terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

'Tem agente público vestindo camisa do PSDB', diz líder do PT

O que contraria a lei,  o respeito a coisa pública e a sensatez

O líder do PT na Câmara, deputado federal Afonso Florence (BA), afirmou nesta segunda (22) que há agentes públicos “vestindo a camisa do PSDB” e que isso compromete a imagem das instituições de investigação e fiscalização do Estado.

"Há distorção com foco no PT, nas contas da presidenta Dilma, e no ex-presidente Lula, e um diversionismo em relação a provas contundentes em relação ao PSDB. Hoje, temos a blindagem do PSDB e a condenação prévia do PT, sem provas", criticou.

Segundo ele, a operação Lava Jato é conduzida “a conta-gotas, de acordo com o andamento da disputa política no Brasil”.

Steinbruch, dono da Companhia Siderúrgica Nacional, diz que aposta no Brasil


Dono da CSN, Benjamin Steinbruch cita o período de 2003 a 2014, no qual o país criou 17,7 milhões de empregos formais, um período de crescimento da economia e da renda.

E diz que, por maiores que sejam as dificuldades brasileiras, foge do coro dos pessimistas: “chegou o momento em que todos precisam sair de trincheiras políticas e ideológicas para abraçar o Brasil e começar a sugerir o que fazer para consertá-lo”.

Dilma recebe hoje o ministro do Esportel, a vice-presidente da Argentina e a diretora-geral da OMS

A presidenta Dilma Rousseff recebe nesta terça-feira (23), às 9h30, o ministro do Esporte, George Hilton, no Palácio do Planalto. Às 12h30, se reúne com lideranças políticas do PTB, no Palácio da Alvorada.
Às 15h, a presidenta recebe, no Palácio do Planalto, com a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan. Mais tarde, às 17h, recebe a vice-presidente da República Argentina, Gabriela Michetti, que realiza visita oficial ao Brasil entre 22 e 24 de fevereiro.

Jornais usarão Lava Jato para tentar cassar Dilma


Embora a Polícia Federal tenha sido explícita ao enfatizar que os pagamentos feitos ao marqueteiro João Santana não têm qualquer relação com a campanha presidencial de 2014, ao que se soma a declaração do juiz Sergio Moro sobre o fato de os recursos da chapa Dilma-Temer terem sido declarados, os jornais da imprensa familiar no Brasil sinalizaram, com suas manchetes desta terça-feira, que tentarão dar guarida a uma eventual tentativa de golpe via TSE.

Globo, Folha e Estado já se alistaram para a tarefa de alimentar o fogo da ação tucana que pede a cassação da presidente Dilma Rousseff e do vice Michel Temer.

João Santana foi preso por ter recebido US$ 7,5 milhões da Odebrecht no exterior e fez campanhas presidenciais em vários países onde a construtora atua, como Angola, El Salvador, Panamá e República Dominicana.

Imprensa livre é uma coisa e imprensa engajada politicamente é outra.

Por que acabou o programa do Jô Soares, na Globo?

Das muitas explicações dadas para o fim do programa do Jô Soares, estão fugindo da principal, a sua defesa do governo Dilma, da aplicação da lei e do respeito as idéias divergentes, coisa que contrariou radicalmente os "donos" da Globo.

Morre o jornalista Francisco Amaral

Foto: JParente

É com profundo pesar, que noticio o falecimento do confrade, jornalista Francisco Amaral, fato ocorrido por volta das 20 horas.

Cheguei de viagem no final da tarde de hoje, tendo sido recebido pela impactante informação de que ele havia sofrido um infarto violento, que quase o matou de imediato.

Os médicos fizeram de tudo, tendo conseguido reanimá-lo, depois de vários minutos, quando já chegou a ser cogitada sua morte.

Por volta das sete e meia da noite foi declarada sua morte cerebral, o que tornava o quadro irreversível.

Depois disso, passei a acompanhar as notícias publicadas pelos colegas, na esperança de que pudesse chegar alguma informação que alimentasse a esperança de sua recuperação, o que infelizmente não aconteceu.

Amaral era o proprietário e editor responsável do jornal Folha do Oeste, com o qual sempre mantive relação amigável.

Descanse em paz, amigo.

As condolências, minhas e de minha família para os familiares de Francisco Amaral.

O corpo está sendo velado na Câmara Municipal desde as 23 horas de hoje.

Fonte: Blog do J.Parente, 23/02/2016

"Quem vai punir os ladrões de merenda?"



"Quem vai punir os ladrões de merenda?". Com a frase levada até aos estádios paulistas pela torcida corintiana Gaviões da Fiel, jovens estudantes da rede estadual do ensino público realizaram protesto na avenida Paulista, em São Paulo. 

A "Máfia da Merenda Escolar" é investigada - por pessoas envolvidas com os acusados - pela Operação Alba Branca e envolve figuras ligadas ao governo Geraldo Alckmin (PSDB), como o deputado Fernando Capez (PSDB).

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Jornais e revistas de grande circulação no País, em pleno séx. XXI, voltam ao tempo da Inquisição

Nas redes sociais, a ignorância política supera a sensatez e aos poucos, sem nos darmos conta disso, estamos destruindo o nosso País

Os grandes jornais do País, a começar pela Folha de S Paulo, ao trabalhar matérias relacionadas ao marqueteiro João Santana, imediatamente tratou de vinculá-lo a Dilma e Lula, configurando o ilícito e o julgamento prévio, sem a comprovação, sem o direito a defesa. É isso que retrata a fotografia estampada nas matérias divulgadas hoje, quando mostram Lula e Dilma, junto com o marqueteiro.

Ora, um bilhete, não deixa de ser uma peça do processo que foi aberto, e diga-se de passagem, somente contra aqueles que tiveram ou que têm uma vinculação ao ex-presidente Lula e a presidente Dilma. E o pior, seguido, de vazamento seletivo, com direito ao massacre midiático e a clara pretensão de acabar, no sentido amplo da palavra, com a pré-candidatura de Lula à Presidência da República em 2018 e, ainda, pasmem, de apear do mandato legitimamente conquistado, a presidente Dilma.

O que está em curso é uma perseguição política terrível, que está afetando o Brasil politicamente, economicamente e também no campo das relações sociais. Hoje, se percebe a existência de uma animosidade entre os que apoiam os mandatos petistas e aqueles que são contrários.

Grande parte da população não consegue compreender, dada o massacre midiático,  a falta de informação verdadeira e a falta de politização, que o que está em jogo é algo muito maior. É uma disputa, fora das regras democráticas e aceitáveis, que está prejudicando e muito o Brasil e todos os brasileiros.

A mídia, vinculada aos interesses dos derrotados em quatro eleições presidenciais seguidas, têm sido muito cruel, mentindo e desvirtuando os fatos e ferindo de morte o estado democrático de direito.

Se instalou no País uma verdadeira "caça as bruxas" e autoridades parecem agir acima da lei e da ordem e do bom senso.

De forma articulada, se trabalha ações para tirar, de qualquer jeito o maior líder político da nossa história da disputa das eleições de 2018.

Revistas como a ÉPOCA e VEJA, se constituíram em verdadeiros partidos de oposição e atacam diariamente o governo, como se a presidente fosse corrupta, como se ela não tivesse dito com todas as letras que quer a corrupção sendo investigada e os responsáveis por práticas delituosas punidos na forma lei. E o pior, mesmo com ações judiciais contra elas, parece que nada acontece, que não fizeram nada grave, que não feriram a lei.

Não há nem uma prova cabal contra Lula e contra Dilma, mas eles já estão condenados sem o direito a defesa. É a volta da inquisição, é a prevalência dos reacionários e a imprensa é responsável direta por isso. Os valores, os princípios e o respeito estão sendo jogados na lata do lixo. Cresce a desunião e o País corre riscos enormes. 

Muita gente fala e age como a corrupção tivesse surgido agora e como se os indícios de corrupção não esteja também presente nos governos estaduais e nas prefeituras de todo o país. 

Todos os dias os jornais nacionais da vida tratam de apresentar as mesmas notícias, os mesmos personagens, o mesmo partido e muitas vezes, as mesmas mentiras.

A corrupção existe, a crise existe e todos nós, independentemente de partido, de religião e outros espaços que nos junta e nos separa, estamos sendo desafiados a nos irmanarmos e lutar contra contra ela. Por outro lado não é admissível que corruptos de carteirinha, queiram agora gritar contra a corrupção, queiram ir pra rua. O nome disso é hipocrisia!

Acusações são 'infundadas' e Brasil vive clima de perseguição, diz Santana

Ele dirá que 'nenhum centavo' recebido fora foi de campanha no país. Mas não deixa de ser muito estranha uma prisão sem provas cabais de sua participação em atos ilícitos. 

O marqueteiro João Santana afirmou nesta segunda-feira (22) que as acusações contra ele são "infundadas" mas que não está surpreso com o mandado de prisão temporária expedido contra ele na 23ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta segunda. Segundo o publicitário que comandou as campanhas presidenciais do PT desde 2006, o Brasil vive "um clima de perseguição".
Em carta endereçada ao Partido de la Liberación Dominicana, Santana pediu para ser desligado "com caráter imediato" da campanha à reeleição de Danilo Medina à Presidência da República Dominicana. Santana e sua mulher,Mônica Moura –que também teve prisão temporária decretada–, estão no país desde janeiro para cuidar da campanha de Medina, mas embarcam devolta ao Brasil ainda nesta segunda para se apresentarem à Polícia Federal.

"Me dirijo a vocês, porque, como ficaram sabendo também pelos meios de comunicação, acordei esta manhâ com a notícia de que meu nome está sendo ligado a uma suposta trama relacionada com o financiamento de campanhas políticas no Brasil", inicia o marqueteiro. "Conhecendo o clima de perseguição que se vive hoje em dia no meu país, não posso dizer que me pegou completamente de surpresa, mas ainda sim é difícil acreditar", completa.

Santana diz que sua volta ao Brasil vai lhe permitir se "defender das acusações infundadas" e que se colocou à disposição das autoridades brasileiras desde a semana passada "para esclarecer qualquer especulação".

"Facilitarei todas as informações necessárias para imprimir a verdade dos fatos, além de qualquer dúvida", diz o marqueteiro no texto.

O marqueteiro trabalhou em campanhas no Brasil e no exterior e tem um faturamento muito alto dado o seu prestigio, profissionalismo e competência.

Editoria de Arte/Folhapress 

Para se defender das suspeitas de que recebeu dinheiro ilegalmente fora do Brasil, o marqueteiro João Santana vai dizer que "nenhum centavo" recebido em suas contas no exterior provêm de campanhas brasileiras.

Segundo a Folha apurou, a linha de defesa do publicitário baiano argumentará que "todos os recursos em contas do exterior provêm, exclusivamente, de campanhas feitas em países estrangeiros".

Responsável pela campanha à reeleição de Dilma Rousseff, em 2014, Santana eximirá a presidente de qualquer irregularidade e tentará justificar os pagamentos recebidos por campanha em outros países.

Santana e sua mulher, Mônica Moura, estavam na República Dominicana trabalhando na campanha à reeleição do presidente Danilo Medina nesta segunda-feira (22), quando tiveram a prisão temporária decretada. Os dois devem chegar ao Brasil na manhã desta terça-feira (23) para se apresentarem, em seguida, às autoridades em Curitiba.

A 23ª fase da Operação Lava Jato apura transferências de US$ 7,5 milhões (R$ 30 milhões em valores desta segunda) de investigados para a conta da offshore Shellbill Finance S.A., controlada pelo marqueteiro.

Deste montante, US$ 3 milhões foram pagos por meio das contas das offshores Klienfeld e Innovation Services, que são atribuídas pelos investigadores à Odebrech. Para a Procuradoria, "pesam indicativos de que consiste em propina oriunda da Petrobras transferida aos publicitários em benefício do PT".

CARTA

Ainda nesta segunda, Santana escreveu uma carta endereçada ao partido de Medina e disse que as acusações contra eles são "infundadas" e que o Brasil vive "um clima de perseguição".

"Me dirijo a vocês, porque, como ficaram sabendo também pelos meios de comunicação, acordei esta manhâ com a notícia de que meu nome está sendo ligado a uma suposta trama relacionada com o financiamento de campanhas políticas no Brasil", inicia o marqueteiro. "Conhecendo o clima de perseguição que se vive hoje em dia no meu país, não posso dizer que me pegou completamente de surpresa, mas ainda sim é difícil acreditar", completa.

Santana diz que sua volta ao Brasil vai lhe permitir se defender e que se colocou à disposição das autoridades brasileiras desde a semana passada "para esclarecer qualquer especulação".

"Facilitarei todas as informações necessárias para imprimir a verdade dos fatos, além de qualquer dúvida", diz o marqueteiro no texto. 

Fonte:

Mirian vai processar FHC na Europa

Mirian é a Lava Jato dos tucanos

Mirian Dutra é a Lava Jato dos tucanos.

Mirian guardou todos os documentos, registrou todas as remessas e conversas, arquivou todas as cartas, bilhetes, cartões de embarque, registros de imóveis, transcrição das conversas com os chefes da Globo – tudo!

Ela se prepara para exercer a vingança há muito tempo!

Ela não tinha alternativa.

E a alternativa inevitável será processar o Casanova de Hygyenopolis na Espanha, ou seja, segundo as Leis da União Europeia.

Como?

Por submete-la a uma situação análoga à Escravidão: não poder voltar ao Brasil!

Ficar trancafiada num outro Hemisfério!

Remunerá-la através de expedientes ilegais, contas ilegais, empresas que deviam favor ao Presidente da República, seu opressor!

Violar os direitos de uma mulher e mãe de seu suposto filho!

Submeter o filho suposto a dois testes de DNA possivelmente fraudulentos!

Bem que o Moro tentou prender o João Santana para tirar a Mirian do noticiário e permitir que o Casanova de Hygyenopolis respire um pouco.

Ele e seu escudeiro, outro farsante, o Místico da Moóca.

A Mirian sabe que na União Europeia não tem Moro – do Não vem ao caso! - , não Procurador que opera no wi-fi de Deus, não tem delegado que grampeia mictório de preso – nem PiG.

Lá, a imprensa prefere as mulheres vitimadas por ditadores truculentos.

Não deixe de buscar o vídeo “Vincere”, que trata do que Mussolini fez com a amante e o filho.

Há precedentes…

Na União Europeia.

Paulo Henrique Amorim

João Santana: Moro tenta salvar Gilmar

É preciso derrubar a Dilma no TSE !

publicado 22/02/2016bessinha janot
Como se sabe, a Lava Jato será eterna!

Vai durar tanto tempo quanto necessário para derrubar a Dilma, todos os seus sucessores trabalhistas, enquanto mantém o José Dirceu em prisão perpétua.

Claro, o Lula será preso antes da Semana Santa!

E do catre só sairá quando delatar o Jacó Bittar!

Agora, temos 2.223ª fase da Lava Jato.

O objetivo é fazer o João Santana, que tentou, inutilmente, saber o que havia contra ele, municiar o Ministro (PSDB-MT) Gilmar no TSE.

Demonstrar que a Dilma e o Temer foram eleitos com dinheiro roubado - da Petrobras, de Pasadena, de Angola, do Donald Trump e do Cazaquistão.

E tornar o "julgamento" do TSE no verdadeiro processo de impítim, que fracassou.

Gilmar conseguiu!

Moro o recolheu do ostracismo!

Absolvido - sempre ! - pelo Janot, Aecím assumirá, breve, a Presidência.

A posse será no salão principal de Furnas!

E ele nomeará a irmã da Mirian Dutra Ministra da Comunicação Social!

Em tempo: a Polícia Federal escarnece, de novo: chama a 2223ª etapa de "Operação Acarajé", porque Santana é baiano. Eles são muito engraçados, não? Que imaginação! Que talento! Pagam tributo à inteligência do chefe, o zé.

Em tempo2: a próxima fase da Lava Jato se chamará Vana: a Polícia do zé vai entrar no Alvorada para algemar a Dilma! Ele fica para 2224ª fase da Operação: será a "Operação Toca Piano"...

Paulo Henrique Amorim 

A direita terá o poder sem controlar a informação?



247 – A direita brasileira, capitaneada pelo PSDB, tem um problema a superar até 2018, caso queira, de fato, retomar as rédeas do poder federal. Trata-se não apenas de superar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso ele seja confirmado o candidato do PT, mas, sobretudo, de aprender a lidar com um universo de comunicação muito mais democrático do que quando ela reinou soberana.

Na primeira eleição presidencial após a redemocratização, em 1989, a direita, associada aos principais grupos de comunicação do País daquela época, conseguiu emplacar a vitória de seu candidato: o caçador de marajás, Fernando Collor. Na trama, tiveram papel decisivo tanto a revista Veja como a Globo, por meio do então diretor Alberico Souza Cruz.

Agora, com a revelação do escândalo FHC-Mirian Dutra, sabe-se que as duas eleições seguintes, de 1994 e 1998, também foram, de certa forma, vencidas pela mídia. Abril e Globo foram decisivas na montagem do projeto FHC, que envolveu o escamoteamento de sua relação extraconjugal com uma ex-jornalista global. A que preço? Não se sabe ainda.

Desde então, foram quatro derrotas consecutivas: duas para Lula, em 2002 e 2006, e duas para Dilma Rousseff, em 2010 e 2014. Em 2018, com o desgaste do PT e da imagem do ex-presidente Lula, a direita, aparentemente, está bem posicionada. Nas pesquisas mais recentes, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) apareceu em primeiro lugar, mas o quadro poderá ser alterado, caso haja uma implosão do PSDB, com o surgimento de novas candidaturas, como do governador Geraldo Alckmin e do senador José Serra (PSDB-SP).

A grande dificuldade do PSDB, no entanto, será navegar num mundo não mais controlado por quatro ou cinco famílias oligárquicas, donas dos veículos tradicionais de comunicação, com quem os tucanos sempre tiveram mais facilidade para negociar do que seus adversários.

Hoje, na era da internet e das redes sociais, há muito mais vozes e acordos de cocheira nem sempre funcionam. Por mais que Veja e Época, neste fim de semana, tenham blindado FHC (leia aqui e aqui), com requentadas denúncias contra o ex-presidente Lula, o escândalo tucano se tornou o tema mais comentado da semana, graças à democratização da mídia produzida pela internet.

Perseguido pela imprensa tradicional, o ex-presidente Lula passou a dialogar, de forma mais constante e eficiente, com os meios digitais, do que seus adversários. Em 2018, com a tendência declinante da circulação e da influência dos meios tradicionais, será crucial navegar num mundo ainda mais polifônico e democrático.

Colunista do Jornal Globo diz que o PT desafia a lógica e cresce


Jornalista Jorge Bastos Moreno, um dos principais analistas políticos do Globo, aponta, nas redes sociais, um fenômeno, para ele, incompreensível: o crescimento do Partido dos Trabalhadores.

“Apesar de todos os escândalos envolvendo estrelas do partido, cresce vertiginosamente o nº de filiação ao PT entre o público jovem. Nem na época de ouro do PT ocorreu tal fenômeno. Este é um fato importantíssimo, paralelo à política”, postou ele no Twitter.

“Desconheço explicações que justifiquem esse fenômeno. Mas ele existe. Deveria estar acontecendo o contrário, ou seja, saída em massa”, acrescentou.

João Santana, marqueteiro de Lula, é o alvo da Lavo Jato?


Ação, batizada de Acarajé, é realizada em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.

O alvo central desta etapa é o publicitário João Santana, marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff e da reeeleição do ex-presidente Lula, em 2006.

Há um mandado de prisão contra Santana, que, no entanto, ainda não foi detido porque está fora do país.

Com a colaboração da promotoria suíça, a força-tarefa da Lava Jato investigava repasses atribuídos a subsidiárias da Odebrecht em contas no exterior controladas pelo marqueteiro.

O juiz Sergio Moro negou acesso à defesa de João Santana aos autos da investigação e ainda ironizou o pedido dos advogados.

A ordem de prisão acontece dois dias após Santana ter pedido para ser ouvido por Moro.

Também são alvo desta etapa a Odebrecht e o engenheiro Zwi Skornicki, que, segundo as investigações, operava propinas no esquema da Petrobras.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

O que Haddad, o prefeito da maior cidade do País, pensa sobre o momento que o Brasil vive

Abaixo, os principais trechos da entrevista do prefeito de S. Paulo, Fernando Haddad, concedida a Josias de Sousa. Neles, você conhecerá as opiniões do prefeito sobre as denúncias imobiliárias que rondam Lula, os erros cometidos na condução da economia, o assalto aos cofres da Petrobras e a crise que ronda o PT no instante em que o partido celebra seu aniversário de 36 anos.


— Saudade da política econômica de Lula: “Acho que nós tínhamos que resgatar a política econômica do governo Lula. Tivemos, nos oito anos de governo Lula, uma política econômica irretocável. Não foi cometido um equívoco que colocasse a perder esse boom econômico que nós vivemos, com inclusão, distribuição de renda, oportunidades educacionais expandidas nas universidades e escolas técnicas. Acho que nós temos que resgatar os princípios basilares da política econômica do governo Lula. No primeiro mandato da presidenta Dilma houve alguns problemas que ela própria reconhece, hoje, de condução, que precisam de reparo. O resgate da política econômica do governo Lula me parece fundamental.”

— Os erros da gestão Dilma: “Acho que teve alguns eventos que colocaram em risco, com as melhores intenções. A ideia era preservar emprego e renda. Mas o que é que aconteceu? 1) Vendeu-se muito swap cambial, o dólar ficou artificialmente valorizado; 2) desonerações [tributárias] para empresários, que não cumpriram o que se esperava, que era a ampliação da sua capacidade produtiva. Os empresários foram beneficiados com desoneração fiscal, não reagiram a essa desoneração, simplesmente ampliaram sua margem de lucro. 3) Administração de preços públicos, caso da tarifa de ônibus, caso da gasolina; 4) A seca, que fez com que nós tivéssemos que ligar as termelétricas, com impacto no custo da energia brutal. Foi uma conjunção de fatores que gerou o problema que nós estamos enfrentando. Esse problema é grave? Depende. Economicamente, era um problema que poderia ser equacionado em um ano. Nós teríamos um ano ruim, que foi o de 2015, uma fase de ajuste. E começaríamos a retomar em 2016 a economia, como acontece frequentemente nas economias mundo afora.”

— Aécio Neves e o quanto pior, melhor: “É visível que há dificuldade de retomada da base aliada, para promover as decisões necessárias à retomada econômica. É evidente que alguma coisa está acontecendo. Mas a própria oposição está fazendo uma autocrítica sobre o seu desempenho em 2015. Basta lembrar as últimas declarações do líder da oposição, que fez um mea-culpa, dizendo que estava jogando no quando pior, melhor. [o repórter perguntou a que líder Haddad se referia] O Aécio disse isso. [o repórter perguntou se Aécio Neves de fato fizera tal afirmação] Em outras palavras ele disse: ‘passaremos a colaborar com uma agenda positiva’. Quer dizer: não estavam colaborando antes? Sempre dessa maneira cifrada, que não ajuda. O melhor é dizer as coisas claramente, e seguir a vida. Governo e oposição têm que sentar à mesa no plano federal e dizer o seguinte: ‘olha, tanto lá quanto cá cometemos equívocos. Vamos colocar uma agenda. O que é consenso vamos aprovar. E seguir a vida, porque o Brasil não precisava estar vivendo um segundo ano difícil. Ia ter um período de ajuste. Mas ia ser o ajuste que o Fernando Henrique teve que fazer em 1999, o Lula teve que fazer em 2003. Vários presidentes tiveram que fazer ajustes. A vida não é fácil num momento de crise internacional. Mas a dor não precisa ser tanta.”

— Investidor amedrontado: “Você não pode fazer da sua bandeira partidária algo que comprometa o futuro do seu país. Está faltando discernimento. Talvez de todo mundo, nem seria legítimo dizer: ‘a culpa é da situação ou da oposição’. Está faltando o entendimento de colocar as questões num outro patamar. E colocar o interesse do país em primeiro lugar. Estamos estressando a economia demasiadamente. Eu convivo com atores econômicos aqui o tempo inteiro. Eu recebo empresários do mundo inteiro. Eles é que dizem: ‘olha, a política está estressando demais a economia. Não é uma opinião só de um prefeito. É a opinião de muitos empresários que estão aguardando uma sinalização para voltar a investir. Está cheio de liquidez no mundo, gente fortemente capitalizada, que quer investir no Brasil. Por que está postergando o investimento? Porque não está vendo um horizonte político adequado para essa tomada de decisão.”

— Governo Dilma sofre crise de identidade: “A popularidade ou impopularidade é da vida política, o que é um e pecado que você não pode cometer é não estar identificado com um projeto. Quando eu falo vamos resgatar a política econômica do governo Lula, é porque é uma forma de a população entender a identidade que tem que ter para se defender publicamente e defender o projeto que você representa. O conselho que eu daria para o governo federal é esse: se reencontrar com a base que te elegeu. E esse reencontro só pode ser feito a partir de bandeiras claras e compreensíveis para quem foi à rua defender. Não importa se alguém tem 20% de aprovação ou 80%. Importa o seguinte: essa pessoa que tem 20% de aprovação representa um projeto no qual eu acredito? Vamos transformar esses 20% em 51% e ganhar a eleição. O problema não é nível de popularidade, porque o Lula já viveu períodos difíceis, Fernando Henrique saiu com baixíssima aprovação, nunca mais se recuperou, para não falar dos outros presidentes. É difícil você sair bem de uma Presidência de oito anos. Agora, você precisa ter uma identidade. Você precisa dizer: eu, com todos os problemas, represento essa visão de Estado. Acredito que precisamos resgatar aquilo que justificava a nossa presença no poder central. Esse resgate é fundamental. Está faltando isso.”

— Deseja a presença de Dilma em seu palanque eleitoral? “Em 2012, a presidenta Dilma estava com 78% de aprovação e não participou da minha campanha. Presidente da República, às vezes tem mais de um candidato da base [de apoio parlamentar]. Ela vai ter aqui, certamente, mais de um candidato. Ela recebe pedidos para não participar das eleições municipais, para não complicar a vida dela no Congresso, que já não está fácil. Quem decide isso é a instituição. A Presidência é uma instituição. Em 2012, eu não peguei o telefone e liguei: ‘olha, vem pra cá, que você está muito popular e eu sou desconhecido.’ Isso não cabe fazer. Isso é uma decisão do Lula, dela. Não é uma decisão que eu possa tomar por eles. Agora, eu vou aceitar o que eles decidirem, como aceitei em 2012. Eu não me intrometi na decisão dela, entendi que ela tinha mais de um candidato aqui.”

— Reforma da previdência e volta da CPMF resolvem? “Isoladamente, não resolve. Lula fez reforma da Previdência, defendeu a CPMF enquanto era presidente, fez superávit primário, talvez, como nenhum outro presidente tenha feito. O presidente Lula foi quem mais fez superávit primário em oito anos. Não é disso que nós estamos falando. Não é de uma ação isolada, mas a soma das ações tem que ter uma coerência.”

— O que Dilma precisa fazer resgatar a identidade? “Acho que ela já começou a fazer, talvez, com a política monetária, que vinha num compasso muito preocupante. Às véspera da última reunião do Copom [Conselho de Política Monetária do BC], o mercado apostava numa alta da taxa de juros. E estava todo mundo atônito. E o que aconteceu foi que o Banco Central percebeu e parou de subir. Talvez ele esteja preparando o terreno para uma mudança de política, sobretudo creditícia. Porque quando a gente fala de política econômica não é só a taxa de juros. É política de crédito, para fazer a economia girar para falar francamente o que eu penso: nós temos que ter uma política voltada para a geração de emprego. A marca do presidente Lula foi ter criado 15 milhões de empregos. Ele, 10 milhões de vagas; Ela, 5 milhões ou algo assim em 12 anos. A marca desses governos foi a geração de emprego. Ah, está tendo inflação? Vamos corrigir. Tem gasto demais? Vamos corrigir. Mas este é um governo e este um partido trabalhista. Tem que prestar atenção na sua base. Ah, tem um ano que a gente tem que pedir para apertar o cinto. Isso todo mundo tem que compreender. Depois de 12 anos gerando emprego, você pode ter um soluço. Mas tem que estar no horizonte o que se vai fazer para que seja só um soluço e a gente retome os nossos compromissos sociais.”

— O Brasil corre o risco de perder também 2016? “Esse é o problema. O que poderia ser resolvido num ano está sendo dolorosamente postergado em função de um desentendimento político que deixa todos —governadores, prefeitos e empresários— com uma expectativa muito grande de que as pessoas se sentem à mesa. Porque a crise não era tão grande quando emergiu, mas está ganhando contornos estruturais e, se a gente deixar, ela se consolida. O Brasil não merece isso, não precisa disso. Podemos recuperar rapidamente a credibilidade. Recebo muitos empresários que querem investir no país e olham para São Paulo. Essas pessoas estão aguardando um sinal para investir.”

— Disputará a reeleição à prefeitura? “Tudo tem seu tempo. O Brasil está vivendo um momento muito difícil para a política. A política, hoje, é uma atividade que não convida as pessoas a permanecerem nela, a desfrutar dela pelo que ela tem de bom, que é a capacidade de transformar para melhor a vida das pessoas. Eu venho da vida acadêmica só com essa disposição. Deixei uma carreira, uma trajetória acadêmica, me dispus a fazer política achando que ia ser até mais breve do que acabou sendo. Entrei no ano 2000. Tinha então, 37 anos. E esperava que fosse uma experiência breve. Mas a vida se encarregou de postergar essa decisão de voltar para a universidade. No momento certo, vamos nos apresentar. E acho que as pessoas tem que perder um pouco a ideia da política como meio de vida. Política deveria ser um espaço aberto para que cidadãos, professores, médicos, trabalhadores, pudessem participar da vida nacional de outro jeito, do lado de cá do balcão, e voltar para os seus afazeres cinco, dez, 15 anos depois, sem achar que isso é um problema. [o repórter perguntou ao prefeito se ele cogita não concorrer à reeleição] O que eu quero dizer é que estou ingressando no meu último ano de mandato. Considero um ano importante para qualquer administração, quando chegar o final de março, começo de abril, vou me colocar.”

— O papel de Lula na campanha de São Paulo: “Ele terá o papel que ele desejar ter. Eu trabalhei muitos anos com o presidente Lula, conheci no trabalho. Eu gerenciei um orçamento de R$ 100 bilhões, que é mais de duas vezes o orçamento da cidade de São Paulo. Sou testemunha da postura republicana que o presidente Lula teve o tempo todo comigo à frente da Educação. Nunca recebi um telefonema para atender ninguém, nunca recebi um telefonema para indicar ninguém. Ou seja, o que ele esperava de mim era que eu criasse os programas que eu criei —o Prouni, o Sisu, o novo Enem, o novo Fies, o Fundeb, o piso do magistério. O que eu testemunhei foi o melhor governo dos últimos 50 anos, com os melhores resultados em termos de crescimento, combate à desigualdade, geração de emprego. Penso que estamos num momento em que estamos perdendo um patrimônio que não é dele, é nosso. Uma pessoa que sai de Garanhuns, num pau de arara, chega à Presidência da República, com os resultados que ele chegou… Acho que estamos perdendo isso. Mas acredito que isso será resgatado. O presidente Lula está submetido a essa saraivada de questionamentos, vai responder a todos, como sempre fez. Todas as acusações do mundo já foram feitas contra o presidente Lula em algum momento. E ele, ao seu tempo, respondeu a tudo com firmeza.”

— Lula não deve explicações à sociedade? “O problema da política é que o ônus da prova é teu. Uma pessoa fala: ‘você é dono deste imóvel’. Você fala: ‘eu não sou dono deste imóvel.’ E você é que tem que provar que não é dono. Ah, mas você frequenta! Frequento, mas não sou o dono do imóvel. [o repórter recorda ao prefeito que o principal problema foram as obras realizadas no tríplex do Guarujá e no sítio de Atibaia por empreiteiras pilhadas na Lava Jato] Sim, mas se o imóvel não é dele. […] Estão lá. Ele está dizendo que não é dono. Está se dispondo a comparecer aonde for chamado, para dizer e reafirmar que não é dono. Se os donos estão dizendo que eles é que são donos… Enfim, o que eu tenho certeza é que o presidente Lula, como em outras ocasiões, nunca se furtou a dizer o seu posicionamento em relação ao que quer que fosse e se defender, e superar as dificuldades que enfrentou. Essa vai ser mais uma delas.”

— O nome do PT para 2018 será o Lula? “Acredito que sim, sinceramente. O Lula é uma aroeira de força. Acho que o que estão fazendo com ele vai estimulá-lo a se candidatar. O Lula tem uma maneira muito própria de reagir às agressões que ele costuma sofrer na vida. Na minha opinião ele está sendo muito agredido e saberá reagir à altura, retomando um projeto no qual ele acredita. Acho que ele é o grande nome para 2018.”

— Desconexão entre Executivo e Legislativo: “Aconteceu uma coisa em 2014 muito estranha. A presidenta Dilma ganhou, foi reeleita, mas o Congresso Nacional é um Congresso diferente do anterior. É um Congresso que é mais reflexo dos movimentos de 2013 do que um Congresso que representa a reeleição. Tem uma contradição entre o Legislativo e o Executivo hoje, em termos de representatividade. A eleição presidencial foi muito apertada —52% a 49%. No Congresso, foi o contrário. Na verdade, a oposição ganhou por 52% a 48%, talvez até 55% a 45%. Existe hoje uma contradição entre o Executivo e o Legislativo, que tem como fundamento o voto. O Executivo atua sob condições políticas muito adversas.”

— Arrepende-se da foto que tirou em 2012 ao lado de Maluf? “Eu prefiro ter pecado pela transparência do que o contrário. Esses acordos são feitos em geral na calada da noite. O meu principal adversário, José Serra, esteve na casa do Maluf. Mas esteve à noite —dez, onze horas da noite. Obviamente que não foi por causa do relógio biológico dele. Ele foi lá para não ser visto. Eu prefiro agir diferente, pagando um preço político por isso. O que eu tinha dito em 2012? Que eu ia aceitar o apoio de todos os partidos que compusessem a base de apoio do governo federal. Recebi um telefonema do então ministro do PP, Agnaldo Ribeiro [Cidades], dizendo: ‘se é verdade o que você está dizendo nos jornais, o PP quer dialogar com você. E o presidente do PP local era o Maluf. Então, era incontornável. Hoje, o Maluf não está mais no comando do PP. Hoje são outras figuras, mas continua sendo o PP. Tem figuras do PP sendo investigadas [na Lava Jato], assim como tem figuras do PT sendo investigadas, tem figuras do PMDB sendo investigadas, e até do PSDB. O que não podemos é colocar a perder uma instituição em função do comportamento de uma pessoa.”

— A repatriação do dinheiro desviado sob Maluf: “Repatriei os recursos que foram desviados. Vamos ter mais R$ 88 milhões repatriados de dois bancos que fizeram acordo. Nós desbaratamos a maior máfia já encontrada aqui na máquina pública paulistana, a máfia do ISS. Operou no alto escalão da Secretaria de Finanças durante seis ou sete anos. Ordem de grandeza de desvios: meio bilhão de reais. Botamos para fora a Controlar, que era um contrato esquisitíssimo. Fizemos todo o trabalho de saneamento. Enfrentamos máfia em serviço funerário, máfia na feira da madrugada. Criei uma controladoria, que é uma secretaria de combate à corrupção, com mandato para agir sem autorização minha. É o único secretário que pode fazer o que quiser sem me pedir autorização, por lei. Essas são providências que me fazem dormir tranquilo. Agimos corretamente e criamos os mecanismos para que ninguém aja errado. Pode acontecer de alguém agir errado? Pode. Mas você preveniu. Ah, escapou um gol. Mas quantas defesas você fez? Mas temos que respeitar algumas figuras. Tenho que estar preparado para defender pessoas inclusive da oposição.”

— Celso Russomano preocupa mais do que Marta Suplicy: “Acho que Marta vai ser candidata. Russomano também vai ser candidato. O PSDB tem prévias marcadas para os próximos dias. Marco Feliciano parece que vai ser candidato. Então, nós teremos João Dória (PSDB), Russomano (PRB), Marta (PMDB), Feliciano (PSC). Acho que vai ser esse o quadro. [o repórter pergunta: acha que Marta será a principal antagonista?] Acho que não. O Russomano tem estado à frente nas pesquisas e deve liderar no começo da disputa.''

— A amizade com FHC: “A política não é guerra. Ou pelo menos não deveria ser. Política é um embate de ideias. Eu divirjo de muitas coisas que o Alckmin faz. Ele provavelmente diverge de muitas coisas que eu faço. Mas nós mantemos uma relação institucional a mais profícua. É possivel, dentro das nossas diferenças, construir uma agenda comum. […] Fernando Henrique é decano do meu departamento. É professor emérito do departamento onde eu dou aula. Sou professor no mesmo departamento da USP que ele. Temos dezenas de amigos em comum. Alguns desses amigos nos aproximaram, sem nenhuma intenção política. É um intelectual, teve projeção na academia internacionalmente. É uma pessoa que tem bons livros, livros que eu li. Ajudaram na minha formação. Tenho certeza que ele tem também respeito intelectual por mim. Já jantamos juntos. Já nos encontramos no Institiuto FHC, fiz questão de visitá-lo quando mudei pra cá, por assim dizer. Ele é praticamente vizinho da prefeitura. Não tem cabimento esse tipo de hostilidade pessoal. Quando eu era doutorando e ele já era presidente, escrevi artigos críticos à gestão do presidente Fernando Henrique. E ele nunca levou para o lado pessoal, porque nunca foi uma crítica pessoal. Foram críticas econômicas ou filosóficas. Sempre construtivas, no sentido de demarcar campos para buscar sínteses, buscar superações.”

— Em que o PT errou? “Minha opinião é de que foi feito um bom trabalho junto aos órgãos de controle no que diz respeito à administração direta no governo federal. Se você pegar o que os governos do PT fizeram em relação à Controladoria-Geral da União, à independência da Polícia Federal, à autonomia do Ministério Público, que nunca foi independente no nosso país, as pessoas tiravam o nome do procurador-geral da algibeira. Nunca mais isso aconteceu desde 2003. O que deu errado, então? Acredito que essa mesma dinâmica, que afetou muito positivamente a administração direta deveria ter sido levada para as estatais. As estatais não ficaram sob o mesmo regime. O grande desafio é levar esse acúmulo, que não é pequeno e não começou com o PT, mas foi muito fortalecido pelo PT, levar isso para os outros âmbitos da administração pública.”

— Petrobras: “A história da Petrobras é mais longa do que a gente imagina. Os indícios são de que a operação na Petrobras é problemática há bastante tempo. E não é uma curiosidade que tenha membros da carreira como sustentáculos dessas operações. Algumas pessoas do topo da carreira, muito respeitadas, muito prestigiadas tecnicamente em muitos governos. As pessoas às vezes esquecem, mas Delcídio Amaral foi diretor da Petrobras no governo Fernando Henrique. Não estou fazendo nenhum pré-julgamento. Só estou querendo dizer que tem uma história ali que ainda está para ser contada. Mas entendendo que o cuidado nas estatais com o controle não foi tanto quanto aconteceu nos ministérios.”

— Dilma não sabia? “Vou te dizer uma coisa. Duvido que qualquer presidente de Conselho de Administração consiga saber de irregularidades pela leitura de um edital, que ele não lê, porque são volumes e volumes de documentos. Imagina o que é licitar uma sonda, os volumes sobre o assunto. Não lê. Quem lê são os técnicos, o Tribunal de Contas. Você imaginar que por trás daquele edital tem um conluio, um cartel de empresas, é muito difícil a partir da leitura de um edital depreender isso. Essas empresas têm uma inteligência própria também. Estão aí há 50 anos operando, imagina o domínio que elas têm da base do serviço público ligada à área de licitação. Para desconstruir isso tudo não é uma tarefa qualquer. Veja esse cartel da merenda [flagrado em São Paulo]. Acha que o governador está minimamente envolvido com uma coisas dessas? Garanto para você que não. O governador saber que tem um conluio de merendas? Ele é do PSDB e eu te digo: ele não tem a menor ideia do que está acontecendo. E olha que a distância que separa ele de uma compra de merenda é muito menor do que a de uma sonda da Petrobras.”

Fonte: Uol, 21/02/2016

Haddad critica Dilma e pede bandeiras compreensíveis para voltar à era Lula


Fernando Haddad, o prefeito petista de São Paulo, aponta “problemas de condução” na política econômica do governo. Avalia que falta “identidade” à gestão de Dilma Rousseff. Aconselha a presidente a “se reencontrar com a base que a elegeu”. Algo que só ocorrerá se o Planalto for capaz de apresentar “bandeiras claras e compreensíveis”. Coisas destinadas a “resgatar a política econômica do governo Lula.”

“A popularidade ou impopularidade é da vida política. O que é um pecado que você não pode cometer é não estar identificado com um projeto”, disse Haddad, em entrevista ao blog (veja vídeos acima e leia trechos abaixo). “Para falar francamente o que eu penso: nós temos que ter uma política voltada para a geração de emprego”, declarou o prefeito paulistano noutro trecho da conversa. Será necessário “resgatar aquilo que justificava a nossa presença no poder central'', teoriza o prefeito.

Na opinião de Haddad, o ajuste da economia “era um problema que poderia ser equacionado em um ano”. Perdeu-se, porém, o ano de 2015. Ele receia que a turbulência política leve ao desperdício também do ano de 2016. Haddad prega o entendimento entre governo e oposição, capitaneado por PT e PSDB.

“Governo e oposição têm que sentar à mesa no plano federal e dizer o seguinte: ‘olha, tanto lá quanto cá cometemos equívocos. Vamos colocar uma agenda. O que é consenso vamos aprovar. E seguir a vida, porque o Brasil não precisava estar vivendo um segundo ano difícil. […] A vida não é fácil num momento de crise internacional. Mas a dor não precisa ser tanta.”

Haddad afirmou que o estresse político afugenta os investimentos: “Eu recebo empresários do mundo inteiro. Eles é que dizem: olha, a política está estressando demais a economia. […] Está cheio de liquidez no mundo, gente fortemente capitalizada, que quer investir no Brasil. Por que está postergando o investimento? Porque não está vendo um horizonte político adequado para essa tomada de decisão.”

Durante a entrevista, Haddad disse que definirá até abriu se disputará a reeleição. Porém, já fala como candidato. Entre os adversários que começam a se insinuar, enxerga Celso Russomano (PRB) como um contendor mais preocupante do que Marta Suplicy (PMDB). Afirma que Lula, envolto em investigações, será bem-vindo na campanha. “Ele terá o papel que quiser ter.'' Quanto a Dilma, não parece fazer questão da presença dela. “Em 2012, a presidenta Dilma estava com 78% de aprovação e não participou da minha campanha…''

Balança comercial brasileira abre 2016 com saldo positivo

fonte: Reprodução
Denise fala ainda sobre as exportações, importações e sua ligação com o dólar

A comentarista Denise Campos de Toledo fala sobre a balança comercial brasileira que abriu 2016 com um novo saldo positivo. Em janeiro, o superávit chegou a US$ 923 milhões, o primeiro resultado positivo em cinco anos. Mas isso não quer dizer que haja uma melhora efetiva do comércio exterior no País. Denise fala ainda sobre as exportações, importações e sua ligação com o dólar e a composição externa e commodities.

O que a comentarista não falou é que a crise econômica que o Brasil está enfrentando tem uma relação direta com o contexto mundial, que desde 2008, por conta da superprodução, passa por mais uma crise cíclica. No Brasil a situação se agravou com redução drástica do preço do petróleo que caiu de mais de cem dólares para menos de quarenta dólares, em 2014 e a crise política política provocada pelos derrotados na eleição presidencial de 2014, que até hoje não souberam perder, prejudicando com essa atitude, o país inteiro.

Fonte: Jovem Pan, 02/02/2016

Previdência não dá prejuízo e governo muda regra para economizar, diz especialista


Rodolfo Ramer, Mestre em Direito
diz que a Previdência  é superavitária
A Reforma da Previdência, uma das ambições de Dilma, tem sido discutida pelo governo e contestada por sindicalistas. Rodolfo Ramer, advogado e mestre em Direito Previdenciário pela PUC-SP, falou à Jovem Pan sobre como iminentes mudanças podem assustar os trabalhadores, especialmente aqueles que estão próximos de se aposentar pelas regras atuais.

"Nas questões de Previdência Social, O Supremo falou que não existe direito adquirido e sim uma expectativa de direitos", explicou Ramer. "Ou seja, se a pessoa não tem as condições mínimas para se a posentar e muda a regra, ela não tem direito ao benefício, porque não cumpriu todas as exigências. Ela só teria direito adquirido se na época das mudanças tivesse cumprido as exigências mínimas".

Prejuízo?

Ramer defende que as mudanças atinjam apenas quem ainda não pertence ao sistema, os novos contribuintes. "A gente não pode mudar a regra do jogo quando você já está jogando", disse. "Combinamos uma coisa que está sendo descombinada a todo momento, a título de economizar, alegando que a Previdência dá prejuízo, o que não dá".

Ele explica que a Previdência urbana na verdade dá um superávit de R$ 5 bilhões. Já a previdência rural, que não tem contribuição, dá prejuízo de R$ 31 bilhões. "O que dá prejuízo não é a Previdência Social, mas o sistema de seguridade social que paga a assistência de pessoas que precisam", afirmou. "A Previdência é superavitária. O que tem déficit é o sistema como um todo, que envolve a saúde, a assistência e a Previdência Social".

Mudanças

Até 1998 a péssoa só podia se aposentar com o valor integral. De 1999 para frente criou-se o fator previdenciário, para que se o contribuinte receba uma porcentagem do valor se não se encaixar nas regras (35 anos de contribuição para o homem e 30 anos para a mulher).

No ano passado, em 2015, criou-se o sistema de pontos. Soma-se a idade e o tempo de contribuição da pessoa. O homem precisa atingir 95 pontos e a mulher, 85.

Agora, por causa da expecatativa de vida maior dos brasileiros, para arrecadar mais e equilibrar um suposto rombo na Previdência, o governo sinaliza que pretende estabelecer uma idade mínima, como de 65 anos, para receber a aposentadoria.

O governo também já sinalizou, porém, com uma regra de transição para quem está próximo de receber o benefício. Por exemplo, uma mulher de 59 anos não teria que esperar mais cinco caso a idade mínima fosse implantada, e sim uma ou duas primaveras.

"Mas em se tratando de governo, economia e essa busca desesperada em economizar o gasto que foi feito em outro local, pode ser que aconteça essa reforma de maneira agressiva para o segurado", ressalta Ramer.

O mestre em Direito Previdenciário critica maus exemplos como o do ministro do Planejamento, Valdir Simão, por exemplo. Defensor da reforma, o político se aposentou aos 55 anos com valor integral de auditor da Receita (beirando os R$ 22 mil).

Fonte: Jovem Pan, 20/02/2016

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Analistas elogiam proposta do governo de impor limite a gastos

Folhapress

Analistas interpretaram a previsão apresentada pelo governo nesta sexta (19) para os cortes de gastos e de receitas no Orçamento como um reconhecimento de que a meta de economia (de 0,5% do PIB para o setor público e de 0,39% para o governo central) foi definitivamente sepultada.

"Em vez de reconhecer só em dezembro [a impossibilidade de se chegar à meta], como em outros anos, o governo já está dizendo desde o início que não vai dar", disse o economista-chefe do Fator, José Francisco Gonçalves.

Para ele, as contas do setor público fecharão com deficit de R$ 69 bilhões (1,1% do PIB).

O governo admitiu que pode não obter as receitas que previa no ano passado e chegar ao fim de 2016 com um deficit de 0,97% do PIB.

Para Alessandra Ribeiro, economista-chefe da consultoria Tendências, as estimativas do governo ainda são otimistas. As contas foram feitas tendo como horizonte um PIB de -2,9% neste ano. No mercado, a aposta majoritária é de uma perda de riqueza de -3,3% em 2016. Para ela, o PIB vai recuar -4%.

"O risco é o deficit ficar ainda maior do que 1%", disse.

Os analistas, porém, receberam bem a proposta de Nelson Barbosa (Fazenda) de limitar a alta de gastos públicos no futuro. A medida precisa passar pelo Congresso e tem pontos polêmicos, como a suspensão de aumentos do salário mínimo caso o governo não alcance o objetivo de economia estipulado.

"Mesmo que só tenha efeito no futuro, o limite muda as expectativas das agências de risco [sobre a dinâmica dos gastos públicos] e pode evitar novos rebaixamentos."

TRAMITAÇÃO VIÁVEL

Para Alessandra, a tramitação no Congresso é viável, apesar da crise política. "O PSDB não poderia votar contra projeto que limite gastos."

Já para a reforma da Previdência, defendida por Barbosa, os analistas são céticos.

A proposta de Barbosa de reunir os recursos destinados a pagar precatórios e despesas judiciais, hoje depositados em bancos públicos, despertou dúvidas e críticas.

Para o ex-presidente do BC e colunista da Folha Alexandre Schwartsman, a ideia é "absurda".

"Dado que os recursos pertencem a outra pessoa, o governo está na verdade pegando dinheiro emprestado, e não gerando receitas adicionais", escreveu em relatório.

"Não entendi o que pretendem. Precatório é gasto, e não fonte de recurso. A única forma de não gastar é não pagar o que a Justiça mandou pagar", disse o especialista em contas públicas José Roberto Afonso.

Vice-líder do governo pede explicações sobre pensão e chama FHC de "príncipe"

fonte: Wilson Dias / Agência Brasil
Fernando Henrique Cardoso confirma o envio de recursos para o exterior, mas nega que tenha usado empresas e garante que tudo foi declarado.

A polêmica envolvendo Fernando Henrique Cardoso, que teria usado uma empresa para pagar a pensão do filho com a jornalista Míriam Dutra no exterior provocou debates acirrados na câmara. Deputados do PSDB defendem que de fato existem contas do ex-presidente no exterior, mas que todas foram declaradas e que não existe nenhuma irregularidade no procedimento. Já os deputados petistas querem a investigação dos recursos no exterior e da origem do dinheiro.

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) ironiza e diz que o momento é para o Ministério Público investigar: “Temos que aguardar, temos uma justiça federal que tem se mostrado tão ciosa, temos promotores com tanta vontade de demonstrar serviço. Vamos aguardar uns dias para ver se eles vão se movimentar, para ver se os órgãos de fiscalização vão agir de maneira republicana ou não. Se eles não agirem nós temos que estudar qual o mecanismo deve ser estudado para que essa investigação efetivamente aconteça”.

Já o deputado Sílvio Costa (PSB-PE), que é um dos vice-líderes do governo, disse de forma mais direta que vai ao MP e na Receita Federal pedir a investigação sobre o processo: “É evidente que é realidade. Se fosse o Lula o PSDB já estava aí pedindo a prisão, se fosse a Dilma, estavam pedindo pena de morte, só porque é o príncipe ele não vai se explicar? Claro que vai se explicar, sobretudo ele que sempre a se auto intitulou como o grande homem da ética no Brasil. Isso é muito grave, é uma coisa muito séria uma ex-esposa dizer que o ex-presidente da república pagava pensão do filho através de empresa privada”.

Não houve nenhuma formalização de investigação contra o ex-presidente e em nota ele confirma o envio de recursos para o exterior, mas nega que tenha usado empresas e garante que tudo foi declarado. 

Fonte: Jovem Pan/José Maria Trindade, 20/02/2016

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Dias demitiu "cunhada de FHC" porque ela não cumpria expediente

RECEBE SEM TRABALHAR   E ACHA QUE TEM MORAL PRA IR PRA RUA CONTRA A CORRUPÇÃO.  O NOME DISSO É HIPOCRISIA

O senador ex-tucano Alvaro Dias (PV) disse nesta sexta (19) que exonerou a irmã da ex-amante de FHC do Senado porque ela não cumpria expediente

Margrit Dutra Schmidt, irmã de Mirian Dutra Schmidt, estava lotada no gabinete da senadora Lucia Vania (PSDB) quando Alvaro assumiu o cargo de líder da oposição no Senado.

“Ela estava à disposição de um gabinete, mas eu fui informado pela Lucia Vania que ela não estava trabalhando, por isso eu exonerei”, disse.

Ela foi readmitida como funcionária fantasma no gabinete de José Serra (PSDB/SP).