domingo, 26 de setembro de 2021

‘Bolsonaro efetivamente tentou um golpe no 7 de setembro e vai tentar de novo em 2022’, diz Fernando Horta

“Jair Bolsonaro não vai parar. Ele tentou no 7 de setembro e agora ele tem mais um 7 de setembro para tentar”, afirmou o historiador à TV 247

Brasil 24&, 26/09/2021, 10:25 h Atualizado em 26/09/2021, 10:46
Jair Bolsonaro e Fernando Horta (Foto: Isac Nóbrega/PR | Reprodução)

O historiador Fernando Horta, em entrevista à TV 247, afirmou que Jair Bolsonaro tentou efetivamente dar um golpe de Estado no Brasil na véspera do feriado de 7 de setembro.

“No 6 de setembro Jair Bolsonaro tentou dar um golpe. Nós estivemos na berlinda para que o sistema brasileiro, as instituições brasileiras fossem efetivamente destruídas. Eu fico muito preocupado com jornalistas, analistas que não enxergam isso porque isso é a verdade batendo na cara das pessoas”, afirmou.

Segundo Horta, Bolsonaro não vê como retroceder em sua ascensão ditatorial. "Jair Bolsonaro tenta a todo momento romper com as poucas amarras que as instituições conseguiram lhe colocar. Na medida em que ele domina o procurador-geral da República [Augusto Aras], na medida em que ele tem na manga, por conta de algum acordo, o presidente da Câmara [dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), institucionalmente ele imaginou que estava seguro: ‘não tenho como voltar, não tem como me tirar daqui. Então o único caminho é avançar’. E ele fica o tempo todo tentando, tentando assumir poderes ditatoriais cada vez maiores”.

Ele ainda afirmou que é uma ilusão acreditar que o chefe do governo federal pode ser contido. Para Horta, ele fará uma nova tentativa de golpe em 2022. “Bolsonaro não vai parar. Ele tentou no 7 de setembro e agora ele tem mais um 7 de setembro para tentar. E o próximo 7 de setembro vai ser no meio do processo eleitoral, vai estar pegando fogo, os ânimos vão estar muito acirrados. Estamos brincando com fogo, as instituições brasileiras estão brincando com fogo”.

Bolsonaro já perdeu a eleição", diz Marcos Coimbra, presidente do Vox Populi

Segundo o sociólogo e presidente de empresa especializada em pesquisas de opinião, é "zero" a chance de Bolsonaro vencer o próximo pleito presidencial, e é isso que faz os bolsonaristas tentarem tumultuar o ambiente democrático

Brasil 247, 26/09/2021, 10:40 h Atualizado em 26/09/2021, 11:09
Marcos Coimbra e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | Reuters)

O sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi, empresa especializada em pesquisas de opinião, Marcos Coimbra, disse à TV 247 que é "zero" a chance de Jair Bolsonaro vencer a eleição presidencial em 2022.

Para ele, "por tudo que a gente conhece de eleição, de comportamento político-eleitoral do povo brasileiro e de pesquisas feitas no mundo inteiro, o senhor Jair Bolsonaro vai perder a eleição do ano que vem".

Coimbra ainda brincou ao dizer que as chances de Jair Bolsonaro ter sucesso na próxima eleição são as mesmas de seres extraterrestres chegarem à Terra com "a chave da 'vida eterna'". "Existe alguma chance? Sei lá. Desce um ET, entrega para ele a chave da 'vida eterna', da solução dos problemas do mundo, da saúde plena para todo mundo. A chance disso acontecer é zero".

O fato de Bolsonaro já ter selado seu destino com o fracasso, segundo o especialista, é que faz com que os bolsonaristas mais radicais queiram tumultuar o ambiente democrático. "Bolsonaro já perdeu a eleição, e é isso que está fazendo com que uma turma que não aceita a democracia, não aceita que o povo prefira outro tipo de político, com outro tipo de proposta, com outro tipo de política econômica, de saúde, ambiental, educacional... Essas pessoas não aceitam que o povo se pronuncie. Bolsonaro perdeu a eleição".

Bolsonaro perdeu 35% dos que votaram nele em 2018 e 23% já declaram voto em Lula

Percentual de arrependidos é crescente e revela que muitos dos que foram manipulados nas eleições de 2018 regressaram a Lula

Brasil 247, 26/09/2021, 05:05 h Atualizado em 26/09/2021, 05:05
Família Bolsonaro e Lula (Foto: Reprodução/Instagram | Reprodução/Facebook)

O detalhamento da pesquisa Datafolha revela um número crescente de arrependidos entre os eleitores que votaram em Jair Bolsonaro em 2018. "Em geral, se comparado com a média da população, o eleitor de Bolsonaro tem melhor avaliação do governo e responsabiliza menos o presidente por mazelas como desemprego, inflação e crise de energia. Mas uma parte se descolou do bolsonarismo e não repetiria seu voto, chegando a avaliar o governo como péssimo, a defender impeachment e a declarar escolha por Lula", aponta reportagem da Folha deste domingo.

"O Datafolha mostra que 24% dos que elegeram Bolsonaro querem que o Congresso analise seu impeachment. Outros 73% não querem isso. Na população, a proporção é de 56% favoráveis e 41% contrários. As três questões mostram que cerca de um quarto do eleitorado de Bolsonaro agora está em terreno de oposição a ele. É próximo do montante de eleitores do presidente que declara voto em Lula, num segundo turno contra Bolsonaro — 23%. A maioria repete o voto (65%), e 12% declararam voto em nenhum, nulo ou branco", prossegue a reportagem. Ou seja: ele perdeu 35% do eleitorado.

No primeiro turno, no principal cenário avaliado pelo Datafolha, a população declara voto em Lula (44%); Bolsonaro (26%); Ciro Gomes (PDT, 9%), João Doria (PSDB, 4%), Luiz Henrique Mandetta (DEM, 3%) e branco, nulo ou nenhum (11%).

Há “prova abundante” para o impeachment de Jair Bolsonaro, diz juíza que atuou no Tribunal Internacional

Bolsonaro deve sofrer impeachment por crimes de responsabilidade e contra a humanidade, opina a juíza Sylvia Steiner, que já atuou no Tribunal Internacional de Haia, que é um dos destinos do relatório final da CPI da Covid

Brasil 247, 26/09/2021, 06:24 h Atualizado em 26/09/2021, 07:07
(Foto: Divulgação/Vem Pra Rua Brasil)

O relatório final da CPI da Covid deverá ser encaminhado ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda.

Única juíza brasileira que já atuou na corte (2003-2016), Sylvia Steiner acredita que há “prova abundante” para uma condenação internacional de Jair Bolsonaro e para abertura de impeachment.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, a juíza diz que os crimes de Jair Bolsonaro na gestão da pandemia são graves. Para ela, as provas de que o ocupante do Palácio do Planalto cometeu crime de responsabilidade são "robustas". Ela se refere ao "crime de causar epidemia, em que há provas, inclusivec ientíficas pela comparação com outros países de que se tivessem sido tomadas as medidas adequadas no momento certo nós não estaríamos chegando neste número espantoso de 600 mil mortes"

A juíza Sylvia Steiner enfatiza que houve também "desrespeito às medidas sanitárias" e isto está muito bem demonstrado. "A prova é abundante, até porque as pessoas do governo nunca tiveram muito cuidado em não se expor".

A documentação da CPI da Covid, de 10 mil páginas, recebida por juristas, demonstra que houve realmente “um projeto, uma política propositada de gerar aquilo que vulgarmente se chama de imunidade de rebanho". De acordo com a juíza, "sendo uma política, é um elemento de contexto de crime contra a humanidade".

"A grande diferença é que, depois dessa análise, percebe-se que não era simplesmente ignorância, incompetência e falta de conhecimento. Foi a implementação de uma política de que uma suposta infecção da população geraria um resultado positivo. Isso é uma política, um ataque. Não se usa uma população como cobaia de um teste; isso, em tese, é um crime contra a humanidade".

Sylvia Steiner também se mostra convencida de que Jair Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade, pela violação de garantias individuais. Quanto ao processamento do relatório da CPI da Covid, ela acredita que "vai ser encaminhado para o Ministério Público e à Presidência da Câmara". E manifesta concordância com a opinião do professor Miguel Reale Jr. de que é necessário modificar urgentemente a legislação que deixa a decisão de tramitar ou não o processo de impeachment exclusivamente na mão do presidente da Câmara. Essa opinião foi defendida também pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros.

Governo Bolsonaro deixa 2,3 milhões fora do Bolsa Família; 844 mil no Nordeste

"Não se trata de um número: são milhões de pessoas passando fome", diz Wellington Dias, governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste.

Brasil 247, 26/09/2021, 14:29 h Atualizado em 26/09/2021, 14:41
(Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Revista Fórum - Em meio a promessas de elevar para R$ 300 o valor do seu “Auxílio Brasil”, Jair Bolsonaro (Sem partido) ignora o pedido de 2,3 milhões que estão no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal pedindo para entrar no Bolsa Família.

Segundo reportagem na coluna Painel, na Folha de S.Paulo deste domingo (27), 844.372 dos pedidos para ingressar no benefício são do Nordeste, 834.564 do Sudeste, 247.885 do Norte, 205.941 do Sul e 138.503 do Centro-Oeste.

“Veja que só no Nordeste são 844.372 famílias, não se trata de um número: são milhões de pessoas passando fome. Estamos falando de 2.271.265 famílias no Brasil nesta situação de encaminhar o pedido, o direito e não serem atendidas. É o país sonegando o pão de cada dia para mães e suas famílias”, disse Wellington Dias (PT), governador do Piauía e presidente do Consórcio Nordeste.

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

URGENTE: Doria afasta coronel que fez ataques a ele, ao Supremo e defendeu golpe

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afastou nesta segunda-feira (23) o chefe do Comando de Policiamento do Interior-7, coronel Aleksander Lacerda, responsável por ataques a ele, ao STF e também por manifestar posição favorável a um golpe no país

Brasil 247, 23/08/2021, 08:18 h Atualizado em 23/08/2021, 08:49
Governador de São Paulo, João Doria, e o coronel Aleksander Lacerda (Foto: Governo do Estado de São Paulo | Divulgação)

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afastou nesta segunda-feira (23) o chefe do Comando de Policiamento do Interior-7, coronel Aleksander Lacerda, por indisciplina. A informação foi publicada pela coluna de Lauro Jardim. O comandante fez convocações para atos bolsonaristas marcados para o dia 7 de setembro. Além disso, o coronel atacou o Supremo Tribunal Federal (STF) ao afirmar que sente "nojo" da instituição. Disse que Doria seria uma "cepa indiana".

Lacerda acusou o deputado Rodrigo Maia, recém-nomeado secretário de Projetos e Ações Estratégicas do Estado, como beneficiário de um esquema "mafioso".

O coronel também fez manifestações favoráveis a um golpe: "liberdade não se ganha, se toma".

Leia a reportagem do 247 sobre a insubordinação do coronel:

247 - Chefe do Comando de Policiamento do Interior-7 (CPI-7), o coronel Aleksander Lacerda está convocando seus "amigos" para o ato de apoiadores de Jair Bolsonaro marcado para o dia 7 de setembro em Brasília (DF). O militar atacou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), ao chamar o parlamentar de "covarde". Também disse que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), é uma "cepa indiana" e o deputado Rodrigo Maia, recém-nomeado secretário de Projetos e Ações Estratégicas do Estado, foi qualificado como beneficiário de um esquema "mafioso". As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

O coronel tem sob suas ordens 7 batalhões da PM paulista. É uma tropa de cerca de 5 mil homens em 78 cidades da região de Sorocaba, sede do CPI-7 As manifestações do coronel refletiram a contaminação do bolsonarismo na PM paulista. O temor é que Bolsonaro use as PMs para tentar uma ruptura institucional. Doria e o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), anunciaram no sábado (21) um encontro para esta segunda-feira (23) entre 24 governadores para discutir a defesa das instituições democráticas.

O coronel Lacerda fez suas manifestações no Facebook. Em 16 de agosto, postou "liberdade não se ganha, se toma. Dia 7/9 eu vou".

No dia 20, o coronel publicou mensagem dizendo que "nenhum liberal de talco no bumbum" consegue "derrubar a hegemonia esquerdista no Brasil". "Precisamos de um tanque, não de um carrinho de sorvete".

Sobre o dia 7 de Setembro, compartilhou a mensagem: "caldo vai esquentar".

sábado, 14 de agosto de 2021

Mourão tem encontro secreto com Barroso e diz que Forças Armadas não apoiam golpe bolsonarista

Mourão buscou tranquilizar Barroso diante das ameças golpistas de Jair Bolsonaro. Ele garantiu que a chance de as Forças Armadas apoiarem um golpe é “zero”

Brasil 247, 14/08/2021, 07:06 h Atualizado em 14/08/2021, 07:06
Hamilton Mourão (Foto: ABr)

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, tiveram um encontro fora da agenda oficial na última terça-feira, dia do desfile militar de Jair Bolsonaro, que terminou em fiasco.

Temendo o risco de ruptura institucional, Barroso foi duro contra a investida golpista de Bolsonaro. Ele questionou Mourão sobre a possibilidade de as Forças Armadas embarcarem em uma aventura golpista do chefe de governo.

Mourão buscou tranquilizar o ministro. Ele garantiu mais de uma vez que as Forças Armadas não apoiariam um golpe e que ninguém impediria a realização das eleições de 2022. Afirmou que a chance disso ocorrer era “zero”, pois as Forças Armadas se pautam pela legalidade.

Barroso se mostrou aliviado. (Com informações do Estadão).

Bolsonaro realiza maior ampliação da Abin na história e expande espionagem

Em decreto, Jair Bolsonaro aumentou para 48 o número de órgãos públicos integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN)

Brasil 247, 13/08/2021, 20:38 h Atualizado em 13/08/2021, 21:16
Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Correa/PR | Reprodução)

Jair Bolsonaro está realizando a maior expansão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) desde sua criação, em 1999 durante o governo FHC, segundo reportagem da Veja. O chefe do Executivo, através do decreto nº 10.759/2021, aumentou para 48 o número de órgãos públicos integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN).

O sistema serve para integrar as medidas e o planejamento das atividades de espionagem do Brasil. Quando Bolsonaro chegou ao governo, eram 39 que integravam o SISBIN, que, além de órgãos federais, também conta com a ajuda de “entidades ou órgãos parceiros” (não divulgados).

Estes órgãos estão obrigados a repassar informações, sigilosas ou não, “sempre que solicitados” pelo presidente da República.

Esta medida serve para fortalecer o Centro Nacional de Inteligência, criado no ano passado na estrutura da Abin para servir na ampliação das investigações domésticas nos casos arbitrados como suspeitos de ameaça “à segurança e à estabilidade do Estado e da sociedade”.

Auditor acusa governo Bolsonaro de alterar documento sobre suposta supernotificação de mortes por Covid

Em junho, Bolsonaro disse a apoiadores que um suposto relatório do TCU mostrava que metade das mortes por Covid-19 que ocorreram em 2020 tiveram, na verdade, outras causas. O TCU desmentiu o chefe do governo e disse que o documento era uma análise pessoal do servidor Alexandre Marques

Brasil 247, 13/08/2021, 18:46 h Atualizado em 13/08/2021, 19:11
Alexandre Marques (Foto: Reprodução | ABr)

Auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), Alexandre Marques acusou o governo federal, em depoimento, de ter alterado documento citado por Jair Bolsonaro sobre supernotificação de casos de Covid-19.

Marques é investigado por ter sido o autor do material e classificou como "irresponsabilidade" a divulgação do documento por Bolsonaro. "Quando eu vi o pronunciamento do presidente Bolsonaro, eu fiquei totalmente indignado, porque achei totalmente irresponsabilidade o mandatário da nação sair falando que o tribunal tinha um relatório publicado, que mais da metade das mortes por Covid não era por Covid. Eu achei bem, uma afronta a tudo que a gente sabe que acontece, a todas as informações públicas, à ciência, etc". O auditor está no radar da CPI da Covid e deve ser convocado para depoimento.

No início de junho, Bolsonaro disse a apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada que um suposto relatório do TCU apontava que 50% das mortes por Covid-19 em 2020 tinha sido provocadas, na verdade, por outras causas.

No mesmo dia, 7 de junho, o tribunal divulgou nota esclarecendo que não tem informações para sustentar a afirmação de Bolsonaro. O TCU ainda disse, à época, não ser o autor do documento.

Em 8 de junho, o tribunal comunicou que o documento citado se tratava de uma análise pessoal feita pelo servidor Alexandre Marques.

Bolsonaro então admitiu o erro de vincular o documento ao TCU, mas seguiu sustentando, sem provas, que houve supernotificação de óbitos causados pelo coronavírus.

Marques disse acreditar que o documento tenha sido alterado pela Presidência da República. "[O documento] não tinha nenhuma alusão ou identidade visual do Tribunal de Contas da União (TCU). Nesse arquivo em pdf que viralizou, não tinha nenhuma identidade visual, data, assinatura, nada. Era somente um só arrazoado".

Jefferson cruzou limites da liberdade e sua prisão foi necessária para manter democracia, diz Pedro Serrano

Segundo o jurista Pedro Serrano, “quando alguém prega violência política de forma sistemática, tem que ser afastado da vida social”. “Muito pior do que atacar o direito individual de uma pessoa, é atacar a democracia”, justificou. 

Brasil 247, 13/08/2021, 20:04 h Atualizado em 13/08/2021, 20:05
(Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Reprodução/Conexão Política)

O jurista Pedro Serrano, em entrevista à TV 247, comentou a prisão do ex-deputado e atual presidente do PTB, Roberto Jefferson, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Aliado de Jair Bolsonaro, Jefferson foi preso na sexta-feira, 13, no âmbito do inquérito das “milícias digitais”.

Segundo Serrano, a decisão contra o político bolsonarista é favorável, pois “quando alguém prega violência política de forma sistemática, tem que ser afastado da vida social, porque senão esta violência política vai ocorrer”.

“É uma das piores violências que tem, que não só mata algumas pessoas, como liquida com a liberdade de um país e acaba gerando mortes, sacrifício para milhares de pessoas”, justificou.

Ainda, o jurista destacou que “quando se permite este tipo de conduta, o que se está fazendo é atacando todos os direitos. Muito pior do que atacar o direito individual de uma pessoa, é atacar a democracia”.

“Eu fui crítico a todas as prisões ocorridas até agora. Neste caso, não. Cruzou o rubicão, tem que ser duro, porque senão nós vamos ter que enfrentar um golpe militar”, destacou.

Decisão de Moraes

Em decisão, Moraes acusa Jefferson de ter vinculação em “organização criminosa de forte atuação digital [...] com objetivo de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito” (ver abaixo) por manifestações nas redes sociais e declarações em entrevistas, em que o presidente do PTB teve como objetivo o seguinte:
“Atacar integrantes de instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral brasileiro, reforçar o discurso de polarização e de ódio; e gerar animosidade dentro da própria sociedade brasileira, promovendo o descrédito dos poderes da República”.