segunda-feira, 28 de novembro de 2016

ONU e Lula encostam o Moro contra a parede

Governo tem 61 dias para explicar perseguição a Lula

Conversa Afiada, 28/11/2016

O Conversa Afiada reproduz nota dos advogados do Presidente Lula:

O Comitê de Direitos Humanos da ONU informou ter registrado a carta de atualização do Comunicado feito ao órgão pelo ex-Presidente Luiz Inacio Lula da Silva em 28/7/2016. Na condição de advogados de Lula, juntamente com o especialista em direitos humanos Geoffrey Robertson, fomos também informados do novo prazo dado ao governo brasileiro - 27/01/2017 - para os esclarecimentos pedidos.

O recebimento desse novo comunicado da ONU coincide com as primeiras audiências realizadas na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, que bem ilustraram a ausência de imparcialidade na condução do julgamento de Lula, como assegura o Pacto de Direitos Civis e Políticos da ONU, confirmado pelo Brasil em 1992. O juiz Sergio Moro revelou profundo desprezo pela atuação dos defensores do ex-Presidente nesses atos, evidenciando suas posições preconcebidas sobre o caso.

Embora as 11 testemunhas de acusação ouvidas tenham afastado qualquer participação de Lula no recebimento de vantagens indevidas e em relação a qualquer relação entre o ex-Presidente e o triplex do Guaruja, Moro afirmou que a defesa era "retórica" e desprovida de argumentos.

Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins

Para sociólogo governo Temer é o mais degradado e degradante da história

Aldo Fornazieri, sociólogo, caracteriza  o governo Temer como quadrilha

"A ousadia da quadrilha é de tamanha envergadura que no silêncio sinuoso das noites brasilienses conspirava-se à larga para anistiar centenas de corruptos, não só pelo caixa 2, mas por todos os crimes conexos envolvendo as propinas relativas a desvios de empresas estatais. A conspiração atravessava os corredores do Planalto, da Câmara dos Deputados e do Senado e tinha em Temer um dos principais interessados por ser beneficiário direto", diz o sociólogo Aldo Fornazieri.

Cunha decide implodir Temer na Lava Jato


Não poderiam ser mais ameaçadoras as perguntas feitas por Eduardo Cunha a Michel Temer, sua testemunha, na Operação Lava Jato.

Basicamente, Cunha questiona Temer sobre os principais operadores do PMDB, como Jorge Zelada, ex-diretor da área internacional da Petrobras, e José Augusto Henriques, lobista do setor de petróleo – ambos presos em Curitiba.

Cunha também questiona sua testemunha sobre sua relação com o empresário José Yunes, melhor amigo de Temer e tido no mercado como parceiro do peemedebista em empreendimentos imobiliários.

Assim sendo, Cunha já decidiu que não vai morrer sozinho, sem levar seu principal aliado, que sempre foi Michel Temer.

Paulo Pimenta: "Brasil está sendo governado por uma quadrilha"


Para o deputado, as traições que vêm à tona, como no caso de Marcelo Calero, que disse ter gravado ministros e o próprio presidente, "são um sintoma que tudo está podre no reino de Temer e Cia".

"Brasil está sendo governado por uma quadrilha. Os setores que apoiaram o golpe não sabem o que fazer", comenta Pimenta nas redes sociais.

Ele ironiza ainda o temor de Michel Temer pela divulgação do áudio de Calero que pode derrubá-lo: "Vejam só... Temer, expert em vazar áudios, agora treme com a possibilidade da conversa que teve com Marcelo Calero vir à tona".

O petista afirma que "o golpe apodreceu".

PSOL protocola pedido de impeachment contra Temer


Em meio ao maior escândalo de seu governo, depois de seis meses no poder Michel Temer já é alvo de seu primeiro pedido de impeachment.

O documento é assinado pelo presidente nacional do Psol, Raimundo Luiz Silva Araújo, que alega que o presidente cometeu crime de responsabilidade no episódio que culminou na queda de Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo.

O pedido será agora analisado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

"Pressão de Temer sobre Calero a favor de Geddel, agora sim estamos diante de um Crime de Responsabilidade sem margem para dúvidas", comentou o deputado Ivan Valente (Psol-SP).

Confira aqui a íntegra do pedido de impeachment do partido.

Depois de Geddel, Temer terá que demitir Padilha


A entrevista do ex-ministro Marcelo Calero ao Fantástico foi devastadora para o governo de Michel Temer, que já está nas cordas.

Além de reiterar que foi pressionado por Temer e por Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, a atender um interesse privado do ex-ministro Geddel Vieira Lima, ele deu a entender que gravou Padilha numa situação constrangedora, mas que não poderia confirmar para não atrapalhar as investigações da Polícia Federal.

A Temer, que o chamou de indigno, por ter feito as gravações, ele mandou um recado: "o servidor público tem que ser leal, mas não pode ser cúmplice".

Ele também repetiu que Temer pediu a ele que aceitasse as pressões ilegítimas de Geddel, ao dizer que "a política tem dessas coisas".

Para continuar respirando por aparelhos, Temer terá que demitir Padilha – de preferência, antes que apareçam as gravações.

Folha implode a divisão da chapa Dilma/Temer


Jornal revela que assessores de Michel Temer foram pagos com recursos da campanha de Dilma em 2014. O assessor de Comunicação de Temer, Marcio Freitas, que foi uma das pessoas pagas pelo PT, saiu-se com o argumento – frágil, diga-se de passagem – que Temer defende a divisão pelo caminho da arrecadação distinta, e não dos gastos separados.

Assim, se Temer não cair pelas denúncias de Marcelo Calero, será fatalmente afastado no TSE. Isso sem falar na polêmica história de Otávio Azevedo, que disse ter dado R$ 1 milhão em propina à chapa, mas mudou sua versão quando soube que destinatário era Temer.

PT e PSOL finalizam seus pedidos de impeachment de Temer


“Se Geddel saiu do cargo sob a acusação de tráfico de influência e advocacia administrativa, Temer também que sair. Os dois são alvos da mesma acusação”, diz o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

“A entrevista que o presidente deu foi um tiro no pé. Reforçou a gravidade das denúncias e a fragilidade do governo”, afirmou o senador; ontem, no Fantástico, o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, afirmou que Temer lhe propôs uma espécie de "chicana" jurídica para que o interesse ilegítimo de Geddel Vieira Lima fosse atendido.

"Temer constrangeu e ameaçou um funcionário subordinado, o que prova que estava arbitrando em favor de Geddel", diz o deputado Ivan Valente (Psol-SP), que também deve apresentar nos próximos dias seu pedido de impeachment.

domingo, 27 de novembro de 2016

Janio: por que FHC correu para abraçar Temer

O que será do Juiz e do Delegado que humilharam o Garotinho?

Conversa Afiada, 27/11/2016

Do artigo de Janio de Freitas, na Fel-lha:

É ao menos original, para não dizer que é cômico. O país derrete, com as atividades econômicas se desmilinguindo, o desemprego crescendo, cai até a renda dos ricos, a maior empresa do país é vendida em fatias, pouco falta para trocarem de donos os trilhões do pré-sal –e o presidente da República passa a semana ocupando-se com um apartamento que nem existe. Ou só existe no tráfico de influência de um (ex)ministro e na advocacia administrativa do próprio presidente.

Se Dilma foi processada por crime de responsabilidade, como quiseram os derrotados nas urnas, Michel Temer é passível de processo, no mínimo, por crime de irresponsabilidade. É o que explica a pressa de Aécio Neves e Fernando Henrique para cobri-lo com uma falsa inocência. "Isso [a ação de Geddel] não atinge Temer nem de longe", diz Aécio, que na presidência da Câmara foi o autor de algumas das benesses mais indecentes desfrutadas pelos deputados.

Fernando Henrique define os atos de Geddel e de Temer como "coisas pequenas". Comparados à entrega, por ele, do Sistema de Vigilância da Amazônia à multinacional Raytheon, ou confrontados com as privatizações que manipulou até pessoalmente (e com gravação), de fato as ordinarices atuais são "coisas pequenas". Mas se "o importante é não perder o rumo", só isso, Temer, Geddel, Moreira e outros não o perderam. Nem desviam o país do rumo desastroso, único que lhe podem dar com sua incompetência e leviandade.

O comprometimento de Michel Temer com a manobra de Geddel não precisaria ser mais explícito. Sua acusação a Marcelo Calero, de que "a decisão do Iphan criou dificuldades ao [seu] gabinete" porque "Geddel está bastante irritado", diz o que desejava de Calero: a ilegalidade de uma licença incabível, para não "criar dificuldades" ao gabinete e, portanto, ao próprio Michel. Apresentar a ilegalidade como a forma correta de conduta, quando está em causa um interesse contrário à responsabilidade e à lei, é um comprometimento inequívoco com o interesse e com o tráfico de influência que o impulsiona.

Tem a mesma clareza a igualdade de ideia, e até de palavras, que Calero ouviu de Temer, de Eliseu Padilha e do secretário de Assuntos Jurídicos, Gustavo Rocha, em ocasiões diferentes. Todos lhe falaram em "construir uma saída", mandando "o processo para a AGU", a Advocacia-Geral da União. Lá, como disse Temer a Calero, "a ministra Grace Mendonça tem uma solução". A igualdade demonstra a combinação de uma estratégia para afinal impor a ilegalidade. Fosse por já terem a concordância de Grace Mendonça, como sugere a afirmação de Temer, fosse por a verem como maleável.

Michel Temer não poderia mesmo ser "atingido nem de longe". Está chafurdado na manobra de Geddel, a quem buscou servir em autêntica advocacia administrativa em nível presidencial. Corrupção, nada menos.

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Por seis a um, Anthony Garotinho foi liberado pelo Tribunal Superior Eleitoral até de prisão domiciliar.

De um ponto de vista acima do resultado pessoal, há grave problema institucional em sua prisão: se existirem, são mínimas as dúvidas de que Garotinho foi vitima de represália de um delegado da PF e é provável que também de um juiz. No início do mês, o delegado Paulo Cassiano foi objeto de uma representação do ex-governador à Corregedoria da PF, por abuso de autoridade e violência em Campos. O juiz Glaucenir Silva decretou a prisão pedida pelo delegado, sem base para essa decisão. O projeto sobre abuso de autoridade deve ser votado nos próximos dias, caso Sergio Moro e um batalhão de procuradores federais não conseguirem impedi-lo. E, para o bem dos cidadãos em geral, é difícil que consigam.

(...)

PF ajudou Calero a grampear Temer

Tem que fechar a PF e só reabrir depois de uma lavagem

Conversa Afiada, 27/11/2016


Neste domingo (27/11), as atenções do universo político estarão voltadas para a entrevista que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero concedeu à jornalista Renata Lo Prete. Um teaser exibido no “Jornal Nacional” deste sábado (26) demonstra o potencial das revelações feitas pelo diplomata ao programa “Fantástico”, da Rede Globo.

Calero admite ter gravado o presidente da República, Michel Temer, e outros integrantes do governo. O diplomata contou que pediu orientações a “amigos policiais federais”. Segundo Calero, as gravações das conversas com Temer foram feitas por telefone.

No dia 18 de novembro, o diplomata deixou o cargo e informou à Polícia Federal que gravou o presidente Michel Temer, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo). Ele acusa Geddel e o presidente de terem lhe pressionado para aprovar a construção de um edifício em área tombada de Salvador. Geddel seria um dos beneficiários com a construção, já que é dono de um apartamento no prédio em questão.

A denúncia do ex-ministro da Cultura abriu uma crise no governo, que provocou o pedido de demissão de Geddel na última sexta-feira (25/11).