quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Lula segue na liderança e tem 15 pontos de vantagem para Bolsonaro, mostra pesquisa Ideia/Exame

ELEIÇÕES DE 2022

No segundo turno, o petista tem 14 pontos percentuais de distância para Jair Bolsonaro e vence todos os outros candidatos

Brasil 247, 24/02/2022, 11:44 h Atualizado em 24 de fevereiro de 2022, 13:24
Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

Pesquisa do Ideia Instituto de Pesquisa, patrocinada pela Exame, mostra que o ex-presidente Lula (PT) segue isolado na liderança da corrida presidencial. O petista tem 42% das intenções de voto. Os outros candidatos, somados, têm 50,2% das intenções de voto. Desta forma, não é possível falar em vitória do petista no primeiro turno.

Jair Bolsonaro (PL) aparece como segundo colocado, com 27%. Na sequência aparecem o ex-juiz parcial Sergio Moro (Podemos), com 10%, e o ex-ministro Ciro Gomes, com 8%.


O cenário mais provável, de acordo com os números, é que Lula e Bolsonaro avancem para o segundo turno. Neste caso, o levantamento mostra que o petista teria 49% dos votos contra 35% do atual chefe do governo.

Lula também vence todos os outros candidatos no segundo turno. Bolsonaro venceria apenas João Doria.



O levantamento foi realizado, por telefone, entre 18 e 22 de fevereiro e ouviu 1.500 pessoas. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o código: BR-05955/2022.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Homem processará hotel após esposa engravidar “sozinha” em banheira

PRA VOCÊ PENSAR

Sujeito teria viajado pela Europa por seis meses. Ao retornar, deparou-se com a mulher grávida


Metrópolis, 21/02/2022 18:16,atualizado 21/02/2022 20:20
Unsplash/Jean-Philippe Delberghe

Um homem está prestes a processar um hotel de luxo no Rio de Janeiro depois que sua esposa engravidou “sozinha” em uma banheira de hidromassagem. A história do marido revoltado viralizou nas redes sociais, nesta segunda-feira (21/2).

De acordo com um vídeo publicado por um advogado no TikTok, o homem viajou por seis meses pela Europa. Ao retornar para o Brasil, deparou-se com a esposa grávida.

Ele teria ficado revoltado com a situação, mas a mulher teria explicado que, como era frequentadora do hotel, engravidou “sozinha” na banheira, que não estava “esterilizada”. “A única coisa que fiz diferente [enquanto o homem estava fora] foi que fiquei no Rio com minha irmã num hotel e realmente entrei inúmeras vezes na hidromassagem. Então, a única chance de eu estar grávida, é eles não terem limpado a banheira”, alegou a esposa.

Agora, o homem pretende colocar o hotel na Justiça a fim de que o local “repare os danos psicológicos” de sua esposa, além de arcar com os custos da criança

O paraíso digital bolsonarista

FAKES NEWS

Telegram ignora Justiça brasileira e permite conteúdo ilegal


Metrópolis, 21/02/2022 11:00,atualizado 21/02/2022 5:07


Liberdade e impunidade, este é slogan bolsonarista nas redes sociais. Sem elas, difícil imaginar o futuro de Bolsonaro na política além de rachadinhas no Legislativo e entrevistas na RedeTV. Com elas, espalhou fake news, seu discurso conservador e tóxico e foi eleito.

Lentamente as plataformas vêm se adequando à Justiça Eleitoral. Na última semana, Twitter, TikTok, Facebook, Kwai, Whatsapp e Google aderiram ao Programa de Enfrentamento à Desinformação do TSE. O Telegram, entretanto, se consolida com a casa dos devotos do presidente. E duas notícias nesta semana mostram como a plataforma opera.

A primeira, revelada pela Folha, é que o Telegram vem ignorando pedidos e notificações das autoridades brasileiras apesar de ter um representante legal no país, o escritório Araripe & Associados, no Rio de Janeiro. Por exemplo, há seis meses a plataforma desrespeita uma decisão do STF e mantém um vídeo em que Bolsonaro difunde falsas informações sobre a urna eletrônica. O Twitter e o Instagram retiram o conteúdo.

Luís Roberto Barroso já avisou que todas as redes sociais devem cumprir a legislação e que a liberdade de expressão tem limite: E falou diretamente do Telegram: “Você não pode ter um ator que influencia a realidade brasileira e que não esteja ao alcance da lei”. Sobre a possibilidade de bani-lo, afirmou que Judiciário “precisa ser provocado”

Desde que começou a ser alvo do TSE, Bolsonaro saiu em sua defesa. Chamou de “covardia” enquadrar a plataforma. Em outro momento disse que “nunca me verão pedir pela regulamentação da mídia e da internet. Não é à toa. O presidente tem mais de um milhão de inscritos no Telegram. Lula tem cerca de 47 mil.

A outra notícia é uma investigação da BBC que aponta que o Telegram se tornou um dos principais meios de divulgação de fotos e vídeos íntimos de mulheres sem autorização. Em alguns casos são compartilhados os nomes e as redes sociais das vítimas. E o que fez a ferramenta? Não se pronunciou.

A reportagem denunciou 100 imagens como pornográficas em um recurso do próprio Telegram. Somente quatro foram retiradas, um mês depois da queixa. Os termos de serviço da plataforma proíbem postagens desse tipo de conteúdo. Ainda segundo a matéria, funcionários da empresa afirmaram que não há Inteligência Artificial para barrar compartilhamento ilegal de nudes. Está claro que pouco interessa ao Telegram o que seus usuários postam.

Enquanto isso, no Legislativo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) disse no último dia 15 que pautaria o projeto de lei das fake news antes do Carnaval. A proposta já foi aprovada pelo Senado e é relatada pelo deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP). Ele terá muitas reuniões com líderes até conseguir um consenso para que a pauta chegue ao plenário. Sabe-se lá quando será votada. O bolsonarismo agradece.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Pesquisa CNT/MDA: Lula tem 42,2% contra 28% de Bolsonaro, em eleição totalmente polarizada

ELEIÇÕES DE 2022

Em seguida, aparecem Ciro, com 6,7%, Moro, com 6,4%, Doria, com 1,8%, André Janones, com 1,5%, Simone Tebet, com 0,6% e Felipe D'Ávila, com 0,3%

Brasil 247, 21/02/2022, 11:13 h Atualizado em 21 de fevereiro de 2022, 12:24
Ex-presidente Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

A Confederação Nacional do Transporte divulgou na manhã desta segunda-feira (21) sua nova rodada de pesquisa sobre a sucessão presidencial, que mostra uma eleição totalmente polarizada entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Na projeção de votos estimulados, em que os nomes aparecem nas cédulas, Lula tem 42,2% contra 28% de Bolsonaro.

Em seguida, aparecem Ciro Gomes (PDT), com 6,7%, Sergio Moro (Podemos), com 6,4%, João Doria (PSDB), com 1,8%, André Janones (Avante), com 1,5%, Simone Tebet (MDB), com 0,6% e Felipe D'Ávila (Novo), com 0,3%. Somados, os adversários de Lula têm 45,3%, contra 42,2% – o que não permite apontar vitória em primeiro turno fora da margem de erro.

A distância entre Lula e Bolsonaro é de 14,2 pontos percentuais. Na rodada anterior da pesquisa, realizada em dezembro de 2021, a distância era de 17,2 pontos percentuais

domingo, 20 de fevereiro de 2022

PT lança Fabiano Contarato como candidato ao governo do Espírito Santo

ELEIÇÕES DE 2022

"Estou à inteira disposição do partido e da população capixaba para construirmos um projeto progressista para nosso querido Estado", afirmou o senador

Brasil 247, 20/02/2022, 09:25 h Atualizado em 20 de fevereiro de 2022, 09:25
Lula e senador Fabiano Contarato (Foto: Ricardo Stuckert)


O PT lançou o senador Fabiano Contarato (ES) como candidato ao governo do Espírito Santo.

"Fico imensamente feliz e animado com a decisão do Partido dos Trabalhadores do Espírito Santo em lançar oficialmente meu nome como pré-candidato a governador, conforme o diretório ampliado acaba de anunciar", afirmou o parlamentar no Twitter.

"Estou à inteira disposição do partido e da população capixaba para construirmos um projeto progressista para nosso querido Estado. Vamos juntos, Espírito Santo! Trabalha e Confia!", acrescentou.

"Eduardo Bolsonaro, abertamente fascista, quer cassar Kim Kataguiri, um fascista disfarçado", diz Rui Costa Pimenta

COMPORTAMENTO

Presidente do PCO aponta hipocrisia nos movimentos da extrema-direita brasileira

Brasil 247, 16/02/2022, 17:48 h Atualizado em 16 de fevereiro de 2022, 18:11
Rui Pimenta, Eduardo Bolsonaro e Kim Kataguiri (Foto: Felipe Gonçalves)

O presidente do Partido da Causa Operária, Rui Costa Pimenta, apontou, em entrevista à TV 247, a hipocrisia dos movimentos da extrema-direita após a abertura da discussão sobre nazismo na sociedade brasileira num programa do Flow Podcast com Monark e os deputados Kim Kataguiri (DEM-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP). "Temos uma situação em que Eduardo Bolsonaro, o mais abertamente fascista, quer cassar Kim, o fascista disfarçado", afirma Rui. "Os liberais, no Brasil, são fascistas encobertos".

Rui Costa Pimenta também falou sobre a dificuldade do ex-presidente Lula para consolidar suas alianças. "O PSB, efetivamente, não quer apoiar o Lula", diz Rui Costa Pimenta. "Existe um veto da burguesia brasileira à candidatura do Lula".

Na entrevista, ele elogiou a posição do ex-presidente Lula no caso do vereador Renato Freitas, que realizou um protesto contra o racismo numa igreja em Curitiba. Numa entrevista recente, Lula disse que o PT defenderá o mandato de Renato Freitas, mas afirmou que ele deve "pedir desculpas" por ter protestado numa igreja. "Lula procura manter uma posição moderada em relação ao identitarismo", disse Rui.

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Em nova armação bolsonarista, Adelio culpa PT por suposta facada

ARMAÇÃO POLÍTICA

O “fato novo” de Jair Bolsonaro para tentar sair das cordas é uma nova fraude: um depoimento de Adélio em que ele atribui ao PT a suposta facada de Juiz de Fora

Brasil 247, 13/02/2022, 14:49 h Atualizado em 13 de fevereiro de 2022, 15:30
(Foto: Reprodução | REUTERS/Ricardo Moraes)

Fórum - Na tentativa desesperada de resgatar o caso Adélio Bispo e o atentado a faca que garantiu sua vitória nas eleições de 2018, Jair Bolsonaro (PL) pode ter conseguido o que queria após forçar a reabertura da investigação e se reunir secretamente com os responsáveis pelo inquérito.

Neste sábado (12), o perfil Anonymous fez uma publicação no Twitter em que afirma que "Adélio Bispo prestou depoimento gravado pela PF dizendo que a facada teria sido encomendada pela campanha de Haddad em 2018".

"Carluxo irá usar esse vídeo. Eu tenho certeza, absoluta que Adélio foi coagido", emenda o tuite.

— Anonymous (@AnonNovidades) February 12, 2022Adélio Bispo prestou depoimento gravado plea PF dizendo que a facada teria sido encomendada pela campanha de Haddad em 2018. Carluxo irá usar esse vídeo. Eu tenho certeza, absoluta que Adélio foi coagido.

A publicação vai ao encontro do que afirmou horas antes a jornalista Hildegard Angel, que anunciou pelas redes sociais que o "algo novo que vai salvar o Brasil" prometido por Jair Bolsonaro (PL) é atribuir ao PT a facada que foi vítima na campanha eleitoral de 2018.

"Fonte razoável informa que o anunciado 'fato novo que salvará o Brasil' é atribuir ao PT a facada em Bolsonaro. Um Plano Cohen Tabajara", afirmou a jornalista, lembrando do documento forjado por militares em 1937 para implantar a ditadura do Estado Novo.

Assista o documentário da TV 247 sobre a 'facada' em Bolsonaro

Plano Cohen Tabajara

Segundo Hildegard, "o Plano Cohen Tabajara, digno dos Trapalhões, com um vídeo manipulado de Zé Dirceu" já teria sido lançado das redes sociais por Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), coordenador de redes sociais da campanha à reeleição do pai.

No vídeo, o ex-ministro da Casa Civil do governo Lula analisa o cenário eleitoral de 2018 e atribui a "erros nossos, como foi a facada em Bolsonaro", entre outras questões, a derrota na disputa presidencial.

Neste domingo (13), o termo Adélio amanheceu entre os mais comentados no Twitter. As publicações se dividem entre aqueles que veem no resgate do caso uma estratégia de campanha do atual presidente e bolsonaristas, que buscam pulverizar o discurso que estaria sendo preparado para ligar a facada ao PT e à candidatura Lula, que lidera as pesquisas de intenção de votos.

sábado, 12 de fevereiro de 2022

"Fato novo" prometido por Bolsonaro será armação para atribuir ao PT a suposta facada de Juiz de Fora

ARMAÇÃO POLÍTICA

Informação foi divulgada pela jornalista Hildegard Angel, que denuncia a preparação de um novo Plano Cohen no Brasil para que se tente implantar uma ditadura

Brasil 247, 12/02/2022, 05:28 h Atualizado em 12 de fevereiro de 2022, 06:11
(Foto: Reprodução | REUTERS/Ricardo Moraes)

A jornalista Hildegard Angel, uma das mais respeitadas e informadas do Brasil, alerta para o que seria o "fato novo" prometido por Jair Bolsonaro para "salvar" o Brasil de sua inevitável derrota eleitoral. Segundo ela, o plano consiste em culpar o Partido dos Trabalhadores pela suposta facada em Jair Bolsonaro, que foi usada em sua campanha eleitoral de 2018 para criar uma comoção e também para que ele não participasse de nenhum debate, impedindo que os brasileiros o conhecessem. Confira:

"Apertemos os cintos", avisa Cristina Serra, sobre plano golpista de Jair Bolsonaro

ELEIÇÕES DE 2022

Jornalista alerta para o risco de que Bolsonaro promova o caos no Brasil para tentar permanecer no poder

Brasil 247, 12/02/2022, 05:19 h Atualizado em 12 de fevereiro de 2022, 06:11
Jornalista Cristina Serra e Jair Bolsonaro (Foto: Divulgação | © Marcello Casal JrAgência Brasil)

A jornalista Cristina Serra alerta: Jair Bolsonaro apostará no golpe e na violência para permanecer no poder. "Bolsonaro apresentou, nos últimos dias, pequena mostra de como será sua campanha à reeleição. Dá para identificar três eixos muito bem coordenados. Um deles é o discurso e a produção de símbolos para a arregimentação de suas bases. Nisso, merecem destaque sua imagem em um clube de tiro e os palavrões, emitidos em estudado tom de desabafo, em comício, no Nordeste. Também voltaram os ataques golpistas ao sistema eletrônico de votação", escreve, em sua coluna deste sábado na Folha de S. Paulo. "Um segundo eixo é tentar inundar a sociedade com mais armamento e munição. Por último, há a engrenagem digital do ódio, operada de dentro do governo", prossegue,

"Nada é aleatório. É perceptível um método de propagação e reverberação de ondas de fúria, que degradam os valores da civilidade e sedimentam a brutalidade e a estupidez como referências para o convívio social e a resolução de conflitos cotidianos", escreve ainda a jornalista. "Bolsonaro age com desenvoltura no pântano e é assim que ele imagina enfrentar Lula, chegar ao segundo turno e vencer. Se não der certo, restará o delírio de insuflar algo semelhante ao 'capitólio' de Trump, nos EUA. A turbulência está só começando. Apertemos os cintos", finaliza.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Milícia digital usou estrutura do 'gabinete do ódio', diz PF ao STF

INQUÉRITO DAS MILÍCIAS DIGITAIS

Do UOL, em São Paulo 10/02/2022 22h51
                  Delegada da PF, Denisse Dias Rosa Ribeiro

Em relatório encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal), a PF (Polícia Federal) diz que a milícia digital estaria usando a estrutura do chamado "gabinete do ódio". O documento foi elaborado pela delegada Denisse Dias Rosa Ribeiro e entregue ao ministro do STF Alexandre de Moraes. O relatório é parcial e não conclusivo.

"Gabinete do ódio" é o nome dado a um grupo de assessores que trabalham no Palácio do Planalto com foco nas redes sociais, inclusive na gestão de páginas de apoio à família Bolsonaro que difundem desinformação e atacam adversários políticos do presidente.

Moraes era relator de duas investigações paralelas com fundamentações e objetivos parecidos: os inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos. Este último, no entanto, foi arquivado pelo magistrado em julho. Na sequência, ele abriu uma terceira apuração para investigar a existência de uma organização criminosa que visa atentar contra a democracia. É o chamado inquérito das milícias digitais.

"Em período compreendido entre 2018 e a presente data, em Brasília e em outros locais, pessoas identificadas no bojo dos inquéritos 4781, 4828 e 4874 se uniram de forma estruturalmente ordenada, com unidade de desígnios e divisão de tarefas (produção, difusão e financiamento), com o objetivo de obter vantagens financeiras e/ou político-partidárias por meio da produção e divulgação de informações (texto, imagem e video) em meios de comunicação (redes sociais ou canais de comunicação), de notícias fraudulentas, falsas comunicações de crimes, violação de sigilo funcional, ameaças e crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria), lesando ou expondo a perigo de lesão o Estado democrático de direito e a independência e a harmonia entre os Poderes, ocultando ou dissimulando a natureza, origem, movimentação ou propriedades de valores decorrentes da atividade criminosa.

Trecho de relatório assinado pela delegada Denisse Ribeiro.

Em outro trecho do relatório, a delegada cita, como exemplo, a propagação de notícias falsas sobre a covid-19 e o tratamento precoce e a elaboração de dossiê contra antagonistas e dissidentes.

"A análise em curso aponta também para existência de eventos que, embora não caracterizem por si tipos penais específicos, demonstram a preparação e a articulação que antecedem a criação e a repercussão de notícias não lastreadas ou conhecidamente falsas a respeito de pessoas ou temas de interesse. Como exemplo, entre outros, pode-se citar a questão do tratamento precoce contra a covid-19 com emprego de hidroxicloroquina/cloroquina e azitromicina, bem como a menção à elaboração de dossiês contra antagonistas e dissidentes, inclusive com insinuação de utilização da estrutura de Estado para atuar "investigando todos".

Denisse Dias Rosa Ribeiro, em trecho de relatório entregue a Moraes

A delegada da PF também relembra a tradicional live semanal promovida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), no dia 29 de julho do ano passado, quando, na ocasião, o chefe do Executivo reciclou mentiras para atacar as urnas eletrônicas.

"O Exmo. Sr. Presidente promove desinformação com intuito de "levar parcelas da população a erro quanto à lisura do sistema de votação, questionando a correção dos atos dos agentes públicos envolvidos no processo eleitoral (preparação, organização, eleição, apuração e divulgação do resultado)", diz a delegada.

Sem apresentar provas, Bolsonaro tem questionado reiteradamente a segurança das urnas eletrônicas e, por isso, pede a inclusão do voto impresso no processo eleitoral brasileiro. No ano passado, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) sobre o assunto chegou a ser colocada em votação no plenário da Câmara dos Deputados, mas foi derrotada.

O UOL entrou em contato com o Palácio do Planalto e aguarda posicionamento sobre o relatório entregue pela Polícia Federal à Suprema Corte.

Delegada sugere pedido de licença

Ainda no despacho, a delegada Denise Ribeiro também sugere o pedido de licença do cargo a partir da próxima segunda-feira (14).

"Considerando o afastamento legal desta autoridade policial a partir do dia 14 de fevereiro de 2022 (...) Sugere-se ao juízo o acautelamento do presente inquérito policial até designação da autoridade policial substituta ou para que determine outras providências."

Moraes libera uso de provas contra Bolsonaro

Na terça-feira (8), Moraes já havia autorizado o compartilhamento de provas do inquérito sobre o vazamento de dados sigilosos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pelo presidente Jair Bolsonaro com a investigação da Polícia Federal que apura a atuação de suposta milícia digital contra instituições democráticas no país.

"Verifico a pertinência do requerimento da PF, notadamente em razão da identidade de agentes investigados nestes autos e da semelhança do modus operandi das condutas aqui analisadas com as apuradas nos Inquéritos 4.874/DF e 4.888/DF, de minha relatoria", escreveu Moraes, ao cogitar que haja semelhanças no modo de atuação dos grupos que são alvos em cada inquérito.

A corporação deverá definir se Bolsonaro passará a ser investigado no inquérito sobre as milícias digitais.

Na avaliação de Moraes, o objetivo das divulgações por Bolsonaro e aliados políticos foi expandir narrativas falsas contra o processo eleitoral brasileiro enquanto o presidente fazia campanha a favor do voto impresso.

"Trata-se de inquérito instaurado a partir de notitia criminis encaminhada pelo TSE para investigação das condutas do presidente da República, do deputado Federal Filipe Barros e do Delegado da Polícia Federal Victor Feitosa Campos relacionadas à divulgação de dados de inquérito sigiloso da PF, por meio de perfis nas redes sociais", escreveu o ministro do STF.