segunda-feira, 14 de março de 2016

Em depoimento à PF, Lula fica irritado, brinca e fala palavrão; leia trechos

Do UOL, em São Paulo14/03/2016

Marcelo Machado de Melo/Reuters
Por decisão do juiz Sérgio Moro, o ex-presidente foi obrigado a depor à Polícia Federal, no último dia 4

O ex-presidente Luiz Inácio da Silva mostrou-se irritado, constrangido e, por vezes, irônico, ao prestar depoimento à Polícia Federal. Alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato, Lula foi obrigado a depor no aeroporto de Congonhas, no último dia 4 de março.

A íntegra do depoimento foi disponibilizada pela Justiça Federal no Paraná nesta segunda-feira (14), um dia após os protestos contra a presidente Dilma Rousseff e o próprio ex-presidente.

Durante o depoimento, Lula afirmou desconhecer detalhes sobre as transações financeiras do instituto que leva o seu nome, reclamou de "vazamentos da Lava Jato" à imprensa. Ele negou novamente ser dono do sítio de Atibaia e declarou ter desistido da compra do tríplex do Guarujá por considerá-lo inadequado para a família e afirmou que a investigação contra ele é uma "sacanagem homérica".

A investigação apura se empreiteiras favoreceram Lula, que seria o dono do apartamento e do sítio. 

O ex-presidente reafirmou que é amigo de José Carlos Bumlai, preso desde novembro pela Operação da Lava Jato, mas declarou desconhecer qualquer operação ilegal envolvendo o pecuarista.

Leia abaixo trechos do depoimento:

Sobre o promotor Cassio Conserino, do MP-SP

"Se você está atrás da verdade, você mande prender um cidadão do Ministério Público, que diz que o apartamento é meu, mande prendê-lo", sugeriu Lula ao delegado federal Luciano Flores de Lima, que conduziu o depoimento.

O ex-presidente referia-se ao promotor Cassio Conserino, um dos três membros do Ministério Público que, na semana passada, o denunciou à Justiça elos crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica no caso do tríplex do Guarujá. Conserino também pediu a prisão de Lula.


Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Ministério Público de SP e Lava Jato investigam a propriedade do tríplex no Guarujá

Pedalinho do constrangimento

Sobre os dois pedalinhos que permanecem no sítio de Atibaia (SP) e que têm capas que estampam nomes de seus netos, Lula mostrou irritação. "Eu fico, acho que não é legal, eu fico constrangido de você me perguntar de pedalinho e de me perguntar de um barco de R$ 3.000, sinceramente eu fico (...)"
"Bom churrasqueiro"

O delegado da PF pergunta ao ex-presidente quem costuma acompanhá-lo, além da mulher Marisa Letícia, quando ele visita o sítio em Atibaia. Lula responde: "Meus amigos". O delegado pergunta então se Fernando Bittar é um desses amigos. Lula responde: "Dentre os quais, o Fernando Bittar, que, aliás, é um bom churrasqueiro."

Jefferson Coppola/Revista Veja
Sítio em Atibaia (SP) frequentado por Lula e familiares

"Vão ter que ter coragem de me tornar inelegível"

"Acho que muita gente que fez desaforo pra mim, vai aguentar desaforo daqui pra frente. Vão ter que ter coragem de me tornar inelegível. Porque, é o seguinte, eu tenho uma história de vida, eu tenho uma história de vida, a minha mulher com 11 anos de idade já trabalhava de empregada doméstica e minha mulher prestar um depoimento sobre uma porra de um apartamento que não é nosso?! Manda a mulher do procurador vir prestar depoimento, a mãe dele. Por quê que vai minha mulher? Por que as pessoas não levam em conta a família que está lá, a molecada frequenta escola. Então, eu quero te dizer o seguinte: eu ando muito puto da vida, muito, muito zangado porque a falta de respeito e a cretinice comigo extrapolou. E olha que eu tenho me comportado, tenho tentado manter a linha, vou cumprir tudo que eu acho que tem que ser cumprido, porque nesse país ninguém cuidou mais de fazer lei pra cobrir a corrupção do que nós, ninguém, ninguém."

Zanone Fraissat/Folhapress

'Nem dízimo de igreja é espontâneo'

Perguntado se é comum empresas procurarem espontaneamente seu instituo para oferecer doações a seu instituto, Lula disse que "ninguém procura ninguém espontaneamente para dar dinheiro".

"Nem o dízimo da igreja é espontâneo. Se o padre ou o pastor não pedir, meu caro, o cristão vai embora, vira as costas e não dá o dinheiro. Então, dinheiro você tem que pedir, você tem que convencer as pessoas do projeto que você vai fazer, das coisas que você vai fazer", disse o ex-presidente.

"Lamentavelmente, no Brasil, ainda não é uma coisa normal. Mas, no mundo desenvolvido, isso já é uma coisa normal, ou seja, não é nem vergonha nem crime alguém dar dinheiro para uma fundação. Aqui no Brasil, a mediocridade ainda transforma tudo em coisas equivocadas".

No depoimento, o ex-presidente também disse que não pede dinheiro porque não faz parte de sua vida política. "Desde que estava no sindicato, eu tomei uma decisão: 'eu não posso pedir nada a ninguém porque eu ficaria vulnerável diante das pessoas'".

O delegado, então, questionou Lula: "o senhor nunca pediu dinheiro em nome do instituto?". A resposta: "não, e pretendo não pedir nos últimos anos que eu tenho de vida".
O anão dos vazamentos

"Eu fui presidente durante 8 anos, a Dilma já está há 5 [anos]. Até hoje ela se queixa do vazamento das reuniões que ela faz, termina a reunião tem uma coisinha no jornal. No meu tempo a gente dizia que tinha um anão embaixo da mesa da Presidência da República, porque com a gente lá acontecia, e esses companheiros conseguiram comprar um sítio e ficaram de agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro e janeiro sem vazar essa porra."

Marcelo Machado de Melo/Reuters

'Quero que você conheça'

Após o delegado da PF perguntar se conhecia a empresar Flex BR --que pertence a um de seus filhos e recebeu dinheiro do instituto, segundo o MPF--, Lula reagiu com ironia: "Essa eu faço questão que você conheça". "Eu não conheço, quero que você conheça, eu não conheço, quero que você vá conhecer", disse o ex-presidente.

Flores, então, pergunta por quê. Lula diz: "Porque é uma peça de ficção. Eu não conheço, não sei onde fica. Eu sei que vocês estão investigando ela porque eu vi no relatório. Deus queira que vá muita gente da Polícia Federal lá para ver, e ver o que ela já produziu na vida. Se eu não ouvi falar? Se eu não tivesse ouvido falar, eu teria ouvido aqui na petição que me mandaram aqui, porque tem escrito nela".
'O que tem para comer?'

Avisado por um agente da PF sobre lanches disponíveis para comer ao longo do depoimento, Lula perguntou: "o que vocês têm aqui para comer?".

Depois, o delegado ironizou: "o ex-presidente, no fim, saiu sem café e tem todo o direito aí de se alimentar". Em seguida, Lula disse que não queria "só um pãozinho". "Então vou aproveitar para pegar um cafezinho também", falou o delegado. Lula, então, disse que iria escolher um "misto quente" e chegou a oferecer o alimento para seu advogado: "o senhor quer? O senhor tomou café em casa? Tem pão de queijo aqui, olha, quem quiser pão de queijo".

Frango no cofre

"A primeira viagem que eu fiz para a ONU, 23 de setembro de 2003, os companheiros que levam a bagagem, alguns companheiros de segurança levaram frango com farinha, chegaram no hotel que todo mundo acha que é chique, o Waldorf Astoria. Eles imaginaram que o cofre era o micro-ondas e colocaram o frango lá dentro, e não conseguiram abrir o cofre, acho que o frango deve estar lá até hoje ou o cara do hotel encontrou o frango. O pessoal da presidência comia coisa que levava, às vezes cozinhava no quarto, porque a diária não dava para pagar nada."

Investigação é 'sacanagem homérica', criticou Lula em depoimento

Folha, 14/03/2016

Lula chamou o imóvel de 215 metros quadrados de tríplex "Minha Casa Minha Vida", por ser pequeno e ter escadas demais. Segundo o petista, ele afirmou ao ex-presidente e sócio da OAS Léo Pinheiro –a empreiteira assumiu a conclusão da obra após a Bancoop falir– que não ficaria com o apartamento.

"Quando eu fui a primeira vez, eu disse ao Léo que o prédio era inadequado porque além de ser pequeno, um tríplex de 215 metros é um tríplex 'Minha Casa, Minha Vida', era pequeno", disse Lula sobre o imóvel.

A Lava Jato apura se empreiteiras –entre elas a OAS– e o pecuarista José Carlos Bumlai favoreceram Lula por meio do apartamento e de um sítio em Atibaia (SP). O ex-­presidente nega as acusações.

Logo depois, afirmou, sobre o tríplex: "Era muito pequeno, os quartos, era a escada muito, muito... Eu falei 'Léo, é inadequado, para um velho como eu, é inadequado.' O Léo falou: 'Eu vou tentar pensar um projeto pra cá'. Quando a Marisa voltou lá não tinha sido feito nada ainda. Aí eu falei pra Marisa: 'Olhe, vou tomar a decisão de não fazer, eu não quero'".

Segundo Lula disse aos investigadores, ele concluiu que seria "inútil" ter um apartamento na praia, porque que só poderia frequentá-lo no dia de Finados, se estivesse chovendo.

"Então eu tomei a decisão de não ficar com o apartamento", disse.

O ex-presidente demonstrou irritação com as perguntas sobre o apartamento e voltou a chamar a investigação sobre o imóvel de "leviandade". Ele citou o caso de uma das pessoas presas na fase "Triplo X" da Lava Jato, que apurou a ligação de empresas offshores com imóveis no mesmo edifício Solaris, no Guarujá, e que já foi solta.

"A empresária é solta rapidamente, nem chegou a esquentar o banco da cadeia, já foi solta porque não era dona do Solaris que dizem que é do Lula, ela é dona do Solaris que dizem que é do Roberto Marinho [1904-2003], lá em Paraty. E desapareceu do noticiário. E eu fico aqui que nem um babaca respondendo coisas de um procurador, que não deve estar de boa fé, quando pega a revista 'Veja' a pedido de um deputado do PSDB do Acre e faz uma denúncia. Então eu não posso me conformar. Como cidadão brasileiro, eu não posso me conformar com esse gesto de leviandade", disse o ex-presidente.

A referência de Lula é a um imóvel da família Marinho no litoral do Rio, que tem sido usado por militantes do PT como contraponto às supostas irregularidades nas reformas bancadas pela OAS no apartamento do Guarujá: "Se eu tivesse que comprar, eu teria que pagar a diferença, eu quero saber onde está o maldito crime".

SACANAGEM

Lula tachou a investigação da PF sobre o tríplex como "uma sacanagem homérica" e criticou a imprensa por, segundo ele, atribuir-lhe a propriedade do imóvel.

"Eu acho que eu estou participando do caso mais complicado da história jurídica do Brasil, porque tenho um apartamento que não é meu, eu não paguei, estou querendo receber o dinheiro que eu paguei, um procurador disse que é meu, a revista "Veja" diz que é meu, a Folha diz que é meu, a Polícia Federal inventa a história do tríplex que foi uma sacanagem homérica", disse o ex-presidente.

SÍTIO DE ATIBAIA

Sobre o sítio em Atibaia, Lula afirmou que o imóvel pertence a Fernando Bittar e Jonas Suassuna, "com registro em cartório em Atibaia, comprado com cheque administrativo, isso já foi publicizado, já foi provado".

"Eu, na verdade, quero falar pouco do sítio, porque eu não vou falar do que não é meu. Quando vocês entrevistarem os donos do sítio eles falarão pelo sítio", disse.

De acordo com o ex-presidente, o objetivo dos proprietários do imóvel é que ele "tivesse um lugar pra descansar, mas também que tivesse alguma coisa pra guardar as tralhas de Brasília, que é muita tralha que a gente ganha". Segundo Lula, uma parte de seus pertences está no sítio e outra parte "deve estar no sindicatos dos metalúrgicos". "Tem coisa de valor que deve estar guardada em banco", completa.

Lula diz que "certamente" sua mulher, Marisa Letícia, comprou os pedalinhos. E o barco? "Certamente que a dona Marisa adoraria ver os netos dela e outras crianças que fossem lá possivelmente passear naquilo." "Eu fico constrangido de você me perguntar de pedalinho e de me perguntar de um barco de 3 mil reais, sinceramente eu fico..."

"Eu já tomei uma decisão, terminada essa porra desse processo, eu vou entregar isso para o Ministério Público, vou levar lá e vou falar 'Janot, está aqui, olha, isso aqui te incomodou? Um picareta de Manaus entrou com um processo pra você investigar as coisas que eu ganhei, então você toma conta'", disse o petista.

INSTITUTO LULA

O ex-presidente disse ainda que tomou a decisão de jamais pedir doações de empresas para o Instituto Lula para não ficar em uma posição de vulnerabilidade política. Segundo ele, trata-se de uma regra que ele impôs a si mesmo desde que era sindicalista nos anos 1970.

"Não faz parte da minha vida política, ou seja, eu desde que estava no sindicato eu tomei uma decisão: eu não posso pedir nada a ninguém porque eu ficaria vulnerável diante das pessoas", disse Lula.

Segundo o petista, a missão de captar recursos cabia à direção da instituição e não a ele, que tem o cargo de presidente de honra -algo que seria, de acordo com ele, mais honorífico do que de envolvimento operacional nas tarefas da entidade.

comentário de leitor

Thiago Teixeira
POSTADO EM 14/MAR/2016 ÀS 06:56

A cobertura d Globo News foi absurdamente ridícula, pilharam, derrubaram o governo, pediram renúncia da presidenta, aceleração no processo de impeachment ... nunca vi na minha vida uma cobertura tão aberta e sem recatos ao golpe. A marca do dia foi um close que deram num manifestante com a foto de vários políticos (entre eles, Cunha e o Helicóptero do Pó), a âncora golpista apenas citou o nome Dilma, Lula e ignorou o resto das imagens.

Monica Iozzi critica telejornal da emissora onde trabalha

Ao comentar protestos deste domingo, Monica Iozzi critica “Jornal Nacional” no Twitter e dispara: “Acho a mídia tendenciosa”. Publicação de Iozzi representa rara atitude de coragem e independência entre profissionais de televisão

Manifestantes da Paulista vestem morador de rua com placa “tomei no c*”

Manifestantes que usavam camisetas da Seleção Brasileira de futebol vestiram seu José, morador de rua, com uma placa de papelão dupla com os dizeres “era empresário, virei mendigo” e “tomei no c*”. Ele também teve adesivos de “Fora Dilma” colados na cabeça semicalva. Constatei que ele estava sendo usado.
Seu José, o mendigo que protestava contra Dilma na avenida Paulista

Pedro Zambarda de Araújo, DCM

Fui embora da Paulista com lágrimas nos olhos, aflito e com uma dúvida: não sabia se o nome dele era José ou Antônio. Saí perambulando por toda a avenida atrás de um senhor que estava no chão com uma placa de papelão dupla, no peito e nas costas com os dizeres: “era empresário, virei mendigo” e “tomei no c*”.

Eram 18hrs quando bati a foto com o celular. Seu José estava no chão, sem mover as pernas, com apenas um chinelo, e vibrava contra Dilma. Morador de rua, ele foi vestido pelos manifestantes com a placa e teve adesivos de “Fora Dilma” colados na cabeça semicalva. Ele se divertia, deixava-se fotografar e cumprimentava alguns dos homens vestidos com camisetas da Seleção Brasileira.

O número de mendigos na Avenida Paulista aumentou nos últimos anos, segundo a própria prefeitura, refletindo a desigualdade de São Paulo sob Geraldo Alckmin e Fernando Haddad. Um morador sem teto que sempre fica próximo da estação de metrô Brigadeiro não estava por lá, mas vi ele no ano passado.

(...) 

(...) 

(...) 

A avenida ficou suja para que outros mendigos, catadores de latinha, recolhessem algum entulho das cervejas, hot-dogs e churrasquinhos consumidos naquele momento em que o MBL comemorava mais de um milhão de pessoas na rua e muita gente iria dormir sem um teto pra aquecer.

(...)

(...) 

Como um protesto desses teria o apoio de moradores sem teto? Ainda mais considerando as barbaridades que a direita diz sobre Guilherme Boulos e suas discussões envolvendo o MTST dentro de São Paulo. Sem teto não tem voz e nem vez com a elite.

Sempre fui fã do jornalismo de repórteres como Eliane Brum, que partem do ponto de vista dos desfavorecidos e dos desvalidos para explicar as desigualdades sociais e os problemas políticos brasileiros. Neste protesto contra Dilma, vi como a direita utiliza os pobres para sempre tentar provar que está certa. Eu fotografei isso.

Mas confesso que não consegui reagir da melhor forma ao ver o que fizeram com o senhor José. E me perturbou vê-lo sorrindo. Constatei que ele estava sendo usado.

Deveria tê-lo ajudado.

(...) 

“Agora eu acho que esse governo corrupto vai cair”, diziam os antipetistas.

Enquanto batemos boca sobre Dilma, Lula, Aécio e FHC, milhões de pessoas vão dormir na rua e até na própria Avenida Paulista, em condições de vida obscenas.

Silas Malafaia passa por constrangimento ao discursar em ato pró-impeachment

Escalado para encerrar o ato em Brasília neste domingo (13), o pastor Silas Malafaia foi brindado com vaias ao ter o nome anunciado no trio elétrico. Num pronunciamento de poucos minutos, ele disse que o “povo brasileiro não pode ser roubado por esses vagabundos” e vai “botar essa cambada fora”
O pastor Silas Malafaia foi um dos protagonistas do protesto anti-Dilma neste domingo em Brasília

Escalado para encerrar o ato em Brasília neste domingo (13), o pastor Silas Malafaia foi brindado com vaias ao ter o nome anunciado no trio elétrico.

Num pronunciamento de poucos minutos, ele disse que o “povo brasileiro não pode ser roubado por esses vagabundos” e vai “botar essa cambada fora”. Antes que as vaias aumentassem, o locutor anunciou a execução do Hino Nacional, dando em seguida o sinal para o encerramento da manifestação.

Marta Suplicy é expulsa de protesto pelos novos aliados aos gritos de 'perua'

Marta Suplicy, que tem atacado constantemente Lula, Dilma e o PT, foi para a avenida paulista imaginando que seria bem recebida. Por fim, a senadora foi obrigada a se refugiar no prédio da Fiesp e esperar a manifestação acabar para poder voltar para casa
A senadora Marta Suplicy

O movimento, apesar de grande e significativo, não é tão representativo assim

Segundo o Datafolha, na Paulista, ontem, durante a manifestação dos querem o impeachment de Dilma, compareceram 500 mil pessoas. Não deixa de ser um bom número, mas considerando que Aécio Neves teve 4 milhões e 135 mil votos em S. Paulo, capital, nas eleições de 2014, esse número não tão grande assim.

Portanto, ontem, na melhor das hipóteses, cerca de 10% de seus "possíveis" eleitores estavam lá para apoiar a manifestação.

Por outro lado, se sabe que muita gente que ali estava veio de cidades vizinhas para engrossar o movimento.

Constatação

Pondé, um filósofo entrevistado pela Band, ontem após a manifestação dos contrários a Dilma, direitista até a alma, tem um pensamento tão pequeno a respeito dos mandatos petistas, quanto alguém despolitizado. Por outro lado, é lamentável que a emissora dê espaço a pessoas parciais. Se o quadro econômico e político está ruim, a tendência é ficar pior com tais intervenções.

13/03: O dia em que a ignorância política marcou a manifestação contra Dilma

Não gostaria jamais de dizer isso, mas foi a ignorância política que marcou a manifestação de ontem, em todo Brasil, com o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Por que? Porque se analisarmos o perfil dos manifestantes concluiremos que grande parte dos que compareceram ao ato são pessoas alienadas, não conhecem História e nem como se dá o processo político. São pessoas que não participam efetivamente da vida da sociedade civil organizada. Não estão presentes na vida da sua igreja, do sindicato, da associação de moradores do bairro. Grande parte deste contingente apenas se ”liga na Globo”, lê Veja e Época ou então, ouvem lideranças raivosas tipo Silas Malafaia, Aécio Neves e outros.

Essas pessoas são tão alienadas que não conseguem perceber o que está por trás desse movimento e lhes asseguro que apesar de ter pessoas bem intencionadas, participando ou colaborando na sua direção, a verdadeira intenção não é combater a corrupção e sim tomar o poder e, até amortecer ou acabar de vez, com essa história de combate a corrupção.

Essas pessoas engrossam um movimento que elas não sabem aonde vai dá. Se a Dilma renunciar é o Temer que vai assumir. Se o Temer assumir o Cunha será vice-presidente da República. Se a chapa Dilma/Temer for cassada, Aécio Neves será o presidente. Os manifestantes contra Dilma sabem disso? 

Aécio Neves, entrevistado ontem na Paulista, disse que: "Os caminhos são três colocados à nossa frente: o impeachment da presidente da República, a cassação da chapa pelo TSE ou a renúncia da presidente da República. Uma dessas três saídas permitirá ao Brasil voltar a sonhar com um futuro melhor".

Nenhuma das três alternativas não tem fundamento. O impeachment não deve acontecer porque a Constituição, no que se refere a este assunto, não foi desrespeitada. A cassação está descartada porque seus opositores não têm um crime para justificá-la. A renúncia não faz parte do comportamento de Dilma.

A alienação é tão visível que grande parte dos que coordenam o movimento de deposição da Dilma, seja no Congresso, nas ruas ou simplesmente como participantes, estão envolvidos direta ou indiretamente nas denúncias de corrupção. Contra Aécio, pesam cinco delações premiadas. Contra Paulinho da Farsa, digo da Força existe processo no Supremo. Sem falar nos outros componentes desse movimento.

Outro fato que chama a atenção é que os participantes se subdividem em vários grupos. O primeiro grupo tem consciência de que a corrupção é antiga demais, que atrapalha a vida de todo mundo e que é preciso lutar contra ela. O segundo grupo acredita que a corrupção nasceu a partir do governo do PT e que todos no PT são ladrões, principalmente Lula e Dilma. O terceiro grupo é reacionário a tal ponto que defende abertamente a volta dos militares ao poder. O quarto grupo se constitui de integrantes de partidos de direita e de centro que já governaram o Brasil, que atualmente governam vários estados brasileiros e milhares de prefeituras, com fortes indícios de práticas administrativas viciadas pela corrupção.

As pessoas alienadas não entendem que não se pode derrubar um governo de qualquer jeito. Não entendem que existem leis e que é preciso observá-las, sob pena de entrarmos num estado de exceção, o que ruim para todos.

Porque grande parte da sociedade aderiu ao movimento? Porque as pessoas estão agindo assim?

Primeiro porque há corrupção mesmo. Segundo porque Aécio Neves, derrotado nas eleições de 2014, ainda não aceitou o resultado. Ele foge as características de um verdadeiro democrata. Depois, forças políticas conservadoras abraçaram a sua causa e usam de todos os meios para fazer valer o seu projeto de retorno ao poder. Há evidências da existência de um conluio que envolve agentes da Polícia Federal, do Ministério Público, da Justiça Federal e da imprensa. A Globo, por exemplo, todos os dias, de forma direcionada, intencional elabora suas matérias jornalísticas para atingir o governo e o PT. As revistas Veja e Época, também são instrumentos desse projeto de derrubada do governo, bem como um grande número de emissoras de rádio e televisão, que diariamente são usados com esse objetivo. Em outras palavras, de tanto ouvir que o governo e o PT são os culpado pela crise econômica que nos afeta, as pessoas assimilaram isso. Portanto, a razão não caracteriza o comportamento dos alienados pela TV Globo e companhia. Ontem, por exemplo, no “Fantástico”, a Globo não citou que Aécio e Alckmin foram hostilizados ao chegarem na Paulista.

Qual o resultado prático desse movimento? Não se pode prever ao certo o que acontecerá. Uma das hipóteses é que o governo busque alternativas e consiga sair dessa situação. Uma das poucas alternativas, é se recompor politicamente, fazendo uma mudança ministerial, com nomes conhecidos e respaldados para dar respostas a economia e a política. O outro rumo é o endurecimento do governo e a continuidade da sua fragilização, a queda brusca da nossa economia, o aumento dos conflitos políticos e até uma possível guerra civil.

Temos que ter clareza do momento político e econômico que vivemos. A corrupção existe e tem que ser combatida. O governo é a favor da continuidade do combate a corrupção e disponibiliza seus instrumentos para isso. A Polícia Federal, o Ministério Público Federal, a Justiça Federal, são órgãos do governo e estão sendo alimentados para essa finalidade. O PT e os demais partidos, independentemente de suas ideologias, são instituições e não podem ser banidos por conta de ações de seus filiados ou simpatizantes. Nenhum partido manda ninguém roubar. Ademais, milhões de filiados e simpatizantes dos partidos “condenados” pelos alienados políticos, não aprovam a corrupção ou qualquer desvio. Assim, a Justiça tem que cumprir o seu papel e condenar os culpados, sempre observando a lei e não fazendo espetáculos midiáticos.

O Brasil encontra o seu caminho ou sua riqueza será entregue aos abutres de plantão.

Quanto Custa um parlamentar no Brasil?

Resultado de imagem para imagens do custo de um parlamentar no Brasil

Reportagem da TV Globo comparando quanto custa um parlamentar brasileiro aos cofres públicos e quanto custa nos demais países do mundo.

Essa matéria foi ao ar no Bom Dia Brasil, da TV Globo, a cerca de 5 anos. Devido as intervenções dos "atingidos", ela foi retirado dos telejornais do dia.
 
Nossos parlamentares são mais caros do mundo. Custam cerca de 10 milhões por ano ao cofres públicos.

Essa música é da época da ditadura, não é cálice que o cantor quer dizer, é cale-se, pois na época, se você ofendesse o governo em público, você era levado até uma câmara e torturado até a morte. No contexto a música quer dizer que quanto mais ignorarmos as canalhices do governo, seja de qual partido for, mais estaremos perto de uma nova ditadura!

Ouça a matéria na íntegra, uma das poucas informações importantes da Globo nos últimos tempos, acessando: Quanto custa um parlamentar no Brasil?

Fonte: Youtube, 17/04/2011






Lula disse no seu depoimento a PF que espera um pedido de desculpas da Operação Lava Jato


"Eu espero que quando terminar isso aqui alguém peça desculpas. Alguém fale: 'Desculpe, pelo amor de Deus, foi um engano'", declarou o ex-presidente à Polícia Federal, no dia em que foi levado coercitivamente para depor no Aeroporto de Congonhas, no âmbito da 24ª fase da Operação Lava Jato, sexta-feira 4.

Lula também disse que será candidato à presidência em 2018; "Porque acho que muita gente que fez desaforo pra mim vai aguentar desaforo daqui pra frente. Vão ter que ter coragem de me tornar inelegível", disse.

Lula diz também que caso do triplex no Guarujá foi "invenção" da PF, uma "sacanagem homérica".

A íntegra da transcrição do depoimento foi disponibilizada nesta segunda pela Justiça Federal do Paraná.

Vaias para Aécio Neves e Geral Alckmin celebram o fim da hipocria


Como o pau da Justiça que bate em Chico (o PT) não bate em Francisco (o PSDB), ao contrário do que prometia fazer o procurador-geral Rodrigo Janot, dois tucanos com ambições presidenciais, Aécio Neves e Geraldo Alckmin, imaginaram que poderiam cavalgar as massas em fúria na Paulista, mas saíram de lá escorraçados; o episódio foi didático para ambos aprenderem, na marra, como a antipolítica prepara o terreno para projetos fascistas, como o de Jair Bolsonaro, ou de salvadores da Pátria, como o juiz Sergio Moro; agora, é hora de as forças políticas responsáveis do País tentarem construir uma reforma política séria, que ponha fim à atual relação entre Executivo e Legislativo, implodida pela Lava Jato

247 – A seletividade da Justiça no Brasil, somada ao engajamento político de alguns meios de comunicação no Brasil, criou uma ilusão fatal para o PSDB. Como seus dois principais presidenciáveis tucanos, Aécio Neves e Geraldo Alckmin, sabem que o pau da Justiça que bate em Chico (o PT) não bate em Francisco (o PSDB), ao contrário do que prometia fazer o procurador-geral Rodrigo Janot, ambos passaram a viver numa bolha. Iludidos por bajuladores, imaginaram que poderiam desfilar em glória pela Paulista, onde seriam saudados como libertadores.

O que se viu já é conhecido. Os dois foram escorraçados, chamados de "corrupto", "ladrão de merenda" e "vagabundo", entre outros impropérios reservados pela voz das ruas aos tucanos. O golpe foi mais duro para Aécio porque ele tem sido, desde a derrota nas eleições presidenciais, o principal incitador do ódio político no Brasil. Alckmin, cuja polícia invadiu um sindicato na sexta-feira sem nenhuma explicação, tentou competir com Aécio e cometeu a insanidade de ir a uma passeata golpista, na condição de governador do estado mais rico do País.

Ambos colheram o que mereceram, mas terão, agora, que digerir as lições dos acontecimentos. Ao fomentar a intolerância e o ódio político, os tucanos abriram o terreno para a ascensão de um projeto fascista, personificado pelo deputado Jair Bolsonaro, e para a ascensão de um eventual salvador da pátria, personificado na figura do juiz Sergio Moro, caso ele venha a ter ambições ambições políticas.

Agora, é hora das forças políticas responsáveis do País tentarem salvar o País, por meio de uma reforma política séria, que ponha fim à atual relação entre Executivo e Legislativo que foi implodida pela Lava Jato. Caso contrário, os jacobinos do PSDB também terão suas cabeças cortadas, abrindo espaço para uma espécie de bonapartismo no Brasil.

De todo modo, as vaias a Alckmin e Aécio marcam o dia 13 de março de 2016 como o dia da morte da hipocrisia – o que também cobrará providências de Janot, caso ele tenha entendido a voz das ruas.

Folha usa tipologia inédita para promover o golpe


Jornal da família Frias utiliza letras garrafais, e em negrito, com um tamanho jamais usado, para tentar fazer com que o Congresso acelere o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A manchete desta segunda-feira será analisada no futuro como um dos registros históricos de um dos piores momentos da Folha, que também apoiou a ditadura de 64.

A quantidade de pessoas na rua, que também rejeitou políticos da oposição, não produz um crime de responsabilidade cometido pela presidente Dilma, ou seja, apesar dos desejos da família Frias, continua não havendo nenhum fato determinado, com força jurídica, que justifique a deposição de um governo legitimamente eleito.

Alckmin e Aécio foram enxotados da Paulista, mas Folha viu “assédio”


Jornal diz que tucanos Geraldo Alckmin e Aécio Neves foram recebidos na Avenida Paulista neste domingo com um "misto de hostilidade e assédio"; governador e senador, porém, foram na verdade xingados dos nomes mais impronunciáveis, além de "corruptos", e praticamente expulsos do local, de onde saíram em meia hora.

‘Negar a posse do ministro foi uma decisão política’

Para a nova chefe do Ministério Público da Bahia, Ediene Lousado, a decisão do Supremo Tribunal Federal de impedir a posse de Wellington César Lima e Silva como ministro da Justiça "foi mais política que jurídica".

"Existem no país mais de 20 membros do Ministério Público exercendo cargos no Executivo. Até então, ninguém foi ao Supremo reclamar. No entanto bastou a nomeação do doutor Wellington para isso vir à tona", disse Lousado nesta segunda-feira.

Xingado, Aécio diz que é preciso ouvir a voz das ruas

Com artigo escrito antes das calorosas vaias recebidas na Paulista, o senador tucano Aécio Neves, que foi chamado de "corrupto", "oportunista" e outros impropérios impublicáveis, diz que o grito das ‘vozes de março’ é incontestável: “É impossível ficar insensível ao grito uníssono contra a corrupção e a gestão calamitosa, contra a mentira e a favor do trabalho independente das instituições brasileiras. Em defesa da democracia e das conquistas que tanto nos custaram em sacrifício e luta”.

O tucano, que foi citado por vários delatores da Lava Jato em casos de propina, foi hostilizado pelos manifestantes neste domingo, ao lado do governador Geraldo Alckmin, que era rotulado como "ladrão de merenda".

13/3: quando a oposição perdeu a rua para direita

"O 13 de março ficará marcado como o dia em que os tucanos e os peemedebistas do golpe perderam as ruas para a extrema-direita. Moro virou um semi-deus", diz Rodrigo Vianna, em artigo escrito para o Jornalistas Livres, lembrando as vaias históricas contra o senador Aécio Neves.

"A dúvida agora é: o PSDB pode radicalizar ainda mais pra direita, pra agradar a massa furiosa da Paulista? Parece-me pouco provável".

Atos consagraram Bolsonaro, diz pesquisa

O instituto Paraná Pesquisas realizou sondagem na Avenida Paulista, em São Paulo, para saber a intenção de voto dos manifestantes à Presidência da República; de acordo com o levantamento, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) já se aproxima dos tucanos Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra.

Numa primeira hipótese, Aécio tem 29%, Bolsonaro 16% e Marina 12%; noutra simulação, Alckmin tem 27%, Bolsonaro 15% e Marina 12%; no terceiro confronto com os tucanos, Serra tem 22%, Bolsonaro 16% e Marina 14%.

'Se Lava Jato for até o fim, chegará aos tucanos'

Cientista político da Universidade de São Paulo, professor Fernando Limongi diz que as investigações da Lava Jato podem chegar à oposição: “Acho que Sérgio Moro vai até o final. E aí não tem como o PSDB ficar de fora. Muito difícil que o PSDB seja composto por vestais e o PT por gente que frequenta os piores lugares do mundo”, diz.

Ele cita o caso da suposta propina para Sergio Guerra [ex-presidente do PSDB que faleceu em 2014] para não abrir uma CPI. “As doações de campanha para o PSDB mostram que estas empresas não têm ideologia ou filiação partidária. Financiaram a campanha de Dilma e de Aécio. Ganhariam qualquer fosse o resultado”, completou.