domingo, 23 de junho de 2024

“É muita cara de pau”, diz Gleisi sobre editoriais de jornais que culpam Lula pela manutenção da taxa de juros

BRASIL

“O Brasil é muito maior do que a ganância dessa gente”, disse a presidente do PT

Brasil 247, 23 de junho de 2024, 15:48 h
Gleisi Hoffmann (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, criticou nas suas redes sociais os editoriais dos grandes veículos de comunicação do Brasil e seus colunistas, que culpam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela manutenção da taxa de juros.

“O presidente bolsonarista do BC, os especuladores e a mídia passaram semanas pressionando pela manutenção da maior taxa de juros do planeta, inventando uma crise fiscal e um risco inflacionário que não existem. Aí o Copom faz o que que eles queriam e os editoriais e colunistas põem a culpa... nas declarações de @LulaOficial. É muita cara de pau”, escreveu Gleisi em seu perfil no X, antigo Twitter.

A presidente do PT também questionou onde a mídia estava quando o Banco Central ignorou a especulação gerada pelo mercado que resultou na alta do dólar. “Aliás, onde estavam os sábios da mídia quando o BC cruzou os braços diante da especulação com o dólar? Contando os ganhos? Onde estavam quando o presidente do BC fez convescotes políticos com a oposição?! Continue falando as verdades que precisam ser ditas, presidente Lula. O Brasil é muito maior do que a ganância dessa gente que não quer pagar impostos e exige cortes no orçamento dos pobres. A verdade vai vencer, e o país também”, disse.

Na última quarta-feira (19), o Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, em decisão unânime de sua diretoria para interromper o ciclo de afrouxamento monetário iniciado em agosto do ano passado. Alguns jornais como a Folha de S. Paulo e o Estado de S. Paulo culparam o presidente Lula pela de cisão do Banco Central.

O presidente bolsonarista do BC, os especuladores e a mídia passaram semanas pressionando pela manutenção da maior taxa de juros do planeta, inventando uma crise fiscal e um risco inflacionário que não existem. Aí o Copom faz o que que eles queriam e os editoriais e colunistas…— Gleisi Hoffmann (@gleisi) June 23, 2024

domingo, 16 de junho de 2024

“O Brasil passará por um processo de desestabilização”, diz Boaventura de Sousa Santos

Professor avalia em entrevista que esse processo "já começou" por meio da "guerra cultural". Assista na TV 247

Brasil 247, 14 de junho de 2024, 20:45 h

Boaventura de Sousa Santos (Foto: Vladimir Platonow/Agência Brasil)

O professor e sociólogo Boaventura de Sousa Santos previu, em entrevista à TV 247, enfrentará um processo de desestabilização devido a pressões externas, especialmente dos Estados Unidos. "Os Estados Unidos não descansarão enquanto o Brasil não sair do BRICS", afirmou. Segundo ele, os países democráticos são os mais vulneráveis e o Brasil, sendo o mais importante, está no centro dessas tensões.

Na entrevista, Boaventura comentou os desafios enfrentados pelo governo do presidente Lula nas pautas de costumes, mencionando a permanente influência de Jair Bolsonaro no debate público brasileiro.

"A direita venceu a guerra cultural no Brasil e a desestabilização já começou", disse ele, acrescentando que "o presidente Lula é hoje o líder mais respeitado do mundo", mas enfrenta desafios constantes para governar. "Por isso, a direita tenta o obrigar a governar em permanente crise", explicou.

Ao comparar com a Europa, onde as eleições para o Parlamento Europeu observaram um fortalecimento da extrema-direita, o sociólogo destacou que os resultados refletem principalmente agendas nacionais. "Na França, o Rassemblement National avançou, e na Alemanha, o AfD teve crescimento", observou. Ele ainda alertou para a normalização da extrema direita no continente, mencionando a possibilidade real de um governo de extrema-direita na França.

O Brasil não terá superávit fiscal sustentável com a atual taxa de juros, diz Marcio Pochmann

ECONOMIA

Presidente do IBGE aponta que o País transferiu R$ 776 bilhões aos rentistas nos últimos doze meses

Brasil 247, 15 de junho de 2024, 15:49 h

Marcio Pochmann (Foto: Reprodução/TV 247)

Por Marcio Pochmann, no X – A taxa básica de juros reais no Brasil segue praticamente intacta.

Ainda que a Selic tenha caído nominalmente, ela praticamente acompanhou a queda da inflação que ocorreu mediante a diminuição da taxa nacional de desemprego e a subida da renda média per capita.

Com a prevalência da exorbitante taxa real de juros, as duas faces da mesma moeda seguem reproduzindo os mesmos males sobre a economia nacional.

De um lado, o exuberante acúmulo dos lucros bancários. Só em 2023, por exemplo, os bancos atingiram novo recorde com R$ 144 bilhões em lucros.

De outro, o ralo do orçamento público gerado com o pagamento de juros do endividamento. Nos 12 meses anteriores a abril de 2024, por exemplo, o governo federal transferiu o acumulado de R$ 776,3 bilhões (7,0% do PIB), enquanto nos 12 meses até abril de 2023, o montante com juros foi de R$ 659,5 bilhões (6,3% do PIB).

Neste cenário, dificilmente pode haver superávit fiscal sustentável, tampouco a redução do grau de endividamento público, salvo a destruição do setor público com aprofundamento do subdesenvolvimento e da dependência externa.

Taxa Selic elevada reflete captura do BC pelo rentismo, diz Bresser-Pereira

ECONOMIA

Ex-ministro classificou como "corrupção" os juros elevados mantidos pelo Banco Central, comandado por Roberto Campos Neto

Brasil 247, 13 de junho de 2024, 16:14 hAtualizado em 13 de junho de 2024, 16:16 h

Bresser-Pereira comenta a chamada 'independência' do Banco Central (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Divulgação)

O ex-ministro e economista Luiz Carlos Bresser-Pereira criticou em entrevista à TV 247 a atuação do Banco Central (BC), comandado por Roberto Campos Neto, afirmando que a instituição foi capturada pelos interesses do sistema financeiro.

“O Banco Central é um banco capturado pelos interesses do sistema financeiro ou, mais amplamente, do sistema rentista. E qual é a captura que existe? É o que o BC faz há muito tempo, desde o início do século 21. Ele vem praticando taxas extremamente elevadas”, declarou Bresser-Pereira, sobre a taxa Selic.

“O governo atual paga juros extremamente altos. Hoje nós pagamos em juros 7% do PIB. O Estado paga para os rentistas e para os financiadores. Isso é um escândalo, é uma captura do patrimônio público. Ou seja: é a corrupção. E dizem que isso é feito para combater a inflação. E enchem a boca para dizer isso", seguiu.

A crítica ocorre em um contexto onde o governo do presidente Lula tem pressionado Campos Neto a cortar a taxa básica de juros. Campos Neto, no entanto, afirma que não é possível adiantar novas reduções. Além disso, ele vem sendo apoiado por bolsonaristas e defendendo publicamente o conceito de "Estado mínimo". Chegou inclusive a indicar que poderia ser ministro da Fazenda em um eventual governo comandado pelo atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

"Agora é oficial: o novo arcabouço fiscal acabou", diz David Deccache

ECONOMIA

Economista do Psol afirma que o governo terá que rever a regra fiscal

Brasil 247, 16 de junho de 2024, 05:56 h

Economista David Deccache, presidente Lula e ministro Fernando Haddad (Foto: Reprodução | Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Em uma declaração contundente, o economista do Psol, David Deccache, anunciou nas redes sociais o fim do novo arcabouço fiscal. Deccache celebrou o que considera uma vitória para a saúde, educação e previdência social, destacando a decisão do presidente Lula de priorizar os pisos dessas áreas em detrimento das regras fiscais atuais.

"Agora é oficial. O NOVO ARCABOUÇO FISCAL ACABOU, caso Lula cumpra com a sua palavra! Minha conclusão é matemática. Puramente matemática. Matematicamente, deve-se decidir entre os pisos da saúde e educação ou o Novo Arcabouço na sua forma atual. Lula disse que fica com os pisos. Decisão acertada. Data histórica," escreveu Deccache em seu post.

O contexto dessas declarações está ligado à recente entrevista coletiva do presidente Lula no encerramento do G7. O presidente reafirmou seu apoio ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e vetou qualquer ajuste fiscal que prejudique as classes mais pobres. "Eu quero antecipar: a gente não vai fazer ajuste em cima dos pobres", afirmou Lula, em resposta aos rumores de pressões internas e externas sobre Haddad.

As discussões sobre a desvinculação de benefícios sociais da Previdência do aumento do salário mínimo ocorrem em meio à busca do governo por soluções para compensar a desoneração da folha salarial de 17 setores econômicos, uma medida vetada por Lula mas mantida pelo Congresso Nacional. Lula deixou claro que espera uma proposta de compensação dos próprios empresários e parlamentares para resolver a questão.

Lula também reafirmou seu compromisso com a responsabilidade fiscal, destacando os esforços do governo em aprovar a reforma tributária e garantir estabilidade jurídica, política, fiscal, econômica e social. "O que nós estamos fazendo é o seguinte: nós já fizemos o que ninguém esperava que precisava ser feito, fizemos a regulação do marco fiscal, aprovamos a reforma tributária, estamos demonstrando a nossa seriedade de garantir estabilidade," disse o presidente.

A declaração de Deccache reflete a expectativa de que o governo Lula, ao cumprir sua promessa de priorizar os pisos da saúde e educação, revogue o atual formato do novo arcabouço fiscal. "Agora é esperar a aprovação do Projeto de Lei que revogue a atual forma do Arcabouço Fiscal. Vamos cobrar, claro. Porém, a princípio, vou partir do pressuposto que o presidente Lula cumprirá o acordo anunciado," concluiu Deccache em sua postagem.

MAIS UMA DERROTA DO MERCADO E VITÓRIA DA SAÚDE, EDUCAÇÃO E PREVIDÊNCIA SOCIAL!

Agora é oficial. O NOVO ARCABOUÇO FISCAL ACABOU, caso Lula cumpra com a sua palavra!

Minha conclusão é matemática. Puramente matemática. Matematicamente, deve-se decidir entre os pisos da saúde e… pic.twitter.com/CxA3tLAOgA— David Deccache (@deccache) June 15, 2024

Responsabilidade fiscal, sim. Em cima dos mais pobres, não

A obediência a um tal princípio não pode, porém, jamais dar margem a que o governo abra mão de seus compromissos com o combate às desigualdades sociais brasileiras

Brasil 247, 16 de junho de 2024, 05:17 h
Lula e Fernando Haddad

Diante da ladainha fiscalista, o presidente Lula não poderia ser mais claro na entrevista coletiva em que encerrou sua participação na reunião do G7, na Itália. Perguntado sobre se era a favor do corte de despesas, Lula não poderia ser mais claro: "Nós já fizemos o que ninguém esperava que precisava ser feito. Nós já fizemos a regulação do marco fiscal, já aprovamos a reforma tributária. Nós estamos demonstrando a nossa seriedade de garantir estabilidade jurídica, estabilidade política, estabilidade fiscal, estabilidade econômica e estabilidade social. Isso está garantido".

A manifestação presidencial acontece num momento de especial pressão dos agentes do rentismo, na mídia corporativa e no Parlamento, por corte dos investimentos em saúde e educação. De fato, há uma campanha de desestabilização do governo, potencializada pela aproximação das eleições municipais em outubro.

É uma campanha oca. O país, como reafirmou o presidente, testemunha uma situação fiscal de relativo conforto. As receitas crescem. Os gastos evoluem nos limites definidos pela regra do arcabouço fiscal.

O presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, devem sem dúvida estar muito atentos a exercer gestão fiscal responsável. Esse foi um compromisso eleitoral do candidato Lula que deve ser seguido à risca. Não há, a rigor, novidade nessa atitude presidencial. A mesma marca de seriedade esteve presente também nos mandatos anteriores de Lula na Presidência.

A obediência a um tal princípio não pode, porém, jamais dar margem a que o governo abra mão de seus compromissos com o combate às desigualdades sociais brasileiras. Na mesma entrevista deste sábado, ao mencionar um encontro que terá com Haddad para discutir alternativas econômicas, Lula fez questão de anunciar que se antecipava. Disse que não haverá ajuste à custa dos investimentos nas áreas que afetam os mais pobres. O presidente mencionou especificamente os recursos da educação e da saúde.

Lula mostra-se consciente ademais de uma operação conduzida pelo comitê central do rentismo – a Febraban – e sua mídia. A federação dos bancos, pelo presidente Isaac Sidney, manifestou na sexta-feira "apoio institucional" ao ministro Haddad, "enxergando nele toda uma determinação e uma firmeza na busca do equilíbrio fiscal".

Senão pela hipocrisia do apoio emitido por setor interessado nos juros estratosféricos praticados no país, avulta a intenção mal disfarçada de inserir uma cunha entre o ministro da Fazenda e o presidente Lula.

Escolado, o ministro terá percebido e reagido em outro contexto, disparando com alvo evidente, neste sábado: "Por que essa espuma toda para criar cizânia na sociedade? Por que não focamos no que vai mudar pra melhor a vida das pessoas?".

Toda firmeza e serenidade são poucas neste momento, quando versões e até apoios viperinos tentam desnortear um governo até agora vencedor. O primeiro passo de seus adversários é plantar a dúvida e semear a divisão. Diante dessas artimanhas, Lula, Haddad e todo o governo devem exercer toda prudência e descortino.

sábado, 15 de junho de 2024

Destino do PL do estuprador tem que ser o arquivo

"O Congresso tornou-se uma casa reacionária mas ainda escuta o ronco das ruas", escreve Tereza Cruvinel

Brasil 247, 14 de junho de 2024, 17:21 h
Arthur Lira (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O infame projeto que equipa o aborto após 22 semanas ao crime de homicídio não pode seguir tramitando. Não deve ter relator nem texto substitutivo. Não pode ser novamente colocado em pauta. Seu único destino tem que ser o arquivamento por inconstitucionalidade, por tentar nos transformar numa sociedade teocrática e fundamentalista, violando o princípio constitucional do Estado laico.

Nesta sexta-feira finalmente o Governo saiu do silêncio e juntou-se às vozes que nas últimas horas condenaram a proposta. Depois que a primeira dama Janja o criticou como absurdo e inaceitável nas redes, o ministro Alexandre Padilha avisou que o Governo será contra. Outros governistas estão saindo da muda. O presidente Lula deve pronunciar-se oficialmente quando já estiver no Brasil.

A inspiração religiosa é que torna a proposta incompatível com o Estado laico. Foi a bancada evangélica que manobrou e pressionou pela aprovação do pedido de urgência, em apenas 24 segundos, na noite de quarta-feira, por voto simbólico dos líderes, poupando os apoiadores de ter seus nomes expostos no painel. Seu autor, o deputado Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ) já revelou a segunda intenção da manobra: “quero provar que Lula é a favor do aborto”. Lula ou qualquer presidente que honre a Constituição teria que vetá-lo, mesmo pagando um alto custo político.

Houve, porém, a mão do presidente da Câmara, Arthur Lira, na trama da situação. Dono da pauta, ele acolheu o pedido de urgência e escolheu a hora e a forma de colocá-lo em votação. Mais uma vez, Lira criou dificuldade para vender facilidade ao Governo. Tendo prometido a votação do mérito para semana que vem, já disse que não o fará com tanta pressa. E cobrará para, amparado em algum recurso jurídico, mandar o projeto para o único destino que merece, o vasto arquivo das proposições inconstitucionais, poupando o Senado de apreciá-lo e o presidente de vetá-lo, se aprovado.

Lira sabe criar dificuldades mas neste caso cometeu um erro de cálculo. O amplo repúdio já colou nele a armação. Rapidamente a sociedade entendeu que uma jovem estuprada que aborte após 22 semanas pegará 20 anos de cadeia, contra oito ou dez para seu estuprador. Pesquisa Quaest examinou 1,1 milhão de menções ao tema nas redes sociais, de quarta-feira para cá, concluindo que 52% são contra o projeto, e que apenas 15% o apoiam.

O que os governistas esperam é que, diante do desgaste, Lira busque uma recomendação jurídica da Casa para remeter o projeto à Comissão de Constituição e Justiça, onde uma declaração de inconstitucionalidade o mandaria para o arquivo. Não seria fácil, porque os bolsonaristas comandam a comissão presidida pela deputada extremista Caroline de Toni. A outra saída seria manter o projeto na gaveta indefinidamente mas isso não resolverá o problema. O bode continuará na sala, infestando o ambiente político.

Enquanto nada disso acontece (se acontecer), o repúdio e os protestos precisam continuar. O tema precisa se manter em evidência ao longo do final de semana. Os atos de rua das últimas horas precisam ser repetidos. O Congresso tornou-se uma casa reacionária mas ainda escuta o ronco das ruas.

PF encontra provas do envolvimento de Carlos Bolsonaro no caso da 'Abin paralela': "pegamos ele"

"As coisas se conectam: Abin paralela e milícias digitais", diz um investigador da Polícia Federal

Brasil 247, 14 de junho de 2024, 10:44 h

Carlos e Jair Bolsonaro | Polícia Federal (Foto: Alan Santos/PR | Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Nas próximas semanas, os holofotes se voltarão, segundo Robson Bonin, da revista Veja, para Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro e filho de Jair Bolsonaro (PL). Ele é alvo de investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) em duas frentes principais: seu suposto envolvimento com milícias digitais e sua participação em uma estrutura clandestina apelidada de "Abin paralela". Estas investigações são conduzidas pela Polícia Federal (PF).

A "Abin paralela" refere-se a um esquema clandestino de monitoramento, alegadamente organizado durante o governo de Jair Bolsonaro na Agência Brasileira de Inteligência. Este esquema teria utilizado recursos do serviço secreto brasileiro para espionar autoridades públicas, adversários políticos e outras figuras de interesse do Planalto, tudo sem a devida autorização judicial.

O relatório da PF sobre esse esquema está em fase final de revisão e será encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes no STF em breve. Um investigador da PF afirmou com segurança: “pegamos ele”, em referência às provas que ligariam Carlos Bolsonaro ao esquema.

Carlos Bolsonaro é também acusado de ter envolvimento com milícias digitais — grupos organizados que utilizam a internet para espalhar desinformação e atacar adversários políticos. De acordo com a PF, há uma interconexão clara entre a operação das milícias digitais e a “Abin paralela”. "As coisas se conectam: Abin paralela e milícias digitais”, comentou o investigador.

Em janeiro deste ano, Carlos Bolsonaro foi alvo de mandados de busca. Com a comprovação de seu possível envolvimento com o uso indevido de ferramentas de geolocalização para espionagem ilegal, o vereador poderá enfrentar uma série de acusações criminais.

segunda-feira, 10 de junho de 2024

Manifestação bolsonarista em São Paulo contra Lula e Alexandre de Moraes fracassa

Ato realizado neste domingo (9/6) reuniu poucas pessoas

Brasil 247, 10 de junho de 2024, 04:08 h

Lula e Alexandre de Moraes (Foto: Ricardo Stuckert)

Um grupo de manifestantes bolsonaristas se reuniu na Avenida Paulista, neste domingo (9/6), para pedir o impeachment do presidente Lula (PT) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O ato foi um fracasso total. Ocorreu em frente ao vão livre do Masp e não reuniu gente o suficiente para preencher o quarteirão que fica entre as ruas Plínio Figueiredo e Professor Otávio Mendes, vias que ladeiam o museu, relata o Metrópoles

A manifestação foi convocada nas redes sociais por lideranças bolsonaristas,como os deputados federais Carla Zambelli (PL-SP), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) e Marcel van Hattem (Novo-RS). Vestindo uma camiseta com os dizeres “impeachment de Alexandre de Moraes já”, Van Hattem subiu no trio elétrico para agradecer a presença dos manifestantes e dizer que o ato deste domingo marcou o “reinício das manifestações cívicas de quem não tem medo”, em referência aos atos de junho de 2013 e aos protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), entre 2015 e 2016.

Também esteve presente no ato a pré-candidata à Prefeitura de São Paulo pelo partido Novo, a economista Marina Helena. Assim como seu correligionário Van Hattem, ela também vestia uma camisa pedindo pelo impeachment de Moraes.

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Temendo ser preso, Bolsonaro pressiona por anistia a golpistas no Congresso

BRASIL

Parlamentares aliados ao ex-mandatário condicionam seu apoio à escolha dos próximos presidentes da Câmara e do Senado à aprovação de um projeto que blinde Bolsonaro

Brasil 247, 6 de junho de 2024, 11:27 h

Jair Bolsonaro e atos golpistas de 8 de Janeiro (Foto: REUTERS)

Jair Bolsonaro (PL) tem intensificado a pressão sobre seus aliados para garantir a aprovação de um projeto de lei que anistie os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, informa Andréia Sadi, do g1. Ele enfrenta um inquérito sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado para permanecer no poder após sua derrota para o presidente Lula (PT) nas eleições de 2022 e vê na anistia uma forma de evitar possíveis condenações judiciais.

Para garantir apoio ao projeto de anistia, o bolsonarismo está condicionando seu apoio à escolha dos próximos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, cujas eleições estão previstas para 2025. Na Câmara, há uma avaliação de que a aprovação da anistia é possível, independentemente de quem suceder o atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). No Senado, acredita-se que o cenário será favorável se Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) assumir a presidência após o término do mandato de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Desde a operação contra a tentativa de golpe em 8 de fevereiro, Bolsonaro teme uma prisão iminente. Por isso, seus apoiadores têm trabalhado intensamente em prol da proposta, tanto no Congresso quanto junto aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O principal interlocutor do bolsonarismo com os magistrados tem sido o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Além da anistia, Bolsonaro também busca reverter sua inelegibilidade imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele aposta na futura composição do TSE, onde Nunes Marques assumirá o comando em 2026. Contudo, aliados consideram essa reversão altamente improvável.