sexta-feira, 19 de março de 2021

Pesquisa Fórum: preferência pelo PT dispara após volta de Lula ao cenário político

Retorno de Lula ao cenário político reverteu tendência de queda do partido na preferência do eleitorado. PT ainda é, de longe, o partido com maior simpatia entre os brasileiros

Brasil 247, 19/03/2021, 16:18 h Atualizado em 19/03/2021, 16:21
  (Foto: Amanda Perobelli/Reuters)

Revista Fórum - A preferência dos eleitores pelo PT entre todos os partidos políticos disparou e atingiu 17,9% dos eleitores após a decisão de Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, que anulou as condenações e devolveu a elegibilidade ao ex-presidente Lula.

Os dados são da 8ª edição da Pesquisa Fórum, realizada entre 12 e 16 de março, em parceria com a Offerwise. O levantamento mostra uma reviravolta na preferência pelo partido de Lula, que vinha caindo desde o primeiro levantamento, de maio de 2020, quando estava em 13,76%. Em junho do mesmo ano, o porcentual foi para 11,38%, baixou para 9,8% em outubro e chegou ao menor patamar em novembro, com 9,3%.

O PT lidera a lista, seguido pelo PSDB, que marcou 5,6% na última pesquisa – 0,8% acima da anterior. A terceira posição é do PSL, partido usado por Jair Bolsonaro (Sem partido) para chegar ao Planalto, que marcou 4,2%.

Leia mais na Fórum.

Com UTIs em colapso pelo Brasil, Queiroga quer ir a hospitais checar se pessoas estão morrendo de Covid

O anunciado como novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, diz em conversas que, ao assumir, pretende ir aos hospitais numa espécie de blitz para conferir pessoalmente se as UTIs estão lotadas e se as pessoas estão mesmo morrendo de Covid

Brasil 247, 19/03/2021, 15:00 h Atualizado em 19/03/2021, 15:29
   Marcelo Queiroga (Foto: Reprodução)

Marcelo Queiroga, médico anunciado como ministro da Saúde, pretende ir aos hospitais checar se as pessoas estão mesmo morrendo de Covid. A informação é do colunista Lauro Jardim, do O Globo.

Enquanto a pandemia avança em seu pior momento no país, com falta de vagas em UTIs para tratamento de Covid e aumento do número de óbitos, sem que o governo tenha um plano nacional efetivo de combate e de imunização, o anunciado como novo ministro da Saúde - que ainda não tomou posse - diz em conversas que, ao assumir, pretende ir aos hospitais numa espécie de blitz para conferir pessoalmente se as UTIs estão lotadas e se as pessoas estão mesmo morrendo de Covid.

A medida lembra as invasões a hospitais de campanha por bolsonaristas em São Paulo, que apareciam de surpresa para verificar a ocupação de leitos durante a pandemia do coronavírus, em junho do ano passado.

Como faz desde o início da pandemia, Jair Bolsonaro mantém a campanha negacionista e coloca em dúvida o número de mortes pela doença, ignorando o avanço da pandemia.

"Parece que só morre de Covid. Você pega, você pode ver... Os hospitais estão com 90% das UTIs ocupadas. Quantos são de Covid e quantos são de outras enfermidades?", disse Bolsonaro.

Segundo o colunista, Queiroga, nestas conversas, tem também se mostrado preocupado com a vacina de Oxford, a que a Fiocruz está produzindo. Disse que a suspensão de sua aplicação em diversos países europeus deve ser acompanhada com muita atenção.

Governo assina contratos com Pfizer e Janssen para aquisição de 138 milhões de doses de vacina

No caso da Pfizer, contratos preveem 13,5 milhões de doses no segundo trimestre e 86,4 milhões no terceiro; 38 milhões de doses da Janssen devem ser entregues no quarto trimestre. Imunizante da Pfizer possui registro definitivo no Brasil

Brasil 247, 19/03/2021, 14:30 h Atualizado em 19/03/2021, 20:24
   (Foto: Dado Ruvic/Reuters)

Sputnik Brasil - O governo federal assinou nesta sexta-feira (19) contratos com os laboratórios Pfizer/BioNTech e Janssen, a farmacêutica da Johnson & Johnson, para a entrega, no total, de 138 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19.

De acordo com os contratos, segundo informou o site G1, 100 milhões dessas doses correspondem ao imunizante da Pfizer/BioNTech e as outras 38 milhões são do braço farmacêutico da Johnson & Johnson.

Além disso, as vacinas serão entregues ao longo do ano de 2021 em três etapas distintas: a primeira, prevista para o segundo trimestre do ano, consistirá em 13.518.180 doses da vacina da Pfizer, enquanto as 86.482.890 restantes deverão chegar no terceiro trimestre. Já as 38 milhões de doses da Janssen estão previstas para o quarto trimestre.

A assinatura dos contratos acontece depois que o ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que será substituído no cargo por Marcelo Queiroga, anunciou no início desta semana que havia chegado a um acordo com os laboratórios para o fornecimento das vacinas.

Até o momento, apenas o imunizante da Pfizer/BioNTech recebeu o registro definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Outras duas vacinas, Oxford/AstraZeneca e CoronaVac, já contam com autorização para uso emergencial e estão sendo utilizadas pelo Programa Nacional de Imunizações.

O imunizante da Janssen, por sua vez, ainda não possui registro nem autorização, mas, assim como o medicamento da Pfizer, conta com a autorização para uso emergencial da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, a vacina desenvolvida pelo braço farmacêutico da Johnson & Johnson é a única no mundo que requer apenas uma dose por pessoa.

Os contratos com as duas farmacêuticas preveem um preço de US$ 10 (cerca de R$ 55) para cada dose, com isso, o valor total estimado do acordo com a Pfizer é de US$ 1 bilhão (R$ 5,5 bilhões). Já o contrato com a Janssen será de US$ 380 milhões (R$ 2 bilhões), com o pagamento de uma primeira parcela de US$ 95 milhões (R$ 523 milhões).

Além das vacinas já mencionadas, o Brasil faz parte do consórcio Covax Facility, uma iniciativa coordenada pela OMS para a distribuição de imunizantes, que prevê a entrega de 42 milhões de doses para o país. Está previsto que o primeiro lote, com um milhão de doses, chegará neste fim de semana.

O governo brasileiro também informou que está negociando a compra de 13 milhões de doses da vacina do laboratório norte-americano Moderna e de outras 10 milhões da russa Sputnik V, o primeiro imunizante registrado no mundo contra a COVID-19, desenvolvido pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya com apoio do Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo).

quinta-feira, 18 de março de 2021

Bolsonaro ataca Lula e já reconhece que deve enfrentá-lo em 2022

Fazendo sinal de número nove com as mãos, em referência ao petista, Bolsonaro chamou Lula de "capitão corrupção" e "velho barbudo", e já afinou o discurso sobre sua possível reeleição: "não tenho obsessão por ser presidente"

Brasil 247, 18/03/2021, 20:06 h Atualizado em 18/03/2021, 20:23
   Lula e Bolsonaro (Foto: Ricardo Stuckert | Reuters)

Com o país colapsando diante da pandemia, alcançando a marca de três mil mortes diárias por Covid-19 e vendo pessoas morrerem sem acesso a UTIs, Jair Bolsonaro arrumou tempo em sua live semanal nesta quinta-feira (18) para atacar o ex-presidente Lula.

Fazendo um sinal de número nove com as mãos, Bolsonaro chamou Lula de "capitão corrupção", em referência ao apelido que lhe foi dado, de "capitão cloroquina", em razão de suas sucessivas defesas em favor do inexistente tratamento precoce contra a Covid-19. "Não vamos remar contra, falar mal. 'Capitão cloroquina', está pensando que está me ofendendo é? Vocês vão ter o capitão corrupção, pelo que tudo indica, concorrendo em 2022. Aquele velho barbudo, capitão corrupção. Vocês sabem de quem eu estou falando. Eles estão felizes com esse cara".

Reconhecendo, portanto, que Lula deve ser seu principal adversário em 2022, Bolsonaro afinou o discurso sobre sua possível reeleição: "não tenho obsessão por ser presidente, por candidatura. Fiquei 28 anos dentro da Câmara, dois anos como vereador, nunca tive problema nenhum. A gente vai tocando o barco".

Negacionista no Brasil, Edir Macedo se vacina contra a Covid-19 nos Estados Unidos

Apesar de ter sido vacinado nos EUA, Macedo, no Brasil, apoia uma política negacionista e é aliado de Jair Bolsonaro, que já disse que não se vacinaria contra o novo coronavírus e estimulou movimentos contra a vacinação

Brasil 247, 18/03/2021, 18:46 h Atualizado em 18/03/2021, 19:23
  Edir Macedo sendo vacinado (Foto: Reprodução/Instagram)

O chefe da Igreja Universal da Igreja de Deus, Edir Macedo, se vacinou contra Covid-19 em Miami, nos Estados Unidos. No Instagram, ele divulgou vídeo sobre sua vacinação e de sua mulher, Ester Bezerra. O casal recebeu a dose da Janssen, da Johnson & Johnson.

Apesar de ter sido vacinado nos EUA, Macedo, no Brasil, apoia uma política negacionista e é aliado de Jair Bolsonaro, que já disse que não se vacinaria contra o novo coronavírus e estimulou movimentos contra a vacinação, apesar de nos últimos dias ter decidido se imunizar.

Lula pede união mundial, como na Segunda Guerra contra o nazismo

Para o jornalista Alex Solnik, o ponto alto da entrevista do ex-presidente Lula à CNN Internacional foi a sua exortação à união mundial contra a covid- 19, tal como “na Segunda Guerra Mundial contra o nazismo”

18 de março de 2021, 20:06 h Atualizado em 18 de março de 2021, 20:23
  Jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional, e o ex-presidente Lula 
(Foto: Reprodução)

Por Alex Solnik

O ponto alto da entrevista de 20 minutos que Lula concedeu à jornalista Cristiane Amanpour, transmitida hoje, pela CNN internacional às 16h00 (hora de Brasília) foi a sua exortação à união mundial contra a covid- 19, tal como “na Segunda Guerra Mundial contra o nazismo”.

Citou Biden várias vezes.

“Quando vi que Biden tem 77 anos, pensei que eu que tenho 75 também posso fazer como ele”.

Pediu para Biden liderar esse movimento pela vacinação mundial convocando uma reunião de emergência do G-20.

“Não pediria se o presidente fosse Trump”, afirmou.

À questão central da conversa – será candidato em 2022? - respondeu com sabedoria:

“Não vou recusar se for convidado por meu partido e aliados. Mas não vou discutir candidatura agora. Agora vou me empenhar em salvar o meu país”.

Biden manda carta protocolar e Planalto divulga como se presidente dos EUA desejasse aproximação com Bolsonaro

A íntegra da carta não foi divulgada. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência publicou apenas uma nota com trechos e referências do texto destacando a "estreita colaboração" entre os países. Divulgação aconteceu um dia depois da entrevista de Lula à CNN na qual ele pediu a Biden para convocar o G-20

18 de março de 2021, 08:38 h Atualizado em 18 de março de 2021, 11:21
  Jair Bolsonaro e Joe Biden (Foto: ABr | Reuters)

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enviou uma carta protocolar de agradecimento ao Brasil pela mensagem enviada na sua posse, mas apenas trechos e referências do texto foram divulgados pelo Planalto. A divulgação aconteceu um dia depois de Lula dizer à CNN que pedirá a Biden para reunir o G20 com o objetivo de discutir a pandemia e a distribuição global das vacinas "Eu peço isso ao presidente Biden para fazer isso, porque eu não confio no meu governo", disse Lula.

O conteúdo foi divulgado em nota pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência nesta quinta-feira (17). Nos fragmentos que foram publicados, Biden lembra as visitas que fez ao Brasil quando vice-presidente e diz que "não há limites para o que o Brasil e os EUA podem conquistar juntos".

"O presidente Biden saudou a oportunidade para que ambos os países unam esforços, tanto em nível bilateral quanto em fóruns multilaterais, no enfrentamento aos desafios da pandemia e do meio ambiente", diz a nota.

No fim da carta, Biden também "salientou que seu governo está pronto para trabalhar em estreita colaboração com o Governo brasileiro neste novo capítulo da relação bilateral".

As informações foram reportadas no Globo.

Datafolha indica que fiéis a Bolsonaro não passam de 14% da população A gestão do enfrentamento à pandemia de Covid-19 fez encolher a base de apoiadores de Jair Bolsonaro. O grupo de pessoas efetivamente fiéis a Bolsonaro representa apenas 14% da população 18 de março de 2021, 09:45 h Atualizado em 18 de março de 2021, 10:25 51 (Foto: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL) Siga o Brasil 247 no Google News Assine a Newsletter 247 247 - Pesquisa Datafolha, divulgada nesta quarta-feira (17) sobre a avaliação de Jair Bolsonaro, aponta que apenas 14% da população brasileira é composta por pessoas efetivamente fiéis ao presidente brasileiro. Este segmento, que responde por 45% das avaliações positivas que Bolsonaro recebe, é formado por aqueles que acreditam em tudo o que Bolsonaro fala, negam a gravidade da pandemia e se posicionam contra a vacinação. Há um segundo grupo, que corresponde a 21% da população, equivalente a 31% das menções positivas, que se mostra favorável às vacinas contra a Covid-19 e ao distanciamento social. O terceiro grupo de apoio se concentra entre a população de menor renda e que é beneficiada pelo auxílio emergencial. “Aqueles que prezam pelas normas sanitárias e elegeram Bolsonaro, mas não são tão fiéis, correm o risco de abandonar o barco. E quanto aos que se converteram devido ao auxílio emergencial, mas não votaram nele, o apoio é incerto, porque o benefício deve voltar com valor menor e por menos tempo”, disse o cientista político e professor da FGV, Marco Antonio Teixeira, em entrevista ao jornal O Globo. O cientista político Eduardo Grin avalia que a pesquisa captou um crescimento do segmento antibolsonarista. “Cresce a rejeição na pandemia e um sentimento de antibolsonarismo. O eleitor “pendular”, mais moderado, vê que do outro lado tem outros candidatos, como o Lula e outros nomes no campo do centro”, avaliou. Apesar do aumento da rejeição a Bolsonaro, 50% da população se mostra contrária a abertura de um processo de impeachment, contra 46% dos que dizem ser a favor da medida.

A gestão do enfrentamento à pandemia de Covid-19 fez encolher a base de apoiadores de Jair Bolsonaro. O grupo de pessoas efetivamente fiéis a Bolsonaro representa apenas 14% da população

Brasil 247, 18/03/2021, 09:45 h Atualizado em 18/03/2021, 10:25
  (Foto: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL)

Pesquisa Datafolha, divulgada nesta quarta-feira (17) sobre a avaliação de Jair Bolsonaro, aponta que apenas 14% da população brasileira é composta por pessoas efetivamente fiéis ao presidente brasileiro.

Este segmento, que responde por 45% das avaliações positivas que Bolsonaro recebe, é formado por aqueles que acreditam em tudo o que Bolsonaro fala, negam a gravidade da pandemia e se posicionam contra a vacinação. Há um segundo grupo, que corresponde a 21% da população, equivalente a 31% das menções positivas, que se mostra favorável às vacinas contra a Covid-19 e ao distanciamento social. O terceiro grupo de apoio se concentra entre a população de menor renda e que é beneficiada pelo auxílio emergencial.

“Aqueles que prezam pelas normas sanitárias e elegeram Bolsonaro, mas não são tão fiéis, correm o risco de abandonar o barco. E quanto aos que se converteram devido ao auxílio emergencial, mas não votaram nele, o apoio é incerto, porque o benefício deve voltar com valor menor e por menos tempo”, disse o cientista político e professor da FGV, Marco Antonio Teixeira, em entrevista ao jornal O Globo.

O cientista político Eduardo Grin avalia que a pesquisa captou um crescimento do segmento antibolsonarista. “Cresce a rejeição na pandemia e um sentimento de antibolsonarismo. O eleitor “pendular”, mais moderado, vê que do outro lado tem outros candidatos, como o Lula e outros nomes no campo do centro”, avaliou.

Apesar do aumento da rejeição a Bolsonaro, 50% da população se mostra contrária a abertura de um processo de impeachment, contra 46% dos que dizem ser a favor da medida.

terça-feira, 16 de março de 2021

Lobão defende a prisão urgente de Bolsonaro

"Bolsonaro necessista ser preso o quanto antes", publicou o músico Lobão, ex-apoiador de Jair Bolsonaro, no dia em que o País bate novo recorde de letalidade, com 2.842 mortes pelo coronavírus

Brasil 247, 16/03/2021, 20:56 h Atualizado em 16/03/2021, 20:56
    Lobão e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | Reuters)

O cantor e compositor Lobão defendeu nesta terça0feira (16) a prisão imediata de Jair Bolsonaro. "Bolsonaro necessita ser preso o quanto antes", disse Lobão pelo Twitter.

Defesa da prisão Bolsonaro por Lobão ocorreu após a divulgação de que o Brasil bateu novamente o recorte de mortes diárias por Covid-19, com 2.842 óbitos, segundo dados das secretarias estaduais de Saúde.

BOLSONARO NECESSITA SER PRESO O QUANTO ANTES
— Lobão (@lobaoeletrico) March 16, 2021

Leia também matéria da Rede Brasil Atual sobre a pandemia:

O Brasil novamente quebra o recorde diário de mortes por covid-19. O número de vítimas chegou a 281.626. Os dados iniciais do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) não levavam em conta as mortes no Rio Grande do Sul, por atraso no envio das informações. Após a divulgação, o estado dos gaúchos contou 502 mortos. Com isso, o número total, nesta terça-feira (16), subiu de 2.340 para 2.842 óbitos. O país enfrenta o pior momento da pandemia até então, com média diária de mortes, calculada em sete dias, de 1.894.

A covid-19 está fora de controle desde o fim do ano passado, com tendência de aumento no número de casos e mortos. No último período, foram registrados 74.595 novos infectados, totalizando 11.594.204 de adoecidos. A média móvel de contaminados diariamente está em 67.396. Desde 9 de março, o Brasil é o epicentro global do coronavírus: é o país com mais mortos e casos diários no mundo.

Muitos estados e municípios brasileiros vivem o colapso do sistema de Saúde, sem leitos hospitalares disponíveis. Especialistas argumentam que, acima de 85% da capacidade, a situação já é de pressão sobre o sistema, com criação de filas. E são muitos os estados nesta situação, com destaque para os três do Sul, Paraná (92%), Santa Catarina (99%) e Rio Grande do Sul (98%).

Mais afetado

A unidade da federação mais afetada é São Paulo. O estado mais populoso e com maior capacidade hospitalar vê o coronavírus se espalhar com velocidade e tendência de piora. São 63 cidades com 100% de ocupação hospitalar, mais de 10% dos municípios do estado.

Já são comuns relatos de pessoas que morrem em casa sem atendimento médico, inclusive na capital. Nas últimas 24 horas morreu uma pessoa a cada dois minutos em São Paulo, o recorde diário, com 679 vítimas. Também recorde de novos infectados, com mais de 17 mil casos no período.

Mudanças no ministério

Enquanto o Brasil segue submerso na tragédia da covid-19, o Ministério da Saúde permanece à deriva. Da forma como foi desde o início da pandemia. Hoje foi confirmado o quarto ministro durante o período. As alterações frequentes revelam o descaso do presidente Jair Bolsonaro com a covid-19. Ele sempre desdenhou do vírus e atacou medidas de proteção, isolamento, máscaras e até mesmo vacinas.

Marcelo Queiroga, cardiologista, assumiu o Ministério da Saúde no lugar do general Eduardo Pazuello. A passagem de Pazuello pela chefia da pasta foi desastrosa. O militar está sendo investigado pela má gestão da pandemia. Pazuello assumiu interinamente o ministério no dia 15 de maio. O país contava 14.817 mortos por covid-19. Deixa a pasta com mais de 281 mil vítimas. E um processo de vacinação errático, com apenas 1,4% da população totalmente imunizada e 4,2% tendo recebido uma primeira dose.

Mesmo aceitando a subserviência necessária para estar no governo Bolsonaro, Queiroga fez hoje (16) uma primeira declaração como escolhido ministro. E apresentou uma mudança de postura. Ao contrário do negacionismo bolsonarista, o cardiologista reforçou o uso de máscaras, que já foi descrito por Bolsonaro como “coisa de maricas”. “Venho conclamar a população que utilizem máscaras, lavem as mãos, usem álcool gel. Medidas simples e importantes. Assim podemos evitar ter que parar a economia do país”, disse, em aceno contra medidas mais fortes de isolamento social, algo essencial para o atual presidente da República.

Exclusivo: Padilha convida ministro da Saúde para conhecer Araraquara e sucesso do lockdown

"Se tivéssemos outras Araraquaras, não estaríamos no dia de hoje tendo que assistir a um novo recorde de mortes pela Covid-19", disse o ex-ministro à Fórum

Por Lucas Rocha 16 mar 2021 - 19:01
Alexandre Padilha e Marcelo Queiroga | Montagem

O deputado federal e ex-ministro Alexandre Padilha (PT-SP) apresentou um ofício nesta terça-feira (16) convidando o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para conhecer o sucesso de Araraquara no combate à pandemia de Covid-19 em razão da adoção de um isolamento social rígido (lockdown) no município. A cidade, governada por Edinho Silva (PT), decidiu adotar o lockdown logo que foram diagnosticados os primeiros casos da nova cepa do Sars-Cov-2, em fevereiro.

O convite do parlamentar ao ministro surge após Queiroga dizer à CNN Brasil que “não pode ser política de governo fazer lockdown”, acompanhando o entendimento do presidente Jair Bolsonaro.

“Se mesmo com tantas evidências o novo ministro ainda não está convencido de resultados positivos do lockdown, quero convidá-lo para conhecer a experiência local de Araraquara. Graças à ousadia do prefeito Edinho Silva, evitou-se um colapso completo do sistema de saúde e antecipou o que estava por vir no Brasil no mês de março”, disse Padilha à Fórum.

“Se tivéssemos outras Araraquaras, não estaríamos no dia de hoje tendo que assistir a um novo recorde de mortes pela Covid-19”, completou.

No ofício, obtido pela Fórum, Padilha aponta que “a medida aplicada em Araraquara foi um sucesso: queda de 50% na transmissão do vírus; queda de 43% na média móvel diária de casos e de 28% na quantidade de internações. No primeiro dia de restrições mais rígidas, em 21 de fevereiro, a média móvel diária de novos casos era de 189,5. No último dia 10 de março, o número estava em 108 (queda de 43%)”.

“Considerando a mais recente fala de vossa Excelência sobre a desnecessidade de implementação de medidas mais drásticas por parte deste Ministério no enfrentamento da pandemia, é o presente ofício para lhe fazer o convite de visitar a cidade de Araraquara/SP para ouvir, no local, gestores, profissionais da saúde e autoridades e poder ver os efeitos que a aplicação de restrição efetiva de circulação gerá efeitos contundentes na redução do número de mortos e na transmissão do Sars-Cov-2. Me disponho, inclusive a acompanhar v. Excelência”, disse ainda.