São milhares de denúncias que forçam as autoridades a tomar as providências cabíveis
Marco Antônio Ciciliati e Fernanda Mesquita, moradores da SQN 214, em Brasília, precisaram recorrer à polícia para conter o barulho feito pela moto de um vizinho
O que fazer quando dormir, assistir à televisão ou até mesmo conversar se tornam tarefas difíceis? Ser obrigado a conviver com vizinhos barulhentos tem se tornado rotina para milhões de brasileiros. O pior é quando a perturbação atinge níveis insuportáveis e o síndico ou a fiscalização não tomam providências. De acordo com números de entidades e órgãos relacionados, as cidades estão cada vez mais barulhentas. Milhões de brasileiros estão reclamando do excesso de ruídos.
A poluição sonora é a campeã de denúncias recebidas, com cerca de 70% da demanda. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), decibéis (dB) muito acima do tolerável ocupam hoje o terceiro lugar no ranking de problemas ambientais que mais afetam populações do mundo inteiro. A OMS considera todo e qualquer som que ultrapasse 55dB nocivo à saúde.
Na SQN 214, em Brasília, um ex-morador do Bloco A tirou, durante muito tempo, o sossego dos condôminos e virou caso de polícia. A fonte do barulho era uma motocicleta com o escapamento modificado. O empresário Marco Antônio Ciciliati lembra que não tinha hora para o estrondo, mas que, normalmente, o incômodo ocorria durante a madrugada. Ele fez vários registros do ruído. “Depois de inúmeras tentativas de conversa, a saída foi registrar ocorrências na delegacia. Só eu registrei duas, fora as dos outros moradores”, conta.