Do UOL, 08/04/2016
A inflação oficial no Brasil perdeu força mais uma vez e fechou março em 0,43%, o que representa desaceleração em relação a fevereiro, quando havia ficado em 0,9%, e também na comparação com março do ano passado (1,32%). O índice já havia desacelerado no mês passado.
É a menor inflação para o mês de março desde 2012 (0,21%).
No acumulado de 12 meses, a alta dos preços atingiu 9,39%. É a primeira vez que a inflação nesse período fica abaixo de 10% desde outubro do ano passado (9,93%).
Mas a alta dos preços ainda está muito acima do limite máximo da meta do governo. O objetivo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, mas com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, podendo oscilar de 2,5% a 6,5%.
Em 2015, a inflação foi de 10,67%.
Os dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de fevereiro foram divulgados nesta sexta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Conta de luz mais barata
A desaceleração da inflação em março foi puxada sobretudo por gastos com energia elétrica. Houve queda de 3,41% na conta de luz, devido à redução da bandeira tarifária, uma taxa extra na conta.
No mês passado, a taxa caiu de R$ 3 para R$ 1,50 a cada 100 kW/h de energia consumida.
Em abril, a taxa deixou de ser cobrada, o que deve afetar a inflação do mês, que será divulgada em maio.
A conta de luz ficou mais barata em todas as regiões pesquisadas pelo IBGE. A maior redução foi em Salvador (BA), de 8,55%.
Tomate cai, frutas sobem
O preço do tomate caiu 7,43% em março, influenciando na desaceleração da inflação. Mas, em 12 meses, o produto acumula alta de 20,36%, muito maior que os 9,39% do IPCA no mesmo período.
Também caíram os preços do inhame (-17,92%), do abacate (-10,67%) e do maracujá (-15,85%).
Já as frutas ficaram 8,91% mais caras no mês passado e têm alta de 29,4% em 12 meses.
Dos produtos que encareceram, destacam-se o mamão (+42%), o pimentão (+30,27%), e a uva (20,38%).
Considerando o grupo alimentação, a inflação acelerou de 1,06% em fevereiro para 1,24% em março.
Inflação e juros
A inflação alta tem sido uma das principais dores de cabeça para o Banco Central nos últimos anos. A taxa de juros é um dos instrumentos mais básicos para controle da alta de preços.
Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair (obedecendo à lei da oferta e procura), o que, em tese, controlaria a inflação.
Porém, a taxa de juros já está alta e aumentá-la ainda mais poderia comprometer a retomada do crescimento da economia.
Na última reunião, o BC manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 14,25%. Essa taxa de juros é a mais alta desde agosto de 2006, quando ela também estava em 14,25%.
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