terça-feira, 10 de maio de 2011

Passo para redividir o país




Política 6
Alessandra Mello

Câmara aprova projetos que autorizam plebiscitos sobre a criação de duas unidades da federação a partir do Pará. Em Minas Gerais, três regiões já quiseram se separar

A Câmara dos Deputados deu ontem o primeiro passo para a criação de novos estados no Brasil. Os deputados aprovaram dois projetos de decreto legislativo que autorizam a realização de um plebiscito com a população do Pará sobre a divisão de parte do estado em duas novas unidades da federação: Tapajós e Carajás (veja mapa). A consulta, de responsabilidade da Justiça Eleitoral, segundo a legislação, tem que ser feita no prazo de seis meses após a publicação dos decretos e deve ocorrer, provavelmente, em novembro. A decisão de ontem abre as portas para que outros projetos sobre novos estados, em tramitação no Congresso, sejam aprovados antes das eleições de 2014. O último estado criado foi Tocantins, em 1988. Atualmente estão em andamento 11 propostas de criação de estados e territórios. Em Minas, três projetos já foram feitos: Rio Doce, Minas do Norte e Triângulo.

Até o ano passado, tramitou na Câmara um projeto de autoria do então deputado federal Elismar Prado (PT), que hoje é parlamentar na Assembleia Legislativa, propondo a realização de uma consulta para a criação do estado do Triângulo Mineiro, com 66 municípios da Região do Triângulo e Alto Paranaíba. A proposta recebeu parecer pela legalidade na Comissão de Constituição e Justiça, mas não chegou a ser apreciada antes do fim da legislatura passada e foi arquivada. A mesma proposta foi apresentada em outras legislaturas por deputados que já deixaram a Câmara. Procurado pela reportagem, o deputado federal Welinton Prado (PT) não foi encontrado para responder se pretende reeditar a projeto de autoria do seu irmão Elismar Prado.Já estão prontos para serem votadas pela Câmara os projetos de convocação de plebiscitos sobre a divisão do Amazonas em três territórios – Rio Negro, do Solimões e do Juruá –, e também a consulta sobre a criação do estado do Araguaia, a ser desmembrado do Mato Grosso. O Senado aprovou no ano passado a realização de plebiscitos para que as populações desses três estados possam opinar sobre o assunto. Os projetos têm de passar pela Câmara.

A proposta que trata do plebiscito para a criação do estado de Tapajós ainda tem de ser analisada pelo Senado, pois foi alterada na Câmara. No entanto, não deve enfrentar dificuldade na tramitação, pois a pressão ontem para a aprovação dos dois projetos foi grande e quase não houve contestação por nenhum partido, com exceção do PSOL. O PT chegou a ameaçar com um pedido de retirada das propostas da pauta, mas a bancada do DEM protestou e acenou com a possibilidade de obstruir os projetos do Executivo caso não houvesse votação.

Um dos principais defensores da proposta, o deputado Lira Maia (DEM-PA) defendeu a divisão e disse que ela permitirá um melhor gerenciamento do estado. A única reclamação partiu do deputado federal do PSOL Chico Alencar (RJ). Segundo ele, fatiar os estados não vai ajudar a resolver os problemas. Chico Alencar lembrou a situação de muitos municípios brasileiros desmembrados antes de 1988 e que até hoje vivem exclusivamente de recursos dos estados e da União. Segundo ele, logo após a aprovação dos projetos, um dos deputados empenhados na criação dos novos estados já estava sendo chamado de governador.“Pará tripartido terá qual fisionomia geoeconômica, social e ambiental? Aqui todos os partidos nada questionaram, exceto o PSOL”, disse Chico Alencar. “Você não necessariamente fortalece a federação e melhora o atendimento das populações criando novos estados. É preciso ver se esses novos estados, que demandam uma enorme estrutura administrativa, são economicamente viáveis”, questionou o deputado, lembrando que as unidades da federação, se aprovadas, terão de ter toda a estrutura que envolve os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

Com plenário vazio, Câmara dá aval a plebiscito sobre criação de 2 Estados





Eugênia Lopes / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

Carajás e Tapajós são as unidades da federação que surgirão a partir do desmembramento do Estado do Pará, caso a população local aprove tal medida; só o PSOL votou contra o decreto, que prevê a realização da consulta popular em até seis meses

Com o aval do governo e da oposição, a Câmara aprovou ontem a realização de plebiscitos no Pará para a criação de dois novos Estados: Carajás e Tapajós. Se a população paraense concordar, as duas novas unidades serão desmembradas do Pará. A realização do plebiscito sobre a criação de Carajás será promulgada nos próximos dias. Já a consulta sobre Tapajós depende de aprovação no Senado. Só o PSOL votou contra as propostas.

"A ideia é fazer junto o plebiscito sobre a criação dos dois estados", disse o deputado Giovanni Queiróz (PDT-PA), autor da proposta de criação de Carajás. Segundo ele, o Orçamento Geral da União deste ano já prevê recursos de R$ 8,6 milhões para a realização do plebiscito.

Pelo projeto de decreto legislativo aprovado ontem, a consulta à população tem de ser feita no prazo de seis meses. Ou seja, até novembro. O plebiscito será feito pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará.

O decreto com o plebiscito sobre Tapajós terá de voltar ao Senado porque foi modificado na Câmara para incorporar municípios criados ao longo dos últimos 20 anos - o projeto original é de 1991. Se aprovado, o Estado de Tapajós terá 27 municípios. Já o Estado de Carajás ficaria com 39 municípios. O Pará, atualmente, tem 144 municípios.

Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) mostra que "o custo fixo para a manutenção de um novo estado na federação brasileira foi estimado em R$ 832 milhões por ano". Como esse valor refere-se a dezembro de 2008, o primeiro orçamento do novo Estado poderia consumir R$ 1 bilhão.

A criação de um Estado pressupõe a existência de um novo Executivo, um novo Judiciário e um novo Legislativo. Todos os poderes devem ser dotados de completa estrutura física, como prédios, veículos e equipamentos, e administrativa - governadores, secretários, servidores, juízes, promotores, deputados e assessores. "É um gasto ridículo em relação ao ganho da sociedade", afirmou Giovanni Queiróz, que classificou de "tendencioso" o estudo feito pelo Ipea.

Além dos gastos, os dois Estados implicarão a modificação na estrutura do Senado. A criação de Carajás e Tapajós haverá necessidade de criar seis novas vagas no Senado - a Casa tem hoje 81 senadores, ou 3 por unidade federativa. Na Câmara, as 513 vagas de deputados terão de ser redistribuídas, não havendo criação de novas cadeiras.

Todos os partidos, à exceção do PSOL, apoiaram a realização do plebiscito para a criação dos Estados. Apesar do aumento de gastos, o governo também apoiou a proposta.

Pretensão eleitoral. "Não há necessariamente uma melhora no atendimento da população com a criação de um Estado. É uma falácia achar que a criação de um estado melhora a vida do povo", argumentou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). "Vejo na comemoração da vitória do plebiscito uma comemoração da vitória eleitoral", ironizou.

Com um plenário esvaziado, com a presença de cerca de 80 dos 513 deputados, os dois decretos legislativos foram aprovados em votação simbólica (sem verificação nominal de votos).

Com 39 municípios, o Estado do Carajás vai englobar cidades localizadas no sul e no sudeste paraense, que abrangem uma área de 296,6 mil quilômetros quadrados, onde vivem aproximadamente 1,5 milhão de pessoas. A maior cidade é Marabá. Será o nono Estado em tamanho. Os 27 municípios de Tapajós vão abranger as regiões do Baixo Amazonas e do Sudoeste Paraense. Será o quarto maior estado brasileiro, superando Minas Gerais, com cerca de 1,7 milhão de habitantes.

Se a população for favorável à criação dos Estados, a Assembleia Legislativa do Pará terá dois meses para discutir os impactos administrativos, financeiros, econômicos e sociais da divisão territorial. Será preciso ainda a aprovação de lei complementar pelo Congresso Nacional para regulamentar o funcionamento dos novos Estados.

A expectativa é que, em 2014, os novos Estados já possam participar das eleições com candidatos ao governo, à Câmara, ao Senado e às Assembleias.

No plebiscito, a população do Pará poderá se decidir pela criação de Carajás e Tapajós, ou por apenas um deles, ou por nenhuma nova unidade da federação.

Impacto

R$ 832 milhões
por ano é o custo fixo, segundo estimativas do pelo Ipea, para a manutenção de um novo Estado na federação brasileira

PARA LEMBRAR

Há projetos para criação de mais 4 Estados

Existem atualmente mais quatro projetos de decreto legislativo em tramitação na Câmara que estabelecem a realização de plebiscito para a criação de novos Estados. Todas as propostas preveem o desmembramento de Estados em novas unidades da federação. Os novos Estados propostos são: Gurguéia, no Piauí; Mato Grosso do Norte, em Mato Grosso; Rio São Francisco, na Bahia; e Maranhão do Sul, no Maranhão.

A maior parte dos projetos é antiga e apresenta lacunas. Não incluem, por exemplo, estudo detalhado sobre a viabilidade econômica e os custos da medida. No Congresso, a criação de novos Estados mudaria apenas a composição do Senado, pois cada Estado tem direito a três representantes. Na Câmara, as 513 cadeiras são redistribuídas entre todos os Estados.

Deputados aprovam plebiscito para dividir Pará em três Estados




DE BRASÍLIA - A Câmara aprovou no dia 05/05 a realização de plebiscitos no Pará para a criação de outros dois Estados.

De acordo com o texto, Carajás ficará no sul e no sudeste do Pará. Tapajós ficará a oeste do Estado.

No caso de Carajás, será promulgado um decreto legislativo e o plebiscito terá de ser feito em seis meses. O projeto que prevê um plebiscito sobre Tapajós voltará para o Senado.

Segundo o deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA), já foram reservados no orçamento deste ano R$ 8,6 milhões para as votações. A ideia, porém, é aguardar a aprovação para Tapajós e fazer um só plebiscito sobre a criação dos Estados.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sem amparo científico, projeto do novo Código Florestal é um retrocesso

Pesquisador lamenta que o novo Código Florestal não tenha levado em conta as sugestões da comunidade acadêmica e critica a polarização do debate entre ruralistas e ambientalistas

Com a aprovação, na semana passada, do regime de urgência para a votação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados, a expectativa é que o texto seja apreciado pelos parlamentares nos próximos dias. No entanto, os pontos polêmicos do documento estão longe de serem sanados. E dividem a opinião de especialistas. Para o engenheiro agrônomo Antônio Donato Nobre, por exemplo, pesquisador e professor de um doutorado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), trechos do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) sobre o novo Código Florestal podem ser comparados aos discursos do ministro da Propaganda nazista, Joseph Goebbels: “O ministro dizia que uma mentira dita muitas vezes passa a ser verdade”, cita Antônio Nobre, em entrevista ao Correio, para criticar o substitutivo de Aldo que altera a legislação ambiental brasileira. Para o pesquisador, o relatório é um retrocesso. “O que está sendo feito é um acordo de lobby, de poder, de ideologia. Não tem fundamento científico”, afirma o pesquisador.

Antônio Nobre foi o coordenador do estudo da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) que apontou incontáveis prejuízos ambientais e econômicos no caso de aprovação do novo Código Florestal. A pesquisa foi divulgada em 26 de abril. No mesmo dia, um grupo de cientistas — entre eles Antônio Nobre — reuniu-se com Aldo Rebelo e fez sugestões para o substitutivo que será votado na Câmara. “Ele não inclui nada. E piorou o relatório”, lamenta o pesquisador. Confira os principais trechos da entrevista:

O deputado Aldo Rebelo apresentou um novo relatório na semana passada. O senhor já fez uma comparação, do ponto de vista da ciência, entre o documento aprovado na comissão especial em 2010 e o mais recente?

Já dizia Dom Pedro II: “Devagar que eu tenho pressa”. Se você correr, quebra-se a roda da carruagem e não se chega a lugar nenhum. É exatamente isso que está sendo feito. É muito grave o fato de a ciência não ter sido chamada a opinar. Em 1934, quando foi feito o primeiro Código Florestal, e em 1965, os legisladores chamaram a ciência. Não havia satélite, computador, modelagem matemática, nada disso, e, no entanto, houve a consulta. É quase insano, neste momento, fazer uma modificação tão profunda no Código Florestal sem chamar a ciência. A sociedade paga impostos para que se desenvolva o conhecimento, mas o deputado Aldo Rebelo acha isso irrelevante. O que está sendo feito é um acordo de lobby, de poder, de ideologia. Não tem fundamento científico. Esse é um debate desgastante, principalmente porque os extremos estão conduzindo o debate, sem bom senso. Aos extremos não interessa o diálogo. E não há motivo para esse desgaste todo: a parte ambiental influencia na parte agrícola. Na verdade, os que estão brigando deveriam estar conversando.

Poucos dias depois de o senhor e um grupo de cientistas se encontrarem com Rebelo, o deputado apresentou o novo substitutivo, com mudanças importantes. O que achou desse novo relatório, que deve ir à votação?

Foram colocadas pegadinhas nesse texto, como liberar os estados e os municípios para a supressão da cobertura vegetal e falar que não se está liberando para o desmatamento. O ministro da Propaganda de (Adolf) Hitler (Joseph Goebbels) dizia que uma mentira dita muitas vezes passa a ser verdade.

A grande discussão agora é sobre áreas consolidadas em APPs, permitidas pelo relatório. Como o senhor vê isso?

É um desastre. Basta ver os eventos extremos que têm ocorrido. Propriedades a menos de 500 metros das margens do Rio Iguaçu, por exemplo, estão com o solo todo exposto. Muitos agricultores não fazem plantio direto e a terra roxa, uma das mais ricas do mundo, que demora mil anos para se formar a partir da rocha, está indo para o fundo do Rio Iguaçu e caindo nas cataratas. Dez bilhões de reais se perdem por erosões, sem falar da contaminação da água e do problema do suprimento de água com qualidade nas cidades. Essa questão ripária não é meramente uma posição ideológica, do tipo “sou comunista”, ou “defendo uma ONG”. É uma questão científica. Nessa votação, ligaram um trator ideológico. Quem não concorda é desqualificado com bases ideológicas. A lei a ser alterada vai mudar o funcionamento e o metabolismo do país. Não se deve fazer isso no prazo de uma semana.

Como foi o encontro com Aldo? Que garantias ele deu aos cientistas?

No primeiro momento, foi um pouco tenso, pois havia uma leitura de Aldo e dos ruralistas de que a SBPC estava se alinhando ao ambientalismo. Depois, questionamos se ele concordava com as faixas de APPs e sugerimos um sistema que respeite a vocação natural dos terrenos. Ele achou interessante e disse: “Eu confesso para você que o que estou propondo não é o ideal, é o real, o possível”. Pedimos para ele, então, que incluísse algo que não concretasse o Código Florestal, já que a votação será inevitável. Mas vamos ficar presos num novo código, que é pior do que o que está saindo.

O novo substitutivo incluiu alguma das sugestões dos cientistas?

Não incluiu nada. Ele piorou o relatório. O argumento dele era que o setor de meio ambiente do governo não deixava. Nós estivemos com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e com o ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Quando a gente relatou isso à Izabella, ela disse: “O que vocês estão apresentando é ouro, é fantástico, é maravilhoso, seria perfeito se a gente conseguisse colocar no código”.

O senhor está pessimista com a votação?

Não. Eu já achava que ia ser votado na quarta passada e não foi. Os ruralistas estão com força, têm 300 votos. Se a proposta passar como um trator na Câmara, dificilmente o Senado vai bloqueá-la. Mas há a possibilidade do veto presidencial. A presidente Dilma não pode evitar, mas pode vetar. O ideal é que se faça um acordo agora. É uma vergonha, em 2011, o Brasil apresentar isso para o mundo.
Fonte: Correio Braziliense, 09/05/11

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Proposta de emenda à Constituição institui responsabilidade eleitoral

objetivo é evitar que promessas de eleição sejam descumpridas.

A Câmara analisa a Proposta de Emenda à Constituição 10/11, do deputado Luiz Fernando Machado (PSDB-SP), que obriga os Executivos municipais, estaduais e o federal a elaborar e cumprir plano de metas com base nas propostas da campanha eleitoral, registradas na Justiça Eleitoral.

O objetivo da proposta denominada PEC da Responsabilidade Eleitoral é evitar que promessas de eleição não sejam colocadas em prática, decepcionando o eleitor. 

Segundo a PEC, prefeitos, governadores e o presidente da República deverão, em até 120 dias após a posse, encaminhar à câmara municipal, à assembleia legislativa ou ao Congresso Nacional, conforme o caso, o plano de metas de sua gestão. 

Inelegível 

Esse plano conterá diretrizes, objetivos, prioridades, ações estratégicas, indicadores e metas quantitativas para cada um dos setores da administração pública e servirá de base para a elaboração do plano plurianual. De acordo com a PEC, o não cumprimento do plano de metas, sem justificação, torna o titular do mandato inelegível. 

Na avaliação do parlamentar, o plano de metas se tornará um instrumento de gestão democrática e transparente, oferecendo oportunidade para que a população tome conhecimento das metas de gestão e dos indicadores das diversas áreas da administração, como saúde, educação e segurança, entre outras. 

Tramitação 

A PEC será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania quanto a sua admissibilidade. Se aprovada, será examinada por comissão especial e votada em dois turnos pelo Plenário.
Fonte: Agência Câmara

JUSTIÇA: APROVADA UNIÃO CIVIL HOMOSSEXUAL

Por unanimidade, STF reconhece a relação entre pessoas do mesmo sexo, garantindo direitos, como a partilha de bens
 
BRASÍLIA -O Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão histórica ao reconhecer ontem a existência da união estável entre companheiros do mesmo sexo. Por unanimidade, os ministros definiram que as uniões homossexuais configuram uma entidade familiar. A partir de agora, em tese, casais gays passarão a ter direitos previdenciários e poderão partilhar bens e herança, assim como fazer declaração conjunta de Imposto de Renda e adotar filhos.

Em plenário, prevaleceu a tese do ministro Carlos Ayres Britto, relator dos dois processos que pediam que as garantias previstas para a união estável entre heterossexuais se estendessem aos relacionamentos homoafetivos. Britto deu nova interpretação ao artigo 226 da Constituição, que se refere à possibilidade de união estável somente entre "o homem e a mulher". 

Em entrevista após a sessão, o relator afirmou que a "equiparação vale para todos os fins e efeitos". Segundo ele, quando houver resistência por parte de instituições administrativas, o caminho será buscar a Justiça. Enquanto o Congresso não aprovar uma legislação específica sobre o tema, valerá o entendimento do STF. Segundo Cezar Peluso, presidente da Suprema Corte, não foi delimitado como a decisão será aplicada em casos práticos, o que caberá aos parlamentares. 

Os processos apreciados pelo STF têm como autores a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). O julgamento começou na quarta-feira, quando os representantes da PGR e da Advocacia-Geral da União manifestaram-se pelo reconhecimento da união gay.

Representando o governador do Rio, o jurista Luís Roberto Barroso sustentou que todos os cidadãos têm direito a igual respeito, ainda que representem minorias. Nove advogados de entidades favoráveis e contrárias à legalização da união homoafetiva fizeram sustentação oral. Hugo Cysneiros, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), focou-se em argumentos constitucionais de que a união estável só é possível entre homem e mulher. 

Ontem, a análise foi retomada com o voto de Luiz Fux, que lembrou os preceitos constitucionais de que todos são iguais perante a lei. Na sequência, os demais oito ministros presentes também acompanharam o voto do relator. Cármen Lúcia ponderou que ninguém pode ser considerado inferior por fazer uma escolha individual. Já Ricardo Lewandowski afirmou que a união estável entre pessoas do mesmo sexo cria uma nova modalidade de família, que, segundo ele, "merece a proteção do Estado". Ele declarou, porém, que os diretos dos parceiros gays são menos amplos do que os previstos na união entre homem e mulher, excluindo, por exemplo, o casamento civil homossexual. 

Para o ministro Joaquim Barbosa, o Supremo ficou diante de uma "situação de descompasso", em que o direito não foi capaz de acompanhar as mudanças sociais. Gilmar Mendes concordou, ao avaliar que a Corte ocupou um vácuo deixado pelo Legislativo. "Não há nenhuma dúvida aqui de que o tribunal esteja assumindo, ainda que provisoriamente, um caráter de legislador positivo", destacou. Março Aurélio Mello, por sua vez, ressaltou a importância da decisão do STF. "Hoje, o povo brasileiro vence a guerra mundial contra o preconceito." 

Direitos iguais 

Com a decisão do STF, casais homossexuais têm os mesmos direitos e deveres que a legislação brasileira estabelece para os casais heterossexuais. Entre os quais: adotar filhos e registrá-los em seus nomes; receber pensão alimentícia; ter acesso à herança de seu companheiro em caso de morte ser incluídos como dependentes nos planos de saúde e constituir entidade familiar. A decisão abre caminho para que o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo seja permitido. 

Fonte: JusBrasil Notícias, 06/05/11

Acredite em Deus e vc vencerá!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O amor é tudo!

Rapidinhas...

Nas grandes cidades, a gasolina é entregue nos postos a R$ 1,04, os impostos acrescidos (CIDE, PIS/COFINS, ICMS) a cada litro chegam a R$ 1,08, mais o lucro do posto, R$ 0,25 , totalizando, R$ 2,47. Portanto, a cada 200 lt de gasolina vendidos, ao preço de R$ 494, 00, o dono do posto fatura R$ 50,00, a transportadora R$ 4,00, a Petrobrás R$ 16,00 e o Governo embolsa R$ 216,00. Pode?

Hoje, tive uma conversa demorada com um líder político, que entre outras coisas me disse que dos possíveis candidatos a prefeito de Itaituba um será do PMDB; outro do PSDB; outro dos partidos mais a esquerda e talvez, mais um que será alguém que receberá o apoio de Roselito Soares, ex prefeito do Município. Eu, particularmente, acredito que haverá a união do PMDB e PSDB e que Roselito, que tem muitos interesses em jogo, deve apostar num candidato que se proponha a ser capitaneado por ele. O que você acha?

Já se passaram três meses de mandato dos atuais deputados e várias pessoas que apostaram na candidatura de Hilton Aguiar para deputado estadual, foram pras ruas, defenderam o nome, até agora não tiveram qualquer retorno. Nomeação e assessoria nem pensar. Se já era grande o número de pessoas que levaram rasteira dele, agora ficou ainda maior. A fama de velhaco, mentiroso, falso e enganador cresce todo dia. Eu disse a ele que nesse ritmo será um mandato só!

Para finalizar, o ditado popular diz: “Quem planta vento, colhe tempestades”!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Assim não não dá!

A gasolina teve aumento, veja como fica a distribuição
dos  valores agregados a ela, até chegar no tanque do 
seu carro. Considerando que os valores da gasolina em
Itaituba são  maiores, a coisa fica pior!

Composição do preço gasolina ( em reais) :
 
Gasolina("A")800ml (pura, vendida pela Petrobrás) = R$ 0,80
Álcool Anidro 200 ml (os 20% misturados à gasolina)= R$ 0,24

TOTAL = R$ 1,04 / Litro
+
CIDE - PIS/COFINS (Imposto Federal)                      = R$ 0,44
ICMS (Imposto Estadual)                                             = R$ 0,64
TOTAL DE IMPOSTOS (104% do Preço Bruto)      = R$ 1,08

TOTAL (CUSTO + IMPOSTOS) = R$ 2,12
+
LUCRO DA DISTRIBUIDORA (Média por Litro)    = R$ 0,08
FRETE (Média por Litro)                                           = R$ 0,02
LUCRO DO POSTO (Média por Litro)                     = R$ 0,25

FINALIZANDO:
VALOR NA BOMBA COM IMPOSTOS                 
= R$ 2,47
VALOR NA BOMBA SEM IMPOSTOS                   = R$ 1,39
Portanto, se você consome 200 litros de gasolina por mês, o bolo
FICA dividido assim:

DONO DO CARRO ......................R$ 494,00
 
DONO DO POSTO.....................R$ 50,00
DONO DO CAMINHÃO...........R$ 4,00
PETROBRÁS ..............................R$ 16,00
GOVERNO.....................................R$ 216,00
Deveríamos comemorar a "auto-suficiência" em roubo também.
Nós que infelizmente produzimos nossos próprios corruptos...