Segundo ele, governo Dilma vem “tapando o sol com a peneira”
Segundo Requião, o primeiro ditado, “fazer ouvidos de mercador”, mudou com o tempo, sofrendo “uma corruptela”, pois, na origem, se referia ao marcador — carrasco que marcava a ferro o escravo, sem atender os gritos do marcado. Aplicando a citação, o senador lembrou que, nas últimas semanas, houve muitos protestos contra o leilão do campo de petróleo de Libra e, mesmo assim, o leilão foi realizado.
— Mesmo com tanta manifestação, o governo “fez ouvidos de mercador”, continuando a ferrar os interesses nacionais — disse Requião.
O senador lembrou que chegou a apresentar um projeto de decreto legislativo pedindo a suspensão da licitação do Campo de Libra. Mas o projeto ficou “passando de comissão a comissão”, até o leilão ser realizado, relegando o Senado, de acordo com Requião, à condição de uma “maria vai com as outras”. “Da montanha, pariu-se um rato”, acrescentou, referindo-se ao fato de, apesar da grande expectativa em torno da disputa por Libra, apenas um grupo empresarial ter participado do leilão.
Requião lembrou que, na campanha presidencial de 2010, a então candidata Dilma Rousseff, do PT, criticou o candidato José Serra, do PSDB, por ser “privatista”. Mas, no poder, o PT privatizou os portos, os aeroportos e até o petróleo. Para o senador, “o pomo da discórdia” é saber quem privatizou mais: tucanos ou petistas.
— Petistas e seus aliados, supostamente de esquerda, são “farinha do mesmo saco” que tucanos e seus aliados, supostamente de direita — disse.
O câmbio sobrevalorizado, os poucos investimentos, os governos estaduais falidos e a alta da inflação são evidências, segundo Requião, da atual fragilidade da economia brasileira. Mesmo assim, prosseguiu, o governo federal está vendo “passarinho verde”, afastado da “dura realidade das coisas”. Para ele, Dilma e equipe “ficam pensando na morte da bezerra”, expressão que ele traduziu como “estar alheio a tudo e deixar a vida passar sem reagir”. Na opinião do senador paranaense, a política econômica da presidente Dilma Rousseff “já deu para o gasto” e não tem sido capaz de enfrentar a contento a crise mundial.
Requião chegou a questionar se o Congresso não passa de um “elefante branco”, diante das imposições feitas pelo Executivo por meio de medidas provisórias. Para o parlamentar, aprovar a independência do Banco Central é como deixar “a raposa para cuidar das galinhas”. Requião reconheceu as conquistas sociais e econômicas dos últimos anos, mas disse que o país pode perder tudo de uma vez se o governo continuar “tapando o sol com a peneira”.
Ele afirmou ainda que o governo sempre destaca os avanços no salário mínimo e os efeitos positivos de programas como o Bolsa Família e o Prouni quando recebe alguma crítica, mas não se dá conta das situações que exigem mudanças de rumos.
— Repetir isso a toda crítica que se faça é transformar os avanços em “nhém nhém nhém” ou “conversa pra boi dormir” — observou o senador.
Fonte: Jornal do Senado, 02/11/13
Ao
discursar no Plenário na quinta-feira, o senador Roberto Requião
(PMDB-PR) fez uma analogia entre ditados e citações populares e
episódios recentes da política, da economia e da sociedade brasileira.
Requião esclareceu que usou como base para o discurso as pesquisas do
folclorista Câmara Cascudo.
Segundo Requião, o primeiro ditado, “fazer ouvidos de mercador”, mudou com o tempo, sofrendo “uma corruptela”, pois, na origem, se referia ao marcador — carrasco que marcava a ferro o escravo, sem atender os gritos do marcado. Aplicando a citação, o senador lembrou que, nas últimas semanas, houve muitos protestos contra o leilão do campo de petróleo de Libra e, mesmo assim, o leilão foi realizado.
— Mesmo com tanta manifestação, o governo “fez ouvidos de mercador”, continuando a ferrar os interesses nacionais — disse Requião.
O senador lembrou que chegou a apresentar um projeto de decreto legislativo pedindo a suspensão da licitação do Campo de Libra. Mas o projeto ficou “passando de comissão a comissão”, até o leilão ser realizado, relegando o Senado, de acordo com Requião, à condição de uma “maria vai com as outras”. “Da montanha, pariu-se um rato”, acrescentou, referindo-se ao fato de, apesar da grande expectativa em torno da disputa por Libra, apenas um grupo empresarial ter participado do leilão.
Requião lembrou que, na campanha presidencial de 2010, a então candidata Dilma Rousseff, do PT, criticou o candidato José Serra, do PSDB, por ser “privatista”. Mas, no poder, o PT privatizou os portos, os aeroportos e até o petróleo. Para o senador, “o pomo da discórdia” é saber quem privatizou mais: tucanos ou petistas.
— Petistas e seus aliados, supostamente de esquerda, são “farinha do mesmo saco” que tucanos e seus aliados, supostamente de direita — disse.
O câmbio sobrevalorizado, os poucos investimentos, os governos estaduais falidos e a alta da inflação são evidências, segundo Requião, da atual fragilidade da economia brasileira. Mesmo assim, prosseguiu, o governo federal está vendo “passarinho verde”, afastado da “dura realidade das coisas”. Para ele, Dilma e equipe “ficam pensando na morte da bezerra”, expressão que ele traduziu como “estar alheio a tudo e deixar a vida passar sem reagir”. Na opinião do senador paranaense, a política econômica da presidente Dilma Rousseff “já deu para o gasto” e não tem sido capaz de enfrentar a contento a crise mundial.
Requião chegou a questionar se o Congresso não passa de um “elefante branco”, diante das imposições feitas pelo Executivo por meio de medidas provisórias. Para o parlamentar, aprovar a independência do Banco Central é como deixar “a raposa para cuidar das galinhas”. Requião reconheceu as conquistas sociais e econômicas dos últimos anos, mas disse que o país pode perder tudo de uma vez se o governo continuar “tapando o sol com a peneira”.
Ele afirmou ainda que o governo sempre destaca os avanços no salário mínimo e os efeitos positivos de programas como o Bolsa Família e o Prouni quando recebe alguma crítica, mas não se dá conta das situações que exigem mudanças de rumos.
— Repetir isso a toda crítica que se faça é transformar os avanços em “nhém nhém nhém” ou “conversa pra boi dormir” — observou o senador.
Fonte: Jornal do Senado, 02/11/13