sábado, 11 de novembro de 2017

PT rebate Ciro Gomes e o compara a Doria

10 de novembro de 2017 às 17h32
Paulo Pimenta pergunta a Ciro Gomes: Qual é a tua?

da assessoria do deputado Paulo Pimenta, via WhatsApp, com UOL

O presidenciável Ciro Gomes disparou várias críticas à política de alianças do ex-presidente Lula nos últimos dias.

Em Belo Horizonte, disse: “O Lula é o grande responsável por ter feito esse tipo de aliança que botou Michel Temer na Vice-Presidência e na linha de sucessão. É o grande responsável por ter ‘empoderado’ o [deputado cassado] Eduardo Cunha (PMDB).”

Ciro também criticou contradições do PT, que ensaia alianças com partidos que ajudaram a derrubar Dilma. Setores do partido pregam o pragmatismo tanto na campanha de Lula quanto em eventuais alianças para governar.

“O PT votou no Eunício [Oliveira] para a presidência do Senado. Como é que a gente diz para o povo que houve ‘golpe’ e, ato contínuo, pratica a contradição de confraternizar com o chefe dos ‘golpistas’? O presidente do Senado que praticou o golpe era o Renan Calheiros (PMDB-AL). Não é possível que quem tenha essa fidelidade ao povo doure a pílula. É por que vai ser candidato? Romero Jucá (PMDB-RR) vai ser líder de novo? Meirelles, ministro da Fazenda? Comigo não, violão”, disse o pedetista.

Aliados de Lula reagiram às críticas.

Para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), Ciro repete a estratégia do tucano João Doria.

O parlamentar diz que Ciro deveria olhar para as próprias alianças do PDT.

“Atacar o ex-Presidente Lula e o PT, no Brasil, virou uma forma de ganhar visibilidade. O Ciro Gomes deveria, antes de mais nada, cuidar do seu próprio partido, que passou a mão na cabeça da maioria dos deputados e senadores que se aliaram aos golpistas para tirar a Dilma. Além disso, estão coligados em governos como de São Paulo, Alagoas e, até pouco tempo, no Rio Grande do Sul, aliados de primeira hora de Temer e da banda golpista que defende e a retirada de direitos da classe trabalhadora. Ao criticar Lula, Crio sequer é autêntico, ele copia João Doria que para tentar crescer eleitoralmente ataca Lula. Ao fim, Ciro revela que, na verdade, tem muitas afinidades com os políticos que diz combater”, afirmou Pimenta.

Professor de Ética e Política, da Unicamp, diz que impedir a candidatura de Lula é a mesma coisa que acender o fósforo muito perto da gasolina

Na sua visão, uma atitude drástica contra o presidente pode eliminar atenuantes políticos e colchões sociais que contribuem para a preservação das instituições brasileiras e produzir "uma explosão sem que você saiba quais são os riscos"



Professor de ética e política da Universidade de Campinas (Unicamp), Roberto Romano discutiu em entrevista à TV 247 o que pode acontecer na sociedade brasileira caso Lula seja impedido de disputar a presidência. "Significa que você está colocando o fósforo muito perto do barril," diz ele. 

Para Roberto Romano, 73 anos, sete livros publicados, uma atitude drástica contra o presidente pode eliminar atenuantes políticos e colchões sociais que contribuem para a preservação das instituições brasileiras e produzir "uma explosão sem que você saiba quais são os riscos."

Intelectual conhecido pela postura independente, de quem já fez críticas duras ao Partido dos Trabalhadores e à esquerda em geral, Roberto Romano diz na entrevista que o enfraquecimento de Michel Temer é um elemento de preocupação para a evolução da situação política. 

"Quando você fica acuado você fica inventivo", diz, referindo-se a Temer. "Sobretudo quando tem sinais de outros poderes – e agora o Judiciário está dando sinais, mais e mais – de que uma regressão institucional seria aceitável". 

Na entrevista, o professor diz que a Lava Jato emprega "métodos de investigação conhecidíssimos no Brasil: os métodos autoritários". Afirma que se ignora a presunção da inocência dos acusados, transferindo para eles a "coleta de provas. Isso é próprio de regimes ditatoriais". Referindo-se a entrevista do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal e também do TSE, que antecipou uma visão contrária a presença de Lula na campanha, Romano afirma que "este senhor deveria ter mais contenção. Na Constituição está claro que você não pode abolir o princípio de presunção da inocência." Conforme o professor, "ele está no lugar errado. Ou volta a uma leitura coerente com a Constituição ou seria necessário que fosse impedido ou saísse".

Estudioso com um ótimo manejo de inglês e francês, um domínio acima do razoável do alemão e capaz de boas leituras em russo, Roberto Romano emprega uma imagem do filósofo holandês Baruch Espinoza (1632-16677) para explicar a importância de Lula no atual momento político brasileiro, que descreve como "regressão antropológica, regressão cultural e nas liberdades públicas." Lembra que, pelas regras do Direito Natural, "o peixe grande come o pequeno. Mas como ele (Espinoza) é um democrata, a única maneira de acabar com esse monopólio é os peixes pequenos se juntarem e fazer força suficiente para barrá-lo". Ele foi a assinatura numero 13 de um manifesto que pediu o lançamento da candidatura de Lula em março e está convencido de que ele representa uma "defesa social" para barrar "essa avalanche de direita" no país. Mesmo reconhecendo que o papel dos intelectuais, na vida pública, é diferente daquele assumido pelos políticos, o professor adverte para um ponto que tem preocupado eleitores dentro e fora do PT: "cuidado com essas alianças. Se alguém traiu uma vez trairá de novo. O PMDB tem-se mostrado especialista nisto."

Convidado frequente para debates sobre questões éticas na política, Roberto Romano acha que o país enfrenta "uma inflação" de discussões sobre esse assunto e faz uma pequena provocação quando lhe perguntam se o Brasil é o país mais corrupto do mundo. "Quer exemplo de sociedade corrupta para caramba? Chama-se Suíça," explica, lembrando que naquele país se faz a lavagem mundial de recursos criminosos – terrorismo, narcotráfico, corrupção – e a maioria da população não reclama disso. "E não me venha com a história do que o povo suíço não sabe", ri.

Tijolaço: na política, as elites brasileiras estão colaborando com Lula

Evidentemente, que sem o menor interesse de colaborar

Jornalista Fernando Brito analisa o desespero das elites brasileiras depois do esfacelamento do PSDB na guerra interna deflagrada pelo senador Aécio Neves.

"Atiram-se, como se vê, na esperança de qualquer um que as livre de Lula e de Bolsonaro, que elas próprias criaram com a tática fácil do 'inimigo interno' de violência e da criminalidade, como se estas fossem pragas do Egito, das quais só nos livraremos pela conversão fundamentalista", diz Brito.

"Estão dispostas a um concurso de calouros, a gritar para o povo – peço desculpas ao velho Abelardo Barbosa: 'vai para o trono ou não vai?' É incrível, mas as elites brasileiras, na política, estão colaborando com Lula".

Presidente do TRF4 vê Lula julgado antes da eleição e fala em interesse da Nação

Ele está esquecendo de dizer que magistrado não pode e nem deve falar fora do processo, porque isso fere o princípio e a ética da Magistratura

O presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, afirmou na noite dessa sexta-feira 10 que a corte julgará o recurso contra condenação do ex-presidente Lula até agosto, isto é, em tempo hábil para que a candidatura de Lula à Presidência da República seja impedida.

"Minha expectativa inicial é que até agosto do ano próximo o Tribunal já estaria em condições de julgar este processo", afirmou.

O magistrado, que já declarou que a sentença do juiz Sérgio Moro é "irrepreensível" e "entrará para a história", sinalizou que o tribunal fará de tudo para impedir um candidato que já se aproxima de 40% dos votos, excluindo o nome mais forte do campo popular da disputa.

"É um interesse da própria nação e dos réus envolvidos".

Ele está esquecendo de dizer que é um interesse da nação, a observância da Constituição Federal. Ele está esquecendo de dizer que magistrado não pode e nem deve falar fora do processo, porque isso fere o princípio e a ética da Magistratura.

É a barbárie: desmonte da CLT acaba com proteção ao trabalhador

Temer deu o golpe apoiado pela elite favorecer ao máximo a classe dominante  

A lei trabalhista de Temer, que entra em vigor neste sábado, dia 11, dá aos empresários um poder sem limites, um poder absoluto de fazer e desfazer da vida dos trabalhadores e das trabalhadoras.

Entre as mudanças aprovadas por este Congresso Nacional corrupto, liderado por Temer, está o direito de as empresas poderem fazer um termo de quitação anual.

Sabe o que isso significa? A cada ano de trabalho, o RH vai chamar o trabalhador ou a trabalhadora para assinar o chamado "Termo de Quitação Anual", que nada mais é do que um comprovante de que o/a trabalhador/a recebeu tudo que tinha direito naqueles 12 meses, como salários, 13° salário, férias, PLR etc.

O trabalhador que assinar o termo de quitação não poderá reclamar na Justiça Trabalhista caso descubra que no período foi desrespeitado algum direito, como por exemplo, a empresa não depositou o FGTS em sua conta individual, ou não pagou as horas extras devidas.

Agora, você deve estar pensando: e daí, como eu saio dessa?

Não podemos nos deixar intimidar. Se o trabalhador não quiser, não assina (mas pode ser demitido).

A nova Lei trabalhista prevê isso. Lá diz que o Termo de Quitação é facultativo.

Se, sozinho e com a pressão do patrão ele conseguir ter tranquilidade para analisar e descobrir irregularidades no termo, ele pode pedir para a empresa tomar providências e correr o risco de ser demitido.

Não é mais novidade que a nova lei trabalhista de Temer beneficiou os patrões mais conservadores e gananciosos e legalizou a exploração no mercado de trabalho brasileiro. O que poucos prestaram atenção é na extensão das maldades. Voltamos a escravidão e à servidão humana.

Para Temer e os deputados aliados ao seu governo golpista e ilegítimo, não bastava jogar no lixo 100 itens da CLT que protegiam os trabalhadores e as trabalhadoras de empresários inescrupulosos. Era fundamental dar a essa turma de empresários segurança jurídica para explorar, enganar, intimidar e impedir que os sindicatos agissem para combater a má-fé, o ataque aos direitos adquiridos, o não pagamento de direitos, os depósitos ao INSS e ao FGTS.

Hoje, para garantir os direitos a transparência, a homologação das rescisões de contratos de trabalho com no mínimo um ano de registro em carteira deve ser feita no sindicato, com a presença da empresa e do trabalhador. Qualquer problema, como o não recebimento de valores corretos de verbas rescisórias, o trabalhador acionava a Justiça do Trabalho, mesmo que tivesse assinado acordo entre as partes. Isso porque, a lei vetava tudo que significasse perda para o trabalhador, independentemente de ter assinado. A lei se sobrepunha ao acordo manipulado pelos patrões.

A partir do próximo dia 11, não é mais obrigatório homologar no sindicato, mesmo que você tenha mais de um ano de registro. E ainda existe a brecha para que a Justiça do Trabalho aceite acordos extrajudiciais de rescisão contratual, assinados entre patrões e empregados.

Com a nova lei, o trabalhador também vai negociar sozinho sua demissão, checar o termo de rescisão para ver se as contas estão certas, se tudo está sendo pago e formalizar o desligamento na sede da própria empresa. E ao assinar o acordo, ao invés de 40% da multa do FGTS receberá 20%, a sua conta individual do FGTS também será tungada em 20% e ele só poderá sacar 80% do que tiver depositado. Ah, o aviso prévio também será pela metade e, para piorar, ao assinar o acordo perderá o direito ao seguro-desemprego.

É ou não é uma barbárie?

Só tem uma saída: resistir, lutar pela anulação da reforma, ocupar as ruas, denunciar as barbaridades contidas na lei, se organizar nos locais de trabalho, procurador o seu sindicato e agir coletivamente. Sozinhos somos fracos, juntos somos fortes.

Nesta sexta, dia 10, estaremos nas ruas de todo o país protestando e denunciando o desmonte da CLT, os ataques à aposentadoria e ao combate ao trabalho escravo. A CUT também está fazendo uma Campanha Nacional pela Anulação da Reforma Trabalhista. Quando alcançarmos 1,300 milhão de assinaturas necessárias, vamos apresentar ao Congresso Nacional um Projeto de Lei de Iniciativa Popular para anular a reforma.

Casa da Moeda desmente governo e mostra superávits sucessivos

Revista Fórum, 25 de agosto de 2017

De acordo com o presidente da estatal, o lucro diminuiu, mas está longe de apresentar prejuízos recorrentes, conforme anunciou Moreira Franco ao anunciar a privatização.

Da Redação*

Ao anunciar a venda da Casa da Moeda do Brasil (CMB), na última quarta-feira (23), o governo brasileiro anunciou que a estatal tem tido prejuízos recorrentes. O presidente da estatal, Alexandre Borges Cabral, desmentiu o governo e declarou ao jornal Valor Econômico que a instituição registrou sucessivos superávits nos últimos anos.

De fato, a empresa tem apresentado resultados menores desde 2016 e deve chegar a um prejuízo neste ano – mas a companhia diz esperar revertê-lo já em 2018. “Se o governo quiser avaliar [a privatização], é uma decisão estratégica válida. Mas estamos fazendo nosso dever de casa”, disse Cabral.

Segundo ele, as dificuldades financeiras começaram em 2016 especificamente devido ao efeito da Desvinculação de Receitas da União (DRU), que teria impactado a Casa da Moeda em mais de R$ 500 milhões. Além disso, houve uma mudança no sistema de fiscalização da indústria de bebidas que reduziu as receitas da estatal.

Os relatórios financeiros mostram que a companhia teve superávit de mais de R$ 300 milhões em 2015, que caiu para R$ 60 milhões em 2016 – uma redução de aproximadamente 80%. A empresa afirma que, em 2017, o déficit previsto será coberto com recursos próprios da instituição – sem necessidade de aporte do Tesouro Nacional.

No ano que vem, o presidente espera que a estatal já volte ao azul com base em medidas que reduzem despesas de até R$ 14,1 milhões ao ano, como a extinção de três superintendências, 28 gerências e 99 cargos comissionados. Além disso, será posto em prática um Programa de Desligamento Voluntário que vai gerar uma economia potencial de R$ 55 milhões por ano a partir de 2018.

Para o aumento de receita, a empresa defende que diferentes projetos estão em andamento, como a “ampliação da venda dos produtos existentes, além do desenvolvimento de novos produtos como o novo sistema de controle e rastreamento de bebidas” – que deve começar a funcionar no início de 2018. “Acredito que não é o fato de ser empresa privada ou pública que torna [a gestão] eficiente ou não, vai depender do trabalho das pessoas. Mas [privatizar] é uma decisão de governo”, afirma Cabral.

Indicado pelo PTB, o presidente da Casa da Moeda é funcionário de carreira do Banco do Nordeste e assumiu o posto da estatal que fabrica o dinheiro do país após a chegada do presidente Michel Temer à Presidência. Ele foi o terceiro a conduzir a empresa em 2016 e em um ano tumultuado de problemas na confecção de passaportes por conta da falta de equipamentos.

Os números da Casa da Moeda contrastam com a versão divulgada na quarta-feira pelo Palácio do Planalto, que dizia que a estatal estava tendo prejuízos recorrentes. Segundo disse em cerimônia sobre as privatizações no Planalto o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco, o avanço tecnológico e a queda na demanda do país por cédulas e moedas têm causado prejuízos “sucessivos” ao órgão.

Procurada para responder sobre a contradição da fala de Moreira Franco com os números, a assessoria do ministro afirmou que as afirmações sobre prejuízos “sucessivos” eram sobre a redução do superávit e sobre o déficit em 2017 – que, diz, pode passar de R$ 300 milhões. “A redução drástica dos lucros entre 2015 e 2016, bem como o déficit que a Casa da Moeda terá em 2017 representam prejuízos sucessivos de fato”. “A venda de ativos pelo governo federal pretende oferecer melhores serviços aos brasileiros, bem como promover emprego e renda no país”, completou nota da assessoria.

O Ministério da Fazenda reconhece que a Casa da Moeda, vinculada à pasta, teve lucro em anos anteriores – mas o que preocupa é a situação de agora em diante. Segundo a pasta, a principal fonte de receita foi o Sistema de Controle de Produção de Bebidas – suspenso por ser considerado caro. Além disso, lembra a pasta, o Banco Central foi recentemente autorizado por lei a importar cédulas e moedas, o que diminui a perspectiva de receitas da estatal. “Há risco relevante de a Casa da Moeda tornar-se uma estatal dependente de aportes do Tesouro”, afirma a Fazenda em posicionamento.

Fabiano Jantalia, consultor legislativo da Câmara dos Deputados que produziu um levantamento sobre o mecanismo de produção de moedas pelo mundo, diz que o processo de privatização encontra diferentes exemplos nas práticas internacionais. “Não vejo nenhum tipo de solução tupiniquim, nenhuma jabuticaba”, afirmou em entrevista. Segundo ele, pode haver “fortíssimo” interesse de empresas na Casa da Moeda. “Há fortes players internacionais nesse segmento”, diz.

*Com informações do jornal Valor Econômico/Foto: USP Imagens

Moreira diz que Casa da Moeda vem dando prejuízos seguidos

O ministro da Secretaria-geral da Presidência afirmou que o negócio principal da empresa é produzir moeda, contudo, o consumo de moeda no Brasil está caindo

Estadão, 23 ago 2017, 18h12
Moreira Franco: "Usamos cada vez menos papel moeda e moeda" (Adriano Machado/Reuters)

Brasília – A ideia de privatização da Casa da Moeda foi levada pelo Ministério da Fazenda ao governo federal e fortemente apoiada pelo ministro da Secretaria-geral da Presidência da República, Wellington Moreira Franco.

Um dos argumentos do governo é que há prejuízos crescentes na estatal ao mesmo tempo em que, diante do avanço tecnológico, brasileiros usam cada vez menos cédulas e moedas.

“A Fazenda vai aprofundar estudos sobre o destino da Casa da Moeda, que vem tendo prejuízos sucessivos. Isso acontece porque o negócio principal da empresa é produzir moeda e acontece que o consumo de moeda no Brasil cai. Ou seja, usamos cada vez menos papel moeda e moeda”, disse o ministro, após reunião do conselho do Programa de Parceria de Investimento (PPI).

“Isso significa que a saúde financeira está extremamente debilitada pelo avanço da tecnologia”, completou.

Moreira Franco defende a venda da estatal antes que a companhia chegue a uma situação de prejuízos tão grandes que passaria a depender do dinheiro do Tesouro Nacional.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Dirceu: Criar um, dois, três, mil comitês em defesa de Lula

Não podemos cometer o erro de não lutar, como no impeachment

Conversa Afiada, 10/11/2017

Lutar com as nossas armas!

O Conversa Afiada reproduz do Nocaute artigo do Ministro José Dirceu:
O ano de 2017 seguramente se encerra de forma tragicômica, com o espetáculo da Suprema Corte e do Senado fazendo justiça unicamente para Aécio Neves.

Antes valia tudo: ônus da prova cabendo ao acusado, condenação sem provas (por convicção ou pela literatura jurídica), domínio do fato (uma aplicação que nem o autor da teoria aprova) e trânsito em julgado parcial, com execução penal após condenação em segunda instância.

Paralelamente, o país assiste, bestificado, ao festival de compra de votos e de barganhas para livrar o usurpador de ser processado por denúncia apoiada em delações altamente suspeitas, forjadas a fórceps. À base de chantagem, fraude e escutas arquitetadas a quatro mãos, entre a Procuradoria Geral da República e investigados também suspeitos de tramarem nas sombras a montagem de falsas provas e flagrantes.

Tudo pode acontecer. Menos anular delações, por mais ilegais que sejam. Não importa se fraudadas e montadas por meios criminosos, sob a suspeita de colaboração com os delatores, inclusive de membros da própria PGR.

A ladainha é que ilegalidades e práticas condenáveis não contaminam as delações, como se elas se constituíssem em provas em si e de per si, por um sopro divino. Mas o que se constata é a interferência da mão um tanto demoníaca, vingativa e punitiva da PGR.

Enquanto isso, vende-se o país, violentam-se e extinguem-se direitos. Até o da liberdade do próprio trabalho, por meio de um decreto infame, restabelecendo a escravidão.

Nada detém a sanha dos que traíram o juramento constitucional e o pacto social e político que refundou nossa democracia. Por dinheiro e poder, não descartam o uso da força, como alertam seus apaniguados mercenários, pois há que proteger e sustentar o rentismo e a usura, em nome de promessas que jamais serão cumpridas. Como não foram no passado recente, seja na ditadura ou na era FHC.

Não satisfeitos com o golpe, praticam o poder sem limites, delegado por um Congresso Nacional submisso e vendido em praça pública. Não se inibem com a vizinhança de uma Suprema Corte entretida com discursos retóricos sobre a moralidade e os princípios constitucionais que os próprios ministros rasgaram ao darem passagem a um golpe parlamentar agora desmascarado, porque comprado com dinheiro da corrupção. Fato que se tornou público e notório e que todos os integrantes do STF estavam cansados de saber – é vedado a eles o direito de alegar desconhecimento, engano ou engodo.

E a força do poder real se manifesta no mercado, no capital financeiro bancário, nos interesses dos rentistas. Assim como na tecnoburocracia policial e judicial encastelada no Estado, ávida por ascender à faixa do 1% habitada pelos mais ricos, com seus estilos de vida luxuosos e faustosos, almejando ser celebridade. Manifesta-se também na mídia controlada pela família Marinho, uma das mais ricas do país – riqueza conquistada à sombra da ditadura, manchada pelo sangue dos torturados e assassinados, pela corrupção sistêmica e impune da era militar.

Essa tríplice aliança decretou que Lula não pode ser candidato, que nosso povo não pode ser nacionalista, que o Estado não deve e não pode ser de bem-estar social. E que o trabalho e sua renda, como toda renda, devem servir ao deus mercado – leia-se, ao interesse da minoria dominante.

A eleição acontecerá, apesar de desejo explícito das elites de acabarem com ela, seja pelo prolongamento do golpe parlamentar, com um quê de legalidade e moralidade via parlamentarismo e voto distrital.

Mas o medo do povo — afinal, os políticos têm que salvar a própria pele e precisam pensar nas próximas eleições — emperra as reformas “salvadoras” e já derrotou o distritão. E a reação dos trabalhadores das cidades e do campo e das classes médias, duramente atingidos pelas reformas, certamente irá colocar em risco a reeleição de centenas dos hoje servidores fieis do golpista – e que amanhã serão opositores desde sempre.

Tudo estava preparado para a eliminação civil e, se possível, física de Lula, com condenação de dezenas de anos de prisão, sem direito de responder em liberdade, após condenação em segunda instância. Mas eis que o povo não desiste e insiste em eleger Lula presidente pela terceira vez, incapaz de entender os desejos dos senhores da vez. Não por ignorância, mas por desconfiança, conhecimento e experiência passada.

Não podemos nos comportar como se nada tivesse ocorrido. Nem o golpe e nem a perseguição implacável a Lula e ao PT, com sistemática campanha de criminalização do ex-presidente e do nosso partido. Tampouco toda a violência estimulada pela mídia contra nós, desde as manifestações de 2013. Manifestações copiadas e manipuladas pela direita e pelos golpistas com apoio externo – hoje comprovado -, a serviço das privatizações e da entrega do patrimônio nacional. Indignação, revolta e protestos que desapareceram não só da mídia e dos tribunais, mas também das ruas, quando chegou a hora do PSDB, da mídia, dos bancos e da própria Justiça.

Nenhum de nós poderá, de boa-fé, alegar desconhecimento do que significa o golpe em marcha, até pela experiência histórica do caráter violento e da total ausência de qualquer compromisso moral por parte de nossos adversários, da nossa direita e da nossa elite. Eles jamais vacilam e são capazes de toda violência e do uso da força, como vimos várias vezes em nossa história e das quais estamos agora mesmo sendo vítimas.

Daí, a necessidade urgente de dizer em alto e bom som que é preciso se preparar para fazer Lula candidato, garantir seu registro, fazer sua campanha, vencer a eleição e garantir sua posse. Uma vez no governo, garantir o exercício do poder para fazer as mudanças estruturais que o país exige, sob pena de governamos para eles, para gerir sua crise e atender a seus interesses, não os da nação e do povo.

E só há uma forma, uma maneira de garantir a eleição de Lula e o exercício do governo: com poder. E o único que temos para garantir o poder é a consciência política e social de nosso povo, sua organização e mobilização, a luta nas ruas, bairros, fábricas, campos, escritórios, comércios, escolas de todo o país. Começando por organizar um, dois, três…centenas, milhares de comitês em defesa de Lula, com o povo, ao lado do povo e pelo povo trabalhador. Fora disso, vamos lançar nosso país e nosso povo numa aventura e, como sempre acontece, quem pagará o preço da reação dos de cima será o próprio povo trabalhador e seus filhos, incluindo seus legítimos líderes e condutores.

Não temos o direito de errar de novo, como no impeachment, quando não fomos capazes de defender a Constituição e o mandato popular soberano da presidente eleita em 2014.

Que a lição nos ensine que não há alternativa, a não ser a luta e o combate no nosso campo, com nossas armas. E não no campo e com as armas do adversário, ou inimigo – se formos tratá-los como eles nos tratam.

A hora é de definições, de escolher o lado e a luta, criar um, dois, três…muitos comitês, tantos quantos forem necessários para fazer Lula candidato, vencer a eleição, tomar posse e governar com o povo.

Com o fim da CLT, empresas já suprimem direitos dos trabalhadores


Empresas de vários segmentos da economia já definiram as primeiras retiradas de direitos dos trabalhadores amparadas pela lei da reforma trabalhista, patrocinada pelo governo de Michel Temer e que entra em vigor nesta sábado, 11, no País; na construção civil, um dos setores que mais geram empregos no País, as empresas decidiram ampliar a terceirização, acabar com o pagamento de horas extras em horários ociosos.

No comércio, poderão trabalhar mais de três domingo consecutivos, enquanto a área têxtil planeja reduzir o horário de almoço e implementar a demissão consensual.

Nesta sexta-feira, 10, milhares de trabalhadores estão nas ruas do País em protesto contra a reforma trabalhista.

Depois de golpear o Brasil, Aécio destrói o PSDB

O destruidor continua em ação

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) conseguiu uma proeza; depois de liderar, em 2016, um golpe que destruiu a democracia brasileira e permitiu que uma quadrilha se instalasse no poder, ele conseguiu agora implodir seu próprio partido.

Ao destituir o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), Aécio revoltou o governador Geraldo Alckmin e fez até com que a Globo, tradicional fiadora do PSDB, abandonasse o barco.

Para Miriam Leitão, a impunidade subiu à cabeça de Aécio e Merval Pereira diz que o político mineiro atirou seu partido no precipício.

Centrais votam greve geral contra a Reforma da Previdência


A manifestação mais numerosa desta sexta-feira (10), dia de protestos por todo o país, na Praça da Sé, região central de São Paulo, terminou com uma votação aprovando um dia nacional de paralisação, ou uma greve geral, se o governo insistir na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, de "reforma" da Previdência.

Na opinião dos dirigentes sindicais, é preciso eleger uma nova representação parlamentar aliada dos trabalhadores para reverter as medidas tomadas pelo governo Temer.

O que eles pensam

Homem que aparece ao lado de Waack é diretor da instituição que levou Moro aos EUA Paulo Sotero é diretor do Wilson Center de Washington, Estados Unidos, um dos mais poderosos think tanks do mundo e é também responsável por levar o juiz Sergio Moro para fazer palestras nos EUA.

Lula, a única saída democrática possível em 2018 Em relação à corrida presidencial de 2018, a direita liberal, que comandou o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, está num “mato sem cachorro”, como diz o ditado popular. Se Lula for candidato, só conta com o fascista Bolsonaro para enfrentá-lo. Se Lula não for candidato, não tem nenhum nome que enfrente Bolsonaro.

Göring ou Goebbels, o PSDB em foco Para gáudio de todos, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) promoverá eleição para Presidente do Partido. Não se sabe se em torno de um Château Pétrus ou de algum renomado Grand Cru de Bourgogne. Mas, certamente, limitada à "massa cheirosa".

Novas e jovens candidaturas ocupam vácuo político e animam esfera pública para 2018 Tanto Manuela quanto Boulos podem animar a esfera pública e o debate político no Brasil com a apresentação de novas narrativas que superem o crescente discurso conservador. Ademais, a simples presença desses nomes na corrida eleitoral pode contribuir para inserir temas invisibilizados na agenda política.

Ciro Gomes e Manuela D'Ávila O Brasil precisa virar a página. Necessita avançar em um novo paradigma político e uma chapa Ciro Gomes-Manuela D’Ávila é capaz de proporcionar uma nova era para o bem do Brasil e da Democracia.

Dia de lutas e paralisações. Reajamos! Nesta sexta-feira, dia 10, faremos muitas manifestações em todo o Brasil, sobretudo aqui em São Paulo, contra as políticas de retirada de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários que se alastrou pelos três níveis de governo, Federal, Estadual e Municipal. Será um ato de cidadania contra a quadrilha de Temer, Padilha e Moreira Franco.

Alckmin arrocha os trabalhadores e agrada Temer A população pobre, que mais depende da rede de serviços públicos, será a parcela mais afetada pelas medidas defendidas por Alckmin. Diante de uma situação de estagnação econômica, altas taxas de desemprego e queda nos rendimentos reais dos trabalhadores, as demandas sociais crescem. Entretanto, o Estado fecha os olhos para essa realidade e aprofunda ainda mais os efeitos da crise.

Escola sem Partido, sem partido Um procurador do estado de São Paulo, coincidentemente (ou não), é o líder fundador do Movimento Escola Sem Partido. Falamos aqui de sua excelência, o Dr. Miguel Nagib. O procurador Nagib conta-nos sua saga de defensor das criancinhas ameaçadas pelos poderes do mal, representados pelos inescrupulosos professores.

Racismo de âncora da Globo simboliza racismo da mídia brasileira Alguém está surpreso? Não, mas não é por supormos todos que esse sujeito é racista, apesar de que sempre achei que seria. Não estou surpreso porque a grande mídia e a publicidade brasileiras são racistas.

A Justiça dos "3 TS" "Há dez, 15 anos atrás, todo mundo dizia: a Justiça brasileira é a Justiça dos '3 Ps'. Quem é mais velhinho aqui vai lembrar disso. É pobre, preto e prostituta", disse ele. Janot até poderia ter razão se a Justiça do "3 Ps" não tivesse se transformado na Justiça dos '3 Ts' – traição, totalitarismo e trambiques.

Se condenar Lula, Justiça será implacavelmente julgada pela História O Judiciário - considerando-se o que indicam as pesquisas de opinião - a reboque de uma parcela do Ministério Público parcial, partidária e irresponsável - não apenas entregará o país ao fascismo em 2019, aceitando alterar conscientemente o curso da História, impedindo a sagrada, livre, democrática, manifestação da soberania popular por meio do voto, como será, por isso, implacavelmente julgado, e, com certeza, condenado pela própria História no futuro.

O DF que a gente quer! O DF é hoje um enorme desafio! Combina uma intricada rede institucional de divisão de responsabilidades e atribuições; com uma enorme população residente ou usuária da sua estrutura econômica e de serviços.

A classe golpista vai ao paraíso (fiscal) Eu acho meio estranho que o Ministro da Fazenda, que é também o chefe da Receita Federal, Henrique Meirelles, sacerdote-mor do culto dos adoradores do deus mercado, tenha dinheiro no paraíso fiscal, nas Bermudas, onde, inclusive, você pode ter mil meios legais, lá, de escapar de imposto.

As lições do chavismo à esquerda brasileira Duvido que na Venezuela os governos chavistas engordem a mídia golpista com montanhas de dinheiro de publicidade como aconteceu aqui. As consequências do erro estratégico de renunciar aos instrumentos de poder a cada dia se tornam mais dramáticas diante da voracidade com a qual a Casa Grande do nosso país avança sobre os direitos do povo e o patrimônio público.

Elites escravocratas Entre 1995 e 2015, 50 mil trabalhadores foram resgatados de situação análoga à escravidão por meio da fiscalização integrada pelo Ministério do Trabalho. Entre 2011 e 2015, foram 10 mil resgatados. Esses números mostram como o combate a essa terrível prática, no meio rural e nas cidades, foi evoluindo neste período e o Brasil se tornou referência mundial na ação contra o trabalho escravo.

O general Mourão e o pensamento militar brasileiro Falando "como o Exército pensa", o general declarou que seus companheiros do alto comando da sua força entendem a possibilidade de uma intervenção militar no Estado nacional se "as instituições" não derem um tratamento devido à corrupção dos políticos. Neste caso, os militares iriam impor a desejada solução: a retirada da vida pública de todos os envolvidos.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Moro, e o Juiz Paula que não quer penduricalhos?

Ministro Fux, que juiz exemplar, não?

Conversa Afiada, 09/11/2017

O Judge Murrow tem um salário que engorda com os penduricalhos.

Como diz a professora Virgínia Fontes, Lava Jato, como diz o próprio nome, só lava por fora: deixa o salário do Moro sequinho lá dentro.

Quá, quá, quá!

Ah, esses moralistas sem moral!

Foi o Ministro Fux, que matou o Lula no peito, quem legalizou um dos melhores penduricalhos: a moradia!

Agora, vejam o que fez o Juiz Carlos Alberto Gomes de Oliveira Paula:

Juiz Oliveira Paula: que tal obedecer à Constituição?

Fachin pede que Dodge se manifeste sobre denunciante dos R$ 51 milhões de Geddel

Por que Geddel quer saber quem é o denunciante?  Quais providências Geddel tomará quando souber quem o denunciou?

Ministro do STF Edson Fachin deu um prazo de 48 horas para que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se manifeste sobre o pedido do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que está preso em Brasília no âmbito da Lava Jato, para ter acesso ao telefone do denunciante do apartamento onde foram encontrados R$ 51 milhões que pertenceriam ao peemedebista segundo investigações da Polícia Federal.

Aécio dá o Golpe em Tasso!

E entrega o poder a um ministro de Temer: José Serra!

Conversa Afiada, 09/11/2017
Aécio (D) ao Tasso: vamos conversar? (Reprodução)

Tasso Jereissati, como se sabe, é o Pinochet do Ceará.

Mas, não foi por isso que o Mineirinho, o que chama o Ministro Gilmar de "Gilmar", apunhalou Tasso pelas costas:

Pressionado por ministros tucanos, o senador Aécio Neves (MG) destituiu o senador Tasso Jereissati (CE) da presidência interina do PSDB nesta quinta-feira (9).

Depois de conversar com tucanos governistas, Aécio foi pessoalmente ao gabinete de Tasso comunicar sua decisão.

Aécio argumentou que queria "isonomia" na disputa pela presidência do PSDB. Tasso disputa o cargo com o governador de Goiás, Marconi Perillo.

Tasso assumiu interinamente o comando do partido em maio, após Aécio se licenciar do cargo por ter sido gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário e delator Joesley Batista.

Na Fel-lha: para o lugar do senador cearense, o mais chato indicou o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, que deve ocupar o posto até 9 de dezembro, quando se realiza a convenção nacional do partido.

Goldman é o Careca e o Careca é Goldman.

Logo, o maior dos ladrões acaba de assumir a presidência do PSDB.

PHA

Voam penas no PSDB: Aécio destitui Tasso


O senador Aécio Neves amplificou a divisão no PSDB faltando um mês da reunião que elegerá o novo comando do partido e destitui o senador Tasso Jereissati do comando interino da sigla.

Em seu lugar assume o ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman.

Depois de uma conversa rápida, Aécio pediu que o colega entregasse o cargo, mas Tasso disse que preferia que a decisão partisse do próprio Aécio.

Nesta quarta-feira (8), Tasso se lançou candidato à presidência do partido, com um discurso forte de combate à corrupção, reconhecimento de erros e anunciando a adoção de regras de governança para os filiados.

O líder do golpe parlamentar que arruinou o País e sua democracia, Aécio dá um golpe agora no próprio partido.

Zanin: Lula ja comprovou que aluguéis foram pagos e MPF reforça "Lawfare"

Isso é ou não é uma molecagem do MPF?

Advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Lula, criticou o pedido feito nesta quinta-feira, 9, pelo MPF para ouvir novamente o empresário Glauco da Costamarques e o contador João Leite mesmo depois da entrega dos recibos originais dos pagamentos de alugueis do imóvel vizinho ao do ex-presidente em São Bernardo do Campo.

"O pedido agora formulado pelo MPF para ouvir novamente o Sr. Glaucos, que já confirmou ser o proprietário do imóvel, revela mais uma tentativa de mudar o foco da ação ao invés de reconhecer a improcedência da acusação veiculada na denúncia", diz Zanin.

"Essa nova iniciativa do MPF reforça o mau uso das leis e dos procedimentos jurídicos para perseguir o ex-Presidente Lula, fenômeno que definimos como 'lawfare'".

Com mudança na PF, avança o “Plano Jucá”


Falta pouco para que se cumpra um dos objetivos do golpe de 2016: com a indicação do novo diretor da Policia Federal por caciques do PMDB, vai se fechando o “Plano Jucá”, de “estancar a sangria” dos políticos pela Lava Jato, que deveria começar pela derrubada de Dilma Rousseff e sua substituição por Michel Temer. O que atrasou o plano foram as denúncias contra Temer mas agora Janot já foi trocado na PGR, o STF já deu carta-branca ao Legislativo para barrar ações contra parlamentares e arma-se a domesticação da PF.

O relator da CPI da JBS, deputado Carlos Marum, aquele que cantou e dançou no plenário após a segunda absolvição de Temer, promete “investigar quem nos investigou”. Quer convocar Janot, os procuradores Deltan Dallagnol e Carlos Fernando, quem sabe até Sergio Moro. O que ainda falta é a Câmara aprovar o projeto sobre abuso de autoridade (disciplinando delações premiadas, conduções coercitivas e prisões preventivas) e o STF revogar as prisões a partir da segunda instância.

Neste sentido, o golpe é vitorioso. Derrotado é o país, pelos efeitos desastrosos produzidos pelo governo de Temer.

Vale recordar o que dizia Jucá na conversa gravada em março do ano passado por Sergio Machado, pouco antes da autorização do impeachment pela Câmara. A gravação vazou em 23 de maio de 2016, com Dilma já afastada. Machado havia procurado os peemedebistas pedindo ajuda para evitar a própria prisão mas em verdade juntava munição para negociar uma delação premiada. Logo no início da conversa, examinando as ameaças da Lava Jato aos políticos, eles concluem:

MACHADO - Tem que ter um impeachment.

JUCÁ - Tem que ter impeachment. Não tem saída.

MACHADO - E quem segurar, segura.”

A conversa evolui, e tratam da situação de Machado.

JUCÁ - Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. [...] Tem que ser política, advogado não encontra [inaudível]. Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra... Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria.

MACHADO - Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel..

JUCÁ - Só o Renan que está contra essa porra. 'Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha'. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.

MACHADO - É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.

JUCÁ - Com o Supremo, com tudo.

MACHADO - Com tudo, aí parava tudo.

JUCÁ - É. Delimitava onde está, pronto.

MACHADO - O Renan é totalmente 'voador'. Ele ainda não compreendeu que a saída dele é o Michel e o Eduardo. Na hora que cassar o Eduardo, que ele tem ódio, o próximo alvo, principal, é ele. Então quanto mais vida, sobrevida, tiver o Eduardo, melhor pra ele. Ele não compreendeu isso não.

JUCÁ - Tem que ser um boi de piranha, pegar um cara, e a gente passar e resolver, chegar do outro lado da margem.

MACHADO - A situação é grave. Porque, Romero, eles querem pegar todos os políticos. É que aquele documento que foi dado...

JUCÁ - Acabar com a classe política para ressurgir, construir uma nova casta, pura, que não tem a ver com...

MACHADO - Isso, e pegar todo mundo. E o PSDB, não sei se caiu a ficha já.

JUCÁ - Caiu. Todos eles. Aloysio, Serra, Aécio...

MACHADO - Caiu a ficha. Tasso também caiu?

JUCÁ - Também. Todo mundo na bandeja para ser comido.

MACHADO - O primeiro a ser comido vai ser o Aécio.

JUCÁ - Todos, porra. E vão pegando e vão...

MACHADO - O que que a gente fez junto, Romero, naquela eleição, para eleger os deputados, para ele ser presidente da Câmara? Amigo, eu preciso da sua inteligência.

JUCÁ - Não, veja, eu estou a disposição, você sabe disso. Veja a hora que você quer falar.

MACHADO - Porque se a gente não tiver saída... Porque não tem muito tempo.

JUCÁ - Não, o tempo é emergencial.” 

E de fato, eles pisaram no acelerador. Sergio Machado gravou também conversas com José Sarney e Renan Calheiros. Quando suas gravações vieram à luz, a primeira etapa do plano já havia sido cumprida, Dilma já fora afastada, e logo depois seria condenada pelo Senado a perder definitivamente o cargo. O “Plano Jucá” foi se cumprindo e agora a nomeação de Fernando Segóvia para o comando da PF assinala mais um avanço. Colocá-lo em prática exigiu a quebra da ordem democrática e a posse de um governo cleptocrático, que vem impondo retrocessos nos direitos e conquistas sociais e trabalhistas e entregando o patrimônio nacional.

Criador da campanha do pato - que fez o povo de pato - delata Skaf e aponta fraude no sistema S


Dono da agência Prole, que atendia o governo de Sergio Cabral, o publicitário Renato Pereira também delatou o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, Paulo Skaf.

Segundo ele, Skaf fraudou a licitação da publicidade do Sesi e do Senai e contratou sua agência para usar os recursos em proveito pessoal, inclusive com a contratação de pesquisas sobre seus adversários na disputa para o governo de São Paulo, em 2014.

A delação tem ainda mais importância porque foi Pereira quem criou a campanha "não vou pagar o pato", que colocou patos amarelos nas ruas para estimular o golpe de 2016 contra a democracia brasileira.

Quando a justiça vai decidir que a União repasse o dinheiro que deve à Educação?

Em tese, o que está acontecendo é um conluio entre Judiciário e Executivo, para o não pagamento da dívida que começou há quase 20 anos 


Entre 1998 e 2006, o Fundef - que depois passou a se chamar Fundeb - repassou a menos, aos Estados e Municípios, cerca de 90 bilhões de reais, dos quais cerca de 54 bilhões seriam para os professores. Consequentemente, os professores que trabalhavam na época, deixaram de receber um valor a mais.


Agora, a princípio, só falta a justiça decidir sobre como será a divisão do dinheiro. Uns entendem que os recursos destinados aos professores (60% – cerca de R$ 54 bilhões) devem ser repartidos com todos os docentes que estiverem nos quadros atuais das redes públicas de ensino. Outros, que o direito é apenas dos que já estavam no setor na época em que os repasses do Fundef foram feitos de forma errada, ou seja, de 1998 a 2006.


Para que a justiça seja feita, o correto é que os cerca de 54 bilhões sejam divididos entre os professores que trabalhavam na época e receberam a menos e, que a outra parte, 40% - cerca de 36 bilhões, seja destinada, como prevê a legislação atual, para a área administrativa, que não pode retroagir no tempo.