domingo, 17 de janeiro de 2016

Ex-marido da presidente Dilma diz que a revista ÉPOCA deveria investigar seus patrões


"Fui surpreendido com tanta maldade. Isso é coisa de jornalismo bandido", disse ao jornalista Paulo Moreira Leite o advogado Carlos Araújo, ex-marido da presidente Dilma Rousseff, ao comentar a capa desta semana da revista Época, que tenta ligá-lo à Operação Lava Jato.

"É puro jornalismo marrom, que atende a finalidades políticas e só isso. Como todos descobriram que não têm como publicar uma denúncia capaz de atingir Dilma diretamente, pois não há nada contra ela, tentam agir por via indireta, tentando atingir pessoas do círculo próximo, como eu".

Segundo ele, os irmãos Marinho deveriam explicar porque estariam vivendo em Miami, "um dos endereços preferidos pela máfia internacional".

Araújo conta que o repórter de Época tentou se passar por cliente de seu escritório e anuncia que irá processar a Globo para assegurar indenização e direito de resposta.

sábado, 16 de janeiro de 2016

Polícia Federal chantageou lobista para obter delação contra Lula?


O advogado Roberto Podval, responsável pela defesa do lobista Mauro Marcondes, diz que o delegado Marlon Oliveira Cajado, um dos responsáveis pelas investigações da Operação Zelotes, "chantageou" seu cliente para que fizesse acordo de delação premiada.

A proposta era uma forma de Marcondes evitar a transferência de sua mulher e sócia, Cristina Mautoni, da prisão domiciliar para o regime fechado, em uma unidade prisional.

A decisão pela transferência foi determinada nesta sexta-feira 15 pela Justiça. Em uma eventual delação do lobista poderia haver detalhes de pagamentos feitos ao empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula.

O delegado não quis comentar as declarações do advogado.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Um dos maiores criminalistas do País diz que há um esforço para criminalizar Lula


Contratado para reforçar a equipe de defesa do ex-presidente Lula, Nilo Batista, um dos principais criminalistas do Rio de Janeiro, diz que sua estratégia será "mostrar movimentos processuais e as hipóteses fantasiosas" utilizadas para "criminalizar" o petista.

"Há um esforço para a criminalização do ex-presidente", afirmou; “Estou certo de que, se Brizola fosse vivo, me diria para ajudá-lo”.

Nilo Batista foi governador do Estado em 1994, quando Leonel Brizola (PDT) se afastou do cargo para concorrer à Presidência. Sondado por Lula, em 2003, para assumir uma vaga no STF, ele se junta aos advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira na defesa da família Lula.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

FHC: Compra da Pecom foi "Caso em Havard"


Ex-presidente FHC (PSDB) tenta encerrar o assunto delicado que envolve sua gestão; o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró apontou propina de R$ 100 milhões ao seu governo na compra da empresa argentina PeCom pela estatal brasileira, em 2002.

O tucano alega que o preço da operação "foi considerado baixo, pois a Argentina estava em crise" e diz que a compra da empresa citada pelo delator "se transformou em um 'case' em Harvard, tão limpamente foi feita".

Os analistas de mercado, no entanto, criticaram duramente a operação.

"Foi uma grande negociata", disse, na época, Fernando Leite Siqueira, que era presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras, que apontou sobrepreço de R$ 300 milhões.

O governo deveria tratar a imprensa como um partido de oposição?

Na verdade, a imprensa está se comportando como um partido de oposição

Muito dinheiro público nisso aí

Mino Carta escreveu, em seu editorial na última edição da Carta Capital, que o governo deveria tratar a mídia como um partido de oposição.

O mesmo ponto fora defendido, dias antes, pelo escritor Emir Sader.

Não sei exatamente o que isto significaria na vida prática. Um corte substancial no bilionário Mensalão da publicidade oficial posta nas grandes empresas jornalísticas, provavelmente.

Um olhar mais rigoroso para empréstimos a juros maternos do BNDES para essas mesmas companhias, também.

Considere.

Em 2011, o BNDES liberou um empréstimo de pouco menos de 30 milhões de reais para que a Abril reformasse sua TI no departamento de Assinaturas.

Faz sentido?

Quando se lê, hoje, que os Civitas despejaram 450 milhões de reais na Abril para mantê-la de pé fica claro que não.

A família tinha e tem recursos para não recorrer ao dinheiro público de um banco mantido pelos contribuintes.

Isso foi no governo Dilma.

Na era FHC, o BNDES financiou a nova – e pateticamente inútil – gráfica da Globo. (A Globo não enxergou a internet.)

De novo: fazia sentido?

Veja a riqueza pessoal dos Marinhos para chegar a uma rápida resposta. Não, não e ainda não.

Um parêntese. Em editoriais vigorosos, jornais e revistas reclamam sempre cortes de gastos do governo. Alguém já viu um único editorial condenando as despesas bilionárias com propaganda?

O mesmo vale para o BNDES. São denunciados com frequência brutal empréstimos que teriam propósitos mais políticos do que qualquer outra coisa.

Mas e os empréstimos para empresas de jornalísticos cujos donos estão entre as pessoas mais ricas do país? Por que eles não investem seu próprio dinheiro em novos empreendimentos?

Isto é capitalismo: arriscar. A Globo apostou obtusamente no aumento das circulações quando a internet já se avizinhava. Mas quem pagou o preço do erro não foi a empresa. Fomos nós, o povo.

É coisa do Brasil.

Cerca de 25 anos atrás, Murdoch enxergou uma oportunidade da tevê por satélite. Era um investimento altíssimo, e ele teve que recorrer a empréstimos – mas de bancos particulares.

Quase quebrou, porque foi uma aposta fora de hora. Para que sua companhia não entrasse em colapso, Murdoch foi obrigado, sob pressão dos credores, a se associar a um rival na tevê por satélites. Só há pouco tempo, muitos anos depois, ele teve recursos suficientes para comprar a parte que teve que vender.

A isso se dá o nome de capitalismo. De verdade. Não o capitalismo de araque que existe no Brasil e do qual desfrutam, esplendidamente, as empresas de jornalismo.

Eu acrescentaria o seguinte: rever a publicidade oficial e os empréstimos (doações) de bancos públicos deveria ter sido prioridade no governo PT. Em nome da decência, da transparência e, por que não, até de um capitalismo moderno.

Meu ponto é: o governo não precisa tratar a imprensa como um partido de oposição, embora ela se comporte como tal.

Basta tratá-la sem os privilégios vergonhosos, sem as mamatas abjetas que parece impossível derrubar.

Fonte: DCM,12/01/2016

Brito desmascara a "acusação" de Cerveró contra Lula

E reproduz o incrível "interrogatório" sem perguntas ao delator
        No twitter de Turquim


O C Af reproduz texto de Fernando Brito, no Tijolaço:


Cerveró – Então eu fui indicado para a diretoria da BR Distribuidora por reconhecimento do Presidente pela ajuda que prestei para resolver aquele problema do empréstimo da Schahin.

Procurador – Sim, o como é que o senhor soube do reconhecimento do presidente Lula a isso?

Cerveró – .... (silêncio)

Procurador – Ele disse isso ao senhor, pessoalmente ou por telefone?

Cerveró – Não, senhor...

Procurador – E como é que o senhor soube disso?

Cerveró – .... (silêncio)

Teria sido assim o interrogatório do senhor Nestor Cerveró que lhe rendeu redução da pena?

Deve ter sido, porque a "ligação" de Lula à sua nomeação e a razão dela ter sido a "gratidão" presidencial pela operação ocuta exatas duas linhas e meia no depoimento premiado de Cerveró, que, há coisa de uma hora, foi liberado pelo "vazador" para ser publicado. Sim, porque duvido que um repórter experiente como o do Estadão fosse "deixar para depois" de ser furado pela Folha que havia uma menção a Lula, justo na primeira página do documento.

Mas vamos ao que diz o papelucho, cuja guarda estava a cargo dos procuradores Fábio Mangrinelli Coimbra e Rodrigo Telles de Souza.

QUE, como reconhecimento da ajuda do declarante nessa situação (a quitação do empréstimo), o Presidente da República LUÍS INÁCIO LULA DA SILVA decidiu. indicar o declarante. para uma diretoria da BR DISTRIBUIDORA, a Diretoria Financeira e de .Serviços.

Só. Nada mais, oficialmente, foi dito ou lhe foi perguntado, porque não está no depoimento, nem que seja para dizer "que, indagado, não soube explicar que...etc..."

Inacreditável. Aliás, na página seis, Cerveró diz que Delcídio " também era considerado responsável pela indicação do. declarante para a diretoria da BR DISTRIBUIDORA". Era considerado ou era? Foi Delcídio que falou a Cerveró da suposta gratidão de Lula?

A única operação concreta a que Nestor Cerveró se refere é um suposto empréstimo do Banco do Brasil ao usineiro João Lyra, em 2010, por influência de Fernando Collor e que teria irritado Renan Calheiros. Há, porém, um "probleminha": informa oficialmente o Banco do Brasil que o empréstimo foi recusado e não saiu...

Qualquer delegado novato de DP no pé do morro aqui no Rio interroga melhor. Até porque sabe que um depoimento destes, sem materialidade e sem concatenação é lixo no tribunal.

Mas, no tribunal em questão, parece "não vir ao caso" e o depoimento é totalmente adequado ao que se busca, de fato: acusar Lula assim na base do "ouvi dizer".

Não precisa nem dizer de quem ouviu dizer.

PS. Detalhe intrigante: a delação não é o mesma que estava nas mãos de André Esteves e Delcídio do Amaral por uma simples razão: ambos foram presos no dia 25 de novembro e o depoimento foi prestado dia 7 de dezembro. É uma nova versão, certamente revista e talvez ampliada. Assim se conduz uma montagem.

Fonte: Conversa Afiada,12/01/2016


Constatação

A PF vaza, a globo espalha e o PSDB fatura.
Edson Marcon


O que o Brasil deve à direita?


O cientista político Emir Sader resgata "a experiência de mais de duas décadas de poder absoluto da direita no Brasil", durante a ditadura militar, e avalia que houve "destruição da democracia e a imposição de um modelo econômico que favorecia centralmente as grandes corporações".

Ao falar sobre FHC, lembra que "essa nova fase da direita" trouxe a "estabilidade monetária – conseguida inicialmente, embora a inflação retornasse posteriormente –, sem políticas sociais que atacassem o problema central do país"; para ele, a volta da direita ao governo, hoje, tão batalhada por Aécio Neves, derrotado nas eleições de 2014, "seria uma restauração conservadora, tanto do ponto de vista do regime político, como das políticas econômicas, com seus duros reflexos no plano social".


Lula nega relaçao pessoal e "gratidão" a Cerveró

Os proprietários dos grandes jornais e canais de televisão ficariam muito felizes se pudessem, algum dia, divulgar a prisão de Lula
 

Instituto Lula diz que "as questões levantadas pela imprensa com base em delação atribuída a Nestor Cerveró já foram esclarecidas pelo ex-presidente no foro apropriado: um depoimento à Polícia Federal em 16 de dezembro de 2015", no âmbito da Operação Zelotes.

"Lula não tem e não teve relação pessoal com o delator, muito menos o sentimento de 'gratidão' subjetivamente atribuído a ele", diz a nota.

Segundo a assessoria, Lula negou ainda "ter tratado com qualquer pessoa sobre supostos empréstimos ao PT ou sobre a contratação de sondas pela Petrobras".

Cerveró disse ter sido indicado a um cargo na BR Distribuidora por "gratidão" de Lula, após ele supostamente ter ajudado o PT a quitar um empréstimo.

Propinas da era FHC têm tratamento discreto nos jornais que tanto atacam o PT e o governo Dilma

Em outras palavras os grandes jornais são contrários aos governos petistas e fazem questão de dizer isso claramente, o que fere a Lei de Imprensa do País

247 – Embora Nestor Cerveró tenha dito que uma única transação da área internacional da Petrobras, fechada no apagar das luzes do governo FHC, tenha gerado uma propina de US$ 100 milhões para o PSDB, a imprensa brasileira deu tratamento discreto ao caso nesta terça-feira (leia maisaqui).

Em nenhum dos três principais jornais do País, o caso recebeu tratamento de manchete principal. A Folha julgou mais importante outro trecho da delação de Cerveró: a parte em que ele diz ter sido nomeado diretor da BR Distribuidora graças à "gratidão" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT por ter viabilizado um negócio com o grupo Schahin (leia aqui).

Globo e Estado, no entanto, não conseguiram compensar a denúncia que atinge o governo FHC com outra relacionada a Lula. Enquanto o jornal dos Marinho manchetou sua edição de hoje com a crise do setor aéreo, o Estado, dos Mesquita, deu destaque maior a mais um impasse político na Venezuela.

A tendência é que, nos próximos dias, o trecho da delação de Cerveró que atinge o PSDB desapareça dos jornais. Outra incógnita diz respeito ao tratamento que será dado à delação do ex-deputado Pedro Corrêa, ex-presidente nacional do PP – ele já citou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e avisou que também pretende delatar o que ocorreu na compra de votos para a reeleição de FHC.