domingo, 4 de abril de 2021

Leonardo Boff questiona Nunes Marques: o dízimo vale mais do que a vida?

"O dízimo vale mais que a vida?”, questiona o ecoteólogo Leonardo Boff ao condenar a decisão do ministro do STF Nunes Marques em reabrir igrejas no momento mais grave da pandemia do Brasil

Brasil 247, 4/04/2021, 13:38 h Atualizado em 4/04/2021, 13:38
  Leonardo Boff (Foto: Valter Campanato/ABr)

“O dízimo vale mais que a vida?”, questiona o ecoteólogo Leonardo Boff em suas redes sociais ao condenar a decisão do ministro do STF Nunes Marques em reabrir neste domingo (4) igrejas em todo o país, no momento mais grave da pandemia do Brasil.

“O Ministro Kassio Nunes,evangélico,ao permitir abrir as igrejas,num momento em que há 325 mil mortos,cometeu um pecado grave:contra o amor ao próximo-indivíduo,expondo-o ao perigo letal;e contra o amor ao próximo-social,por falta de solidariedade.O dízimo vale mais que a vida?”, disse Boff.

O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou neste sábado (3) a realização de cultos e celebrações religiosas presenciais em todo o País, no momento em que o Brasil atinge o pior momento da pandemia do novo coronavírus, com sucessivos recoredes de mortes e contaminações diárias.

O ministro atendeu a ação movida ainda em 2020 pela Associação Nacional de Juristas Evangélicos. Nunes Marques determinou que sejam aplicados protocolos sanitários nos espaços religiosos, limitando a presença em cultos e missas a 25% da capacidade do público.

“Reconheço que o momento é de cautela, ante o contexto pandêmico que vivenciamos. Ainda assim, e justamente por vivermos em momentos tão difíceis, mais se faz necessário reconhecer a essencialidade da atividade religiosa, responsável, entre outras funções, por conferir acolhimento e conforto espiritual”, observou o ministro em sua decisão.

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Depois de um ano de charlatanismo, Bolsonaro decide se vacinar

Vacina deve ser aplicada neste sábado, depois que Jair Bolsonaro estimulou aglomerações, fez pouco caso da ciência e propagandeou remédios ineficazes, como a cloroquina

Brasil 247, 2/04/2021, 20:02 h Atualizado em 2/04/2021, 20:02
   Bolsonaro corre atrás de ema com cloroquina (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Jair Bolsonaro, acusado de genocídio no Brasil e de charlatanismo pelos principais publicações internacionais, por ter minimizado a pandemia da covid-19 e propagandeado remédios ineficazes, como a cloroquina, decidiu se vacinar. É o que informa o Valor Econômico. "O Palácio do Planalto sinalizou nesta sexta-feira ao Ministério da Saúde que o presidente Jair Bolsonaro pretende receber amanhã a primeira dose da vacina contra a covid-19. A aplicação seria feita no próprio ministério ou em um posto de saúde. O local ainda está sendo definido pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI)", aponta a reportagem.

"A partir deste sábado, podem ser vacinadas no Distrito Federal pessoas com mais de 66 anos, idade que o presidente completou há duas semanas. Devido ao perfil de Bolsonaro, ninguém se arrisca a cravar que a vacinação irá, de fato ocorrer. De qualquer forma, técnicos da pasta foram orientados a organizar a aplicação", aponta ainda o texto.

Washington Post, jornal mais influente dos Estados Unidos, pede impeachment de Bolsonaro

“O Brasil de Bolsonaro não conseguiu impedir a covid-19. Agora ele pode estar visando a democracia”, diz o editorial de um dos maiores jornais dos Estados Unidos, que pede seu afastamento

Brasil 247, 2/04/2021, 17:10 h Atualizado em 2/04/2021, 17:32
   Joe Biden e Jair Bolsonaro (Foto: White House | PR)

Editorial do jornal The Washington Post - O BRASIL ESTÁ vivendo um dos piores picos de infecções por covid-19 que o mundo já viu. Na quarta-feira, ele registrou 3.869 mortes, um recorde que representou quase um terço de todas as mortes por coronavírus no mundo naquele dia. Não há fim para a onda à vista: graças à impressionante incompetência do presidente Jair Bolsonaro e seu governo, apenas 2 por cento dos brasileiros foram totalmente vacinados e as medidas de bloqueio necessárias para retardar novas infecções, incluindo de uma variante virulenta que surgiu no Brasil, são praticamente inexistentes.

Em vez de lutar contra o coronavírus, Bolsonaro parece estar preparando as bases para outro desastre: um golpe político contra os legisladores e eleitores que poderiam removê-lo do cargo. Com alguns no Congresso ameaçando impeachment, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva emergindo como um potente adversário nas eleições do ano que vem, Bolsonaro despediu o ministro da Defesa nesta semana e os principais comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica saíram juntos de suas posições.

Não foram dadas explicações, mas o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, era conhecido por seu tratamento à distância de um presidente que se referiu às Forças Armadas no mês passado como “meus militares”. O Sr. Bolsonaro escolheu seu ex-chefe de gabinete para substituir o Sr. Azevedo e Silva e nomeou um policial próximo à sua família como o novo ministro da Justiça. As medidas foram suficientes para levar seis prováveis ​​candidatos à presidência a emitir uma declaração conjunta alertando que "a democracia do Brasil está ameaçada". “O claro plano de apoio do Bolsonaro”, escreveu o editor-chefe Brian Winter no Americas Quarterly, “é ter tantos homens armados do seu lado quanto possível no caso de um impeachment ou um resultado adverso na eleição de 2022”.


Embora as instituições democráticas do Brasil sejam relativamente fortes após mais de três décadas de consolidação, há motivos para preocupação. Bolsonaro expressou abertamente sua admiração pela ditadura militar que governou o país nas décadas de 1960 e 1970. Admirador de Donald Trump, ele adotou a tática do ex-presidente dos EUA de alertar sobre fraude nas próximas eleições e exigir que os sistemas de votação eletrônica sejam substituídos por cédulas de papel. Ele apoiou as alegações de Trump sobre fraude eleitoral, e seu filho, um legislador que visitou Washington, D.C., na véspera de 6 de janeiro, expressou consternação porque o ataque ao Capitólio não teve sucesso.

O Congresso brasileiro pode propor o impeachment de Bolsonaro por sua péssima gestão da pandemia, incluindo minimizar sua gravidade, resistir às medidas de saúde pública e promover curas charlatanescas. Mas as democracias dos Estados Unidos e da América Latina devem prestar atenção à medida que as eleições do próximo ano se aproximam - e deixar claro para Bolsonaro que uma interrupção da democracia seria intolerável. O presidente brasileiro já contribuiu muito para o agravamento da pandemia covid-19 em seu próprio país e, por meio da disseminação da variante brasileira, pelo mundo. Ele não deve ter permissão para destruir uma das maiores democracias do mundo também.

Governo Bolsonaro paga R$ 3,2 milhões à Record para exibir novela religiosa na TV pública

Em mais um crime, governo Bolsonaro usa recursos públicos para favorecer empresa de mídia de Edir Macedo, desvirtuando os princípios da EBC

Brasil 247, 2/04/2021, 16:01 h Atualizado em 2/04/2021, 16:36
  Edir Macedo e Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR)

O governo Jair Bolsonaro destinou R$ 3,2 milhões da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) à TV Record para viabilizar a exibição de duas temporadas da novela bíblica "Os dez mandamentos" na TV pública, segundo Guilherme Amado, da Época.

A atitude caracteriza mais um crime de Bolsonaro, que se utilizou de recursos públicos para favorecer a empresa de seu amigo pessoal, o pastor e empresário Edir Macedo.

O contrato foi firmado entre a EBC e a Record no último dia 15 e tem duração até setembro de 2022, às vésperas das próximas eleições presidenciais. O motivo para a empresa transmitir a novela, no entanto, não foi explicado.

A obra passa a ser transmitida na EBC a partir de segunda-feira (5).

Lula mostrou que o infortúnio brasileiro tem nome e sobrenome: Jair Bolsonaro

"Em pouco mais de uma hora, fez reacender a esperança. Conseguiu nos retirar da decepção de um governo que só fez acumular fracassos para mostrar a possibilidade auspiciosa de um outro país. Bem diferente do anarcocapitalismo criminoso, genocida, implantado por Guedes, com o beneplácito de Jair", escreve Ricardo Bruno

Brasil 247, 2/04/2021, 16:36 h Atualizado em 2/04/2021, 16:36
  Reinaldo Azevedo e Lula (Foto: Reprodução)

A entrevista do ex-presidente Lula a Reinaldo Azevedo restabeleceu confiança e credibilidade na ação de líderes políticos nacionais como fator determinante para definição de políticas públicas críveis e eficazes. Em oposição ao estilo insensato de Jair, o ex-presidente fez uma análise crítica da conjuntura brasileira e nos mostrou como poderia ser diferente, caso o país não estive nas mãos de um tresloucado com pendores autocráticos.

Ao citar as entrevistas que tem concedido à imprensa internacional, Lula reportou os recados que tem mandado para os principais líderes mundiais no sentido de construção de saídas conjuntas para a crise. Mostrou estatura e altivez como ator político global ao sugerir a pauta de um encontro emergencial dos países do G 20 . Fez referências a Joe Biden, Macron, Merkel e Ji Xiping sobre a necessidade da convocação com a sobriedade e a naturalidade inatas ao líder. Sem sabujices tampouco submissão. À altura de representante da oitava economia nacional.

Imerso no fanatismo ilógico dos adoradores de Jair, o Brasil adoeceu; perdeu referências, subtraiu sensatez do debate político. A despeito de nossa importância mundial estratégica, passamos a ser tratados como rebotalhos da civilização contemporânea, palco dos desatinos de um mandatário que só faz crescer o descontrole da pandemia a ponto de nos tornarmos o epicentro mundial da propagação do vírus. Não por acaso. Não por fatalidade. Não por desígnio. Para além dos conflitos ideológicas, o Brasil está pagando um altíssimo preço por ter eleito um mentecapto.

A entrevista de Lula possibilitou o cotejo entre a realidade caótica do Brasil atual e a possibilidade de um país com um destino diferente, pautado pelo equilíbrio, pela capacidade de interlocução, pelo diálogo. Mostrou que o Brasil, não por acaso, vive a sua mais aguda tragédia social. Que não estamos atavicamente fadados ao fracasso. Que o infortúnio brasileiro tem nome e sobrenome: Jair Bolsonaro.

O ex-presidente trouxe equilíbrio ao debate político. A ponderação de suas posições em si é um vigoroso contraponto ao atrabiliário Jair. Mostra ainda que Lula, ao contrário de seus críticos, não exibe qualquer radicalismo, não se opõe a Bolsonaro pela simples troca de sinais ideológicos. Em síntese, hoje, Lula é o equilíbrio. Bolsonaro, o desatino.

O vento virou: Lula ressuscitado pelo STF muda todo o cenário para 2022

     Com a devolução dos seus direitos políticos pelo STF, Lula voltou com a corda 
     toda para viajar pelo país e devolver a esperança ao povo
     Imagem: Reprodução / Internet

Ricardo Kotscho, Colunista do UOL
02/04/2021 16h26

Nem Lula esperava a virada do vento que, de uma hora para outra, o devolveu ao protagonismo do cenário político, após os recentes julgamentos favoráveis no STF, mas o velho guerreiro já voltou com a corda toda.

Emendou uma entrevista atrás da outra aos principais veículos da mídia internacional, e não saiu mais do celular e do computador, para conversar com todo mundo, de todos os setores da sociedade, sobre os rumos do país e seus projetos de reconstrução nacional, no pós-pandemia e a hecatombe bolsonarista.

Nem Lula esperava a virada do vento que, de uma hora para outra, o devolveu ao protagonismo do cenário político, após os recentes julgamentos favoráveis no STF, mas o velho guerreiro já voltou com a corda toda.

Emendou uma entrevista atrás da outra aos principais veículos da mídia internacional, e não saiu mais do celular e do computador, para conversar com todo mundo, de todos os setores da sociedade, sobre os rumos do país e seus projetos de reconstrução nacional, no pós-pandemia e a hecatombe bolsonarista.

Nunca vi Lula tão animado com a vida em mais de 40 anos de convívio. Tenho falado com ele quase todos os dias e o encontro sereno, centrado, refeito do trauma da prisão, disposto a começar tudo de novo, mas ele sabe que não é hora de falar sobre eleições agora.

De posse novamente dos seus direitos políticos, em meio à grande tragédia brasileira, o ex-presidente tem como prioridade absoluta se empenhar na luta pela vacinação em massa da população para salvar vidas e o que resta da economia esfacelada.

A partir de agora, qualquer conjectura sobre a sucessão presidencial de 2022, de um jeito ou de outro, vai ter o ex-presidente no centro das discussões políticas sobre o futuro do país.

É isso que explica os movimentos desesperados de Bolsonaro para retomar as rédeas do seu governo, ao sentir que o projeto de reeleição _ o único que o capitão tem _ está indo para o ralo, com inesperada celeridade, como mostram todas as últimas pesquisas.

Foi também o que mobilizou rapidamente os presidenciáveis do chamado "centro", o nome de fantasia da nova direita, que se apressou esta semana em lançar um manifesto em defesa da democracia para formar uma aliança contra Bolsonaro e Lula, a chamada "terceira via", que naufragou em 2018.

Curioso é que dos seis signatários Doria, Ciro, Huck, Amoedo e Eduardo Leite (quem?) _ cinco votaram em Bolsonaro e fizeram a campanha de 2018 aliados a ele contra o PT.

A novidade foi a inclusão neste bloco do nome de Ciro Gomes, que votou nele mesmo, e agora desitiu de disputar a hegemonia na esquerda com o PT, caminho que lhe foi fechado com a volta de Lula. Ex-tucano, ex-socialista e agora neo-brizolista, o ex-ministro dos governos Itamar e Lula decidiu fazer uma opção preferencial pela direita em busca de um novo nicho de mercado.

Ex-juiz e ex-ministro de Bolsonaro, Sergio Moro não entrou no bloco porque agora é um homem de negócios e não quer prejudicar a empresa multinacional americana onde trabalha.

De repente, todos querem se livrar de Bolsonaro, que virou uma espécie de Geni da política, mas sabem que o único capaz de derrotar o capitão é Lula, por um motivo muito simples: o povo vivia muito melhor nos governos dele e tem saudades daquele tempo. Isso ninguém tem como negar.

Lula sente que o astral das pessoas com quem conversa já mudou. Elas voltaram a ter uma fresta de esperança de que o país possa novamente sair do buraco em que se meteu dois anos e pouco atrás.

Podem tirar tudo do povo, menos a esperança e o direito de sonhar com dias melhores após todas essas desgraças que se abateram sobre nós.

Antes, as pessoas podiam trabalhar, estudar, comer, viajar, fazer planos, sem medo do amanhã. Agora, não podem nem morrer porque não há mais vagas nos cemitérios.

Uma pequena amostra da diferença do sentimento e do interesse em relação a Bolsonaro e Lula foi dada na quinta-feira.

Enquanto Lula falava para 271.435 ouvintes em entrevista a Reinaldo Azevedo na BandNews FM, apenas 13.031 devotos assistiam à inacreditável live semanal do capitão.

Apesar do chega pra lá que levou esta semana dos generais, Bolsonaro voltou a falar em "meu Exército brasileiro", defendeu o tratamento precoce e atacou os governadores e o isolamento social, em sua campanha suicida a favor do vírus.

"Estamos vivendo um genocídio causado pela irresponsabilidade de um único homem, que brinca com a doença, que zomba da doença, que inventa remédio", disse o ex-presidente a Azevedo. E deu um conselho ao presidente em exercício:

"Fecha a boca, Bolsonaro.. Não adianta ficar falando bobagem. Deixa o médico falar por você. Da mesma forma que você não sabe falar de economia, não sabe falar de saúde. Deixa de ser ignorante, presidente. Para de brigar com a ciência. Para de falar para seus milicianos, fale para 212 milhões de brasileiros".

Com o discurso bem afiado, em poucos dias Lula tomará a segunda dose da vacina e logo irá começar a fazer outra vez o que mais gosta: viajar em caravanas pelo país para ver de perto como os brasileiros estão vivendo, ouvir suas queixas e seus sonhos, animar os desalentados, falar de planos para o futuro.

Aos 75 anos, Lula já foi dado várias vezes como morto politicamente, mas sempre ressurgiu mais forte, calejado pelas derrotas e pelos tombos da vida, com o ânimo redobrado, até para casar de novo com a namorada Janja, assim que a pandemia permitir.

Lula ainda é o maior animador deste grande auditório chamado Brasil.

Vida que segue.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Em entrevista a Reinaldo Azevedo, Lula manda Bolsonaro deixar de ser ignorante

Ex-presidente Lula fez um apelo para que Jair Bolsonaro administre as crises do País: “Deixa de ser ignorante, presidente. Para de brigar com a ciência. Para de falar para os seus milicianos, fale para os 200 milhões de brasileiros”

Brasil 247, 1/04/2021, 18:52 h Atualizado em 1/04/2021, 19:40
   Lula e Bolsonaro (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil | Ricardo Stuckert)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo para que Jair Bolsonaro pare com seu negacionismo e controle as crises do País, especialmente a principal delas, a pandemia do coronavírus, em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo na noite desta quinta-feira (1º).

“Eu espero que o Bolsonaro esteja vendo isso aqui. Deixa de ser ignorante, presidente. Para de brigar com a ciência. Para de falar para os seus milicianos, fale para os 220 milhões de brasileiros”, apelou Lula.

“A pandemia só vai acabar quando tiver vacina para todo mundo!”, completou o ex-presidente, reforçando a importância do pagamento do auxílio-emergencial de R$ 600 aos brasileiros para que o País possa sair da crise.

Lava Jato oficializou o roubo

Lula também afirmou que a “Lava Jato oficializou o roubo” no Brasil. Ele lembrou que a operação “premiou todos os ladrões”, que fizeram esquemas de delações premiadas.

“Todos agora estão fumando charuto cohiba, aquele charuto cubano, e tomando rum cubano às nossas custas”, disse.

“O objetivo da Lava Jato era menos combater a corrupção, e era um objetivo político. A Lava Jato imaginava destruir os partidos, imaginava desmoralizar o Congresso, imaginava desmoralizar a Suprema Corte. Eles tinham um projeto político”, argumentou.
Primeiro dia na prisão

A entrevista foi iniciada com uma pergunta sobre a primeira noite que o ex-presidente passou na prisão, no dia 7 de abril de 2018. Lula relatou ter dormido normalmente. “Eu sou bom de cama”, disse aos risos.

“Lembro que quando entrei na prisão o cara queria que eu tirasse meu cinto, meu cadarço. Eu disse pra ele: ‘Cara, não vim aqui pra me enforcar. Eu vim aqui pra provar que o Moro é mentiroso’”.

Lula também voltou a dizer que decidiu se entregar à Polícia Federal para provar sua inocência. “Eu sempre penso que tenho a mão de Deus e da minha mãe guiando meus passos. Por isso tomei a decisão de ir pra Curitiba. Eu poderia ter entrado numa embaixada. Mas eu quis provar minha inocência. E fui de cabeça erguida”, disse.

Lula: Estamos vivendo um genocídio praticado pela irresponsabilidade de Bolsonaro

O ex-presidente Lula (PT) ainda afirmou que 2021 é o ano de lutar pela vacinação contra a Covid-19 no País e defendeu um auxílio emergencial “para que o povo possa ficar em casa e possa comer” e os pequenos e microempresários não entrem em falência

Brasil 247, 1/04/2021, 19:37 h Atualizado em 1/04/2021, 19:40
  (Foto: Reuters)

O ex-presidente Lula (PT), em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, na Band, afirmou que o Brasil está vivendo um genocídio, causado “pela irresponsabilidade de um único homem, que brinca com a doença, que zomba da doença, que inventa remédio”, referindo-se a Jair Bolsonaro.

"Estamos vivendo um genocídio. Não um genocídio de estado como foi o genocídio contra os negros ou contra os indígenas, porque é um genocídio praticado pela irresponsabilidade de um único homem, que brinca com a doença, que zomba da doença, que inventa remédio”, afirmou.

O petista lembrou dos milhões de casos e óbitos pela Covid-19 no mundo, e se solidarizou com as vítimas e os familiares afetados pela pandemia.

Diante do caos sanitário vivenciado no Brasil, que registra quase 4 mil mortes pela doença diariamente, Lula pediu que o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, “atenda aos pedidos dos governadores, que têm feito um trabalho muito duro, e dos prefeitos”.

Ele ainda enviou mensagem a Bolsonaro. “Quando é que você vai assumir a responsabilidade de parar de brincar e governar esse país?”, perguntou.

“Aceita o conselho da ciência para cuidar do coronavírus. Fecha a boca, Bolsonaro. Não adianta ficar falando bobagem. Deixa o médico falar por você. Da mesma forma que você não sabe falar de economia, não sabe sobre saúde. Deixa o seu ministro da Saúde falar, deixa o pessoal do SUS falar, deixa os governadores e os prefeitos falarem”, reforçou.

“Eu espero que o Bolsonaro esteja vendo isso aqui. Deixa de ser ignorante, presidente. Para de brigar com a ciência. Para de falar para os seus milicianos, fale para os 220 milhões de brasileiros”, apelou Lula.

Prioridade é a vacinação no Brasil

Perguntado sobre as eleições presidenciais de 2022, o ex-presidente, principal nome para derrotar a extrema-direita na disputa presidencial, falou que agora não é o momento para discutir isso, pois 2021 é o ano de lutar pela vacinação contra a Covid-19 no País.

“Esse ano é o ano de todos nós que temos responsabilidade com esse país de fazer todo o esforço para conseguir que esse país tenha vacina para vacinar todo mundo, que é a única garantia que nós vamos ter”, disse Lula.

Ainda, o petista falou da necessidade de ter uma auxílio emergencial “para que o povo possa ficar em casa e possa comer” e os pequenos e microempresários não entrem em falência.

“Temos que garantir ajuda emergencial para que o povo possa ficar em casa e possa comer. Temos que ter ajuda emergencial para que o microempreendedor e microempresário continuem aberto e funcionando”

Segundo ele, esse é a prioridade. “Depois disso vamos discutir 2022”, afirmou.

“A pandemia só vai acabar quando tiver vacina para todo mundo!”, completou o ex-presidente, reforçando a importância do pagamento do auxílio-emergencial de R$ 600 aos brasileiros para que o País possa sair da crise.

Lava Jato oficializou o roubo

Lula também afirmou que a “Lava Jato oficializou o roubo” no Brasil. Ele lembrou que a operação “premiou todos os ladrões”, que fizeram esquemas de delações premiadas.

“Todos agora estão fumando charuto cohiba, aquele charuto cubano, e tomando rum cubano às nossas custas”, disse.

“O objetivo da Lava Jato era menos combater a corrupção, e era um objetivo político. A Lava Jato imaginava destruir os partidos, imaginava desmoralizar o Congresso, imaginava desmoralizar a Suprema Corte. Eles tinham um projeto político”, argumentou.

“Entregou R$ 100 milhões, mas com quantos ficou?”, perguntou o ex-presidente sobre a Lava Jato, que tentou criar um fundo bilionário nos Estados Unidos.

“Sociedade se acovardou"

Ele ainda denunciou que a Lava Jato destruiu empresas e a economia brasileira, ao acabar com mais de 4 milhões de empregos. Por isso, pela falta de reação a isso, Lula disse que a sociedade se acorvadou”.

“A verdade é que a sociedade brasileira se acovardou. Eu nunca vi tanta gente covarde, que não teve coragem de defender sequer os empregos dos trabalhadores que foram vítimas e que não cometeram nenhum erro", declarou

Ele também defendeu um projeto de desenvolvimento econômico para o País. "Eu sou contra o governo empresarial. Mas sou favorável a um governo que seja indutor do processo de desenvolvimento. Alguns setores estratégicos não serão privatizados", disse.

O ex-presidente ainda lembrou que no seu governo "o povo podia comprar", destacando que, em sua primeira eleição presidencial vitoriosa, seu vice-presidente foi o empresário José Alencar, "a maior aliança entre o capital e o trabalho nesse país".


Críticas a Paulo Guedes

Lula afirmou que “um governo só consegue governar se tiver duas características: credibilidade e previsibilidade”. “Qual é a confiança que o Bolsonaro passa ao povo brasileiro?!”, indagou.

“O Guedes é aquele marido que ao invés de arrumar um emprego ele quer sair vendendo os móveis, o fogão, a geladeira... Quer tudo menos trabalhar”, criticou em seguida o ministro da Economia de Paulo Guedes.

O ex-presidente relembrou a história da formação de sua chapa com o então vice José Alencar, empresário. “Minha chapa com o Zé Alencar de vice foi a maior aliança entre o capital e o trabalho nesse país”, definiu.

Primeiro dia na prisão

A entrevista foi iniciada com uma pergunta sobre a primeira noite que o ex-presidente passou na prisão, no dia 7 de abril de 2018. Lula relatou ter dormido normalmente. “Eu sou bom de cama”, disse aos risos.

“Lembro que quando entrei na prisão o cara queria que eu tirasse meu cinto, meu cadarço. Eu disse pra ele: ‘Cara, não vim aqui pra me enforcar. Eu vim aqui pra provar que o Moro é mentiroso’”.

Lula também voltou a dizer que decidiu se entregar à Polícia Federal para provar sua inocência. “Eu sempre penso que tenho a mão de Deus e da minha mãe guiando meus passos. Por isso tomei a decisão de ir pra Curitiba. Eu poderia ter entrado numa embaixada. Mas eu quis provar minha inocência. E fui de cabeça erguida”, disse.

Lula: Lava Jato oficializou o roubo

Lula afirmou que “a Lava Jato premiou todos os ladrões”, que fizeram esquemas de delações premiadas. Ele ainda denunciou que a operação destruiu a economia do país e acabou com mais de 4 milhões de empregos

Brasil 247, 1/04/2021, 18:48 h Atualizado em 1/04/2021, 19:15
Reinaldo Azevedo e Lula (Foto: Reprodução)

O ex-presidente Lula (PT), em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, na Band, afirmou que a “Lava Jato oficializou o roubo”. Ele lembrou que a operação “premiou todos os ladrões”, que fizeram esquemas de delações premiadas.

“Todos agora estão fumando charuto cohiba, aquele charuto cubano, e tomando rum cubano às nossas custas”, afirmou. O ex-presidente questionou com quanto ficou Antonio Palocci, ex-aliado petista que forjou delação para atacar Lula.

“Entregou R$ 100 milhões, mas com quantos ficou?”, perguntou o ex-presidente sobre a Lava Jato, que tentou criar um fundo bilionário nos Estados Unidos.

“O objetivo da Lava Jato era menos combater a corrupção, e era um objetivo político. A Lava Jato imaginava destruir os partidos, imaginava desmoralizar o Congresso, imaginava desmoralizar a Suprema Corte. Eles tinham um projeto político”, argumentou.
“Sociedade se acovardou"

Lula ainda denunciou que a Lava Jato destruiu empresas e a economia brasileira, ao acabar com mais de 4 milhões de empregos. Por isso, pela falta de reação a isso, Lula disse que a sociedade se acorvadou”.

“A verdade é que a sociedade brasileira se acovardou. Eu nunca vi tanta gente covarde, que não teve coragem de defender sequer os empregos dos trabalhadores que foram vítimas e que não cometeram nenhum erro", declarou

Ele também defendeu um projeto de desenvolvimento econômico para o País. "Eu sou contra o governo empresarial. Mas sou favorável a um governo que seja indutor do processo de desenvolvimento. Alguns setores estratégicos não serão privatizados", disse.
Primeiro dia na prisão

A entrevista foi iniciada com uma pergunta sobre a primeira noite que o ex-presidente passou na prisão, no dia 7 de abril de 2018. Lula relatou ter dormido normalmente. “Eu sou bom de cama”, disse aos risos.

“Lembro que quando entrei na prisão o cara queria que eu tirasse meu cinto, meu cadarço. Eu disse pra ele: ‘Cara, não vim aqui pra me enforcar. Eu vim aqui pra provar que o Moro é mentiroso’”.

Lula também voltou a dizer que decidiu se entregar à Polícia Federal para provar sua inocência. “Eu sempre penso que tenho a mão de Deus e da minha mãe guiando meus passos. Por isso tomei a decisão de ir pra Curitiba. Eu poderia ter entrado numa embaixada. Mas eu quis provar minha inocência. E fui de cabeça erguida”, disse.

Investimentos despencam 15,9% em janeiro, diz Ipea

Os investimentos no Brasil registraram uma queda de 15,9% em janeiro, na comparação com dezembro de 2020, segundo dados do Ipea. No período de 12 meses, o indicador de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) acumula retração de 1,3%

Brasil 247,1/04/2021, 14:27 h Atualizado em 1/04/2021, 14:27
  Moedas de 1 real (Foto: REUTERS/Bruno Domingos)

Vinícius Lisboa, Agência Brasil - Os investimentos apresentaram uma queda de 15,9% em janeiro, na comparação com dezembro de 2020, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que divulgou hoje (1º) o indicador de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). São contabilizados nesse indicador os investimentos em aumento da capacidade produtiva da economia e na reposição da depreciação do estoque de capital fixo.

Apesar da queda em janeiro, o trimestre móvel, que considera também os meses de dezembro e novembro, apresenta uma alta de 23,5% em relação ao período imediatamente anterior (agosto, setembro e outubro).

Na comparação com o ano anterior, a FBCF de janeiro supera a do mesmo mês de 2020 em 6,1%. Já no período de 12 meses, que considera todos os meses de fevereiro de 2020 a janeiro de 2021, há queda acumulada de 1,3%.

A redução dos investimentos em janeiro tem relação com o alto volume de importações de plataformas de petróleo e outros bens de capital ligados à atividade em dezembro, mês que teve uma alta de 34% na FBCF e de 82% quando considerados apenas máquinas e equipamentos.

O consumo aparente de máquinas e equipamentos em janeiro caiu 37,1%, percentual puxado pela redução de 40,5% nas importações, já que o consumo de máquinas e equipamentos de produção nacional recuou apenas 0,3%. O Ipea explica que "embora tenham ocorrido novas importações de plataformas de petróleo em janeiro, o volume importado dos outros bens de apoio à prospecção e extração de petróleo e gás natural sofreu forte queda".

Também houve queda nos investimentos em construção civil, após oito meses seguidos de alta. A retração em janeiro foi de 0,2%.