quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Folha dispara bala de prata contra Bolsonaro e a do PT pode vir na véspera do primeiro turno, suspeita professor da USP

Viomundo, 25//09/2018 às 18h45

A Folha de S. Paulo disparou hoje a bala de prata contra o candidato neofascista Jair Bolsonaro.

O projétil saiu dos arquivos do Itamaraty, comandado pelo tucano Aloysio Nunes, senador licenciado do PSDB e operador do alto tucanato umbilicalmente ligado a José Serra e seus dossiês.


O projétil recebeu atestado de idoneidade de um diplomata de carreira em exercício, que deu entrevista à Folha confirmando o fato: a ex-mulher de Jair Bolsonaro teria dito a um diplomata brasileiro na Noruega que recebeu ameaças de morte do hoje candidato ao Planalto.

Registre-se que um diplomata jamais daria entrevista sobre um assunto tão delicado sem autorização do mais alto escalão do Itamaraty.

A suposta ameaça está registrada em documento oficial.

Ana Cristina Valle hoje é candidata a deputada estadual pelo Podemos no Rio, usa o sobrenome Bolsonaro na campanha e apoia o ex-marido.

Porém, em 2011, quando fez a denúncia, disputava a guarda de um filho menor com o líder neofascista.

A revelação vem num momento crucial da campanha do primeiro turno, quando líderes de partidos aliados ameaçam abandonar a candidatura de Geraldo Alckmin, do PSDB.

Na mais recente pesquisa Ibope, dois fiapos de luz se acenderam sobre o tucano: Bolsonaro ficou parado e Geraldo oscilou um ponto, para 8%, dentro da margem de erro.

Um terceiro fiapo de luz é que Bolsonaro perdeu oito pontos de uma só vez na região Sul. O fato é que Fernando Haddad, do PT, capturou oito pontos na mesma região, no mesmo período.

Mas a queda do Mito demonstrou a tucanos ainda esperançosos que pode haver movimentos bruscos do eleitorado.

Um analista político que trabalha sob anonimato lembrou que o eleitorado com formação universitária de Bolsonaro pode ser suscetível aos comerciais de campanha de Alckmin sugerindo que ele, tucano, é o melhor candidato para enfrentar o PT no segundo turno.

Esta “ameaça”, antes apenas implícita, ficou explícita agora para os antipetistas, com o avanço constante de Fernando Haddad, que reduziu de 18 para apenas 6 a diferença com Bolsonaro no cenário de primeiro turno do Ibope.

Os antipetistas representam cerca de um terço do eleitorado.

A bala de prata da Folha pode render assunto no noticiário nos próximos dias, justamente aqueles que antecedem o grande ato do dia 29 de setembro, organizado no Facebook pelas Mulheres Unidas Contra Bolsonaro.

Os eventos deverão atrair grande cobertura da mídia justamente nos dias que antecedem o primeiro turno, cristalizando na opinião pública as denúncias de que Bolsonaro é racista, machista e homofóbico.

Embora Alckmin esteja a 20 pontos de Bolsonaro, movimentos rápidos do eleitorado são comuns.

Em 2010, Marina Silva ficou fora do segundo turno, mas teve uma ascensão impressionante nos últimos dias de campanha.

Em todo o mundo, é comum a utilização de balas de prata para provocar movimentos do eleitorado.

Nos Estados Unidos há um nome para isso: October Surprise, a surpresa de outubro. É que as eleições, lá, acontecem no início de novembro.

Hoje, ao sair do prédio da Polícia Federal, em Curitiba, onde visitou o ex-presidente Lula, o petista Emídio de Souza disse estranhar que Lula seja impedido de dar entrevistas enquanto o homicida Adelio Bispo de Oliveira, que esfaqueou Bolsonaro em Juiz de Fora, foi autorizado por um juiz a dar entrevistas a ao menos dois meios de comunicação, a Veja e o SBT.

Entrevistado pela Rádio Brasil Atual a respeito, Laurindo Lalo Leal Filho, professor da Universidade de São Paulo, disse não descartar tratar-se da bala de prata destinada a atingir Fernando Haddad nas horas finais antes do primeiro turno.

O professor lembra que o complexo jurídico-midiático não derrubou Dilma e encarcerou Lula apenas para perder o poder para Fernando Haddad.

A criminalização do PT em véspera de eleição tem muitos antecedentes: 1989, 2006 e 2014 foram os mais evidentes, com tramas envolvendo autoridades públicas devidamente repercutidas pela mídia.

Em 1989, um dos sequestradores do empresário Abílio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar, foi vestido por policiais civis com uma camiseta da campanha de Lula.

Em 2006, uma trama envolvendo um delegado da Polícia Federal resultou no vazamento, na antevéspera do primeiro turno, de fotos de dinheiro atribuído a petistas que teriam tentado comprar um dossiê contra o candidato a governador de São Paulo, José Serra, do PSDB.

A ação de 2006 é atribuída pelo jornalista investigativo Amaury Ribeiro Jr. a um grupo de contraespionagem da campanha de Serra, que teria armado uma cilada para petistas aloprados.

Em 2014, a revista Veja divulgou uma capa com as imagens de Lula e Dilma e um título dizendo que eles sabiam de tudo sobre o petrolão.

Cópias da capa foram distribuídas nas ruas por apoiadores do candidato Aécio Neves, do PSDB.

Uma bala de prata contra Haddad, na véspera do primeiro turno, seria útil tanto para Bolsonaro quanto para Geraldo Alckmin, já que a campanha do segundo turno é curta e começa imediatamente após a proclamação dos resultados do primeiro turno.

Em 2006, o escândalo artificialmente inflado pela mídia em torno das fotos do dinheiro dos aloprados foi um dos motivos para o então presidente Lula não ter sido reeleito em primeiro turno.

Logo que começou a campanha do segundo turno, Geraldo Alckmin colocou na propaganda eleitoral um anúncio com a pergunta: “De onde veio o dinheiro?”.

No texto, havia uma contagem. “Faz 27 dias que o governo Lula não diz de onde veio o dinheiro preso com petistas”, dizia o narrador.

Sai efeito Bolsonaro, entra efeito Haddad


Bolsonaro lidera as pesquisas, mas deixou de ser favorito para ganhar as eleições. A explicação é simples. Com exceção de Marina, que hoje não teria chance de chegar ao segundo turno, Bolsonaro perde para os demais rivais: Haddad, Ciro e Alckmin.

Parece estranho? Não deveria.

O São Paulo lidera o campeonato brasileiro há sete rodadas, mas não é o favorito (infelizmente) para levar o título nacional deste ano. Segundo o site "Chance de Gol", o tricolor paulista tem cerca de 14% de probabilidade de vencer o campeonato, contra 35% do vice-líder Palmeiras.

O número de pontos acumulados em um campeonato de futebol ou o percentual de intenções de voto em um candidato informam menos do que a probabilidade de vitória de um time ou de um candidato.

O professor Sergio Wechsler, do Instituto de Matemática e Estatística da USP, calculou com exclusividade para a GO Associados as seguintes probabilidades, a partir dos resultados da última pesquisa Ibope para as eleições presidenciais.

Se a eleição fosse realizada hoje, Haddad teria nada menos do que 99,4% de chance de suceder Michel Temer, contra apenas chances irrisórias de Bolsonaro. O que mudou? O fato de Haddad passar a vencer Bolsonaro no segundo turno com relativa facilidade.

É claro que essa avaliação revela um determinado momento da campanha. Ações estratégicas das campanhas podem alterar o quadro. Ou eventos inesperados, como o trágico atentado contra Bolsonaro no passado recente.

A reação do mercado financeiro aos últimos resultados deveria ser negativa, especialmente em dia de crise argentina. Houve sinais de queda da Bolsa e elevação do dólar, mas foram passageiros. Com a ajuda do preço das commodities, o mercado parece se acostumar às súbitas mudanças nos ventos da política.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Haddad: “vamos nos associar a todos que defendam a democracia”


O candidato do PT a presidente, Fernando Haddad, visitou nesta segunda-feira, 24, o ex-presidente Lula na sede da Polícia Federal em Curitiba.

Em entrevista a jornalistas após o encontro, Haddad destacou que a campanha petista irá se engajar cada vez mais nas ações de fortalecimento da democracia.

"Nós entendemos que não há como gerar emprego sem democracia, não há como matar a fome das pessoas sem democracia, não há como garantir educação de qualidade sem democracia", afirmou.

Nesse domingo, 23, manifesto assinado por intelectuais e artistas que apoiam diferentes candidatos reforçou defesa da democracia e repudiou o fascismo.

Rejeição a Bolsonaro vai de 42% para 46% em uma semana


Depois de várias semanas em crescimento, Jair Bolsonaro estagnou nas intenções de voto no Ibope e viu sua rejeição aumentar 4 pontos em apenas uma semana, foi de 42% para 46%.

O segundo mais rejeitado é Fernando Haddad (30%), seguido de Marina Silva (25%), Geraldo Alckmin (20%) e Ciro Gomes (18%).

IBOPE: Haddad cresce e pontos e vai a 22%; Bolsonaro estaciona


Pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira 24 mostra estagnação do líder nas pesquisas, Jair Bolsonaro, com 28% crescimento de três pontos e aproximação de Fernando Haddad, com 22%, e maior distanciamento do candidato do PT do terceiro colocado, Ciro Gomes, que registra 11%.

Geraldo Alckmin tem 8% e, Marina Silva, 5%.

A vantagem de Bolsonaro sobre Haddad, desde que o petista foi oficializado candidato, caiu de 18 para 6 pontos.

Na simulação de segundo turno, Bolsonaro perde para todos, menos para Marina, com quem empata.

Se a eleição, em segundo turno, fosse hoje, Haddad seria presidente


Com seis pontos de vantagem sobre Jair Bolsonaro no segundo turno, o candidato Fernando Haddad seria eleito presidente da República se as eleições fossem hoje.

É o que mostra a pesquisa Ibope divulgada na noite desta segunda-feira, 24; Haddad venceria o candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro (PSL) por 43% a 37%.

Sem citar Bolsonaro, Haddad afirma que vai se aliar a todos que defendem a democracia


Paranaportal, 24/09/2018
Foto de Francielly Azevedo / CBN Curitiba

Em mais uma segunda-feira de visita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, onde Lula está preso desde abril, o candidato do PT ao Palácio do Planalto, Fernando Haddad, afirmou que a democracia está sendo ameaçada diariamente neste processo eleitoral e que, por isso, sua campanha vai se associar a todas as organizações preocupadas com o fortalecimento da democracia no país.

“Nossa campanha vai se engajar, cada vez mais, na questão do fortalecimento da democracia. Nós entendemos que não há como gerar empregos sem democracia, matar a fome das pessoas sem democracia, garantir a educação de qualidade sem democracia. Então, vamos nos associar a todos os movimentos sociais, populares e institucionais, seja de que instituição for, para o fortalecimento da democracia no Brasil”, disse o ex-prefeito de São Paulo. “Nós entendemos que ela está sendo ameaçada diariamente com suposições, seja sobre urna eletrônica ou o resultado eleitoral, e vamos nos associar a todos que defendam a democracia. O mundo está observando o Brasil com muito cuidado, em função desses movimentos exóticos, estranhos à tradição que nós conquistamos depois da redemocratização. E nossa campanha vai se associar a esses movimentos que colocam a democracia em primeiro lugar, em respeito à soberania popular”, acrescentou.

Questionado se estava se referindo às recentes declarações de Jair Bolsonaro (PSL) e seus aliados, Haddad, disse que isso foi conclusão da repórter. “Aí você que está fazendo a sugestão, porque você está lendo o mesmo noticiário que eu”.

O candidato do PT, que quase nada falou sobre Lula desta vez, comentou, também, a intenção da campanha de Bolsonaro de fazer um manifesto à população, aos moldes da “Carta ao Povo Brasileiro”, editada pelo PT antes da eleição de Lula em 2002, para acalmar ânimos e assumir compromissos com a manutenção do estado democrático. “Nosso manifesto é o programa de governo, que já foi apresentado ao TSE. Aprofundamento da democracia, respeito à soberania nacional, respeito à soberania popular, que pouca gente respeita, respeito aos direitos sociais, aos direitos trabalhistas. O aceno que nós fazemos é um aceno ao povo que está sofrendo com o governo Temer e seus aliados. Vamos tirar o Brasil da crise com trabalho e educação. E é num ambiente de paz que se constrói isso”, disse.

Haddad se irritou quando questionado como o PT chegará ao segundo turno sem ter feito uma autocrítica às administrações que levaram o país à Lava Jato e ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “A gente vem sofrendo crítica diária da oposição há anos. Quem tem que fazer crítica é a oposição. Nunca vi vocês perguntarem se o PSDB faz autocrítica pelas quatro derrotas seguidas deles. Na minha opinião, a política é feita de críticas múltiplas. Os adversários criticam uns aos outros e o eleitor tira sua conclusão. Eu já fiz várias declarações sobre pontos que precisamos rever. Nosso programa de governo aponta enfrentamentos que não foram enfrentados nos governos anteriores, mas essa pergunta da autocrítica só é feita ao PT”, concluiu.

Comício no Recife foi divisor de águas na campanha de Haddad

Eleitores de Bolsonaro respondem prometendo dar “ração na tigela” a feministas

Viomundo, 23/09/2018

Dou para CUT pão com mortadela e para as feministas ração na tigela. As minas de direita são as top mais belas, enquanto as de esquerda têm mais pelo que cadela. Paródia cantada em evento de Jair Bolsonaro, no Recife, neste domingo, 23

Da Redação

O comício de sábado, 22, em Recife, foi um divisor de águas na campanha do petista Fernando Haddad.

Foi o maior evento de campanha realizado até agora por qualquer dos candidatos ao Planalto, com milhares de pessoas nas ruas do Recife.

É o início da segunda rodada de visitas de Haddad a todos os estados do Nordeste.

Aparentemente marca o esforço da campanha para recuperar votos tradicionalmente dados a Lula e que podem estar com outros candidatos, inclusive Jair Bolsonaro.

As evidencias de que Bolsonaro avançou — quanto, é impossível saber — sobre o eleitorado de Lula são várias.

Na pesquisa mais recente em Pernambuco, Haddad saltou de 10% para 26%, mas Bolsonaro passou de 12% para 17%.

Nas pesquisas nacionais, o neofascista vence entre os eleitores brancos, de formação universitária e maior renda.

Porém, é um engano acreditar que se dá bem apenas nesta faixa do eleitorado: Bolsonaro tem 46% dos votos dos que ganham entre 2 e 5 salários mínimos, de acordo com a pesquisa mais recente do Datafolha.

Sobre o evento de Haddad em Recife, é importante salientar outros dois pontos, evidentes no vídeo que está no topo deste post.

O candidato petista, usando linguagem mais popular e recorrendo a “causos”, se conectou muito bem com a multidão presente.

Militantes petistas vaiaram o candidato à reeleição Paulo Câmara, do PSB, chamado de “golpista”.

O PT descartou a candidatura da petista Marília Arraes ao governo de Pernambuco para fechar um acordo informal com o PSB de Câmara.

Deste fato é possível concluir que Haddad está melhor preparado para disputar os votos de Lula em todo o Nordeste, do qual ele depende não apenas para passar ao segundo turno, mas para ganhar a eleição.

Por outro lado, a militância do PT, embora aparentemente disposta a aceitar certo grau de pragmatismo de suas lideranças, sabe muito bem quem esfaqueou o partido pelas costas e não parece disposta a tolerar cavalos-de-pau programáticos como aqueles que se viu, por exemplo, no segundo mandato de Dilma Rousseff.

Isso está claro na própria orientação que Lula teria dado a Haddad, desde Curitiba: não assumir compromissos com o mercado, ao menos não agora.

sábado, 22 de setembro de 2018

Centrais manifestam repúdio a Bolsonaro


Líderes de seis das maiores centrais sindicais do Brasil divulgaram neste sábado, 22, um manifesto de repúdio às propostas do candidato Jair Bolsonaro (PSL).

"O horizonte que ele nos apresenta é de um país marcado pela exploração do trabalhador, pela violência, pelo racismo, pela discriminação, pela repressão, pela dilapidação do patrimônio nacional, pelo desrespeito aos direitos humanos e pelo desrespeito aos direitos democráticos", diz o documento, assinado por representantes da Força Sindical, CTB, Nova Central Sindical, Intersindical e Conlutas.

Ministro da Defesa confronta o comandante do Exército e defende respeito às eleições


O ministro da Defesa confrontou o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, que em entrevista publicada em 9 de setembro afirmara que o resultado as eleições poderia ser questionado.

O general Joaquim Silva e Luna afirmou nesta sexta que "a Bíblia das Forças Armadas é a Constituição Federal" e que não existe risco de os militares não reconhecerem o resultado do pleito. O embate público é inédito.