sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

"Um desqualificado manda a julgamento uma mulher íntegra"


"É vergonhoso que a Câmara seja presidida por uma pessoa sem qualquer vinculação com a verdade e com o que é reto e decente. Manipula, pressiona deputados, cria obstáculos para o Conselho de Ética. 

Mais vergonhoso ainda é ele, cinicamente, presidir uma sessão na qual se decide a aceitação do impedimento de uma pessoa corretíssima e irreprochável como é a Presidenta Dilma Rousseff", diz o teólogo Leonardo Boff.

"Seu ato irresponsável pode lançar a nação em um grave retrocesso, abalando a jovem democracia, que, com vítimas e sangue, foi duramente conquistada".

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

PT e PMDB terão o maior número de integrantes na comissão especial


03/12/2015

O PT e PMDB serão os partidos com o maior número de representantes na comissão especial que avaliará a denúncia de impeachment contra a presidente Dilma Roussef.

Pelas regras de proporcionalidade de representação na comissão especial, serão oito petistas e oito peemedebistas entre os 65 deputados que integrarão o grupo de deputados; O PSDB será representado por seis integrantes.

Na lista de representação, quatro partidos poderão indicar quatro integrantes cada: PP, PSD, PR e PSB. O PTB terá o direito de indicar três deputados, enquanto que PRB, PROS e DEM serão representados por dois parlamentares cada.

Por blocos partidários, a composição fica da seguinte maneira: O PSDB e o bloco que compõe, junto com PSB, PPS e PV, totalizará 12 vagas. O bloco comandado pelo PT, que é integrado ainda pelo PSD, PR, PROS e PCdoB, terá 19 vagas. O PMDB terá oito representantes. O bloco formado pela legenda e pelo PP, PTB, DEM, PRB, SDD, PSC, PHS, PTN, PMN, PRP, PSDC, PEM, PRTB tem 25 integrantes.

Cada partido representado na Câmara dos Deputados terá ao menos um integrante na comissão. O número garante a participação de parlamentares de todos os partidos e blocos da Câmara, como determina a Lei do Impeachment. Outros 65 suplentes serão indicados, seguindo a mesma regra de representação. 

Leia mais em: http://zip.net/bbstnx

Edinho: "Governo está seguro da defesa de Dilma"

O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, disse nesta quinta (3) que o Palácio do Planalto está seguro para a defesa jurídica caso o processo avance.

Ele criticou a tentativa da oposição de resolver questões políticas com ruptura institucional e disse que o governo está preparado para se defender de ataques e ameaças.

“Estão afrontando não o governo da presidenta Dilma, mas a democracia brasileira, a imagem internacional do Brasil como um país democrático”, avaliou o ministro.

Edinho afirmou que Dilma vai manter o ritmo de trabalho durante o andamento do processo na Câmara.

Sociedade se coloca contra o impeachment de Dilma, aberto por pura retaliação

Maiores lideranças políticas do País estão dizendo NÃO
ao oportunismo, a retaliação e ao "terceiro turno"

247 - Menos de 24 horas depois de deflagrada a tentativa de ruptura da ordem democrática pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), por retaliação e chantagem contra a presidente Dilma Rousseff, uma avalanche de forças de vários estados e de movimentos sociais do País condenaram a ação de Cunha, que tem apoio de líderes da oposição, como o senador Aécio Neves (PSDB).

O repúdio ao golpe contra a presidente Dilma Rousseff uniu até o momento três presidenciáveis - Ciro Gomes (PDT), Luciana Genro (PSOL) e o ex-STF Joaquim Barbosa, dez governadores - Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), Rui Costa (PT–BA), Ricardo Coutinho (PSB–PB), Flávio Dino (PCdoB–MA), Paulo Câmara (PSB–PE), Robinson Farias (PSD–RN), Camilo Santana (PT–CE), Wellington Dias (PT–PI), Jackson Barreto (PMDB–SE) e Renan Filho (PMDB–AL), além de líderes de movimentos sociais e religiosos, como o presidente da CUT, Vagner Freitas; da UNE, Carina Vitral; e do MST, João Pedro Stédile, e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Além dos líderes políticos e de movimentos sociais, a repressão à iniciativa golpista de Eduardo Cunha foi expressada por vários juristas, que apontaram as fragilidades do pedido de impeachment formulado por Helio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal.

A substância principal do pedido de impeachment de Dilma Rousseff é um parecer de um procurador de contas Júlio Marcelo de Oliveira, do Tribunal de Contas da União, que acusa o governo de praticar "pedaladas fiscais" em 2015, por meio de seis decretos de suplementação orçamentária que totalizam R$ 2,5 bilhões.

No entanto, a aprovação pelo Congresso Nacional da mudança da meta fiscal de 2015, reconhecendo o déficit, transforma o pedido aceito por Eduardo Cunha em "natimorto".

Fonte: Brasil 247, 03/12/2015

Líder da Rede, partido de Marina Silva, se manifesta contra impeachment


Os líderes do Psol, Chico Alencar (RJ), e da Rede Sustentabilidade, Alessandro Molon (RJ), se pronunciaram sobre a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de autorizar a abertura de processo de impeachment da presidente Dilma

Segundo o líder da Rede, a conduta de Cunha é "uma clara retaliação à perspectiva de derrota no Conselho de Ética"; "Espero que o Procurador-Geral da República acolha a nossa representação, que pede seu afastamento imediato, para livrar a República da lógica da chantagem e da ameaça".

Lula: 'É uma insanidade, o Brasil não merce isso'


Ao lado do governador do Rio de Janeiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou duramente o processo de impeachment iniciado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"Me sinto indignado com que estão fazendo com o país. Cunha só está pensando nele. Não pensa no país, na economia. O Brasil não merece isso", afirmou.

Ele também disse esperar que Luiz Fernando Pezão (PMDB) lidere outros governadores contra o que chamou de "insanidade".

Sobre a declaração de Cunha de que Dilma teria "mentido à nação" ao dizer que não faz barganha, declarou: "Eu conheço a Dilma e acho muito difícil que ela faça barganha".

Golpe acunhado

Tudo que ele quer é desviar a atenções do processo contra ele que está na Comissão de Ética

"Cunha acusar Dilma é, como já se disse alhures, um sujeito acusado de tudo acusar uma presidente acusada de nada. É como se o Estado Islâmico acusasse o Dalai Lama de terrorismo. É como se Hitler acusasse Roosevelt de genocídio. É como se Judas acusasse Jesus Cristo de traição. É uma total e surreal inversão de valores".

Dallari: decisão de Cunha é “antiética e oportunista”


Jurista reafirma que continua não havendo fundamento jurídico para uso da pedalada como base para abertura de um processo de impeachment e, sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, Dalmo Dallari lembra que "ele foi eleito por deputados que sabem que ele é absolutamente antiético e oportunista. Portanto, os deputados que o elegeram também participaram do jogo antiético".

Para ele, processo contra a presidente Dilma tem "pouquíssima possibilidade de sucesso".

CNBB questiona 'autoridade moral' de Cunha


Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é mais uma entidade representativa da sociedade a levantar contra o ataque de Eduardo Cunha à ordem democrática.

Em nota, a CNBB que a atitude de Cunha "carece de subsídios que regulem a matéria" e que a sociedade está sendo levada a crer que "há no contexto motivação de ordem estritamente embasada no exercício da política voltada para interesses contrários ao bem comum".

"Que autoridade moral fundamenta uma decisão capaz de agravar a situação nacional com consequências imprevisíveis para a vida do povo?", questiona.

Lula questiona reportagem do Globo em audiência


Ex-presidente compareceu nesta quinta-feira 3 a audiência da ação por danos morais que move contra jornalistas do jornal O Globo, na 46ª Vara Cível do Rio de Janeiro.

Ao juiz, Lula reafirmou que jamais teve um apartamento tríplex no Guarujá, como afirmou o jornal em agosto. Já os repórteres disseram ao juiz que tinham apenas ouvido falar por meio de "fontes" anônimas sobre o apartamento e sua relação com a Lava Jato e o doleiro Alberto Youssef, mas não chegaram a ver documentos. Os advogados das partes têm cinco dias para apresentar as alegações finais.

'Movimentos irão às ruas impedir tentativa de ferir democracia'


Líder do MST, João Pedro Stédile, afirma que "certamente, os movimentos populares irão fazer suas avaliações e, nos próximos dias, nos articularemos para programarmos mobilizações e impedirmos, nas ruas, qualquer tentativa de ferir nossa nascente democracia".

Ele afirmou ainda que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), "não tem moral" para encaminhar processo de impeachment.

'País não precisa de impeachment', afirma Pezão


Governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB) disse que já se foi um ano (2015) "onde a racionalidade não operou na Câmara Federal".

Durante vistoria na estação de Metrô no Leblon, Zona Sul do Rio, ele disse a situação vivida no impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello foi bem diferente da atual. "Uma pessoa séria com dificuldades de governabilidade, ela (Dilma) é uma pessoa acima de qualquer dúvida sobre sua vida. Pessoa muito séria".

Pedido de impeachment é boa notícia


"A oposição de direita e os desgarrados do centro precisarão reunir 342 dos 513 votos para aprovarem a admissibilidade do impeachment, sob a batuta de um homem marcado por denúncias fortíssimas de corrupção e movido pelo rancor", diz o colunista Breno Altman.

Ele lembra que o campo governista precisa de 172 votos e diz que, a partir de agora, "cabe apostar na mobilização dentro das instituições e nas ruas, para derrotar simultaneamente o golpismo e a chantagem, reconstruindo por baixo a governabilidade necessária para voltar ao programa eleito em 2014".

Dilma se reúne com Temer para discutir impeachment


Um dia após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitar pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma, o Palácio do Planalto começou a se mobilizar logo cedo para reagir à iniciativa.

Dilma chamou o vice-presidente, Michel Temer, e os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner; da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva; da Justiça, José Eduardo Cardozo; e a da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, para uma reunião em seu gabinete.

“Todo brasileiro deveria estar indignado”


Deputado do PSOL diz que "chantagem barata de Cunha vai além do que jamais suporia Maquiavel"; Jean Wyllys ressalta que o impeachment é "um remédio drástico, só aplicável em última instância, quando existe crime de responsabilidade. E não é o caso"; "Estou extremamente indignado, como todo brasileiro e toda brasileira deveriam estar nesse momento, independentemente de sua opinião sobre o governo da presidenta Dilma Rousseff", afirma

CUT “vai para a rua” defender Dilma


Presidente da Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas, classificou como "desespero" a decisão de Eduardo Cunha, que deveria estar preso, segundo ele.

Para Vagner, o país passa por um momento de paralisia provocado por um "terceiro turno que não acabou" e por uma política econômica equivocada. Manifestações em defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff devem acontecer hoje em Brasília.

“Quem mentiu foi o presidente Eduardo Cunha”

Em coletiva à imprensa, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, respondeu às declarações feitas hoje mais cedo pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que a presidente Dilma Rousseff teria "mentido à nação" ao dizer que não faz barganha.

"O presidente da Câmara mentiu. Ele afirmou que o deputado André Moura teria estado com a presidenta Dilma, levado por mim", rebateu Jaques Wagner; "Essa é a prática do presidente da Casa: sempre fazendo chantagem", destacou o ministro.

Wagner falou ainda em "tapetão" e acrescentou que a oposição tentou o ano inteiro "encaixar um fato" para pedir o impeachment, mas que trata-se de "um impeachment sem causa".

PSDB volta aos braços de Cunha sem cerimônia


"O PT ganhou na loteria com a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma em meio à discussão sobre a cassação do mandato de Eduardo Cunha. O PSDB, que chantageou Cunha, volta aos seus braços sem nenhuma cerimônia. Agora, o PSDB é Cunha".

Todos os governadores do Nordeste dizem NÃO ao golpe contra Dilma


De forma unânime, os governadores do Nordeste contestaram a tese de impeachment lançada por Eduardo Cunha, réu por corrupção e lavagem de dinheiro, com apoio do tucano Aécio Neves, derrotado nas últimas eleições.

Em nota, os governadores Rui Costa (PT–BA), Ricardo Coutinho (PSB–PB), Flávio Dino (PCdoB–MA), Paulo Câmara (PSB–PE), Robinson Farias (PSD–RN), Camilo Santana (PT–CE), Wellington Dias (PT–PI), Jackson Barreto (PMDB–SE) e Renan Filho (PMDB–AL) manifestam repúdio ao que chamam de "absurda tentativa de jogar a Nação em tumultos derivados de um indesejado retrocesso institucional".

'Cunha desmoraliza o processo de impeachment'


"Eduardo Cunha ter aceitado o pedido de impeachment da presidente Dilma depois de o PT ter anunciado que votaria contra ele no Conselho de Ética é a desmoralização total deste processo. 

A oposição vai fazer de tudo para tirar essa marca, mas para Dilma não poderia haver um melhor cenário para que essa disputa se iniciasse".

A avaliação é do jornalista Renato Rovai. Segundo ele, "Dilma, seu partido e seu governo terão todas as condições de demonstrar que isso só está acontecendo porque o presidente da Câmara quer se vingar por não ter tido do PT o aceite da chantagem que tentou operar".

Para Jarbas Vasconcelos, 'Impeachment é fruto de chantagem fracassada'



O deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) disse que a abertura de processo de impeachment anunciada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), contra a presidente Dilma Rousseff é resultado do fracasso generalizado do dirigente.

"Ele tentou chantagear a Oposição não conseguiu e partiu forte para cima do Governo e do PT querendo a mesma coisa e fracassou, portanto, o processo em voga é fruto do fracasso generalizado", observou.

Jarbas disse que Cunha é um "chantagista cínico".

'Impeachment será barrado no STF e nas ruas'


O deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) criticou a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff por Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Para o deputado, Cunha oferece a abertura do processo à oposição do governo, em troca de votos no Conselho de Ética que analisa processo contra o presidente da Casa.

"Eu não tenho a menor dúvida de que o povo brasileiro não aceitará isso. Esse processo de impeachment será barrado aqui, será barrado nas portas dos tribunais, no Supremo Tribunal Federal, e será barrado nas ruas", disse ele em vídeo publicado nas redes sociais.

Cunha, sabedor de que enfrentará um processo de cassação, abre impeachment contra Dilma

Tal atitude foi uma resposta ao PT que votará contra ele na Comissão de Ética

Prestes a ser cassado por suas contas secretas na Suíça e também acusado de prestar favores ao BTG, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu aceitar no início da noite desta quarta-feira 2 o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff feito pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior e abraçado pela oposição.

Segundo Cunha, aceitação do pedido "tem natureza técnica" e o processo seguirá seu rito "normal, com amplo direito ao contraditório"; "Não era esse o meu objetivo", disse Cunha.

A decisão ocorreu poucas horas depois que a bancada do PT decidiu votar pela continuidade da ação que pede a cassação de Cunha no Conselho de Ética.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

PT decide votar a favor da cassação de Cunha

É a única forma de acabar com a chantagem no Congresso

Os três integrantes do PT no Conselho de Ética da Câmara - Zé Geraldo (PT-PA), Leo de Brito (PT-AC), e Valmir Prascidelli (PT-SP) - votarão a favor da continuidade da ação que pede a cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "A posição de bancada é pela admissibilidade. O partido tomou essa decisão. Nós agora vamos seguir a decisão da bancada do partido. Já era uma tendência nossa", disse o deputado Zé Geraldo. A decisão foi anunciada após reunião da bancada do PT na Câmara agora há pouco.

O que esperar do PT?

Ser Churchill ou Chamberlain?

publicado 02/12/2015

O Conversa Afiada reproduz artigo de Breno Altman, extraído do Opera Mundi:

Hoje é um dos dias mais importantes da história do PT.

Se seus três representantes na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados — Leo de Brito (AC), Valmir Prascidelli (SP) e Zé Geraldo (PA) — votarem pela continuidade do processo de cassação de Eduardo Cunha, como se espera, honrarão seu mandato e o compromisso histórico do partido com o povo brasileiro.

Mas se sucumbirem a supostas pressões para mudar seu voto, empurrarão o partido e o governo a uma das máximas de Winston Churchill: “entre a desonra e a guerra, eles escolheram a desonra, e terão a guerra.”

O ex-primeiro-ministro inglês se referia, com estas palavras, à decisão de seu antecessor, Neville Chamberlain, aliado ao governo francês, que optou por entregar os sudetos tchecos a Hitler, em 1938, no Pacto de Munique, apostando que iria pacificá-lo e evitar o confronto.

Não tenhamos dúvidas: salvar o pescoço de Cunha apenas adiaria o processo de impeachment na Câmara, para um cenário no qual o PT e a presidente Dilma estariam tão desmoralizados, exatamente pelo eventual socorro ao peemedebista, que ralas seriam as forças dispostas a combater o golpismo.

No caso, se perderia a honra e a guerra.

Fonte: Conversa Afiada, 02/12/2015

Agora é oficial: Janot e Cunha ferraram a Dilma!

Dr Janot, quem é mais perigoso: o Delcídio ou o Cunha?​

publicado 02/12/2015

O Governo Dilma não está diante de um impasse, mas de um vexame!

Não quer proteger o Cunha, mas não quer empurrá-lo para o abismo.

Se pudesse, lavava as mãos e dizia que isso é coisa do PT e do Legislativo!

Mas, ninguém ia acreditar nisso!

O Governo precisa do Legislativo para aprovar o Orçamento, a CPMF e continuar a governar.

Por isso, se submete à chantagem.

E se deixa levar por um raciocínio que não vai à esquina: se empurrar o Cunha, ele abre o impeachment e o Governo vai às favas.

Errado.

Primeiro, porque você pode prometer o céu ao Cunha, porque ele – a depender do e-mail que troca – sempre usará o impeachment como chantagem.

Não há como converter o Cunha ao Cristianismo.

Segundo, porque o impeachment com o Cunha, o Gilmar e o Pauzinho do Dantas não vai à esquina seguinte.

De novo, o Governo não faz o cálculo político, mas o pragmático.

Deixa o Cunha sentado na cadeira e a gente consegue aprovar o teto e a CPMF.

O Governo poderá até, mais tarde, aprovar o teto e a CPMF, mas, se pagar na íntegra o valor do resgate que o sequestrador pede, babau!

Governa mas não governa!

Governa, chega ao fim, mas sabe-se lá como!

E não adianta dizer que o Governo preservou a posição do PT e do Rui Falcão.

Se o Governo pagar o resgate ao Cunha, era uma vez PT!

E o Janot?

As fontes do Governo com que o Conversa Afiada conversou nessa manhã sinistra de quarta-feira, dizem as duas a mesma coisa: o Janot poderia ter tirado o Governo Dilma – que o indicou DUAS vezes – da forca!

Se o Delcídio foi preso porque poderia, solto, continuar a delinquir, e o Presidente da Câmara, que troca emails com banqueiro corruptor?

Um senador tem mais força que um Presidente da Câmara, Dr Janot?

Um senador entre 81 é mais perigoso que UM PRESIDENTE DA CÂMARA, Dr Janot?

Por que o Janot se omitiu?

Janot não vai ao Cunha como não vai a Furnas!

Porque o Aecím… bem, o Aecím é uma reserva (moral)!

E porque o Cunha tem serventia!

Deve ser por isso.

E o Cunha só vai cair depois que o fantasma do impeachment tiver seguido o do pai do Hamlet, rumo ao esquecimento!

Paulo Henrique Amorim

Fonte: Conversa Afiada, 02/12/2015

Destino de Cunha e do PT tem quatro cenários


A decisão dos deputados do PT que têm acento no Conselho de Ética - Léo de Brito, Valmir Prascidelli e Zé Geraldo - sobre votar contra ou a favor do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, na sessão desta quarta-feira 2, comporta quatro cenários, conforme aponta a colunista do 247 Tereza Cruvinel.

No primeiro, os petistas votam contra Cunha e, "sobrevindo o processo de impeachment, nem mesmo a oposição acha que o governo não teria os 171 votos para derrotar o pedido".

No segundo, o PT cede às pressões do governo e vota a favor, desgastando o partido e a presidente Dilma.

No terceiro, os votos do PT se dividem, com dois a favor e um contra.

Nor último, também se dividem, mas com dois contra e um a favor, o que resultaria em empate, cabendo ao presidente do colegiado, José de Araújo (PSD), a decisão final. "Para o PT, esta seria a melhor saída. Não poderia ser culpado nem pela salvação de Cunha nem pela abertura do processo de sua cassação", opina a jornalista.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Portaria da Justiça Eleitoral é "esdrúxula"

Como é um ato irresponsável gastar muito dinheiro com eleições a cada dois anos. Por que não de quatro em quatro anos? Por que não unificar as eleições e diminuir os custos?

Fernando Brito, do Tijolaço - A esdrúxula portaria da Justiça Eleitoral dizendo que não pode realizar as eleições municipais de 2016 - se no contingenciamento a que está sendo obrigado o Governo eleitoral – obrigado, sim, porque há dinheiro, mas não Orçamento e a Presidenta se expõe a ser enquadrada na Lei de Responsabilidade Fiscal – se o Executivo não lhe der, já e já, os R$ 200 milhões para comprar urnas eletrônicas é uma das maiores demonstrações de cinismo que já assisti na vida.

“A demora ou a não conclusão do procedimento licitatório causará dano irreversível e irreparável à Justiça Eleitoral. As urnas que estão sendo licitadas tem prazo certo e improrrogável para que estejam em produção nos cartórios eleitorais. Na espécie, não há dúvida que o interesse público envolvido há que prevalecer, ante a iminente ameaça de grave lesão à ordem, por comprometer as Eleições Eletrônicas Municipais de 2016”, diz o texto.

Mas porque as eleições não podem ser feitas com as mesmas urnas que usamos no ano passado?

Ah, porque precisam ser colocadas novas urnas que aceitem a identificação biométrica, complicada e, pior, inócua.

Não se tem notícia de fraude fazendo uma pessoa votar em lugar de várias outras. Montar uma fraude assim é antes de tudo, burro: para obter 300 votos, seria necessário mobilizar 30 pessoas, cada uma delas votando 11 vezes (as 10 falsas e a sua, verdadeira), com 300 identidades ou títulos eleitorais falsos e acesso aos arquivos do TSE, pois não daria certo se o eleitor “clonado” já tivesse aparecido para votar. O “esperto” se arriscava a ser detido num piscar de olhos e a fraude na identidade verificada.

E isso para conseguir uma quantidade de sufrágios que só é garantia de eleição em municípios muito pequenos.

No município onde moro, a introdução das urnas eletrônicas causou uma confusão, com atrasos e filas fenomenais e mereceu um comentário deliciosamente mortal do presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Bernardo Garcez, que definiu: “as urnas biométricas foram uma solução para um problema inexistente”.

Em dúzias de países, onde se acha necessário cuidar que um eleitor não vote mais de uma vez, faz-se um tracinho com tinta que não sai por 24 horas e ninguém acha absurdo. As jovens da Índia, aí na foto, não parecem nada aborrecidas com a marquinha na ponta do dedo, assinalando que já votaram. A Índia, como se sabe, tem tecnologia para fazer foguetes orbitais e até uma bomba atômica, será que não saberia fazer um “bota-dedão” biométrico?

Mas no Brasil o dinheiro está sobrando, não é?

Nunca vi ou imaginei que um tribunal pudesse dizer a um governante: “descumpra a lei, mas não mexa no meu dinheiro”.

Ou será que já vi, não com o dinheiro, mas com a reputação, nas prisões da semana passada?

Só faltou suas excelências mandarem cortar nos remédios, na merenda, no Bolsa-Família, mas não, nunca, jamais, em tempo algum, na sua compra de “urninhas pra dedão”.

“#Meuamigosecreto é Eduardo Cunha”

Quantos Eduardos Cunhas tem no Congresso?

Por *Davison Coutinho, para o Jornal do Brasil

#MeuAmigoSecreto

Meu amigo secreto se passa por representante do povo, mas deixa gente morrer nas filas dos hospitais, crianças sem escola, pessoas sem casa, trabalhadores sem emprego, gente sem comida, gente sem teto, sem transporte. Usa carro importado, tem conta na Suíça e vota sempre contra os o direito dos pobres. Ele acha que lugar de menor é na cadeia e é sempre contra os direitos das mulheres. Diz-se evangélico, mas não sabe nem de longe o mandamento do amor ao próximo. 

Meu amigo secreto é denunciado na operação Lava-Jato e é processado no Conselho de Ética por suas atitudes e comportamentos que não refletem o papel de um homem. Ele é quem está sendo responsável por conduzir o processo de impeachment, não sei como, mas com todos esses envolvimentos esse é o “homem” responsável por tal processo. Ainda não se pronunciou se vai acatar ou não. Alguns falam que ele está negociando para sua absolvição.

Enquanto isso, nós, moradores das favelas, continuamos com as dificuldades e o descaso, assistindo a cada grampo telefônico mais uma decepção política. Nossas bibliotecas estão sendo fechadas, nossas creches comunitárias precárias, nossos moradores sem oportunidade de qualificação e consequentemente de emprego. Não só nas favelas, mas em todo país estamos prestes a uma revolta geral da população considerando a ameaça do desemprego, da inflação, da crise na saúde, e das novas denúncias sobre corrupção a todo momento momento, na Lava Jato, Zelotes e outras todas outras. 

Com todo esse desarranjo nacional: poder executivo e legislativo com crise, como este mesmo poder Legislativo vai substituir uma chefe de Estado? Enquanto a caravana passa, o dinheiro do povo é roubado e, no final, quem sempre é bandido e preso é o pobre, preto e favelado. 

Meu amigo secreto é inimigo do povo, é quem se delicia tomando champanhe em cima da corrupção do Brasil. 

*Davison Coutinho é supervisor administrativo da NEAM/PUC-Rio; mestrando em design pela DAD/PUC-Rio; pesquisador do Ladeh/PUC-Rio; colunista do Jornal do Brasil e morador da Rocinha

Dilma encara Cunha e diz que não teme impeachment



"Não se trabalha com essa hipótese", disse a presidente Dilma Rousseff, durante coletiva na Cop21, em Paris.Ela afirmou ainda que a ameaça de impeachment “vem sendo sistematicamente feita, inclusive com apoio da oposição”, mas não impediu as negociações com o Congresso.

Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi acusado de receber propina de R$ 45 milhões do BTG, afirmou que decidirá nos próximos dias se dará andamento aos pedidos apresentados pela oposição; “Vou me debruçar sobre isso. Obviamente esse assunto aqui [a acusação de que recebeu propina do BTG], ele primeiro tem que ficar muito bem claro para não confundir minha decisão com esse assunto [o pedido de impeachment]. Acho até que o fato de eu ter anunciado que eu iria decidir hoje pode ter motivado isso aqui. É importante a gente aguardar. Então provavelmente não decidirei hoje em função disso”, declarou Cunha.

Procuradoria Geral da República pede inquéritos contra Renan, Delcídio e Jáder Barbalho


Jornal do Brasil - A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta segunda-feira (30), ao Supremo Tribunal Federal (STF), a abertura de dois novos inquéritos no âmbito da Operação Lava Jato para investigar o senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso na semana passada, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Jader Barbalho (PMDB-PA). No segundo inquérito, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede apurações sobre Renan, Jader e sobre o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE).

Os parlamentares devem ser investigados pelas práticas de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Esta é a quinta investigação em que Renan Calheiros é alvo na Lava Jato e o quarto inquérito de Aníbal Gomes. Ambos aparecem juntos em todas as investigações, incluindo a apuração sobre formação de quadrilha, que investiga 39 pessoas.

O primeiro inquérito contra Delcídio Amaral foi aberto na semana passada, quando o ministro Teori Zavascki, do STF, autorizou a prisão preventiva do parlamentar por tentativa de obstruir as investigações. Até agora, só Jader Barbalho ainda não havia sido incluído em nenhuma investigação da Lava Jato.

Os pedidos estão em segredo de Justiça e se baseiam em petições ocultas – procedimentos adotados no Supremo para manter em sigilo as delações.

Fonte: Brasil 247, 30/11/2015

domingo, 29 de novembro de 2015

Para quem não sabe a origem de Delcídio do Amaral e André Esteves

Para não ficar dúvidas:

1 - Delcídio do Amaral foi diretor de gás da Petrobras nos anos 90, durante o governo FHC, e seu sub-diretor era Nestor Cerveró.

2 - Delcídio do Amaral conheceu Fernando Baiano, acusado de ser o operador da corrupção na Petrobras, justamente no período em que exercia diretoria da Petrobras, no governo FHC.

3 - Na época, Delcídio do Amaral era filiado ao PSDB de FHC.

4 - Delcídio do Amaral foi preso hoje com o banqueiro André Esteves.

5 - André Esteves é sócio do Banco Pactual.

6 - André Esteves também é amigo pessoal e padrinho de casamento de Aécio Neves, senador pelo PSDB de FHC.

7 - André Esteves é sócio de Pérsio Arida no Banco Pactual.

8 - Pérsio Arida também é sócio do banqueiro Daniel Dantas no Banco Opportunity.

9 - Pérsio Arida é 'economista guru' do PSDB de FHC.

10 - Pérsio Arida foi presidente do Banco Central ao longo do Governo FHC.

11 - Pérsio Arida foi marido de Elena Landau.

12 - Elena Landau foi consultora do Banco Opportunity.

13 - Elena Landau também foi "diretora de desestatização" do BNDES ao longo do governo FHC, tendo sido a executiva responsável pelas privatizações.

14 - Com financiamento do BNDES de Elena Landau, em 1997, no governo FHC, o Banco Opportunity de Pérsio Arida adquiriu a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

15 - A Cemig de Daniel Dantas é uma das financiadoras do dito Mensalão Tucano, que teria sido criado para a reeleição do então governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, do PSDB de FHC.

16 - O dito Mensalão Tucano teve como operador o publicitário Marcos Valério (lembram dele?), e sabe quem está entre os acusados de ser beneficiário deste esquema de corrupção? Rá! Delcídio do Amaral.

Portanto, a corrupção não começou no governo petista e não existe só na Petrobras!

Folha comprova a eficiência do Direito de Resposta

Por Luis Nassif, no jornal GGN
Os Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) que irão analisar a ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra a Lei de Direito de Resposta terão pela frente uma evidência claríssima: a melhoria exponencial da qualidade das informações após a aprovação da lei.

Ao aceitar o direito de resposta de pessoas atingidas, os jornais permitem que seus leitores tenham acesso a fatos verdadeiros. Mais que isso: serão mais exigentes com seus repórteres e editores, para não expor o veículo a mais direitos de resposta.

Esse filtro de qualidade é chamado de "autocensura" por Mirian Leitão. É a mesma "autocensura" praticada pelos melhores jornais do mundo.

Mais que isso, mesmo antes do primeiro Direito de Resposta ser concedido por via legal, os próprios jornais estão ajudando a criar uma nova jurisprudência, que será relevante quando começarem os julgamentos.

Ao conceder direito de resposta ao presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) o jornal Folha de São Paulo presta dois favores ao jornalismo:

1. Permite a seus leitores acesso a uma informação fidedigna, o artigo de Coutinho.

2. Reconhece que a manipulação das manchetes e do lide é uma forma de manipulação da notícia.R

De fato, analisando o histórico do factoide constata-se que a primeira reportagem com a falsa denúncia continha as explicações do banco no pé da matéria. Mesmo sendo explicações definitivas mantiveram a manchete e o lide com a notícia falsa.

Este caso, mais o da juíza Ana Amaro – que ganhou ação contra a Globo no caso das adoções – mostra um grau de subjetivismo importante na hora de analisar os prejuízos com as notícias: não basta abrir espaço para o “outro lado” no pé da reportagem; importa analisar o efeito final da matéria sobre a opinião pública. Se a reportagem dá a versão do outro lado, mas encampa a versão falsa, a reportagem é falsa. Portanto, o julgamento tem que levar em conta o resultado final da reportagem.


Fonte: Brasil 247, 29/11/2015

A prisão de Delcídio foi uma surpresa, mas não atinge diretamente a presidente Dilma

José Luís Oliveira Lima, advogado renomado

Considerado um dos quinze advogados criminais mais poderosos do país, José Luís Oliveira Lima, Juca para os íntimos, tem uma lista de clientes invejável para um profissional da sua idade, que vai do ex-ministro José Dirceu a executivos da Galvão Engenharia acusados na Operação Lava Jato.

Em entrevista ao 247, ele sustenta que, apesar de ter bom relacionamento com o juiz Sérgio Moro, "algumas decisões da Lava Jato fugiram do bom direito", mas diz confiar que "o STF, no tempo adequado, vai colocar as coisas nos trilhos".

Juca entende que "a presidente da República está juridicamente protegida", "não praticou nenhum ilícito" e que "com toda essa conjuntura desfavorável, se houvesse um fato concreto ela já estaria sendo processada".

Jornal a Folha de S. Paulo concedeu direito de resposta ao BNDES

que esclareceu a operação de crédito a empresa de Bumlai

Numa atitude louvável, o jornal abriu espaço para que o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, apontasse os erros da Folha de S. Paulo na cobertura do empréstimo do banco à Usina São Fernando, de José Carlos Bumlai, com direito a chamada na primeira página.

"Em 2012, o financiamento indireto à São Fernando Energia ocorreu como parte da reestruturação do grupo, o que melhorou a posição de crédito do BNDES. Quando a empresa deixou de honrar com sua recuperação judicial, o banco não hesitou em pedir sua falência", disse Coutinho.

"O erro da Folha foi grave, pois lançou uma suspeição indevida sobre o BNDES, que se espalha nas redes sociais e contribuiu para associar o nome do banco a operações policiais". 

A mudança reflete os novos tempos, com a lei do direito de resposta.

A relação promíscua da coisa pública com o privado

* Anézio Ribeiro de Souza
Por que tanta gente que ser politico? Por que é tão caro ser político no Brasil? Por que a maioria dos filhos de político seguem a carreira politíca? A política já enriqueceu muita gente no Brasil. Aqui, a riqueza de alguns passa necessariamente pelo Estado e pela falta de políticas públicas mais arrojadas, pela falta de uma maior infraestruturação das cidades. Se pegarmos a lista dos principais políticos brasileiros veremos que eles estão eternizados no poder. Muitas famílias são políticas há gerações e enriqueceram com o uso da máquina pública, com o uso do Estado. 

Enquanto na Suécia, deputado é um cidadão comum, aqui é um semi Deus. Por que isso acontece? Por que nosso capitalismo é avesso ao risco? Claro, eles preferem a segurança do Estado protetor e provedor. 

Analisando historicamente o comportamento do poder público frente a economia observamos que os militares defenderam o nacionalismo e protecionismo, desde Getúlio Vargas a Ditadura Militar. Criou-se uma elite empresarial alimentada pelo Estado. Não se pode negar que antes essa relação promíscua também estava presente, mas em menor grau. No governos de Sarney, Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique, Lula e Dilma, aconteceu a mesma coisa: frequentes intervenções na economia e "vista grossa" à corrupção.

Os grandes grupos empresariais brasileiros, com raras exceções, cresceram com o apoio estatal e se desenvolveram, através de relações escusas com políticos, com o poder. Essa é a base da corrupção brasileira. Por outro lado, é impossível falar em desenvolvimento numa sociedade corrupta. O dinheiro que deveria ser investido em saúde, educação, segurança e outras políticas públicas é roubado descaradamente. Muitas vezes, as pessoas sabem e até participam desses esquemas criminosos como se fosse algo absolutamente normal e aceitável.

Sem querer defender o Governo Federal, mas não é só nessa esfera que tem corrupção. Uma investigação criteriosa nos 27 estados e nos 5.570 municípios, no poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, certamente detectará a existência de corrupção. Esse câncer geralmente está onde estiver a máquina pública!

A verdade é que no Brasil, a corrupção virou cultura e até me alegra muito saber que existem movimentos lutando para, pelo menos, diminuir esse problema. Muitos espaços de articulação, de denúncias, devem ser abertos, para propiciar uma maior participação. A fiscalização e o controle, abertos à sociedade possivelmente dará muitos resultados. Na medida que consigo visualizar de onde sai o dinheiro e o caminho que ele percorre, onde e quando ele é investido, também facilita.

O primeiro passo para uma sociedade crescer em todos os sentidos passa pelo desenvolvimento moral, pelo comportamento ético. Sem isso não existe desenvolvimento real. Portanto, embora seja difícil, estamos sendo desafiados a mudar nossa mentalidade, nossa postura frente ao dinheiro público, frente ao dinheiro de todos, bem como frente ao patrimônio público. Destruir, abandonar e fazer mau uso, nem pensar.

Para finalizar, penso que se o governo soubesse que lutar contra a corrupção, levaria a uma crise política que agravaria a crise econômica, talvez ele desistisse de tal atitude.

*Sociólogo, professor da Rede Pública Estadual, ex-secretário de planejamento de Itaituba, Pará.