a sociedade. Sem o sacerdócio do magistério, nenhuma profissão se torna possível. Por isso, saúdo aqueles que abraçaram a nobre arte de ensinar e de educar.

O Partido dos Trabalhadores há 12 anos vem realizando um trabalho revolucionário na educação do País. Gostaria de recordar algumas dessas ações que vêm contribuindo para a melhoria gradativa e sólida dessa área, fato reconhecido por organismos nacionais e internacionais.

Nos últimos anos, a educação vem construindo um caminho de oportunidades e de futuro para nossos jovens. Os governos Lula e Dilma aumentaram fortemente o orçamento do Ministério da Educação, que saltou de R$ 18 bilhões em 2002 para mais de R$ 100 bilhões em 2015. E novos recursos começarão a chegar em breve com os royalties do petróleo do Pré-Sal.

Por isso, é fundamental que mantenhamos o regime de partilha da exploração de nosso petróleo, pois somente esse sistema de exploração, que garante à Petrobras o papel de exploradora única do Pré-Sal, possibilitará que recursos vultosos sejam direcionados para a educação, a atividade mais importante de quem governa.

Da creche à pós-graduação, passando pela escola em tempo integral, as mudanças foram marcantes de 2003 para cá, com o PT e aliados:

• revolução no ensino técnico e profissional, com a criação do Pronatec – mais de 8 milhões de alunos atendidos até 2014;

• expansão e interiorização das universidades federais e dos institutos técnicos federais – foram criados mais de 50 câmpi universitários e mais de 200 Ifets;

• entrada dos jovens pobres no ensino superior – pulamos de 1,7 milhão de alunos em 2002 para 7,5 milhões até o presente momento;

• bolsas de estudo para as melhores universidades do mundo – Ciência sem Fronteiras, em que mais de 150 mil jovens estudaram e estudam nas melhores universidades do mundo;

• programa de financiamento estudantil – cerca de 1 milhão de alunos carentes já foram atendidos pelo Fies;

Ou seja, nos governos Lula e Dilma, a educação passou a ser ferramenta de combate às desigualdades e motor do desenvolvimento. O que antes era gasto tornou-se investimento. Um investimento no futuro do Brasil e dos brasileiros.

Não há nenhuma ação do atual Governo que não leve em consideração a Valorização do Magistério. Todo o planejamento governamental para a Educação leva em conta o papel crucial desempenhado por nossos profissionais da Educação. E essa concepção está ancorada em iniciativas bastante visíveis: ganhos salariais acentuados e crescentes, estímulo à educação continuada, valorização das iniciativas pedagógicas individuais, interlocução constante com os representantes dos profissionais da Educação.

Conseguimos praticamente universalizar o ensino fundamental, agora temos que aumentar a inclusão na pré-escola e a manutenção dos alunos no final do ensino fundamental dois (do sexto ao nono ano) e no ensino médio, mas também desenvolver qualidade.

Um dos desafios é igualar as oportunidades das pessoas ao nascimento. E os professores e as professoras de todo o Brasil estão cientes desse imenso desafio, dando o melhor de si para que aperfeiçoemos cada vez mais a qualidade de nosso ensino.

O Brasil já se orgulha de seus milhões de professores. Nós, do Partido dos Trabalhadores, estamos trabalhando arduamente para estarmos à altura da abnegação desses notáveis educadores.

Nós comprovamos com gestos todo o apreço que temos pela Educação. Bem diferente, do que hoje ocorre nos governos tucanos do Paraná e de São Paulo, estados onde ações arbitrárias e de desapreço são o cotidiano das práticas dos governantes.

No Paraná, por exemplo, ocorreu o assalto ao Plano de Saúde dos Profissionais de Ensino, a redução do incentivo à profissionalização e, pasmem, até o espancamento físico e psicológico de professores que apenas reivindicavam os seus direitos e os de seus alunos. Em São Paulo, lamentavelmente, a ação do Governo do PSDB também segue a mesma linha perniciosa de tratamento: fechamento de escolas, a demissão de muitas professoras e professores, a superlotação das salas de aula e, mais uma vez, o acirramento do sucateamento da escola pública.

O oposto disso presenciamos nos estados governador pelo PT. Em Minas Gerais, por exemplo, com o governador Fernando Pimentel, firmou-se um histórico acordo com os docentes estaduais para o pagamento do piso nacional da Educação até 2017. Foi através do diálogo que conseguimos construir um consenso, não foi com o uso de ameaças e de armas para vilipendiar direitos de professores. Em Minas Gerais, como no Acre, no Piauí, Ceará e Bahia, estados governador pelo PT e em sintonia com o governo federal, os professores são tratados com respeito, com dignidade, como deve ser com todas as categorias profissionais.

Deputado federal (PT-AC) e líder do partido na Câmara

Se Cunha for preso e assinar delação,vai arrastar metade do congresso junto

Quanto menos corrupto no poder será melhor para o Brasil. O ideal seria que não tivesse nenhum!
O suposto pedido de afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), feito no último sábado (10) por líderes do PSDB,DEM e PPS é mais uma fraude descarada plantada pela oposição “acéfala” que assola o Brasil.

Aliás, diga-se de passagem, é a oposição mais incompetente que temos acompanhado desde os anos 70.

Essa ação desastrosa de marketing foi toda planejada por Aécio Neves, Carlos Sampaio, Agripino Maia e vários outros comparsas da direita conservadora.

Foi mais uma jogada de principiante e um golpe inábil da direita, em parceria com a mídia golpista, tendo como objetivo confundir a população brasileira. Tudo não passou de encenação. Ninguém do PSDB ou mesmo de seus partidos aliados querem ver Eduardo Cunha na cadeia. Cunha sabe muita coisa sobre o PSDB e o DEM!

Cunha é um político inteligente,ardiloso,dono de muitos segredos no meio político e pode, a qualquer momento, implodir mais da metade do Congresso Nacional com denúncias de corrupção em série.

Onde estão os líderes de oposição que gritam bravamente pelo impeachment da presidente Dilma nas redes sociais como se fossem os donos da verdade? Porque não estão gritando FORA CUNHA ?

Dilma, ao contrário de Cunha, não tem nenhuma denúncia contra sua pessoa. Dilma não tem carros importados de milhares de dólares, não possui imóveis de alto padrão no Rio de Janeiro, não possui contas numeradas na Suíça e, principalmente, não recebeu propina de nenhum empresário envolvido na operação Lava-Jato, conforme já foi dito por vários delatores que passaram pelo crivo seletivo do juíz Sérgio Moro.

Porque os bravos leões da oposição não fazem o mesmo escarcéu com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha?

Mesmo com provas documentais enviadas pelo MP da Suíça contra o presidente da Câmara, a oposição se cala e enfia o rabo entre as pernas.

Cunha já avisou: “Não vou sozinho. Vou carregar muita gente comigo”. E é por esse motivo que os machões da direita se transformam em “gatinhos” diante das ameaças de Cunha.

Queremos Cunha na cadeia sim! A prisão do presidente da Câmara poderá desencadear uma limpeza nos políticos corruptos que se infestaram como ratos nas dependências do Congresso e do Senado.

Com Eduardo Cunha preso, o próximo passo seria um acordo de delação premiada com o MP.

Cunha sabe muita coisa, conhece muito podre da política brasileira. E já avisou […] vai levar muita gente junto com ele e arrastar muitos congressistas.

E que leve mesmo. Seja petista, seja peemedebista, seja tucano, enfim, seja lá quem for. 

O povo brasileiro clama por isso!

Filho de Lula prepara ação contra Globo e colunista


O motivo: não há, na delação premiada do lobista Fernando Soares, nenhuma referência ao nome de Fábio Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula.

Em sua estreia no jornal O Globo, no último domingo, o colunista Lauro Jardim, egresso de Veja, cravou que "Lulinha" era um dos alvos de Fernando Baiano, como suposto beneficiário de pagamentos de R$ 2 milhões.

Por meio de seus advogados, ele pediu que fosse apresentada a delação – o que o colunista se negou a fazer.

Agora, o próprio jornalista encampa uma nova versão: a de que os R$ 2 milhões teriam sido pagos à esposa de Fábio Luís, uma das quatro noras de Lula; "requeremos a íntegra da delação não porque tenhamos qualquer preocupação com seu teor, mas apenas para instruir as ações judiciais", diz o advogado Cristiano Zanin Martins, que representa Fábio Luís.

A acusação pela acusação não vale. Qual é nora de Lula que recebeu esse suposto valor? Quando e onde aconteceu o fato? Quem fez o repasse? São perguntas relacionadas que o jornalista não responde.

A Revista ÉPOCA, do grupo Globo, "viaja" e vê Cunha com força para tocar golpe

Mesmo que comprovadamente Cunha esteja todo enrolado, sem força e caia a qualquer momento
 

Réu no Supremo Tribunal Federal por corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro por meio de várias contas secretas na Suíça, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é retratado pela revista Época, do grupo Globo, como "O senhor impeachment", como se ele tivesse força para liderar qualquer iniciativa golpista – e isso sem falar no fato de que duas decisões recentes do Supremo Tribunal, concedidas pelos ministros Teori Zavascki e Rosa Weber, travaram seus movimentos.

No entanto, para Época, é Cunha "quem conduz o ritmo do futuro político do País".

Até quando o grupo Globo pensa que conseguirá enganar o povo brasileiro?

Novos dados sobre contas na Suíça reduzem apoio a Cunha na Câmara

Mesmo assim a oposição ao Brasil (PSDB, SD, PPS, DEM e outros) continua com ele 

Depois da publicação das "digitais" de Eduardo Cunha e de familiares nas contas secretas no exterior, sua tropa de choque continua dizendo que vai com ele até o fim, mas políticos até então próximos afirmam que ele perdeu as condições de comandar a Câmara e que sua saída se reduz agora a uma questão de dias.

O principal fator político que agora pesa contra o peemedebista é o de que ele vinha pedindo um voto de confiança assegurando não ter contas fora do país.

As imagens do passaporte diplomático, as assinaturas e os demais documentos publicados tornam essa versão pouco crível, dizem deputados. "Essa será a semana em que o Parlamento vai perceber se o Eduardo vai ter condições de governabilidade", afirmou um aliado próximo.

Líderes das bancadas do governo e da oposição são quase unânimes em afirmar que a situação é "delicadíssima" e deve vitaminar a lista do "Fora, Cunha" elaborada pelo PSOL e pela Rede, que já conta com 53 adesões. Os dois partidos protocolaram pedido de cassação de Cunha no Conselho de Ética. O processo deve ser instaurado até o final do mês.

A oposição, que se alinhou a Cunha quando ele rompeu com o governo, combinou que se manifestará em conjunto no início da semana.

Os principais partidos, PSDB e DEM iniciaram o afastamento do peemedebista na semana passada, quando soltou nota sugerindo a ele que se afastasse da Presidência.

Procurado, o senador Agripino Maia (RN), presidente nacional do DEM –investigado em outro caso–, disse que "as coisas ficam agora muito difíceis de serem explicadas", já que Cunha dizia não ter conta no exterior.

O deputado Silvio Costa (PSC-PE), adversário de Cunha, passou a pedir a líderes de todos os partidos que se unam pelo afastamento do peemedebista do cargo. "Ele negou o tempo todo que tivesse conta. Acho que não dá mais nem para esperar o tempo regimental [de cassação]."

Aliados mais fiéis saíram em defesa de Cunha. O deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, disse à Folha que está com Cunha "para o que der e vier", na maré contrária à oposição."O nosso negócio é derrubar a Dilma. Nada nos tira o rumo. O governo o persegue porque sabe que sem ele não tem impeachment."

Fonte: Folha, 17/10/2015

Lula sugere que empresário usou seu nome para conseguir propina

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou com colaboradores que o pecuarista José Carlos Bumlai pode ter se aproveitado de sua amizade para obter vantagens financeiras.

O ex-presidente cogitou essa hipótese um dia depois de vir à tona o depoimento no qual o lobista Fernando Baiano afirma ter pago R$ 2 milhões a Bumlai para compra do apartamento de uma nora do ex-presidente.

Nas conversas com seus aliados, Lula negou que a negociação tenha ocorrido e reclamou de Bumlai, afirmando que, caso confirmada a versão de Baiano, o amigo teria se valido dessa intimidade para ganhar dinheiro.

José Carlos Bumlai, pecuarista
Ainda segundo seus interlocutores, Lula se queixou da divulgação da informação sem que nem sequer se tenha identificado a nora. Lula tem quatro noras. Nessas conversas, o ex-presidente contou ter ajudado cada uma delas para a compra de um apartamento. Ele diz que doou R$ 200 mil para cada uma.

Para descrever a situação financeira, Lula argumentou ainda que o primeiro filho de Dona Marisa vive num imóvel alugado.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, reagiu com indignação e disse que esse tipo de vazamento de informação estimula a intolerância contra o partido.

"Não tem cabimento esse tipo de informação sem comprovação, sem documento, sem saber o nome da pessoa. É uma irresponsabilidade da grande mídia, um jornalismo declaratório. Quem é a nora? O Lula tem quatro noras. Nenhuma nora dele recebeu dinheiro", afirmou Falcão.

Baiano disse que o pagamento que beneficiaria a nora de Lula foi feito a Bumlai e se referia a uma negociação envolvendo a OSX, empresa de construção naval de Eike Batista, atualmente em recuperação judicial.

Mesmo sem o negócio ter sido concretizado, Bumlai teria cobrado a "comissão" de Baiano para repassar à suposta nora de Lula.

Fonte, Folha, 17/10/2015

Cadê a honestidade intelectual, Aécio Neves?


Para o deputado Jean Wyllys, o senador tucano "deu mais uma prova de sua hipocrisia" quando comparou a atitude dos tucanos com relação a Eduardo Cunha com a negativa do PSOL a apoiar o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

"Alguém deveria explicar ao ex-candidato que Cunha está formalmente denunciado pela Procuradoria Geral da República, com provas robustas. Também foi acusado de ter recebido uma propina e mentiu em depoimento dado numa CPI. Alguém deveria lembrar a Neves que não é a primeira vez que Cunha se envolve em escândalos de corrupção. E alguém deveria explicar ao senhor Aécio que a presidenta Dilma, independentemente da minha opinião sobre seu governo, que acho muito ruim, não foi acusada de crime algum", dispara o parlamentar

Segundo ele, "uma oposição republicana e democrática não tenta derrubar um governo sem motivos constitucionais, só para ocupar seu lugar. E muito menos aliado a um deputado acusado de corrupção".

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Baiano diz que deu um milhão e meio, em espécie a Eduardo Cunha


Lobista Fernando Baiano afirmou em delação que entregou o valor no escritório do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e que tinha um celular exclusivo para tratar de valores ilícitos com o peemedebista.

A principal conta atribuída pela Suíça a Cunha foi aberta com ajuda do mesmo operador usado pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, alvo da Lava Jato.

Baiano também disse ter repassado R$ 2 milhões à nora do ex-presidente Lula, por intermédio de José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente.

Intelectuais dizem que o golpe que o PSDB quer não tem embasamento legal


Em manifesto que será divulgado em encontro de intelectuais organizado pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP, grupo classifica o impedimento de Dilma Rousseff como "extraordinário retrocesso" que traria "sérios riscos à constitucionalidade democrática".

"Impeachment foi feito para punir governantes que efetivamente cometeram crimes. A presidente não cometeu qualquer crime", diz o texto. "O que vemos hoje é uma busca sôfrega de um fato ou de uma interpretação jurídica para justificar o impeachment. 

Como não se encontram fatos, busca-se agora interpretações jurídicas bizarras, nunca antes feitas neste país". Assinam o documento, entre outros, Fábio Konder Comparato, Rogério Cerqueira Leite, Luiz Felipe de Alencastro, André Singer, Fernando Morais e Marilena Chaui.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Dilma não se mantém com liminar, Gilmar Mendes, mas com a Constituição

Gilmar Mendes é fonte caudalosa de constrangimento para o Supremo Tribunal Federal. Toda vez que ele aparece na mídia suarento e vociferando exclusivamente contra o PT – subvertendo, assim, a imagem de um magistrado, que deve exalar equidistância de paixões – seus pares olham para o lado, assoviam, fazem cara de paisagem.

Gilmar, porém, vive testando o colegiado que integra. Recentemente, deu declarações sobre o fim do financiamento de campanhas eleitorais por empresas que se constituíram em bofetadas nos seus pares que tiveram entendimento diferente do seu.

Ao segurar o processo em sua gaveta por mais de um ano e meio sob a alegação de precisar de mais tempo para “estudá-lo”, fez pouco dos ministros que já haviam decidido. Ele insultou a inteligência daquela Corte e de todo o país, pois não houve quem não soubesse que se tratava de uma manobra protelatória.

Protelar para quê? Ora, para que o poder econômico pudesse se esbaldar mais uma vez, ou seja, nas eleições de 2014. Ele pediu vista do processo em 2013. Se a votação tivesse sido concluída, empresas não teriam podido fazer doações eleitorais no ano passado.

Agora, Gilmar volta à carga. Como o único ministro do STF que se dispõe a dar declarações bombásticas e partidarizadas, ironizou, nesta quinta-feira (15), as dificuldades do Palácio do Planalto em reunir apoio em sua própria base aliada contra um movimento a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso.

Gilmar disse à imprensa que “ninguém se mantém no cargo com liminar do Supremo”, em referência ás decisões provisórias (liminares) dos colegas Teori Zavascki e Rosa Weber que suspenderam o rito estabelecido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para a tramitação de um eventual processo de impedimento da petista.

Ora, ora… Quer dizer que o que manteve Dilma no cargo foi uma liminar, é? Mas que papo é esse, Gilmar Mendes? O que preservou a presidente da República de ser afastada do cargo por uma manobra ILEGAL não foi a liminar que dois de seus pares concederam – antecipando o que deverá ocorrer com julgamento da medida em Plenário –, foi a Constituição Federal.

“Lição que aprendi da época do Collor, […] é que se o presidente não tiver 171 votos [para barrar o impeachment], não pode mais ficar no cargo. Ninguém se mantém no cargo com liminar do Supremo”, afirmou Gilmar.

Então ele não aprendeu nada, pois o rito processual que o STF acaba de derrubar não requeria que Dilma tivesse 171 votos para se manter no cargo, como manda a Constituição; exigia que ela tivesse 257 votos, porque Eduardo Cunha pretendia atropelar o quórum exigível para abrir o processo de impeachment, entre outras manobras inconstitucionais.

A declaração de Gilmar Mendes tem mero objetivo político. Não se coaduna com a postura que deve ter um ministro do Supremo. Aliás, ele é o único, naquela Corte, que se porta dessa forma lamentável, histriônica, vexatória.

Sua declaração tenta iludir o público. Tenta fazer os menos informados e instruídos acreditarem que Dilma tenta adiar o inevitável. Muito pelo contrário. A decisão do STF não impede abertura do processo de impeachment. Apenas obriga a Câmara a cumprir a Constituição.

Se Eduardo Cunha e o PSDB conseguirem 342 votos para abrir o processo, ele será aberto. Quem não está conseguindo apoio parlamentar para suas pretensões políticas, portanto, não é Dilma Rousseff. Quem não tem os votos necessários para abrir o processo de impeachment é Aécio Neves, é Eduardo Cunha, é o PSDB, é o DEM. E a mídia.

Artigo de Eduardo Guimarães

Fonte: Brasil 247, 15/10/2015