domingo, 1 de dezembro de 2013

Estradas do Pará permanecem em situação precária


(Foto: Ney Marcondes/Diário do Pará)

Na época das chuvas, viajar pelas estradas do Pará se torna uma enorme aventura. São quilômetros seguidos de poças d’água, pontes precárias, buracos de todos os tamanhos e assoreamentos. Asfalto é apenas um sonho para quem trafega nas rodovias estaduais e federais dentro do território paraense. A 17ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, produzida pela Confederação Nacional do Transporte, mostrou que as condições de tráfego no Pará são as piores do Brasil. Alguns desses trechos, como a PA-150 ou a BR-222, de Dom Eliseu a Marabá, estão quase intrafegáveis.

Em nenhum outro estado brasileiro a situação das estradas é tão crítica quanto no Pará, onde 71,8% da malha viária avaliada este ano pela CNT foi considerada péssima ou ruim. Em boa parte da PA-150, uma das principais vias públicas do estado, não há acostamento e as placas de sinalização estão em situação precária. Nestas condições, as viagens acabam ficando mais longas e caras. Na BR-155, que vai de Redenção a Marabá, fazendo a ligação da região centro-oeste com o sul do Pará, a pista, a sinalização, até o traçado, tudo é considerado péssimo. A pior classificada de um ranking de 109 rodovias avaliadas é a Belém (PA) – Guaraí (TO), formada pelas seguintes rodovias: BR-222, PA-150, PA-151, PA-252, PA-287, PA-447, PA-475, PA-483, TO-336.

O prefeito de Dom Eliseu, Joaquim Ferreira Neto, não se cansa de pedir pela recuperação da única rodovia que liga seu município a Marabá, ao restante do Estado e ao país. “É um absurdo permitir que uma rodovia nestas condições continue causando tantas mortes, tantos acidentes como presenciamos todos os dias”, diz Joaquim. Em todas as visitas que faz a Brasília, em busca de melhorias para o município, o prefeito coloca a precariedade da BR-222 na pauta de reuniões. Ainda não conseguiu sair com uma resposta positiva.

A CNT avaliou 2.614 quilômetros de estradas no Pará, sendo 1.957 quilômetros de rodovias federais e 657 estaduais. O Pará possui uma malha rodoviária com 10.895 quilômetros. Nas estradas estaduais, 92,4% estão em estado péssimo, ruim ou regular. Do total avaliado, somente 137 quilômetros foram classificados como em boas condições. Nenhum trecho é ótimo.

Apesar desta situação continuada, não há, nem por parte do governo federal e nem do Estado, qualquer projeto de investimento a médio e longo prazo para melhorar as rodovias que cortam um dos estados mais ricos do Brasil, que produz energia para abastecer o restante do país e que tem minério em abundância.
 
Fonte: Diário do Pará, 01/12/13

Nenhum comentário: