segunda-feira, 30 de março de 2015

Carta de suicídio da mãe de Bernardo foi forjada, diz laudo


  • Reprodução
    Polícia acredita que Bernardo, de 11 anos, foi assassinado pelo pai e pela madrasta
    Polícia acredita que Bernardo, de 11 anos, foi assassinado pelo pai e pela madrasta
Um laudo feito por peritos do Rio Grande do Sul aponta que a carta suicídio assinada pela mãe do menino Bernardo, Odilaine Uglione, foi escrita por outra pessoa. A informação foi divulgada pelo "Fantástico", da TV Globo, na noite deste domingo (29).

O laudo foi encomendando pela avó de Bernardo, Jussara Uglione, que sempre desconfiou da morte da filha, encontrada morta em 2010 na clínica do marido. "Sempre tive dúvidas, e agora mais do nunca", disse Jussara.

O Ministério Público irá analisar o laudo que apontou a diferença na caligrafia da suposta carta de suicídio e pode pedir a reabertura do inquérito da morte de Odilaine, como queria a avó de Bernardo desde outubro de 2014,quando um laudo indicou que Odilaine foi assassinada.

Caso Bernardo
Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, desapareceu em 4 de abril de 2014, em Três Passos (RS). Dez dias depois, o corpo do menino foi encontrado na cidade vizinha de Frederico Westphalen enterrado em uma cova rasa às margens do rio Mico.

Para a polícia, o cirurgião Leandro Boldrini, pai do menino, a madrasta, Graciele Ugolini, 32, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz, 40, mataram o menino. Boldrini e Graciele são acusados de planejar o crime. Segundo a polícia, o pai de Bernardo deu para Edelvânia uma receita do remédio que matou o menino. A assistente social participou da ocultação do cadáver.

Fonte: Bol, 30/03/15

Petrobras quer bens de empreiteiras por danos causados pela corrupção


Obras do Comperj, complexo petroquímico da Petrobras, que estão paradas, em Itaboraí, RJ

Assim que publicar seus balanço com os valores da corrupção, a Petrobras pretende cobrar indenizações das empreiteiras envolvidas no esquema de desvios investigados na Operação Lava Jato, estratégia que a estatal adotará pra evitar tenha mais dívidas para financiar o plano de exploração do pré-sal.

Os contratos deixaram de ser pagos pela Petrobras depois da descoberta de que as construtoras deram propinas a executivos da estatal e que muitos contratos continham sobrepreço. Uma força-tarefa trabalha para calcular quanto, afinal, teria sido desviado. 

Esse valor será cobrado das empreiteiras e independe das multas que as que fizerem acordo com a CGU, terão que pagar para continuarem aptas a manter contratos com o governo. Esse dinheiro irá pra o Tesouro. A Petrobras terá que indenizar as empreiteiras para recuperar o seu dinheiro.

Como as empreiteiras não têm caixa suficientes, uma das ideias do grupo de trabalho é aceitar um pedaço dessas empresas (ações de controle) ou ativos (empreendimentos ou subsidiária).

As discussões estão em andamento e dividem o grupo, porque há implicações negativas tanto para a estatal quanto para as empresas.

Dinheiro novo

A Petrobras prefere receber as indenizações em ativos e fazer dos mesmos um fundo de investimentos. Com os recursos captados nessa transação, a empresa conseguiria fazer dinheiro, reduzindo sua necessidade de financiamento com bancos. Na estimativa dos especialistas que estudam essa possibilidade, o valor da captação poderá ser até maior que a cifrada corrupção, que deve aparecer no próximo balanço da estatal>


Fonte: Folha de São Paulo/Portal Sul da Bahia, 30/03/2015

Babilônia


Início da novela traz pior resultado da Globo em 50 anos
As protagonistas de "Babilônia', Adriana Esteves e Glória Pires

Espera-se que "Babilônia" se recupere, mas uma comparação de audiência consolidada entre seus 10 primeiros capítulos e todas as novelas anteriores não deixa dúvidas: a atual novela das 21h da Globo vai registrando o pior desempenho desde a inauguração da emissora --embora lidere com folga o ibope em São Paulo e no país, é bom lembrar.

Do capitulo 1 ao 10 "Babilônia" tem 42,5% de share (participação nas TVs ligadas) e 27,7 pontos de média (e isso pode ainda cair mais um pouquinho, pois no último sábado marcou só 25 pontos no ibope prévio).

Cada ponto vale por 67 mil residências sintonizadas, cada uma com, em média, três pessoas diante da TV, na Grande São Paulo.

"Império", antecessora de "Babilônia", até então era dona do título de pior começo, com 49,8% de participação e 31,5 pontos no mesmo período (veja abaixo).

A novela de Aguinaldo Silva, porém, acabou tendo alguma recuperação e terminou, na média geral, não como a pior novela, mas a "vice-pior" de todos os tempos na emissora, nessa faixa.

Espera-se agora o mesmo para "Babilônia", de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga.

Fonte:Bol, 30/03/2015

domingo, 29 de março de 2015

O que o filósofo Nietzsche pensava sobre a corrupção?

Uma sociedade corrupta é abandonada porque aquelas pessoas responsáveis por cuidar da nação e das pessoas que vivem nela, quando são corruptas, esquecem de suas obrigações morais e éticas.

A satisfação pessoal, obtidas pelos possíveis benefícios que a corrupção dá falam mais alto. Ele é contra a valorização da igualdade, e fala que a corrupção pode ser causada tanto pelos “poderosos” e ricos quanto pelos pobres.

Ele diz que a corrupção vem do povo e que o povo é a vida do Estado. Nietzsche fala ainda que o Estado é composto pelo povo, e que a corrupção não é cometida somente pelos representantes do povo no Estado, mas por toda a sociedade.

Nietzsche, faleceu a 115 anos e já pensava isso sobre a corrupção e se ele vivesse nos dias atuais?

Lula e aliados querem que Dilma evite debandada de peemedebistas

A presidente age assim porque está se sentindo encurralada pelo PMDB
Renan acredita que o Planalto financia a criação do Partido Liberal: "Como pode o governo patrocinar uma coisa que objetiva diminuir o tamanho de um aliado?"

Preocupados com o crescimento dos ataques do PMDB ao governo por tentar viabilizar a criação do PL, idealizado pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab, aliados palacianos e até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendem que a presidente Dilma Rousseff deixe claro que os peemedebistas serão blindados caso a nova legenda saia, de fato, do papel. Lula mandou emissários avisarem Dilma que Kassab “não entrega as mercadorias políticas que promete” e que, no atual momento de instabilidade econômica e política, é suicídio comprar uma briga com o principal aliado do governo no Congresso.

Lula sabe com precisão o que é negociar acordos com Kassab. Em 2012, ele buscava o apoio do então prefeito da cidade para a candidatura do petista Fernando Haddad. Até que, de última hora, quando o tucano José Serra decidiu se candidatar ao governo municipal, Kassab promoveu uma aliança com o candidato do PSDB.

Integrantes da base aliada reclamam da demora na articulação política em responder ao PMDB. “Eles precisam deixar claro que o Kassab tem todo o direito de fundar um novo partido, mas que o governo deixará expressa a proibição de tirar parlamentares do PMDB. Mas o que eles fazem? Estimulam a criação da legenda e ainda atrasam a sanção da nova lei para que o Kassab consiga dar entrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”, irritou-se um petista.

O possível troco

O temor refere-se ao tamanho da artilharia que o PMDB poderá promover em relação ao governo. Na semana que vem, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, estará na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para explicar as medidas fiscais. Renan e Eduardo Cunha já classificaram as ideias de pífias. O receio é de que os peemedebistas coloquem novos empecilhos na tramitação das propostas econômicas.

Fonte: Correio Braziliense, 27/03/2015

Alvos da Lava Jato bancam 40% das doações privadas a PT, PMDB e PSDB

© Foto: David Mercado/Reuters Em valores absolutos, o PT foi o principal beneficiado pelos repasses oficiais do cartel acusado de superfaturar obras na Petrobrás.

O conjunto das empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato foi responsável, em média, pela doação de 40% dos recursos privados canalizados para os cofres dos três principais partidos do País – PT, PMDB e PSDB – entre 2007 e 2013. No período, as legendas, somadas, receberam pelo menos R$ 557 milhões de 21 empresas envolvidas no escândalo.

Em valores absolutos, o PT foi o principal beneficiado pelos repasses oficiais do cartel acusado de superfaturar obras na Petrobrás. Mas o cerco ao grupo também ameaça as finanças do maior partido de oposição: 42% das doações privadas recebidas pelo PSDB vieram das empresas investigadas.

É nesse contexto de crise de financiadores que o Congresso decidiu triplicar a destinação de recursos públicos para o Fundo Partidário, que banca parcialmente o funcionamento das legendas. Na votação do Orçamento da União, há duas semanas, a dotação do fundo foi elevada de R$ 290 milhões para R$ 868 milhões.

No período de sete anos analisado pelo Estadão Dados, o PT recebeu R$ 321,9 milhões das empreiteiras investigadas, em valores atualizados pela inflação. O PSDB recebeu menos da metade: R$ 137,9 milhões. Os dados se referem somente às doações feitas aos diretórios nacionais dos partidos.

A Operação Lava Jato, que investiga desvios e superfaturamentos de contratos de empreiteiras com a Petrobrás, desvendou a existência de um cartel formado por quase todas as grandes empresas de construção do País. Cinco delas – Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Grupo Odebrecht e OAS – respondem por quase 77% dos repasses feitos pelas empresas investigadas aos três partidos nos últimos anos.

Foco. As doações do chamado cartel da Lava Jato estão sob os holofotes da Justiça por causa da suspeita de que camuflavam pagamentos de propina. Com base em depoimentos de envolvidos no escândalo, o Ministério Público Federal afirma que repasses oficiais feitos ao PT eram, na verdade, pagamento em troca de benefícios em contratos firmados com a Petrobrás. Outros partidos, como o PMDB e o PP, teriam se utilizado de canais diferentes para coletar recursos desviados.

Augusto Mendonça, diretor do grupo Setal, entregou à Justiça Federal recibos de doações partidárias e eleitorais feitas por suas empresas para o PT entre 2008 e 2012. Segundo ele, era dessa forma que se dava o pagamento de propinas desviadas da Petrobrás. Mendonça foi preso e assinou um acordo de delação premiada com os promotores.

O ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que também colabora com as investigações em troca de redução de penas, já declarou em depoimento que as doações aos partidos são, na verdade, “empréstimos” cobrados posteriormente na forma de benefícios em seus negócios com o governo.

Líderes do PT negaram o envolvimento em irregularidades e acusaram os procuradores do caso Lava Jato de tentar criminalizar doações feitas conforme as determinações legais – com recibo e registradas no Tribunal Superior Eleitoral. Petistas também alegaram que as empresas acusadas financiaram diversos partidos, inclusive os de oposição.

No PT, o principal alvo dos procuradores é o tesoureiro João Vaccari Neto. Segundo denúncia apresentada pelo Ministério Público e acolhida pela Justiça, Vaccari participou de reuniões com Renato Duque, então diretor de Serviços da Petrobrás, nas quais teriam sido acertados pagamentos de propinas ao PT na forma de doações legais.

Segundo o Luiz Flávio D’Urso, advogado de Vaccari, o tesoureiro “não recebeu ou solicitou qualquer contribuição de origem ilícita destinada ao PT”.

Fonte: Msn Notícias, 29/03/2015

Faça logo o que puder fazer





Por que 8 mil contas secretas de brasileiros em paraíso fiscal não são notícia no ‘JN’?

Desde segunda-feira, os telejornais do mundo inteiro noticiaram o escândalo mundial do banco HSBC ter ajudado milionários e criminosos a sonegar impostos em seus países, usando sua filial na Suíça. Mas no Jornal Nacional da TV Globo, nenhuma palavra sobre o assunto

Desde segunda-feira, os telejornais do mundo inteiro noticiaram o escândalo mundial do banco HSBC ter ajudado milionários e criminosos a sonegar impostos em seus países, usando sua filial na Suíça. Mas no Jornal Nacional da TV Globo, nenhuma palavra sobre o assunto.

Não se pode dizer que a notícia é apenas de interesse estrangeiro, pois 8.667 correntistas são associados ao Brasil, despontando como a quarta maior clientela.

O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco Filho, por exemplo, confessou em depoimento à Polícia Federal, ter mantido dinheiro de propinas neste HSBC Suíço durante um período.

No Brasil, não é só a TV Globo que parece desinteressada nesta notícia. O resto da imprensa tradicional brasileira também reluta em divulgar até nomes que já saíram na imprensa estrangeira.

Um portal de notícias de Angola noticiou a presença na lista da portuguesa residente no Brasil, Maria José de Freitas Jakurski, com US$ 115 milhões, e do empresário que detém concessões de ônibus urbanos no Rio de Janeiro, Jacob Barata, com US$ 95 milhões. A notícia traz dores de cabeça também para o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB-RJ), pois Barata é chamado o “rei dos ônibus” e desde junho de 2013 é alvo de protestos liderados pelo Movimento Passe Livre.

O dinheiro nas contas pode ser legítimo ou não. No caso de brasileiros, a lei exige que o saldo no exterior seja declarado no Brasil e, se a origem do dinheiro for tributável, que os impostos sejam devidamente pagos, inclusive no processo de remessa para o exterior. Porém é grande a possibilidade de esse tipo de conta ser usada justamente para sonegar impostos, esconder renda, patrimônio e dinheiro sujo vindo de atividades criminosas. O próprio HSBC afirma que mudou seus controles de 2007 para cá, e 70% das contas na Suíça foram fechadas.

A receita federal Inglaterra, onde fica a matriz do HSBC, identificou 7 mil clientes britânicos que não pagaram impostos. A francesa avaliou que 99,8% de seus cidadãos presentes na lista praticavam evasão fiscal. Na Argentina, a filial do HSBC foi denunciada em novembro de 2014, acusada de ajudar 4 mil cidadãos a evadir impostos. Segundo a agência de notícias Télam, o grupo de mídia Clarín (uma espécie de Organizações Globo de lá) tem mais de US$ 100 milhões sem declarar.

Os dados de mais de 100 mil clientes com contas entre 1988 e 2007 foram vazados pelo ex-funcionário do HSBC Herve Falciani. O jornal Le Monde teve acesso e compartilhou com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), formado por mais de 140 jornalistas de 45 países para explorar as informações e produzir reportagens, compondo o projeto SwissLeaks.

No Brasil, o jornalista Fernando Rodrigues do portal UOL é quem detém a lista e deveria revelar o que encontrou. Porém sua postura tem sido mais de esconder do que de revelar o que sabe. Segundo ele, revelará nomes que tiverem “interesse público” (portanto, independentemente da licitude) ou nomes desconhecidos sobre os quais venham a ser provadas irregularidades.

Mas o próprio Rodrigues disse que há nomes conhecidos de empresários, banqueiros, artistas, esportistas, intelectuais e, até agora, praticamente não publicou nenhum. Nem o de Jacob Barata, de claro interesse jornalístico. Só publicou dois nomes já divulgados no site internacional do SwissLeaks (contas do banqueiro falecido Edmond Safra e da família Steinbruch), o de Pedro Barusco, também já divulgado antes, e de outros envolvidos com a Operação Lava Jato, como Julio Faerman (ex-representante da empresa SBM), o doleiro Raul Henrique Srour, e donos da Construtora Queiroz Galvão.

Rodrigues não publicou nenhum nome de artista, esportista, intelectual, político ou ex-político, contradizendo sua política editorial de revelar tudo que seja de interesse público. Jornalistas do ICIJ de outros países divulgaram os nomes de celebridades, políticos, empresários. Há atores, pilotos de Fórmula 1, jogadores de futebol, o presidente do Paraguai etc.

A cautela no Brasil é contraditória com o jornalismo que vem sendo praticado pela imprensa tradicional de espalhar qualquer vazamento, sem conferir se tem fundamento, quando atinge alguém ligado ao governo da presidenta Dilma Roussef ou ao Partido dos Trabalhadores. Esta blindagem de não publicar o que sabe só costuma ser praticada quando há nomes ligados ao PSDB ou ligados aos patrões dos jornalistas e grandes anunciantes.

Um caso recente não noticiado pela mídia tradicional foi o discurso em 29 de abril de 2013 do ex-deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), no plenário da Câmara, em que disse sobre um dos donos da TV Globo: “(…) O Sr. João Roberto Marinho deveria explicar porque no ano de 2006 tinha uma conta em paraíso fiscal não declarada à Receita Federal com mais de R$ 100 milhões (…)”. Tudo bem que o ônus da prova é de quem acusa, mas se fosse contra qualquer burocrata na hierarquia do governo Dilma, estaria nas primeiras páginas de todos os jornais e o acusado que se virasse para explicar, tendo culpa ou não.

O período que abrange o SwissLeaks, de 1988 a 2007, pega a era da privataria tucana e dos grandes engavetamentos na Procuradoria Geral da Republica, enterrando escândalos de grandes proporções sem investigações.

É só coincidência, mas o próprio processo de transferência do controle do antigo banco Bamerindus para o HSBC no Brasil se deu em 1997, durante o governo FHC. Reportagens da época apontaram que foi um “negócio da China” para o banco britânico.

Fonte: Revista Forum, 16/02/15

sábado, 28 de março de 2015

Uma do filósofo caipira


O Whatsapp e a justa causa


3º dia de greve, 89 municípios parados e o governador...calado

Chega ao número de 89 os municípios que confirmaram adesão a greve na Rede Estadual de ensino já neste terceiro dia de paralisação. Ainda que o secretário de educação, Helenilson Pontes, afirme levianamente que o movimento é do Sintepp, torna-se cada vez mais visível o expresso apoio de pais e estudantes.

Só nesta sexta-feira (27) ocorreram atos e manifestações, além de Belém, em Capanema, Marabá, Breves, Mãe do Rio, Castanhal e Tucuruí. No final de semana haverá panfletagem em praças e feiras. A partir da próxima semana diversos atos tomam conta do Pará inteiro.

Sem ter respostas para a categoria, o governo opta por tentar descredenciar um movimento legítimo. Como questionar uma greve que se inicia com cerca de 70% das escolas paradas? Este governo que nunca respeitou a educação põe a prova nosso poder de organização, isso não iremos aceitar. E nossas respostas serão mais atos e mobilizações.

Existem pontos na pauta que a comunidade escolar não abre mão. Repetidas vezes o Sintepp esclareceu: este movimento não é somente por salários, existem urgências na educação a que o governo está em débito há mais de cinco anos. Isso sem levar em consideração os outros tantos anos que o PSDB esteve a frente do governo.

A marca deste governo é o ataque, levado até as últimas consequências e custeado com dinheiro público. A nossa é e sempre será a organização e a unidade. O maior sindicato de trabalhadores da região Norte do país não se curva a governo nenhum. A greve está mantida e só será suspensa quando a base decidir.

O objetivo principal da greve é a não retirada de direitos e o estabelecimento de condições dignas de trabalho. A possibilidade de pagamento do piso não configura o pagamento. A imposição de redução de jornada prejudica o trabalhador e reduz ferozmente seu salário. A crescente violência nas escolas está levando a sociedade ao caos e a demora na execução das reformas não possibilita que as aulas sejam ministradas.

A agenda de atividades está intensa. Inclusive com ações espontâneas da comunidade escolar. Junte-se a nós neste importante movimento em defesa da educação pública.

Agenda da greve:

28/03 (sábado)

1. Panfletagem nas feiras de Icoaraci, Guamá e Cabanagem, às 7h

2. Reunião com a comunidade no Temistocles de Araújo (Marambaia), às 8h

3. Reunião dos estudantes, às 9h, no Sintepp Estadual

29/03 (domingo)

Ato praça da República, às 9h

30/03 (segunda-feira)

1. Ato público DAOUT, às 8h, na EE. do Outeiro

2. Reunião de organização do Ato do DAENT de 01/04, às 15h, na EE. Cordeiro de Farias

3. Reunião do Comando na Luiz Nunes 15h

4. Reunião na EE Eunice Wiver (DASAC), 8h

Fonte: Sintepp, 28/03/15






Retratos da greve da Educação do Pará











Mais um devaneio de Aécio Neves

Segundo o Senador Aécio Neves/PSDB, candidato derrotado na última eleição presidencial: "… o ciclo de governo do PT já acabou, para a felicidade dos brasileiros”. Essa frase foi dita no Seminário Internacional América Latina: Desafios e Oportunidades, realizado ontem (27), em Lima, no Peru.

É uma pena que o senador não consiga compreender que a crise econômica que afeta o Brasil está atingindo fortemente a Grécia, Espanha, Portugal, Venezuela, Argentina, entre outros. Portanto, esta é mais uma crise cíclica do capitalismo que atinge o mundo todo.

Por outro lado, a corrupção, que deve ser condenada sob todos os aspectos, está sendo combatida pelo Governo federal de forma eficiente.

A Justiça, a Polícia Federal, o Ministério Público e a Procuradoria Geral da República estão cumprindo seus papéis constitucionais.

Prisões, busca e apreensão, constrangimentos, quebra de sigilos bancários e telefônicos tem sido uma rotina. As autoridades competentes estão agindo e fazendo valer a lei. Na época em que a oposição era governo nada disso acontecia. Nem a imprensa podia cumprir o seu papel.

Sem dúvida, os ajustes fiscais criam problemas econômicos e políticos, mas daí a pensar que o partido que mudou a cara do Brasil, acabou com intromissão do FMI, garantiu ganhos salariais, tirou o País do mapa da miséria, permitiu que o pobre viaje de avião e estude nas universidades, acabou, que esse projeto político não tem mais valor, é fazer uma leitura equivocada da conjuntura política nacional.

Aécio vá estudar para compreender o Brasil!

Dilma Serrão, prefeita de Belterra foi cassada. Dr. Macedo assume

Laura Mota, presidente da Câmara fará a posse
O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Pará acaba de expedir ofício à 104ª ZE (Zona Eleitoral), em Santarém, sobre decisão que ratifica a cassação da prefeita de Belterra, Dilma Serrão (PT), por crime eleitoral em 2012.

O documento deve chegar ainda hoje (27) às mãos do juiz Valtencir Gonçalves, para o devido despacho.

O magistrado deverá ordenar a notificação da Câmara de Vereadores de Belterra, para que dê posse ao 2º colocado na eleição de 2012, Doutor Macêdo, à época filiado ao DEM, no prazo de 48 horas.

Laura Mota, do PMDB, atual presidente da Câmara Municipal de Belterra fará a posse  do novo prefeito do Município, fato que deverá ocorrer na próxima terça-feira.

Ontem à tarde (26), a defesa de Dilma Serrão, segundo antecipou ao blog o advogado Dilton Tapajós, teria ajuizado recurso especial no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), para garantir a permanência da prefeita no cargo.

Fonte: Blog do Jeso, 27/03/15

sexta-feira, 27 de março de 2015

Parabéns, Ver- Peso!

Ver-o-Peso, Mercado na orla de Belém, com estilo modernista implantado pelo então prefeito Edmilson Rodrigues

Deputado denuncia desvio de R$ 200 milhões na prefeitura de Vitória do Xingu

Zé Geraldo prometeu questionar os gastos em audiência pública no Congresso
Deputado Federtal Zé Geraldo
O deputado federal, Zé Geraldo (PT), em pronunciamento na última sexta-feira, 20/03, fez graves denuncias contra a prefeitura municipal de Vitória do Xingu, sudoeste do Pará. O município é sede da construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte.

O parlamentar paraense, argumenta que 90% das obras realizadas em Vitória do Xingu, desde 2010, são condicionantes de Belo Monte executadas pela Norte Energia, empresa responsável pela construção da usina. “O empreendimento já pagou desde 2010 aproximadamente R$ 300 milhões de reais”.

De acordo com o petista, a primeira dama de Vitória do Xingu, Josy Amaral (PSB), foi candidata à deputada estadual e apesar de não ter declarado bens à Justiça Eleitoral, gastou milhões na campanha e quase se elegeu. “O prefeito dessa cidade (Erivando Amaral, PSB) gastou R$ 30 milhões de reais na campanha de sua esposa. Mas teve muitos votos em um polo de pouca densidade eleitoral”. O deputado também questionou a atuação da prefeitura na campanha. “Você sabe a serviço de quem estava essa prefeitura rica? Deputados federais, senadores e governador do PSDB no Pará. Eu quero ver quem vai investigar mais de R$ 200 milhões de reais em desvios da prefeitura de Vitória do Xingu”, acusou Zé Geraldo.

O deputado prometeu questionar os gastos em audiência pública no Congresso. “Eu vou fazer uma audiência pública aqui na Câmara dos Deputados e vou convidar todo mundo: Ministério Público, Tribunal de Contas e Polícia Federal”.

O congressista também fez críticas a renuncia de 50% do Imposto Sobre Serviço (ISS) feito pela prefeitura após aprovação na Câmara de Vereadores de Vitória. “Todos os dias, cidadãos daquele município me ligam por que lá não tem nada. Os moradores vão para Altamira para buscar serviços de saúde e educação. Mesmo aprovando na Câmara uma renuncia de mais de 50% do ISS, a prefeitura já recebeu aproximadamente R$ 300 milhões de reais do empreendimento Belo Monte.”, disse o parlamentar.

Zé Geral ainda desafiou o prefeito Erivando Amaral a prestar contas. “Não tenho medo de errar sem fazer calculo que uns R$ 200 milhões de reais foram pro ralo. Quem quiser me desafiar, que venha prestar contas”, finalizou o discurso.

Até o momento a prefeitura de Vitória do Xingu não respondeu ao nosso contato.

Fonte: O Impacto, 26/03/15

Tucano que chefiou BNDES não declara conta em HSBC da Suíça

O ex-deputado federal Márcio Fortes, integrante da direção nacional do PSDB e ex-presidente do BNDES, é um dos mais de 8 mil brasileiros da lista de correntistas do HSBC na Suíça vazada por um ex-funcionário do banco, no escândalo conhecido como Swissleaks. Autoridades investigam se houve crime na abertura e manutenção dessas contas.

A lista de políticos divulgada nesta quinta-feira, 26, pelo portal UOL e pelo jornal O Globo inclui entre os correntistas com valores depositados no HSBC o vereador do Rio Marcelo Arar (PT) e o empresário Lirio Parisotto, segundo suplente no Senado do atual ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB-AM). Nenhum dos três declarou as contas suíças à Justiça Eleitoral quando disputaram cargos eletivos.

Um dos fundadores do PSDB, Fortes tem 70 anos, é empresário da construção civil e presidiu a João Fortes Engenharia, construtora criada por seu pai, João Fortes, em 1950. Segundo a reportagem do UOL e do Globo, o tucano abriu duas das três contas da lista em 1991, quando presidia o Banerj, banco estatal fluminense. Elas foram encerradas em 2003 e 2004, mas nenhuma consta da declaração de bens entregue ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) em 1998, quando Fortes se elegeu deputado.

A terceira conta foi aberta em 2003 e tinha US$ 2,4 milhões entre 2006 e 2007, período ao qual a lista do Swissleaks faz menção. Essa conta bancária também não consta da declaração entregue na campanha de 2006.

Fortes foi presidente do BNDES na gestão José Sarney, entre 1987 e 1989. Depois de ajudar a fundar o PSDB, assessorou o primeiro candidato tucano à Presidência, Mário Covas. Em 1994, foi eleito deputado pela primeira vez com a maior votação do Rio para a Câmara.

Fortes teve participação importante na arrecadação financeira das campanhas do PSDB à Presidência em 1994, 1998 (vencidas por Fernando Henrique Cardoso) e 2002 (José Serra).

O empresário não atendeu às ligações do Estado feitas para o seu telefone celular. Sua secretária informou que Fortes está fora do País, mas poderia responder perguntas por e-mail. As respostas não chegaram à reportagem até esta edição ser concluída. Ao Globo e ao UOL, o tucano disse acreditar que as duas primeiras contas foram abertas no período em que prestou serviço para uma instituição sediada na Suíça. Sobre a terceira conta, afirmou desconhecê-la.

Outros casos

O vereador Marcelo Arar, que é radialista e promotor de eventos e teve seu nome vinculado a duas contas conjuntas no HSBC da Suíça, também não atendeu ao Estado. Um assessor disse que ele não poderia dar entrevista porque se recupera de cirurgia bariátrica. Uma das contas de Arar estava com saldo zerado na época que os dados foram compilados e a outra tinha US$ 247,8 mil. O petista negou a existência das contas ao Globo e ao UOL.

Dono da Videolar, fábrica de materiais plásticos, Lirio Parisotto foi incluído pela revista Forbes como um dos bilionários brasileiros. A lista do Swissleaks liga o suplente de senador a cinco contas, com saldos de até US$ 45,9 milhões. Ao Globo e ao UOL, o empresário disse, via assessoria de imprensa, ter declarado todo seu patrimônio à Receita Federal e ao Banco Central, mas não apresentou documentos que comprovem a informação.

Dilma escolhe professor da USP para ser Ministro da Educação


O filósofo Renato Ribeiro é o novo Ministro da Educação

O professor a Universidade de São Paulo, Renato Janine Ribeiro, foi anunciado, na noite desta sexta-feira (27/3), ministro da Educação. Ele assume no lugar de Cid Gomes, que deixou o cargo na semana passada depois de criticar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A posse será em 6 de abril.

Ao escolher Ribeiro, Dilma atende à ala do PT, que defendia um nome da academia para a pasta. O filósofo, que dá aula na disciplina de Ética e Filosofia, declarou voto em Dilma Rousseff no ano passado, dizendo que o PT conduz melhor as políticas públicas. Em entrevista à revista Carta Capital, depois da reeleição da petista, disse que não a conhecia e que ela teria de fazer concessões à direita e à esquerda para fazer um bom governo.

Ribeiro foi diretor de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) entre 2004 e 2008. Ele é autor de 18 livros, entre eles “A sociedade contra o social”, ganhador do Prêmio Jabuti de Ensaio em 2011.

Fonte: Correio Braziliense, 27/03/15

Uma bicicleta para Paulinho

Gerivaldo Neiva*

Tinha tudo para ser uma tarde igual a tantas outras: audiências, despachos, sentenças, atender as partes, ou seja, a rotina do Juiz das 13 às 19 h, no Fórum Durval da Silva Pinto, em Conceição do Coité – Ba.

Ledo engano!

Ainda passava pelo corredor quando um servidor da Vara Criminal e me apresentou um garoto de 12 anos, com aparência de 10, moreno, moreno mesmo, não negro, cabelos pretos e meio encaracolados, sorriso tímido e contido, dentes bonitos, falando baixinho como se fosse mais para si mesmo do que para os outros.

- Doutor, disse-me o servidor, este garoto quer lhe conhecer.

- Venham ao meu gabinete, respondi de passagem.

Segui na frente pelo corredor pouco iluminado e me cansava antecipadamente ao pensar na rotina de trabalho que teria aquela tarde, mas a presença daquele garoto começa a me inquietar. Entraram em meu gabinete e ele se sentou em uma cadeira distante de mim, olhando perdido para o chão, enquanto o servidor dizia:

- Doutor, estou com um probleminha. Este garoto apareceu com uma bicicleta em casa, mas não tinha dinheiro para comprar uma bicicleta. E o pior: passou uma semana fora de casa em outro povoado e agora o pai está aí fora, furioso, querendo que a gente descubra como ele conseguiu a bicicleta, mas ele não quer falar....

Gostei dele à primeira vista. Não sei a razão ainda. Talvez seu olhar. Sua timidez também me fazia lembrar da minha própria infância.
- Este é o Juiz. Se você não descobrir tudo e não se comportar, ele vai te mandar para Salvador. Pode ir falando...

Ele levantou um pouco a cabeça e me olhou com um olhar meio de medo e admiração. Eu, então, olhei para ele e tentei conversar:

- E aí? Tudo bem? Como é seu nome? Você queria conhecer o Juiz? Andou fazendo alguma traquinagem?

Ele me olhou agora mais admirado do que com medo, respondeu que estava tudo bem, que se chamava Paulinho e baixou os olhos novamente. Percebi um movimento em seus lábios como se estivesse contendo um choro...

Esta tarde não era mais rotineira. Percebi que estava diante de uma criança especial e seu olhar me deixava confuso. O que ele espera de mim? Que será que ele está pensando? Seu olhar também me fazia pensar: quem sou eu para ele? O que posso fazer por ele?

Pedi que o servidor saísse e ficamos alguns instantes em silêncio sem nos olharmos.... Não sei por que me lembrei de uma música: "existirmos: a que será que se destina?"

- Paulinho, sente mais aqui perto de mim.

Ele veio meio tímido ainda, mas não tinha mais a carinha de choro. Dá para ver um pouco de segurança e confiança em seu olhar.

- Quantos anos você tem?

- 12.

- Onde você mora?

- No Sossego.

- Que série você está estudando?

- A segunda.

- Como a segunda, se você já tem 12 anos? Perdeu algum ano?

- Não. Nunca perdi ano, mas não sei por que estou na segunda.

- Tá bom...

Ficamos mais um pouco em silencio e lembrei mais uma vez da minha infância. Como me comportaria diante de um Juiz? Era tão tímido que talvez fizesse xixi nas calças... A música não saía de minha cabeça: "pois quando tu me deste a rosa pequenina."

- Cadê seus pais?

- Tão aí fora.

- Bateram em você?

- Ainda não.

Ora, "ainda não" significa que poderá acontecer, pensei. Então, Paulinho está aqui, diante do Juiz, esperando uma condenação certa: ser mandado para Salvador ou apanhar do pai!
Um breve filme passou em minha cabeça: uma criança sendo levada aos empurrões e ouvindo gritos do pai. Um cinto sendo puxado, um olhar aflito, uma mão para o alto e um grito de dor... E a música insistente: "Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina."

Balancei rapidamente a cabeça para espantar os pensamentos e continuamos a conversa:

- Então, você tem uma bicicleta?

- Sim.

- Como você conseguiu?

Ele não ia falar. Não confiava no Juiz. Certamente, tinha medo de ser preso e de apanhar. Também, aquilo estava parecendo um interrogatório e uma confissão, mas precisava ser uma conversa.

Paulinho tinha apenas 12 anos e estava diante do Juiz enquanto seus pais lhe esperavam lá fora. Seria preso ou levaria uma surra dos pais, pensava. Era um menino, não era um homem. Essa música está me tirando a concentração: "Do menino infeliz não se nos ilumina."

- Paulinho, vamos fazer um acordo?

- Sim.

- Você quer ser meu amigo?

Ele levantou a cabeça e me olhou incrédulo, como se perguntasse: o que ele quer agora? 

Baixou novamente a cabeça, pensou alguns segundos e me olhou novamente com olhar carente:

- Quero.

Tive vontade de lhe abraçar para selar nossa amizade, mas a dureza da função não deixou. Meus braços não me obedeceram, apesar da vontade. Seus olhos, porém, não tinham mais medo e nem lágrimas... "Tampouco turva-se a lágrima nordestina."

- Então, já que somos amigos, vamos prometer falar só a verdade, certo?

- Tá bom.

- Da minha parte, prometo, como amigo, que nossa conversa vai ficar entre nós e não contarei a ninguém o que nós conversamos.

- Nem a meu pai?

- Nem a seu pai e nem a ninguém.

Sim, mas eu podia cumprir este acordo? E se ele tivesse, de fato, cometido alguma infração para ter a bicicleta? Como é que eu iria me sair dessa? E o pior: nós éramos amigos agora e eu não podia mentir. Estava numa enrascada... "Apenas a matéria vida era tão fina."

- Minha mãe sabe, mas meu pai, não! Se ele souber, me bate. Minha mãe não bate.
Mãe é tudo igual mesmo. Vive para a cria. Protege até do pai. É sempre cúmplice dos filhos.

Ficamos novamente em silêncio e eu não conseguia lhe perguntar mais nada. Estava envolvido em minhas lembranças, pensava em meus filhos e em meu pai... Não era mais autoridade, não era mais Juiz de Direito e meus quase 20 anos de magistratura não significavam mais nada. "E éramos olharmo-nos intacta retina." Ele entendeu que meus olhos esperavam sua resposta.

- Eu sempre quis ter uma bicicleta, mas meu pai não podia comprar. Os meninos todos tinham uma bicicleta, mas eu não. Eu sonhava rodando de bicicleta. Então, ia passado na frente da casa de um homem, vi que a porta estava aberta e resolvi entrar. Procurei no guarda-roupa e achei um dinheiro. Saí correndo e comprei uma bicicleta na mão de um rapaz que tem uma oficina de consertar bicicleta. Rodei, rodei e fui parar em um lugar que mora minhas tias. Andava de bicicleta o dia todo, dormia e comia na casa delas até que resolvi voltar e meu pai me trouxe para o Juiz. Antes, contei a minha mãe onde peguei o dinheiro, mas o rapaz não morava mais na casa. Então, não deu para devolver o dinheiro e eu queria ficar com minha bicicleta. O Senhor deixa?

Não sei por que a vida tem me deixado, ultimamente, nesta situação: entre a cruz e a espada. Aquele "o senhor deixa?" me deixou completamente atordoado. Como deixar, se a bicicleta foi comprada com dinheiro que não era dele? Como não deixar, se a bicicleta era seu sonho e não havia a quem devolver o dinheiro?

- Paulinho, vamos fazer um novo acordo?

- Vamos.

- Seguinte: você vai ter sua bicicleta, mas precisa prometer algumas coisas, certo?

- Certo.

- Primeiro, a gente precisa procurar o dono da casa que você pegou o dinheiro, depois precisa devolver o dinheiro dele e devolver a bicicleta ao rapaz da oficina...

- E minha bicicleta? Vou ficar sem ela?

- Calma. Vamos pensar em uma saída... Olhe, vamos fazer assim: você deixa a bicicleta comigo e volta prá casa com seus pais e vamos dizer a eles que nós acertamos entre nós dois o que fazer com a bicicleta. Aí, você vai prometer que vai estudar, passar de ano, respeitar seus pais e sua professora, não dormir mais fora de casa e não fazer mais este tipo de traquinagem, certo?

- Certo. Mas e minha bicicleta?

- Primeiro, você tem que prometer o que estou lhe pedindo. Promete?

- Prometo, mas também quero minha bicicleta.

- Bom, essa bicicleta vai ficar aqui, mas se você passar de ano e se comportar direitinho eu consigo outra bicicleta prá você, certo?

- Tá bom. Vou voltar com meu boletim passado de ano e vou ganhar uma bicicleta?

- Isso mesmo. Combinado? Bate aqui!

Saímos do gabinete, apresentei meu novo amigo à Promotora de Justiça, que inicialmente deu conselhos severos a meu amigo, mas depois também foi vítima de seu olhar pedinte e lhe dirigiu palavras de carinho e afeto. Acordo Fechado. Sem nada escrito. Palavras, apenas.

Encontrei seu pai esperando no cartório e lhe disse que tinha resolvido tudo com Paulinho: ele tinha me emprestado a bicicleta e seria devolvida se ele passasse de ano e se comportasse direito. O pai me olhou incrédulo pediu para que eu repetisse. Expliquei mais vez o ocorrido e me despedi de Paulinho com um cafuné na cabeça e uma piscada de olho de cumplicidade com sua mãe.

Bom, estamos em setembro e estou ansioso que o ano acabe.

Voltei ao meu gabinete, para a dura realidade da vida de um Juiz. Além disso, mandar procurar a casa que Paulinho me deixou o endereço, mandar intimar o dono da oficina de bicicleta.... mas a música continuava em minha cabeça:


"Existirmos: a que será que se destina? 

Pois quando tu me deste a rosa pequenina 

Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina 
Do menino infeliz não se nos ilumina 
Tampouco turva-se a lágrima nordestina 
Apenas a matéria vida era tão fina 
E éramos olharmo-nos intacta retina 
A cajuína cristalina em Teresina." [2]

* Juiz de Direito (Ba), membro da Associação Juízes para a Democracia (AJD), membro da Comissão de Direitos Humanos da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e Porta-Voz no Brasil do movimento Law Enforcement Against Prohibition (Leap-Brasil)


[1] Este texto foi escrito em setembro de 2008. A história é real e o nome Paulinho é fictício. A bicicleta foi devolvida e com ajuda de amigos compramos uma bicicleta nova para Paulinho, que conseguiu ser aprovado com a ajuda uma psicopedagoga da cidade. Há tempos que não o vejo, mas sei que se tornou um belo rapaz e nunca mais cometeu atos infracionais.

[2] Cajuína. Letra de Caetano Veloso em lembrança do poeta Torquato Neto.

Fonte: Blog do Gerivaldo Neiva, 05/02/15

Marcha Nacional em defesa da educação marca segundo dia de greve no Pará



A categoria se organizou nesta manhã de quinta-feira, 26, na praça da República para realizar a grande marcha nacional em defesa da educação pública. O ato contou com a participação de diversas entidades que luta em favor da educação.

A passeata tomou a av. Pte. Vargas e adentrou a Nazaré. Na altura da sede da TV Liberal os educadores paraenses atearam fogo em exemplares do jornal. Foi uma ação de repúdio aprovada na assembleia de ontem (25) em resposta aos ataques baixos que o jornal fez no início desta semana, quando chamou os professores de mafiosos e trapaceiros.

Seguindo para o Centro Integrado de Governo (CIG), a manifestação contou com o expresso apoio dos estudantes. Que vozificavam em palavras de ordem: “Unificou! Unificou! É estudante junto com trabalhador!”

Diante dos prazos evasivos apresentados pelo governo na audiência desta quarta-feira (25), a greve toma cada vez mais eco. Só no primeiro dia de greve mais de 82 municípios paraenses já confirmaram adesão ao movimento. Os demais seguem realizando assembleia até a próxima segunda-feira (30).

Os trabalhadores não concordam com a limitação de 150h de efetiva regência imposta pela Seduc, especialmente porque a mesma fere a lei nº 8.030, aprovada no ano passado e resultado da greve de 2013. Além disso, ainda aguardam o pagamento do piso salarial nacional e seu retroativo referente aos meses de janeiro, fevereiro e março. As sinalizações do governo apontam para abril e maio. Mas que reais garantias a categoria tem?

A violência assola a comunidade escolar. O recente assassinato de um inspetor em pleno exercício de suas funções trabalhistas pôs à prova a fragilidade deste governo que não apresenta nenhuma ação enérgica para o combate ao caos social instalado. As propostas de implantação de um fórum para debater violência nas escolas, apresentado pelo Sintepp, segue engavetado há mais de cinco anos.

A lastima vivida durante o período das chuvas e os constantes desabamentos de tetos nos interiores das escolas se torna cada vez mais uma constante. Ontem enquanto a categoria lançava a greve, o teto da sala de informática da EE. Pedro Teixeira em Abaetetuba veio abaixo. O incidente só não teve dimensões maiores porque a escola já estava em greve.

Ocorreu também o despejo dos estudantes da EE. Tiradentes II no centro de Belém. E mais de 700 alunos permanecem sem saber onde vão estudar e tiveram sua documentação transferida para a EE. Orlando Bitar, porém sem a devida consulta aos pais e responsáveis.

O volume de problemas na educação pública do Pará só aumenta, mas o governo prefere fingir que está tudo bem. A categoria se pergunta: Por que ao invés de dar uma secretaria especial para a filha Izabela Jatene, com rendimentos que chegam a R$ 21.000,00, o governador não garante a lotação dos professores nas turmas que estão com necessidade e reforma as escolas que tem que suspender as aulas sempre que cai uma tempestade?

Uma extensa agenda de atividade nos distritos e cidades paraenses está aprovada. E a disposição dos educadores é pela luta pela não retirada de direitos. Acompanhe:

27/03 (sexta-feira)
Ato público em Breves, concentração na URE 13, às 9h
Reunião de estudos sobre o cenário de perdas no contra cheque, na EE. Raimundo Viana, às 16h
Reunião da Educação Especial e técnicos dos espaços pedagógicos, na EE. Cordeiro de Farias, às 15h
Ato público, concentração EE. Adebaro Klautau (Cordeiro de Farias), às 8h


quinta-feira, 26 de março de 2015

Graças Foster, ex-presidente da Petrobras, prestou depoimento à CPI na Câmara

E disse que a corrupção não acontecia dentro da Petrobrás, mas fora da Companhia
Graça Foster, ex-presidente da Petrobras
A ex-presidente da Petrobras Maria das Graças Foster afirmou em depoimento à CPI na Câmara, nesta quinta-feira, que o esquema de corrupção que envolveu a petroleira acontecia fora da companhia e que, por isso, acredita que os mecanismos de controle internos não conseguiam detectar as irregularidades.

"Eu chego a admitir nos meus sentimentos que, como acontecia tudo fora da Petrobras, nossos recursos internos não conseguiam investigar isso", afirmou ela aos parlamentares.

Graça Foster, como prefere ser chamada, destacou que nem órgãos de controle brasileiros, como Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria-Geral da União (CGU), nem a auditora PricewaterhouseCoopers (PwC) identificaram corrupção.

"Eu entendo que os órgãos de controle melhoraram a nossa gestão, mas eu pessoalmente entendo que o descobridor da corrupção foi a polícia", disse a executiva à CPI da Petrobras, frisando que desvios de dinheiro também não foram detectados pela empresa.

Segundo ela, a operação Lava Jato da Polícia Federal "muda a Petrobras para melhor".

Ela lembrou que, devido às revelações, a empresa está aprimorando práticas internas de governança.

"A Operação Lava Jato está ajudando o país, não tenho dúvida disso."

Em seu depoimento, a ex-executiva comentou ainda que se apresentou a CPI da Petrobras anterior, realizada no ano passado, "com muito mais coragem que hoje".

Isso porque, naquela época, segundo ela, "poderiam ter todas as suspeitas, mas não tinham os fatos que têm aí (atualmente) para serem apurados".

Já são réus no processo judicial três ex-diretores da estatal (Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Renato Duque), além do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e diversos executivos de empreiteiras que tinham contratos com a Petrobras.

A ex-presidente, que começou como estagiária na estatal, disse estar envergonhada da situação da empresa.

"Eu tenho efetivamente um constrangimento muito grande de olhar para vocês, mas estou sendo muito sincera", afirmou.

Graça Foster, como em outras oportunidades, destacou nesta quinta sua relação pessoal com a Petrobras, relatando toda a sua carreira técnica desenvolvida na petroleira.

"Gostaria que tudo isso fosse mentira, que não tivesse propina nenhuma", afirmou a ex-presidente, quando questionada sobre as suspeitas de corrupção envolvendo a obra do Gasene.

Outras obras, como a da Refinaria do Nordeste (Rnest), também conhecida como Abreu e Lima, também são investigadas pela operação Lava Jato, que apura o esquema de pagamento de propina com recursos de licitações fraudadas na estatal, com envolvimento de políticos, empreiteiras e ex-diretores da petroleira.

Fonte: Msn, 26/03/15