Conversa Afiada, 02/01/2020
Levantamento feito a pedido do jornal O Globo pela Diretoria de Análise e Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas confirma o que, como diria Mino Carta, é de conhecimento até do mundo mineral: Bolsonaro e seus ministros governam pelo Twitter.
Ao longo de 2019, 12 perfis pessoais de ministros com contas na rede social postaram, em média, a cada 40 minutos. Foi nessa rede social, também, que os ministros sacados do posto por Bolsonaro foram fritados. Gustavo Bebianno, que chefiava a Secretaria Geral da Presidência, foi atacado no Twitter pelo vereador (sic) Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). O general Santos Cruz, que ocupou a Secretaria de Governo, também foi alvo de ataques de aliados do governo no microblog.
Entre os (supostos) ministros, o que mais usou o Twitter foi Abraham Weintraub, da Educação, que em 2019 fez cerca de 11 publicações por dia. Na sequência, despontam no ranking Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura, e Damares Alves, dos Direitos Humanos, com quase cinco publicações por dia cada; Osmar Terra, da Cidadania, com três; e Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, também com quase três, em média.
"Você fala diretamente com a população e, ao mesmo tempo, tem mais controle, o que não acontecia no mundo sem internet. No Twitter, você pode escolher os melhores comentários e responder. Não é como uma coletiva de imprensa, que você tem certa obrigação de responder tudo. Além disso, há a facilidade de pregar para convertidos. Você tem um público que não quer ouvir o outro lado, mais disposto a receber aquela mensagem", disse ao Globo o cientista político Rafael Sampaio, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
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