sábado, 22 de novembro de 2014

Palácio do Planalto critica reportagem de revista sobre mensagem para Dilma

Notícia divulga e-mail de Paulo Roberta Costa para a presidente Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil
Na época da denúncia, Dilma Rousseff era ministra da Casa Civil | Foto: Roberto Stuckert Filho / Abr/ CP

O Palácio do Planalto criticou, em nota divulgada neste sábado, reportagem publicada na última edição da revista “Veja” sobre uma mensagem enviada, em 2009, pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para a presidente Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil.

Um dos delatores do esquema de desvio de recursos da estatal, desbaratado pela Polícia Federal, Costa informa no e-mail enviado para Dilma que o TCU (Tribunal de Contas da União) havia recomendado ao Congresso a imediata paralisação de três grandes obras da estatal.

O tribunal pediu o cancelamento de repasses para a construção e a modernização das refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Getúlio Vargas, no Paraná, além do terminal do Porto de Barra do Riacho, no Espírito Santo. As duas primeiras obras são apontadas atualmente como fonte de parte dos recursos que foram desviados da Petrobras.

Leia a íntegra da nota do governo:

A reportagem de capa da revista Veja de hoje é mais um episódio de manipulação jornalística que marca a publicação nos últimos anos.

Depois de tentar interferir no resultado das eleições presidenciais, numa operação condenada pela Justiça eleitoral, Veja tenta enganar seus leitores ao insinuar que, em 2009, já se sabia dos desvios praticados pelo senhor Paulo Roberto Costa, diretor da Petrobras demitido em março de 2012 pelo governo da presidenta Dilma.

As práticas ilegais do senhor Paulo Roberto Costa só vieram a público em 2014, graças às investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.

Aos fatos:

Em 6 de novembro de 2014, Veja procurou a Secretaria de Imprensa da Presidência da República informando que iria publicar notícia, “baseada em provas factuais”, de que a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, recebeu mensagem eletrônica do senhor Paulo Roberto Costa, então diretor da Petrobras, sobre irregularidades detectadas em 2009 pelo Tribunal de Contas da União nas obras da refinaria Abreu e Lima. O repórter indagava que medidas e providências foram adotadas diante do acórdão do TCU. A revista não enviou cópia do e-mail.

No dia 7 de novembro, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República encaminhou a seguinte nota para a revista:

“Em 2009, a Casa Civil era responsável pela coordenação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Assim, relatórios e acórdãos do TCU relativos às obras deste programa eram sistematicamente enviados pelo próprio tribunal para conhecimento da Casa Civil.

Após receber do Congresso Nacional (em agosto de 2009), do TCU (em 29 de setembro de 2009) e da Petrobras (em 29 de setembro de 2009), as informações sobre eventuais problemas nas obras da refinaria Abreu e Lima, a Casa Civil tomou as seguintes medidas:

a. Encaminhamento da matéria à Controladoria Geral da União, em setembro de 2009, para as providências cabíveis;

b. Determinação para que o grupo de acompanhamento do PAC procedesse ao exame do relatório, em conjunto com o Ministério de Minas e Energia e a Petrobras;

c. Participação em reunião de trabalho entre representantes do TCU, Comissão Mista de Orçamento, Petrobras e MME, após a inclusão da determinação de suspensão das obras da refinaria Abreu e Lima no Orçamento de 2010, aprovado pelo Congresso.

Nesta reunião, realizada em 20 de janeiro de 2010, “houve consenso sobre a viabilidade da regularização das pendências identificadas pelo TCU” nas obras da refinaria Abreu e Lima (conforme razões de veto de 26 de janeiro de 2009). Foi decidido, também, o acompanhamento da solução destas pendências, por meio de reuniões regulares entre o MME, o TCU e a Petrobras.

A partir daí, o Presidente da República decidiu pelo veto da proposta de paralisação da obra, com base nos seguintes elementos:

1) a avaliação de que as pendências levantados pelo TCU seriam regularizáveis;

2) as informações prestadas em nota técnica do MME que evidencia os prejuízos decorrentes da paralisação; e

3) o pedido formal de veto por parte do então Governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Este veto foi apreciado pelo Congresso Nacional, sendo mantido.

A partir de 2011, o Congresso Nacional, reconhecendo os avanços no trabalho conjunto entre MME, Petrobras e TCU, não incluiu as obras da refinaria Abreu e Lima no conjunto daquelas que deveriam ser paralisadas.

E a partir de 2013, tendo em vista as providências tomadas pela Petrobras, o TCU modificou o seu posicionamento sobre a necessidade de paralisação das obras da refinaria Abreu e Lima”.

A inconsistência da reportagem de Veja é evidente. As pendências apontadas pelo TCU nas obras da refinaria Abreu e Lima já haviam sido comunicadas, em agosto, à Casa Civil pelo Congresso e foram repassadas ao órgão competente, a CGU.

Como fica evidente na nota, representantes do TCU, Comissão Mista de Orçamento do Congresso, Petrobras e do Ministério de Minas e Energia discutiram a solução das pendências e, posteriormente, o Congresso Nacional concordou com o prosseguimento das obras na refinaria.

Mais uma vez, Veja desinforma seus leitores e tenta manipular a realidade dos fatos. Mais uma vez, irá fracassar.

10 passos para renegociar suas dívidas com o banco


Exame.com, 22/11/14

Inflação, juros altos e desaceleração econômica. O cenário no Brasil não é dos melhores. Por isso, quem está no vermelho deve buscar um acordo com os credores o quanto antes para quitar dívidas e se preparar para eventuais turbulências da economia.

Acompanhe os passos para obter uma boa negociação com a instituição financeira:

1) Faça cálculos realistas

De nada adianta chegar na mesa de negociação do banco e aceitar uma proposta que você não terá condições de pagar.

O primeiro passo, portanto, é colocar no papel a renda líquida do mês (descontados impostos e benefícios), e subtrair os gastos essenciais, como habitação e saúde. 

Após realizar esse cálculo, o consumidor deve cortar os gastos supérfluos,. O saldo final é o que deve ser proposto como pagamento mensal da dívida ao banco.

Nesse cálculo, é possível também incluir rendas extras que serão recebidas no futuro, como o 13º salário, que podem ser utilizadas para abater a dívida e render descontos.

2) Analise o contrato 

Antes de renegociar a dívida, verifique se o contrato do financiamento não contém irregularidades, seja porque provoca prejuízos consideráveis ou cobra taxas a mais. 

Caso haja alguma irregularidade, o consumidor deve denunciá-la aos órgãos de defesa do consumidor e ao Banco Central e utilizar isso como argumento na busca por um acordo com o banco. Dessa forma, será possível melhorar as condições do pagamento do débito.

Ione Amorim, economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), diz que a dica é válida principalmente no caso de empréstimos que têm valor maior, como os financiamentos de veículos. “Essas operações podem embutir taxas extras irregulares. Também é recomendável revisar o cálculo do saldo devedor”.

3) Pesquise as condições oferecidas por outros bancos

É possível portar a dívida para outra instituição financeira que ofereça condições melhores de pagamento. Ao pesquisar taxas de juros, prazos e benefícios oferecidos por outras instituições o cliente pode pressionar o seu banco para que sejam oferecidas condições semelhantes.

Caso o acordo não avance, o consumidor deve considerar levar a dívida para outra instituição financeira. “Alguns bancos não exigem abertura de conta corrente nesse caso”, diz Ione, do Idec.

4) Contate o banco da forma certa

Alguns bancos, como o Bradesco, já permitem ao cliente renegociar a dívida online. Para realizar uma proposta, basta inserir o valor da entrada e prazo de pagamento.

Mas especialistas recomendam aos correntistas entrar em um acordo com a instituição financeira pessoalmente.

Soluções online, além de padronizadas, podem ser baseadas em um perfil médio de cliente. “A proposta pode não ser a melhor para o perfil do consumidor”, diz Ione Amorim

Renata Pedro, técnica da associação de consumidores Proteste, indica que, de qualquer forma, o acordo deve ser documentado por escrito, e até com assinatura de testemunhas, no caso dos acordos feitos na agência.

Se a negociação só for possível por telefone, ela recomenda ao consumidor guardar o registro do atendimento.

5) Sugira soluções durante a conversa

É necessário participar de forma ativa do acordo. Mas, para isso, é necessário fazer propostas razoáveis.

Caso o consumidor tenha contratado um financiamento de veículo em 48 parcelas, com juros de 1,2%, e em apenas três meses de pagamento atrasar a parcela, dificilmente a instituição financeira vai reduzir os juros contratados, diz a economista do Idec.

“O consumidor estava ciente da taxa e o prazo é curto para negociar essa condição”, explica Ione. Nesse caso, é melhor renegociar tarifas extras, como seguros, por exemplo.

No caso do financiamento de veículos e outros bens, os juros geralmente podem ser negociados apenas quando a inadimplência ultrapassa três meses. Após esse prazo, os bancos podem passar a cobrar juros de mora, o que eleva a taxa de juros prevista no contrato.

Caso a dívida seja no cartão de crédito, a situação muda. “Os juros cobrados no cartão, em média de 10,5% ao mês, podem ser considerados abusivos”, diz Ione.

Portanto, no momento em que o consumidor verificar que não conseguirá pagar a fatura do cartão, é necessário pedir imediatamente a suspensão de cobrança de juros futuros e renegociar o débito o quanto antes.

“Enquanto o consumidor não se manifestar, a dívida irá crescer de forma rápida e pode se tornar impagável, o que dificulta acordos”, diz Ione.

6) Analise a contraproposta do banco

Antes de aceitar a proposta oferecida pela instituição financeira, no calor da negociação, peça um tempo para refletir sobre as condições do acordo.

Geralmente a primeira proposta do banco costuma vir com valores altos e apenas alonga a dívida, repartindo o débito em mais parcelas para dar a impressão de que a prestação não vai pesar no bolso. Porém, é necessário analisar se há, de fato, um benefício na opção. “Quanto mais parcelas, mais juros o consumidor vai pagar, ainda que a taxa seja baixa”, diz Ione.

É necessário verificar se o prazo proposto para o pagamento da dívida não é muito extenso e se, em um tempo menor, é possível que as parcelas ainda caibam no bolso do consumidor.

A taxa de juros cobrada também não deve estar acima da média praticada no mercado, o que pode aumentar de forma considerável o valor da dívida, além dos riscos de um novo descontrole no futuro. 

Juntar todas as dívidas do banco em apenas um débito também pode não ser uma solução. Ao fazer isso pode ser mais difícil calcular o benefício do acordo, já que cada modalidade de crédito tem uma taxa de juros específica. 

7) Não se intimide

Algumas instituições aproveitam o momento de fragilidade e assediam o cliente ao condicionar a renegociação da dívida à contratação de serviços.

Essa prática é considerada venda casada e é proibida pelo Código de Defesa do Consumidor. “Nesse caso o consumidor não deve aceitar nenhuma proposta que traga ônus e serviços que não irá utilizar”.

A forma de cobrança, caso seja feita em tom de ameaça, também pode render indenizações. 

8) Se não houver acordo, peça ajuda

Caso não seja possível entrar em um acordo com o banco, é possível pedir ajuda de forma gratuita.

Os Núcleos de Superendividamento do Procon e a parceria da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com as Defensorias Públicas de Estado do Rio de Janeiro, de Rondônia e do Tocantins auxiliam acordos entre consumidores e instituições financeiras.

Porém, ambas as opções são apenas para clientes que se enquadrem no perfil de superendividado e já estão inadimplentes. Para quem precisa de ajuda e não se enquadra no perfil, pode ser necessário contratar um advogado, e arcar com as despesas do serviço.

Renata, da Proteste, aponta que o advogado pode ser contratado apenas para intermediar o acordo. Uma eventual ação judicial deve ser buscada apenas em último caso. “Além de gerar mais custos, para ser bem-sucedido o processo depende do entendimento do juiz”.

9) Participe de feirões

Antes de buscar um acordo com o banco, verifique também se há mutirões para renegociar débitos sendo realizados e se a instituição financeira participa dessas negociações. Esses eventos não têm um cronograma fixo.

As condições oferecidas nos feirões geralmente são melhores do que a oferecida em acordos individuais. Isso porque o banco busca receber pagamentos pelo volume de acordos, e não pelo valor de cada negociação.

Mesmo assim, o consumidor deve se preparar para a negociação. Na ansiedade de resolver o débito durante o evento, o acordo pode ser desfavorável ao cliente do banco, diz Ione.

10) Não caia de novo na armadilha

© Fornecido por Exame.com Negociação: Saiba como se preparar e sair ganhando na queda de braço com a instituição financeira

Depois que a dívida for renegociada, é necessário um cuidado ainda maior para não descontrolar as finanças novamente.

Caso o consumidor volte a não conseguir pagar a dívida, será mais difícil renegociar o débito com o banco. “A instituição financeira fica menos flexível em caso de reincidência”, diz a economista do Idec.

O banco pode, nesse caso, optar por não baixar a taxa de juros ou reduzir o valor da dívida e também se negar a alongar o prazo de pagamento.

Ione afirma que os bancos costumam ter seus próprios cadastros de inadimplência. “Apesar de consideramos a prática abusiva, ela existe. É necessário se prevenir”, conclui a economista do Idec.

O endividamento deve corresponder, no máximo, a 30% da renda para evitar descontroles financeiros, segundo especialistas. 

Diretor de empresa afirma que pagou US$ 40 milhões em propina a Fernando Baiano

Agência Brasil/André Richter, 22/11/14

Fernando Baiano, citado nos desvios da Petrobras e vinculado ao PMDB

Em depoimento de delação premiada à Justiça, um diretor da empresa Toyo Setal afirmou que pagou U$ 40 milhões ao empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, para intermediar a compra de sondas de perfuração para a Petrobras. No depoimento, Júlio Gerin de Almeida Camargo declarou que o valor foi repassado para Soares por meio de contas off-shore indicadas por ele no Uruguai e na Suíça.

No termo de delação, Camargo afirmou que em 2005 atuou como agente da empresa Samsung para vender para a Petrobras duas sondas de perfuração de águas profundas na África e no Golfo do México. Para fechar o negócio, o delator disse que procurou Soares "pelo sabido bom relacionamento" dele na área internacional e de abastecimento da empresa, dirigidas à época por Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, respetivamente. Para tratar do negócio, o delator disse que participou de uma reunião na sala de Cerveró, na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, onde também estavam presentes o então gerente executivo da área internacional Luiz Carlos Moreira, o então vice-presidente da Samsung Harrys Lee e o gerente da Mitsui no Rio de Janeiro, Ishiro Inaguage.

Para fechar a compra, Camargo disse que reuniu-se com Fernando Soares para acertar os valores do negócio. "Fernando Soares disse que precisaria ser paga a quantia de US$ 15 milhões de dólares para que ele 'pudesse concluir a negociação em bom 'êxito' junto à Diretoria Internacional; (...) que isso revelava que Fernando Soares mantinha um 'compromisso de confiança' com o Diretor Internacional Nestor Cerveró. (...) que acabou concordando em pagar os US$ 15 milhões, pois era o único jeito de fechar o negócio; que o declarante fez um acordo com Fernando Soares", diz a delação.

O diretor da Toyo Setal informou ainda que Soares indicou as contas nas quais os valores deveriam ser depositados. "O declarante fez um acordo com Fernando Soares, através de uma empresa off-shore dele; (...) que desse valor, o declarante repassou a título de propina a quantia da US$ 12,5 ou 15 milhões a Fernando Soares; que essas transferências bancárias da conta do declarante mantida no banco Winterbothan, no Uruguai, em nome de uma off-shore, para inúmeras contas indicadas por Fernando Soares", diz o termo de delação.

No mesmo depoimento, Camargo relatou que, dois meses após o negócio ser finalizado, foi procurado por Fernando Soares novamente para a compra de outra sonda, dessa vez para o Golfo do México. Segundo o delator, na segunda compra, o valor pago de propina subiu para US$ 25 milhões.

Para pagar a segunda venda, o diretor disse que fez novos pagamentos em uma contra off-shore na Suíça. Parte do valor também passou pelas contas da GFD Invesimentos, uma das empresas de Alberto Youssef.

"Os valores foram transferidos após a formalização de contratos simulados de prestação de serviços com as empresas do declarante e emissão de notas fiscais pelas contratadas. Somando pagamentos feitos a Fernando Soares no exterior e no território nacional, assim como por meio de Alberto Youssef também destinados àquele, o declarante efetivou o pagamento total do montante exigido de US$ 40 milhões de dólares", declarou.

A defesa de Fernando Soares confirma que ele fez negócios com a Petrobras, mas de forma lícita. O advogado dele Mário Filho também diz que ele não cobra propina. "Ele é um empresário, proprietário de duas empresas antigas e faz prospecção de negócios. Descobre onde está o problema de uma infraestrutura e vai atrás de solução. Por exemplo, vou fazer uma estrada, preciso de tantas toneladas de pedras. Ele faz o contato e, sobre a negociação, recebe uma porcentagem, que é absolutamente lícito", disse.Editor Denise Griesinger

Técnicos alertaram para ‘consolidação de danos’ após veto de Lula


São Paulo - No dia 29 de janeiro de 2010, três dias depois de o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetar uma decisão do Congresso que determinava a suspensão de quatro obras da Petrobrás suspeitas de irregularidades, técnicos da Câmara e do Senado emitiram uma nota conjunta que alertava para a "consolidação de danos" na estatal caso o veto presidencial fosse mantido.

De acordo com os técnicos do Congresso, as justificativas apresentadas por Lula para vetar a suspensão das obras não mencionam em momento algum as irregularidades graves apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). No veto, o então presidente se refere aos indícios de corrupção como "pendências".

Na época, os técnicos do Congresso já alertavam que a decisão de Lula de permitir a continuidade das obras, apesar dos graves indícios de irregularidades, poderia provocar prejuízos irreparáveis à estatal – o veto acabou mantido pelos congressistas.

Passados mais de quatro anos, as quatro obras liberadas pelo petista são citadas pelos envolvidos na Operação Lava Jato como fontes de recursos que alimentaram o esquema de corrupção na Petrobrás.

Graças à decisão de Lula, foram repassados mais de R$ 13 bilhões para as obras nas refinarias de Abreu e Lima (PE), Presidente Getúlio Vargas (Repar), Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e o complexo de Barra do Riacho (ES). O custo total dos empreendimentos é de mais de R$ 80 bilhões.

Em meados de 2009, o TCU alertou o governo sobre indícios de superfaturamento, pagamentos indevidos, obstrução dos trabalhos de fiscalização e omissão de documentos por parte da Petrobrás, nas quatro obras. Para o tribunal, os indícios eram suficientes para pedir a paralisação das obras. Meses depois, o Congresso acatou a recomendação e determinou ao governo, em um anexo da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2010, a suspensão dos repasses. Lula contrariou a determinação, vetou a decisão do Congresso e permitiu a continuidade das obras suspeitas.

Nas justificativas para o veto, o então presidente alegou que a paralisação provocaria demissão de 25 mil trabalhadores, além de prejuízos mensais de R$ 268 milhões por "degradação" dos trabalhos já realizados e de outros R$ 577 milhões em função do atraso da produção.

Disse ainda que algumas obras estavam 90% prontas e que havia "consenso" entre TCU, Congresso e governo sobre a criação de um grupo de trabalho que permitiria corrigir as irregularidades sem parar as obras. Os técnicos rebateram dizendo que o cálculo não leva em conta os prejuízos causados pelas irregularidades.

Simplismo. "Raciocínios simplistas que ponderem apenas uma parte desta equação, ou seja, apenas o prejuízo causado pela paralisação e não o dano decorrente da continuidade de empreendimentos", diz a nota.

Segundo os técnicos, a análise parcial dos contratos de apenas dois empreendimentos (Abreu e Lima e Comperj) aponta prejuízo de R$ 250 milhões decorrentes de superfaturamento e pagamentos por equipamentos não utilizados.

Em março de 2010, numa visita à Repar ao lado da então pré-candidata a presidente Dilma Rousseff, Lula usou a manutenção dos empregos para justificar o veto. Segundo ele, os trabalhadores não poderiam pagar pela desconfiança do TCU.

"Se tem que fazer investigação, que façam, se tem que apurar, que apurem, mas não vamos fazer com que um trabalhador, um brasileiro que está levando o pão para sua casa, fique desempregado porque alguém está desconfiando de alguma coisa", disse Lula.

O governo nega que a gestão de Lula não tenha dado a devida atenção às suspeitas. Segundo a Casa Civil, ainda em setembro de 2009, antes, portanto, do veto presidencial, a Corregedoria-Geral da União foi acionada pela então ministra Dilma para apurar as suspeitas. Na mesma época, o grupo de acompanhamento do Programa de Aceleração de Crescimento também foi acionado para examinar o relatório do TCU.

Ainda de acordo com o governo, em uma reunião realizada no dia 20 de janeiro de 2010, seis dias antes do veto presidencial, TCU, Casa Civil, Ministério de Minas e Energia e Petrobrás decidiram acompanhar a solução das irregularidades em "reuniões regulares que efetivamente ocorreram".

O governo alega ainda que no ano seguinte o Congresso retirou o embargo às obras e em 2013 o próprio TCU também deixou de recomendar a suspensão dos repasses para os quatro empreendimentos da estatal.

A Petrobrás não negou a acusação de obstrução à fiscalização. Segundo a assessoria da estatal, "Petrobrás e TCU estão em constante processo de entendimento".

Fonte: Msn Notícias, 22/11/14

Tucano critica hipocrisia brasileira: ‘Cada um de nós tem um dedão na lama’

Da Redação do Jornal, 21/11/2014, Por Redação - de São Paulo


Semler é empresário, advogado e administrador de empresas, formado pela universidade norte-americana de Harvard e filiado ao PSDB

“Agora tem gente fazendo passeata pela volta dos militares ao poder e uma elite escandalizada com os desvios na Petrobras. Santa hipocrisia”. A observação é do empresário Ricardo Frank Semler, 55, tucano desde a fundação do PSDB, chefe-executivo (CEO) e sócio majoritário da empresa Semco S/A, empresa brasileira reconhecida, internacionalmente, pela reengenharia corporativa e a implementação dos conceitos da democracia industrial que lhe valeram o destaque ao redor do mundo. Sob sua gestão, os rendimentos da indústria cresceram de US$ 4 milhões, em 1982, para US$ 212 milhões em 2003. Em artigo publicado na edição desta sexta-feira no diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, no qual mantém uma coluna semanal, o empresário, advogado e administrador de empresas formado pela universidade norte-americana de Harvard não poupa críticas à sociedade brasileira.

Intitulado Nunca se roubou tão pouco, Semler inicia o texto com a certeza que “não sendo petista, e sim tucano”, sente-se à vontade para constatar que “essa onda de prisões de executivos é um passo histórico para este país”.

Leia, a seguir, a íntegra do artigo:

Nossa empresa deixou de vender equipamentos para a Petrobras nos anos 70. Era impossível vender diretamente sem propina. Tentamos de novo nos anos 80, 90 e até recentemente. Em 40 anos de persistentes tentativas, nada feito.

Não há no mundo dos negócios quem não saiba disso. Nem qualquer um dos 86 mil honrados funcionários que nada ganham com a bandalheira da cúpula.

Os porcentuais caíram, foi só isso que mudou. Até em Paris sabia-se dos “cochons des dix pour cent“, os porquinhos que cobravam 10% por fora sobre a totalidade de importação de barris de petróleo em décadas passadas.

Agora tem gente fazendo passeata pela volta dos militares ao poder e uma elite escandalizada com os desvios na Petrobras. Santa hipocrisia. Onde estavam os envergonhados do país nas décadas em que houve evasão de R$ 1 trilhão – cem vezes mais do que o caso Petrobras – pelos empresários?

Virou moda fugir disso tudo para Miami, mas é justamente a turma de Miami que compra lá com dinheiro sonegado daqui. Que fingimento é esse?

Vejo as pessoas vociferarem contra os nordestinos que garantiram a vitória da presidente Dilma Rousseff. Garantir renda para quem sempre foi preterido no desenvolvimento deveria ser motivo de princípio e de orgulho para um bom brasileiro. Tanto faz o partido.

Não sendo petista, e sim tucano, com ficha orgulhosamente assinada por Franco Montoro, Mário Covas, José Serra e FHC, sinto-me à vontade para constatar que essa onda de prisões de executivos é um passo histórico para este país.

É ingênuo quem acha que poderia ter acontecido com qualquer presidente. Com bandalheiras vastamente maiores, nunca a Polícia Federal teria tido autonomia para prender corruptos cujos tentáculos levam ao próprio governo.

Votei pelo fim de um longo ciclo do PT, porque Dilma e o partido dela enfiaram os pés pelas mãos em termos de postura, aceite do sistema corrupto e políticas econômicas.

Mas Dilma agora lidera a todos nós, e preside o país num momento de muito orgulho e esperança. Deixemos de ser hipócritas e reconheçamos que estamos a andar à frente, e velozmente, neste quesito.

A coisa não para na Petrobras. Há dezenas de outras estatais com esqueletos parecidos no armário. É raro ganhar uma concessão ou construir uma estrada sem os tentáculos sórdidos das empresas bandidas.

O que muitos não sabem é que é igualmente difícil vender para muitas montadoras e incontáveis multinacionais sem antes dar propina para o diretor de compras.

É lógico que a defesa desses executivos presos vão entrar novamente com habeas corpus, vários deles serão soltos, mas o susto e o passo à frente está dado. Daqui não se volta atrás como país.

A turma global que monitora a corrupção estima que 0,8% do PIB brasileiro é roubado. Esse número já foi de 3,1%, e estimam ter sido na casa de 5% há poucas décadas. O roubo está caindo, mas como a represa da Cantareira, em São Paulo, está a desnudar o volume barrento.

Boa parte sempre foi gasta com os partidos que se alugam por dinheiro vivo, e votos que são comprados no Congresso há décadas. E são os grandes partidos que os brasileiros reconduzem desde sempre.

Cada um de nós tem um dedão na lama. Afinal, quem de nós não aceitou um pagamento sem recibo para médico, deu uma cervejinha para um guarda ou passou escritura de casa por um valor menor?

Deixemos de cinismo. O antídoto contra esse veneno sistêmico é homeopático. Deixemos instalar o processo de cura, que é do país, e não de um partido.

O lodo desse veneno pode ser diluído, sim, com muita determinação e serenidade, e sem arroubos de vergonha ou repugnância cínicas. Não sejamos o volume morto, não permitamos que o barro triunfe novamente. Ninguém precisa ser alertado, cada de nós sabe o que precisa fazer em vez de resmungar.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Planalto pode anunciar oficialmente novos ministros de Dilma, na próxima semana

BRASÍLIA - O governo não vai mais fazer o anúncio dos nomes dos novos ministros da presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira, 21, segundo fontes do Palácio do Planalto. Não há detalhes sobre o motivo de Dilma deixar a divulgação para depois.

Fontes ouvidas nessa sexta pelo Broadcast citaram que o ex-secretário do Tesouro Joaquim Levy assumirá o Ministério da Fazenda.

Levy é bastante conhecido como um formulador de políticas ortodoxas e pró-mercado que devem ajudar na difícil tarefa de realizar um ajuste econômico e é atualmente o chefe da Divisão de Asset Management do Bradesco e já foi Secretário da Fazenda do Estado do Rio de Janeiro.



O ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa, que também estava sendo cogitado para a pasta, deve assumir o Ministério do Planejamento.

Nelson Barbosa, um economista competente, respeitado no mercado tem tudo para colaborar na melhora da imagem e no desmpenho do governo.


Carlos Hamilton (foto a esquerda), diretor de Política Econômica do Banco Central, deve deixar a instituição para assumir a Secretaria do Tesouro. Alexandre Tombini (foto a direita) deverá permanecer na Presidência do BC.




O Broadcast apurou também que Dilma convidou hoje pela manhã o senador Armando Monteiro (PTB-PE) para ocupar o cargo de Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Aliados de Monteiro em Pernambuco informaram que ele aceitou o convite.


Também circulou nessa sexta a informação de que a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) assumiria o comando do Ministério da Agricultura no segundo mandato de Dilma. 


A presidente Dilma passou o dia em reuniões para definir alguns nomes do seu ministério de 39 pastas e havia expectativa de que os novos integrantes da equipe econômica fossem anunciados nesta sexta-feira, após o fechamento do mercado.

A explicação dada pelas duas fontes para não anunciar imediatamente a equipe econômica é que o governo decidiu aguardar a aprovação no Congresso do projeto de lei que amplia o abatimento da meta de superávit primário.

Uma das fontes argumentou que Dilma quer que os novos ministros assumam sem ter que dar explicações sobre "os problemas fiscais de 2014".










O maior problema dos perdedores é não saber perder!

Valdo Cruz fez uma postagem na Folha de São Paulo, intitulada: "Investigações nos Estados Unidos sobre Petrobrás preocupa Planalto" e trabalhou todo um contexto.

Duarte Nogueira, um aecista contumaz, postou na sua página, no Face, apenas uma parte retirou do texto uma parte que lhe interessa: "As investigações do Departamento de Justiça dos EUA sobre irregularidades na Petrobras são as que mais preocupam o governo Dilma por causa do potencial de impactos econômico e financeiro negativos no funcionamento da estatal brasileira.

Além de multas e indenizações pesadas, com risco de pedido de prisão de executivos, a imagem da governança da Petrobras no exterior pode ficar arranhada a partir do que for apurado pelos órgãos dos EUA."

É incrível como as pessoas reacionárias não sabem perder e o pior, procuram dificultar ao máximo a ação dos que venceram o pleito passado.

O governo municipal, o estado e o federal devem ser acompanhados diariamente, fiscalizados no sentido amplo da palavra, mas torcer contra o governo e no caso especifico da Petrobras é ser entreguista do patrimônio público nacional a multinacionais, principalmente norte-americanas.

Ora, o governo brasileiro, foi claro, "doa a quem doer" é necessário que haja investigações, provas, julgamentos e punições exemplares. para que o Brasil seja um país diferente daqui pra frente. 

Mas o Duarte Nogueira e os que compartilham suas postagens parecem que não sabem de duas coisas extremamente importantes: 1) A Petrobrás sempre foi um antro de corrupção em praticamente todos os governos, incluindo os do PSDB e assemelhados, mas é no governo da Dilma Roussef que o Ministério Público Federal, a Polícia Federal, a Receita Federal, o CADE e outros órgãos afins estão empenhados para descobrir e punir a corrupção que ali grassa; 2) seis das nove empresas descobertas até agora nas investigações que se processam, fizeram doações para a campanha de Aécio Neves, que Duarte e seus amigos tanto defendem.

Também na página de Duarte Nogueira, deputado federal, há várias postagens sobre o assunto e ele, como outros reacionários contumazes, deixam transparecer que não querem apenas a investigação e punição de culpados, mas que torcem contra a Petrobras, uma empresa petrolífera brasileira que dispõe do uso de tecnologias avançadas, que mesmo diante dessas denúncias graves, é respeitada no mundo inteiro pelo potencial que tem, pela riqueza que administra e por representar também a soberania nacional, quando diz: "Votei no Aécio, agora fiscalizo a Dilma", no fundo e com suas ações é possível concluir que: "Votei no Aécio, que perdeu e agora quero a queda da Dilma".

O maior problema dos perdedores é não saber perder! 


'Casal de três' alimenta debate sobre nova família na Suécia

De Estocolmo para a BBC Brasil, 21/11/2014

Reprodução/TV4/BBC
Erik, Linda e Hampus vivem um triângulo amoroso

"Somos uma família de oito pessoas: mamãe, papai, papai e cinco filhos. Vivemos em um relacionamento de três adultos, no qual os três se amam".

A declaração feita pela sueca Linda Fridland, em um programa do canal de televisão TV4, criou uma polêmica sobre o conceito tradicional de família na Suécia, debate que também vem ocorrendo no Brasil.

Linda Fridland e o marido Erik viviam juntos havia 15 anos quando conheceram, em 2012, Hampus Engström na empresa de táxi em que trabalham. Foi quando os três se apaixonaram.

Linda e Erik já tinham quatro filhos. Hampus era pai de uma menina de três anos e se separaria da mulher pouco depois.

Naquele ano, todos passaram a viver juntos na mesma casa em Strömsund, no norte da Suécia.

"A família formada por um homem, sua esposa e seus filhos ainda é o conceito predominante. Mas, hoje em dia, as pessoas estão mais abertas ao fato de que existem outras formas de se viver", diz Linda, que criou um blog para contar como é a relação a três.

O caso de Linda e seus dois maridos ainda é, no entanto, um tabu, mesmo na progressista Suécia, onde várias fronteiras se romperam ao longo dos anos no tradicional conceito de família.

Na literatura infantil sueca, tornaram-se comuns as histórias de filhos de casais homossexuais – crianças com dois pais ou duas mães.

Desde 2003, casais homossexuais têm o direito de adotar crianças, e lésbicas têm acesso a subsídios estatais para tentar engravidar por meio de tratamentos de fertilização.

A Suécia foi o primeiro país do mundo a legalizar a homossexualidade em 1944. Em 2009, legalizou o casamento gay.

Mas a noção de poliamor e de poligamia ainda enfrenta barreiras, como demonstram as várias páginas de artigos de jornais dedicados na Suécia a debater o caso de Linda, Erik e Hampus.

"O que parece incomodar mais as pessoas é o fato de ser uma relação entre uma mulher e dois homens, e não o contrário. É como se pensassem 'ela não se contenta com um só'. Mas é um equívoco", destacou Linda em entrevista ao jornal Aftonbladet.

"Não sou eu que tenho dois maridos. Somos nós três que temos dois cônjuges."

No programa Jenny Strömstedt, da TV4, Hampus disse que a pergunta mais frequente é sobre como as crianças reagem e se sentem nesta situação.

"Conversamos com cada uma delas. Contamos que viveríamos juntos, e elas reagiram com naturalidade", disse Linda.

Hampus acrescentou que crianças não têm preconceitos: "Elas são abertas a diferentes formas de se viver".

Para Klara Hellner Gumpert, especialista em psiquiatria infantil do prestigiado Instituto Karolinska, da Suécia, a mudança gradual de valores na sociedade provavelmente tornará mais natural e menos problemática a aceitação de novos conceitos de família.

"Em certos aspectos, pode ser difícil para uma criança viver em uma situação como esta. Pode sofrer com comentários maldosos de coleguinhas, por exemplo", disse a psiquiatra à BBC Brasil.

"Por outro lado, vejo frequentemente no consultório crianças com problemas causados por pais ausentes, violentos ou que abusam do álcool. Pais convencionais podem prejudicar os filhos de muitas maneiras. Será que é mais difícil para uma criança viver em uma família com uma mãe e dois pais?"

A psiquiatra diz não considerar uma relação algo condenável, indesejável ou prejudicial para os filhos.

"Há muitos tipos diferentes de família. Algumas crianças crescem com uma mãe solteira, outras são criadas por avós doentes. Se uma relação a três é a forma de algumas pessoas serem felizes, respeito a escolha", destaca Gumpert.

"Mas estas pessoas devem ter consciência de que estão divergindo do conceito normal de família e, por isso, devem lidar cuidadosamente com as crianças em relação a isso. O mais importante para qualquer criança, em qualquer forma de família, é o amor, a atenção e o cuidado que recebem dos adultos que as cercam."
Conceito em formação

Na família de Linda, Erik e Hampus, novos padrões vão sendo formados aos poucos.

Os três têm responsabilidade para com as cinco crianças. Na escola dos filhos de Linda e Erik, o diretor deu permissão especial para que Hampus possa se envolver no seu desenvolvimento, como participar das reuniões com professores.

Na cozinha de casa, foi colocada uma grande mesa com oito cadeiras. Na lavanderia, foi preciso instalar uma nova máquina de lavar, com capacidade para oito quilos de roupas. O quarto de dormir dos adultos fica ao lado da sala de estar.

A reação dos colegas das crianças, segundo Hampus, têm sido natural. "Eu e Erik levamos as crianças a uma aula de esportes, e um coleguinha delas disse: 'Vocês têm dois pais? Bacana!'", conta ele.

No entanto, reação dos familiares foi menos amistosa – especialmente dos pais de Erik, que romperam com o filho. "É difícil dizer por que eles fizeram isso", disse Erik à apresentadora Jenny Strömstedt. "Acho que sentem vergonha."

Linda diz que perdeu a melhor amiga, com quem costumava conversar várias vezes por dia.

"Mas, no geral, a reação das pessoas tem sido melhor do que esperávamos", disse ela.

FAMÍLIA DISCUTE POLIGAMIA

Problemas

Resta agora ao trio lidar com os problemas enfrentados por um novo modelo de família em uma sociedade feita para funcionar com dois cônjuges.

Linda e Erik são casados legalmente e têm direito de herdar os bens um do outro. Mas não teriam direito aos bens de Hampus, que também não poderia ser herdeiro de Erik e Linda.

A solução será escrever um testamento, a fim de garantir os direito de herança entre os três.

Eles gostariam de se casar oficialmente, mas a lei sueca não reconhece a poligamia.

Há dois anos, o Partido do Centro (Centerpartiet) chegou a incluir em seu programa de governo uma proposta para reconhecer legalmente o casamento poligâmico.

A proposta provocou uma tempestade no debate em torno dos novos conceitos de família e acabou sendo retirada da versão final do programa do partido.

Mas o movimento jovem do Centerpartiet permanece comprometido com a ideia. "Trata-se de garantir que todos os cidadãos sejam iguais perante à lei", observa a presidente do movimento, Hanna Wagenius.

"Já existem muitas pessoas vivendo relações não-convencionais. Se alguém ama mais de uma pessoa, essa pessoa deve ter os mesmos direitos e a mesma proteção legal que aqueles em uma relação monogâmica."

Para Hanna, é uma questão de tempo a sociedade ver relações poligâmicas como algo normal.

"Não há nenhum argumento razoável contra este tipo de relação. Só não estamos acostumados a enxergar as coisas desta forma", opina.

Linda e seus dois maridos concordam. Para eles, uma legislação mais flexível ajudaria não só a eles, mas também outras pessoas que não se enquadram no conceito tradicional de família.

"Da forma como as coisas são hoje, olham para nós e pensam estamos fazendo algo ilegal", observa Linda. "Mas, se a lei dissesse que nossa forma de viver é válida, muitos olhariam de forma mais natural para outros tipos de união."
Estatuto da Família é alvo de polêmica no Brasil

Um projeto de lei apresentado no ano passado pelo deputado federal Anderson Ferreira (PR-PE) cria o "Estatuto da Família", que traz em seus artigos a definição da "entidade familiar como o núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes".

O projeto ainda institui a "obrigação do Estado de dar condições mínimas para sua sobrevivência, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam a convivência saudável entre os seus membros e em condições de dignidade".

Para analisar o projeto, a Câmara dos Deputados criou uma comissão especial e realizou audiências públicas. Esta comissão elegeu como relator o deputado Eduardo Fonseca (PROS-DF). Em 17 de novembro, Fonseca apresentou um parecer favorável ao projeto de lei.

A Câmara também colocou no ar uma enquete em seu site em que os cidadãos deveriam votar se concordavam ou não com o conceito de família previsto no projeto.

A enquete foi alvo de grande mobilização popular por aqueles a favor e contra o projeto e teve votação recorde, de mais de 4,3 milhões de votos até o momento. Em 19 de novembro, o "não" vencia com 51,04% dos votos.

Ainda não há data prevista para a votação do projeto de lei pela comissão especial. Se aprovado, o projeto seguirá para análise no Senado.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Boechat critica memória falha e oportunismo de FHC

“O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso veio a público para dizer que sentia vergonha do que estava acontecendo na Petrobras. (...) O presidente Fernando Henrique Cardoso é um homem suficientemente experiente e bem informado para saber que na Petrobras se roubou também durante o seu governo", disse ele.


O jornalista Ricardo Boechat comentou nesta segunda-feira, dia 17, no seu programa na Band News FM a Operação Lava Jato realizada pela Polícia Federal. O jornalista afirma que sempre houve gente roubando na Petrobras, independentemente da gestão – foi assim em todos os últimos governos que passaram pelo Palácio do Planalto.

O comentário de Boechat ganhou repercussão imediata no meio político em todo País. As afirmações passaram a ser pauta de conversas ao longo do dia no meio político especialmente em São Paulo e Brasília.

“O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso veio a público para dizer que sentia vergonha do que estava acontecendo na Petrobras. Eu queria fazer a seguinte observação: Acho que ele [Fernando Henrique Cardoso] está sendo oportunista quando começa a sentir vergonha com a roubalheira ocorrida na gestão alheia. É o tipo de vergonha que tem memória controlada pelo tempo. A partir de um certo tempo para trás ou para frente você começa a sentir vergonha, porque o presidente Fernando Henrique Cardoso é um homem suficientemente experiente e bem informado para saber que na Petrobras se roubou também durante o seu governo. 'Ah, mas não pegaram ninguém!” Ora presidente! Dá um desconto porque só falta o senhor achar que na gestão do Sarney não teve gente roubando na Petrobras. Na gestão do Fernando Collor não teve gente roubando na Petrobras. Na gestão do Itamar Franco não teve gente roubando na Petrobras. A Petrobras sempre teve em maior ou menor escala denúncias que apontavam desvios. Eu ganhei um Prêmio Esso em 89 denunciando roubalheira na Petrobras. […] A Petrobras sempre foi vítima de quadrilhas que operavam lá dentro formada por gente dos seus quadros ou que foram indicados por políticos e por empresários, fornecedores, empreiteiras. Então essa vergonha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é sim uma tentativa de manipulação política partidária da questão policial”, disse Boechat.

Quanto às manifestações que ocorreram durante o final de semana, Boechat acha válido que o cidadão se manifeste contra ou a favor dos governos e criticou o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff e a intervenção militar no País. "Eu acho mais o que saudável que as pessoas se manifestem politicamente. Contra e a favor do Governo. Eu acho muito bom que se manifestem contra principalmente porque governos sob pressão tendem a ser mais claros, objetivos, focados no interesse coletivo, mas acho que pegar essas manifestações para vender a ideia de que está se trabalhando um impeachment, ou se pedindo um impeachment da presidente Dilma é tão ridículo quanto estar nessas manifestações para pedir a volta a ditadura militar. Quem está pedindo o impeachment, mesmo que não peça a volta da ditadura militar está trabalhando com o mesmo DNA golpista, o mesmo tipo de idiotice, de imbecilidade, porque a Dilma, queiram ou não, foi eleita legitimamente não pelos nordestinos como parte deles prefere de forma neurótica e preconceituosa propagar, mas pelos mineiros que Aécio Neves governou, cariocas e fluminenses que jamais foram dados a votar em governantes da situação. Então ela foi eleita pela maioria dos votos do Brasil. Pronto, acabou, vira essa página e vamos em frente”, comentou Boechat.

Fonte: Brasil 247, 18/11/14

Conheça um pouco sobre a convivência as pessoas de todos os signos

Do UOL, em São Paulo, 20/11/2014


Nativos dos signos regidos pelo elemento fogo, arianos, leoninos e sagitarianos são encrenqueiros por natureza

Todos os signos têm seus pontos sensíveis; e mesmo os mais equilibrados emocionalmente podem perder a compostura ao se sentirem ameaçados. No entanto, alguns estão mais propensos à briga, por conta das características que compõem sua personalidade. Os nativos dos signos regidos pelo fogo, caso de Áries, Leão e Sagitário, são, sem dúvida alguma, os mais encrenqueiros. "Eles estão vulneráveis às situações de conflito por conta do excesso de energia agressiva que acumulam", explica a astróloga Titi Vidal.

Essa energia precisa ser canalizada para que os nativos não se tornem pessoas difíceis de conviver. Praticar esportes, por exemplo, é algo que ajuda a manter o equilíbrio. Caso contrário, podem facilmente perder o controle, até mesmo durante uma briga boba. "É comum que as características conflitantes desses signos solares sejam estimuladas quando os nativos são provocados ou contestados", explica o astrólogo Eros Kamadeva.

Se você conhece alguém com esta personalidade, é ideal não bater de frente, principalmente quando estão nervosos. Considere que, alguns minutos depois de armar o maior barraco, arianos, leoninos e sagitarianos geralmente caem em si e acabam até se arrependendo dos excessos cometidos. E esse é o melhor momento para conversar com eles, quando os ânimos já não estão mais exaltados. De cabeça fria, eles são capazes de voltar atrás em relação ao que disseram e fizeram, com a maior facilidade do mundo.

Os arianos, em especial, são bastante impulsivos e agem sem pensar. Então, tente não levar a sério o que eles dizem durante uma discussão. Ignorá-los e retomar a conversa mais tarde será muito mais proveitoso. Com os leoninos, todo cuidado é pouco no momento de tecer críticas. "Eles podem direcionar a energia agressiva acumulada para a superproteção e o narcisismo, o que pode ser insuportável para quem convive com eles", declara Kamadeva. Uma dica é elogiá-los antes de apontar algo de errado na conduta ou no trabalho. "Na hora da discussão, você pode até mesmo concordar com eles e deixar para aparar as arestas quando ambos estiverem mais calmos", diz Titi.

Sagitarianos, por sua vez, têm fôlego para discussão e muitas vezes entram em embates apenas para quebrar a rotina; são capazes de discutir por horas assuntos banais, tentando provar que são os donos da razão. Além disso, falam sem pensar e sem esperar o momento certo, sendo diretos e objetivos demais. Portanto, a melhor estratégia para lidar com eles é ouvir o que têm a dizer, se possível, sem revidar. Considere que os sagitarianos, na maior parte das vezes, querem apenas ajudar, imaginando que podem fazer o outro seguir pelo caminho que, na visão deles, é o melhor. "Se a pessoa levar os comentários numa boa, vai perceber que os sagitarianos são bem intencionados e generosos", afirma Titi.


Durões e inflexíveis
Os signos regidos pelo elemento terra - touro, virgem e capricórnio - podem até ponderar mais antes de se envolver em uma briga mas, uma vez no embate, dificilmente darão o braço a torcer. Por isso, quem convive com seus nativos e não quer encrenca deve ouvir com seriedade o que eles dizem. E, mesmo não concordando com todos os pontos, o ideal é deixar para discutir apenas o que é realmente importante, evitando entrar em conflito por temas fúteis.

Os taurinos tendem, inclusive, a exigir dos outros algo que eles mesmos não fazem e poderão se tornar inflexíveis, arrastando uma discussão. "Os taurinos podem perturbar com seu exibicionismo, dizendo passionalmente 'façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço'", declara Kamadeva.

Já os virginianos podem irritar por serem perfeccionistas e críticos demais, criando situações propícias a desentendimentos. Mas dê um desconto, afinal, quando apontam falhas das pessoas que querem bem, o desejo dos virginianos não é simplesmente mostrar que são superiores, mas, principalmente, inspirar nas pessoas o desejo de crescerem e se desenvolverem.

Os capricornianos, muito exigentes, precisam se sentir respeitados ou arrumarão encrenca fácil. Dificilmente você conseguirá convencê-los de que a sua opinião é a mais acertada; por isso, pondere se vale mesmo a pena defendê-la ou se é possível encontrar um ponto de convergência entre a sua perspectiva e a do capricorniano com quem está debatendo. Essa estratégia é, em geral, mais eficiente e provoca menos desgaste na relação.

Sensíveis demais
À distância, os signos que se agrupam sob o elemento água - caso de câncer, escorpião e peixes - podem parecer quietos e equilibrados. Mas, se forem atacados em seus pontos sensíveis, podem se mobilizar com palavras ferozes e argumentos nem sempre contundentes, quem estiver pela frente.

Os cancerianos podem ser mandões e até fazer chantagem em nome da segurança e do cuidado, mesmo e com aqueles que amam. Qualquer ameaça à estabilidade familiar, por exemplo, será suficiente para criarem encrenca. E uma dica: durante uma discussão, meça as palavras, já que eles são bastante sensíveis e podem se ferir com críticas que seriam ignoradas pelos nativos de outros signos.


Os escorpianos, por sua vez, passam a agir impulsivamente e até de maneira agressiva ao perceberem que estão perdendo o controle ou ao verem uma injustiça. E ir de encontro às ideias deles, especialmente quando estão em uma discussão inflamada, é arrumar um forte oponente, que dificilmente esquecerá a ofensa, mesmo anos após o ocorrido.

Os piscianos também costumam guardar rancor. E podem se mostrar intolerantes com aqueles que argumentam contra as suas utopias, já que os piscianos são, por definição, sonhadores. "Faça isso e o pisciano ficará 'de mal' de você e não voltará às boas até que você peça sinceras e profundas desculpas", diz Kamadeva.

Questionadores ao extremo

Os nativos dos signos regidos pelo elemento ar - gêmeos, libra e aquário - não podem ser considerados encrenqueiros por natureza. Na realidade, são questionadores, o que também exige certa dose de tato. "Cada signo solar possui um comportamento, uma atitude geral diante da vida. E a forma como expressam e manifestam seus desejos poderá criar situações desagradáveis em certas ocasiões, principalmente se seus interesses forem contrariados", explica Henrique Wiederspahn, professor de astrologia.

Na maior parte das vezes, os geminianos incomodam querendo saber o porquê de tudo e podem dar palpites fora de hora, criando confusão. Por isso, relevar aquilo que dizem e ter sempre um bom argumento na manga são ótimas estratégias, já que com eles tudo se resolve na conversa.

Com os aquarianos, a tática deve ser oposta: vale mais a pena sair de cena quando criam situações propícias a uma discussão acalorada. Afinal, um dos prazeres dos nativos desse signo é contrariar os outros. "O importante para os aquarianos é ser 'do contra', mesmo que interiormente estejam concordando com alguém", afirma Wiederspahn. O interessante é que, quando a polêmica pega fogo, os aquarianos pulam fora, para assistir o conflito de camarote. Por isso, se quiser se preservar, desista da discussão antes mesmo de chegar a um consenso. E retome a conversa depois, quando o aquariano em questão estiver mais tranquilo.

Os librianos, por fim, são o signo da paz e agem como verdadeiros diplomatas. Podem até ser um pouco hipócritas, para manter a boa aparência e os relacionamentos mas, se não quiser despertar a ira deles, não aponte esse ponto fraco na personalidade do libriano com que convive. Aproveite para se divertir ao lado dele, já que librianos são especialistas em fazer amigos e cultivar as boas relações que já têm.