domingo, 10 de janeiro de 2021

Baleia Rossi, candidato a Presidencia da Câmara Federal, pode ter perdido o apoio do PT

O rumos da sucessão na Câmara Federal podem mudar depois que Baleia Rossi, candidato da "Frente Ampla", diz que não tem "nenhum compromisso" com o impeachment de Jair Bolsonaro. Ele afirmou também que o desafio é combater a pandemia – mesmo discurso usado por Rodrigo Maia para passar pano para os crimes de responsabilidade cometidos pelo atual presidente

Brasil 247, 10/01/2021, 05:35 h Atualizado em 10/01/2021, 08:03
   Baleia Rossi (Foto: Divulgação)

O deputado Baleia Rossi (MDB-SP), que votou pelo golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff, diz não ter nenhum compromisso com o impeachment de Jair Bolsonaro, que já cometeu dezenas de crimes de responsabilidade. "Não há nenhum compromisso, como muitos falam, de abertura de impeachment. É uma mentira. Dar início é uma prerrogativa do presidente da Câmara, mas nós precisamos, ainda mais neste momento em que a pandemia dá sinais de crescimento, de estabilidade", disse ele, em entrevista à jornalista Júlia Chaib, da Folha de S. Paulo

"Não é o caminho, não é bom para o Brasil. O impeachment é o extremo do extremo do extremo que está na nossa Constituição. Precisamos hoje de estabilidade. E reafirmo que não houve compromisso de abertura de impeachment. Todos têm que trabalhar por uma unidade. A gente fala que a Câmara tem que ser independente, mas tem que ser harmônica. E tem que trabalhar em harmonia com o Poder Judiciário e o Executivo", afirmou ainda o parlamentar. Baleia defendeu a atual agenda de reformas neoliberais, incluindo a reforma administrativa, que atinge os servidores públicos.

Gleisi contesta Baleia e sinaliza que PT pode deixar bloco

O motivo é a entrevista em que Baleia Rossi diz que não tem nenhum compromisso com o impeachment de Jair Bolsonaro, que já cometeu vários crimes de responsabilidade

A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, condenou neste domingo (10) a fala do candidato à presidência da Câmara Baleia Rossi (MDB), blindado Jair Bolsonaro de um processo de impeachment e estremecendo o apoio do PT à sua candidatura, que hoje conta com apoio de siglas da centro esquerda, com exceção do PSOL. 

“Dar resposta a crimes do Executivo é o item 3.6 do compromisso de Baleia Rossi c/ oposição. Inclui analisar denúncias de crimes do presidente da República, mesmo q ñ haja acordo p/ aprovar impeachment. Ao negar o q tratamos e fechar essa possibilidade, Baleia perderá votos no PT”, disse Gleisi. 

Em entrevista publicada no jornal Folha de S.Paulo, Baleia Rossi disse que “impeachment do presidente traria instabilidade e que independência não é sinônimo de oposição ao governo".

sábado, 9 de janeiro de 2021

Mudanças aumentam as chances de Lula readquirir direitos políticos

Diario do Centro do Mundo9 de janeiro de 2021
       Lula

Publicado originalmente na Carta Capital:

Por Ana Flávia Gussen

Pela primeira vez em cinco anos, o entorno político e jurídico do ex-presidente Lula enxerga um cenário favorável na trama judicial que envolve o petista. Aliados falam até em “tempestade perfeita”. Interlocutores e advogados do ex-presidente ouvidos por CartaCapital mapearam cinco fatos jurídicos considerados positivos, além de mudanças no cenário que afetaram o humor daqueles que defendem a anulação dos processos do ex-presidente.

Figuram entre eles a chegada de Kassio Nunes Marques, “ministro de Bolsonaro”, à Segunda Turma do Supremo Tribunal, a derrota colossal de Sergio Moro no mesmo STF no caso Banestado e os sete processos arquivados. Todos compõem o pano de fundo para o julgamento mais importante previsto para 2021, o habeas corpus que trata da suspeição de Moro na sentença do tríplex do Guarujá.

O ministro Gilmar Mendes afirmou recentemente que pretende pautar em fevereiro a análise do habeas corpus na Segunda Turma do STF. Uma decisão favorável a Lula levaria à anulação da sentença, o recomeço da ação na primeira instância e a devolução dos direitos políticos ao petista, o que o recolocaria no jogo da sucessão presidencial em 2022.

O julgamento na Segunda Turma da corte foi iniciado em 2018 e contabiliza dois votos contrários à suspeição de Moro, os dos ministros Cármen Lúcia e Luiz Edson Fachin. Além de Mendes, faltam votar Ricardo Lewandowski e Kassio Nunes Marques. “Para este ano, o desdobramento mais esperado é este HC. A matéria tem prioridade legal: Lula tem mais de 60 anos, é um caso que teve o julgamento de mérito iniciado e o habeas corpus, por natureza, é ação de rito célere”, enumera Cristiano Zanin Martins, advogado do ex-presidente.

Não bastasse, nos próximos dias, a defesa de Lula terá acesso ao conteúdo completo das mensagens apreendidas pela Operação Spoofing. São sete terabytes de conversas entre procuradores da Lava Jato, Sergio Moro e Deltan Dallagnol que estavam sob tutela da Justiça desde a prisão dos hackers que invadiram o Telegram dos citados. O material, divulgado pelo site The Intercept Brasil, expôs não só a parcialidade da força-tarefa de Curitiba em relação ao petista, mas variados crimes cometidos por quem se dizia combatente da corrupção. Após três ordens do ministro Lewandowski, incluída uma intimação, uma vez que o juiz de plantão se negou a cumprir a ordem do Supremo, o magistrado Gabriel Zago Capanema Vianna de Paiva, da 10ª Vara Federal de Brasília, autorizou o acesso da defesa aos arquivos.

Os diálogos, segundo informações de um advogado que teve acesso a partes das conversas, revelam ainda as relações ilegais do ex-juiz e de procuradores da Lava Jato com autoridades norte-americanas. “Houve ali uma sinergia totalmente fora dos canais oficiais e contra o decreto de cooperação internacional entre os países, o 3.810, que exige que a parceria passe pelo DRCI, órgão do Ministério da Justiça. Não existem registros oficiais desses encontros. Por isso, os processos que utilizaram informações enviadas pelos norte-americanos devem ser anulados, incluindo aqueles contra Lula”, descreve a fonte.

A estratégia da defesa é cruzar esses diálogos com provas, relatos e depoimentos registrados nos processos. Vale lembrar que a Polícia Federal, por meio de uma perícia, atestou a integridade das conversas obtidas pelos hackers.

Curiosamente, outra mudança que teria efeito positivo para o ex-presidente foi a nomeação de Nunes Marques ao STF. Obra de Jair Bolsonaro. Em outubro, o ex-capitão indicou para a vaga de Celso de Mello o então desembargador do Tribunal Regional da Primeira Região. Pesaram as convicções “garantistas” do magistrado. Bolsonaro buscava um nome capaz de aliviar as eventuais análises na corte das acusações contra seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, no escândalo das “rachadinhas”.

Como pau que dá em Chico dá em Francisco, os aliados de Lula esperam do novo ministro uma posição favorável aos reclames da defesa. Não são esperanças vãs. Em 11 de dezembro, Nunes Marques, integrado à Segunda Turma do STF, votou a favor de Lula para excluir a delação do ex-ministro Antonio Palocci de uma ação da Lava Jato. Com o voto do novo integrante, a Segunda Turma concluiu que Moro atuou de forma parcial ao tirar o sigilo da delação e inclui-la no processo seis dias antes da eleição de 2018.

Um advogado que preferiu não se identificar foi enfático: “O ministro teria de dar um cavalo de pau para mudar essa posição garantista e surpreender. Ele chegou na segunda turma alinhado a Gilmar e a maior demonstração disso foi o julgamento do caso da delação do Palocci”.

O julgamento da delação não ficou marcado apenas pelo voto do novo ministro. Cármen Lúcia também surpreendeu a defesa e aliados de Lula ao votar em favor do ex-presidente e manter a exclusão. A “mudança” de postura da ministra teria ligação com o escândalo da Vaza Jato. Não só Cármen Lúcia, mas a maior parte do mundo jurídico nacional e internacional admitiu, pela primeira vez, as provas do lawfare praticado pela força-tarefa de Curitiba e pelo ex-juiz e ex-ministro.

Moro deixou faz tempo de ser herói nacional e sofre as consequências. Além de perder no caso da delação do Palocci duas vezes, em 25 de agosto a Segunda Turma do Supremo anulou sua sentença no caso Banestado por “quebra da imparcialidade”.

O acórdão do julgamento que anulou a decisão condenatória foi publicado na última semana de dezembro e é considerado por juristas como o “principal reconhecimento da parcialidade” do ex-juiz pelo Supremo. “Essa é parte essencial da tempestade perfeita. Depois do julgamento dos casos de Palocci e do Banestado, a Segunda Turma pode ter formado convicção em relação à parcialidade de Moro, com voto de Nunes Marques e Cármen Lúcia”, afirmou Marco Aurélio Carvalho, advogado e coordenador do grupo Prerro­gativas. “Ao longo de cinco anos produzimos provas inequívocas dessa quebra absoluta da imparcialidade. Embora para o julgamento da suspeição seja necessária apenas a existência da dúvida, estamos indo para o campo da certeza absoluta”, acrescenta Zanin Martins.

Não foram as únicas vitórias recentes do ex-presidente. Uma decisão proferida em dezembro pela 6ª Vara Federal de São Paulo arquivou a investigação aberta contra o ex-presidente e seu filho, Luís Cláudio Lula da Silva. Trata-se do sétimo processo em que o petista foi absolvido ou o inquérito acabou arquivado. Todas as ações com esse desenlace foram analisadas em tribunais longe da “República de Curitiba”. Segundo Zanin, o mais emblemático é o processo que ficou conhecido como “Quadrilhão do PT”. Após decisão do juiz da 12ª Vara Federal, que concluiu que a ação proposta se tratava de “tentativa de criminalização da política”, o MP desistiu de apelar. Atualmente correm quatro processos contra o ex-presidente. Ele foi condenado em dois: o caso do tríplex e o do sítio de Atibaia.

Para Marco Aurélio de Carvalho, o que está em jogo no julgamento do habeas corpus não é apenas o “caso Lula”, mas a validade ou não do princípio da imparcialidade.

“Se Moro não for declarado parcial, nenhum juiz do Brasil poderá sê-lo. Um magistrado que determinou o vazamento clandestino de conversas entre a presidenta da República e uma figura política, que cerceou pedidos da defesa, que grampeou todos os ramais do escritório de advocacia, dentre tantas outras coisas, é suspeito. Se ele não for considerado parcial com todos os crimes que citei, é como se o STF desse um salvo-conduto à magistratura”, diz Carvalho.

O novo ano, avalia Zanin, pode desfazer as tramoias dos processos contra Lula. “Talvez seja muito importante, para que toda a verdade que mostramos ao longo de mais de cinco anos seja reconhecida judicialmente.” A ver.

Política de Temer/Bolsonaro faz Shell produzir 400 mil barris de petróleo por dia no Brasil sem pagar impostos!





Viomundo, 09/01/2021 - 13h38

    Temer fez a entrega pessoalmente ao presidente da Shell (Carolina Antunes/PR)


A Shell é a maior beneficiária da absurda política de preços da Petrobrás, que revolta caminhoneiros e o povo


A partir de outubro de 2016 a Petrobrás passou a adotar em suas refinarias o chamado “Preço de Paridade de Importação – PPI”.

No início o PPI foi utilizado apenas para calcular o preço do diesel e da gasolina.

Posteriormente (2019) passou a ser adotado também para o GLP (gás de cozinha).

Atualmente, apesar de não ser explicitado pela Petrobras, a Agencia Nacional de Petróleo – ANP informa que o critério é adotado também para o querosene de aviação (QAV).

Em seu site a Petrobras explica o PPI:

Vejam que a Petrobras calcula o preço como se estivesse importando o produto (frete, gastos portuários etc) em dólares. Mas a realidade é que os produtos são fabricados aqui no Brasil e tem seus custos em reais.

A Petrobras hoje com o pré-sal produz muito mais petróleo do que é necessário para o consumo dos brasileiros.

Suas refinarias tem capacidade para produzir de 95 a 100% do consumo de derivados (diesel, gasolina, gás etc) do país.

Com a política adotada (PPI) o mercado brasileiro foi invadido por combustíveis produzidos no exterior, tomando cerca de 30% do que era fornecido pela Petrobras.

O resultado é que o povo brasileiro tem de pagar pelos combustíveis um preço muito mais alto do que necessário.

Um exemplo claro é que o IBGE informou que mais de 3 milhões de famílias brasileiras passaram a cozinhar utilizando lenha, com todas as consequências ambientais e de segurança, devido ao criminoso preço da botija de gás.

A Petrobras ficou com suas refinarias na ociosidade, transferindo emprego e renda para o exterior.

A economia brasileira ficou menos competitiva devido ao alto custo da energia, segurando seu crescimento.

Como vimos na explicação do site da Petrobras (destacada acima) a razão para a adoção do PPI foi:

“A paridade é necessária porque o mercado de combustíveis brasileiro é aberto à livre concorrência, dando às distribuidoras a alternativa de importar os produtos”.

Mas aí perguntamos: necessária por quê?

Desde 1997 com o fim da lei do monopólio o mercado brasileiro é aberto à livre concorrência.

A Petrobras sempre baseou seus preços no seu custo de produção (em reais) e na capacidade de pagamento dos brasileiros, motivo pelo qual a empresa foi criada.

Nunca houve qualquer protesto ou reclamação por parte das distribuidoras.

Então, qual é a verdade que está sendo escondida?

Se as distribuidoras nunca reclamaram, por que a Petrobras, de livre e espontânea vontade, cria uma política de preços para beneficiar seus concorrentes, prejudicando o Brasil e os brasileiros?

No Brasil, 70% do mercado de distribuição está nas mãos de 3 empresas, BR Distribuidora, Ipiranga e Raizen.

Para a BR Distribuidora e a Ipiranga, com o PPI tanto faz comprar o combustível da Petrobras ou importar.

A Raizen é uma empresa formada pela sociedade da Cosan, maior esmagadora de cana de açúcar do mundo, com a Shell, que tem no Golfo do Mexico 3 refinarias em sociedade com a Saudi Aramco (da Arábia Saudita e maior petroleira do mundo).

Das refinarias da Shell no Golfo do México o Brasil importa hoje cerca de 200.000 barris (cada barril tem 159 litros) de combustíveis (diesel e gasolina).

Hoje a Petrobrás está finalizando a venda da Refinaria Landulfo Alves – Rlan na Bahia — para o fundo de investimento Mubadala, pertencente ao governo da Arábia Saudita.

Como fundos de investimentos não costumam administrar refinarias, quem vocês acham que vai fazer o serviço?

Mas os benefícios para a Shell no Brasil não param por aí.

Em 2016 a Shell comprou a British Gás – BG, que entre outras coisas, depois da Petrobras era a maior produtora de petróleo no Brasil.

Com isto a Shell passou a ser a maior produtora de petróleo no Brasil depois da Petrobras.

Em 2017 o governo Temer enviou ao congresso a MP 795, isentando de impostos as petroleiras estrangeiras na exploração e produção de petróleo no Brasil.

A MP previa uma renúncia de receitas de R$ 50 bilhões por ano até 2022.

Quando foi verificado que o ministro do comércio do Reino Unido, Greg Hands, veio ao Brasil fazer lobby no Congresso Nacional, a MP passou a ser conhecida com MP da Shell.

O relator da matéria deputado Júlio Lopes (PP-RJ) ampliou o prazo do beneficio de 2022 para 2040, e assim a Lei 13.586/2017 foi aprovada, com renúncia de receitas de R$ 1 trilhão e perda de 1 milhão de empregos de brasileiros.

Atualmente a Shell produz mais de 400.000 barris de petróleo por dia no Brasil com total isenção de impostos.

*É economista aposentado da Petrobras

Trump reage ao bloqueio do Twitter, diz que não será silenciado e a rede social apaga sua mensagem

"O Twitter vai mais longe ao banir a liberdade de expressão, e hoje os funcionários do Twitter têm se coordenado com democratas e esquerdistas radicais, removendo minha conta da plataforma para silenciar a mim e vocês, 75 milhões de patriotas maravilhosos que votaram em mim", disse Trump

Brasil 247, 9/01/2021, 05:49 h Atualizado em 9/01/2021, 06:34
    Donald Trump, Twitter (Foto: Reuters | reprodução)

Sputnik – O presidente dos EUA, Donald Trump, reagiu à decisão do Twitter de bloquear a sua conta pessoal através da página oficial de presidente.

"Vocês não podem nos silenciar!", disse Trump em um comunicado, que foi veiculado pela Casa Branca.

A postagem também apareceu na conta oficial do presidente dos Estados Unidos, mas a rede social deletou imediatamente.


"Eu previ que isso aconteceria. Estamos conversando com vários outros sites e em breve teremos um grande anúncio. Também estamos explorando a possibilidade de construir nossa própria plataforma em um futuro próximo", disse Trump.

"O Twitter vai mais longe ao banir a liberdade de expressão, e hoje os funcionários do Twitter têm se coordenado com democratas e esquerdistas radicais, removendo minha conta da plataforma para silenciar a mim e vocês, 75 milhões de patriotas maravilhosos que votaram em mim", acrescentou Trump.

​Anteriormente, nesta sexta-feira (8), o Twitter bloqueou a conta do presidente dos EUA, Donald Trump, de forma permanente "devido ao risco de mais incitação à violência". Um bloqueio temporário já havia sido feito na última quarta-feira (6) após a invasão de apoiadores de Trump ao Capitólio.

"A credibilidade do sistema judicial brasileiro depende de anular a condenação de Lula", diz Boaventura

"É bom até para as classes dominantes que o sistema judicial tenha sua credibilidade restaurada. Mas é fundamental também punir Moro e Dallagnol. Eles não podem ficar impunes", defendeu o sociólogo portugues Boaventura de Sousa Santos. Assista sua participação na TV 247

Brasil 247, 9/01/2021, 13:24 h Atualizado em 9/01/2021, 13:37
   Boaventura de Sousa Santos e Deltan Dallagnol (Foto: Guilherme Santos/Sul21 | Fernando Frazão/Agência Brasil)

O sociólogo portugues Boaventura de Sousa Santos participou do programa Bom Dia 247 deste sábado (9) e defendeu que “a credibilidade do sistema judicial brasileiro depende de anular a condenação de Lula”, sentenciado arbitrariamente no âmbito da operação Lava Jato. 

"É bom até para as classes dominantes que o sistema judicial tenha sua credibilidade restaurada. Mas é fundamental também punir [Sérgio] Moro e [Deltan] Dallagnol. Eles não podem ficar impunes", acrescentou o sociólogo. 

Boaventura ainda ressaltou que Moro foi muito bem “recompensado” após servir aos EUA no processo de Lawfare, quando coordenou a operação Lava Jato. 


"Eu previ que Moro teria um grande cargo no Banco Mundial, mas ele está prestando serviços à uma agência de advocacia em Washington. Foi sua grande recompensa”, concluiu. 

Papa diz que deve tomar vacina na próxima semana e condena 'negacionismo suicida'

"Acredito que do ponto de vista ético todos devem ser vacinados, porque você não só põe em risco a sua saúde, a sua vida, mas também a dos outros", defendeu o Papa Francisco, ao rechaçar movimentos negacionistas contrários a vacina

Brasil 247, 9/01/2021, 16:55 h Atualizado em 9/01/2021, 17:06
   (Foto: Vaticano)

O Papa Francisco, 84, afirmou que deve tomar a vacina contra a Covid-19 na próxima semana e fez críticas aos movimentos negacionistas que pregam fake news na propagação da rejeição à vacina. As declarações foram dadas em entrevista à rede Canale 5, neste sábado (9). A informação é do jornal Folha de S.Paulo. 

"Na próxima semana começaremos [a vacinação], já tenho minha data", disse. "Temos que fazê-lo", insistiu o pontífice, para quem "há um negacionismo suicida que não consigo explicar".

"Acredito que do ponto de vista ético todos devem ser vacinados, porque você não só põe em risco a sua saúde, a sua vida, mas também a dos outros", seguiu.

Haddad recebe apoios após despedida da Folha, que sai menor do episódio

Após romper com o jornal Folha de S.Paulo, Fernando Haddad recebeu apoio de internautas e seu nome é um dos mais comentados na rede social Twitter. Petista foi agredido depois de defender a candidatura presidencial do Lula, reagindo a um artigo de Eliane Cantanhêde

Brasil 247, 9/01/2021, 15:34 h Atualizado em 9/01/2021, 15:38
   (Foto: Diego Padilha)

Após romper com a Folha de S.Paulo neste sábado e criticar a linha editorial do jornal, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad recebeu apoio de internautas e seu nome é um dos mais comentados na rede social Twitter. 

O ex-prefeito e um dos presidenciáveis petistas publicou neste sábado sua carta de despedida, depois de ser vítima de um ataque rasteiro num editorial do jornal, que não quis se retratar. 

Haddad foi agredido depois de defender a candidatura presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reagindo a um artigo de Eliane Cantanhêde, chamado "O pino da granada" e que foi publicado no Estado de S. Paulo, em que ela pressionava os ministros do Supremo Tribunal Federal a não devolver os direitos políticos de Lula, a despeito de todas as evidências de suspeição do ex-juiz Sergio Moro.

Polícia prende nos EUA trumpista que invadiu o Capitólio com chapéu de chifres, pele de urso e rosto pintado

Angeli, o ativista de extrema-direita do movimento Qanon, composto por negacionistas que são fanaticamente trumpistas, está preso nos Estados Unidos. Foi um dos líderes da invasão do Capitólio e se tornou um personagem ao mesmo tempo macabro e folclórico da tentativa de golpe da última quarta-feira

Brasil 247, 9/01/2021, 17:04 h Atualizado em 9/01/2021, 17:06
   Jake Angeli, com chapéu de chifres, na invasão do Capitólio (Foto: Reuters)

As autoridades federais dos EUA anunciaram neste sábado (9) a prisão do trumpista que se tornou símbolo da invasão ao Capitólio para impedir o anúncio de Joe Biden como presidente do país. O nome dele é Jacob Anthony Chansley, conhecido como Jake Angeli, informa o G1.

Ele entrou no Capitólio sem camisa, vestido com calça bege, chifres, um cocar de pele de urso, pintura facial vermelha, branca e azul e carregando uma lança de 1,80 metro com a bandeira dos Estados Unidos. Foi um dos líderes da invasão do Capitólio e se tornou um personagem ao mesmo tempo macabro e folclórico da tentativa de golpe da última quarta-feira (6)

Momentos antes da sessão no Congresso, Trump disse a uma multidão de apoiadores em Washington que não aceitaria a derrota para Biden. Ele incitou as pessoas a caminharem em direção ao Capitólio, dizendo que iria acompanhá-las – no entanto, não foi visto na marcha. Cinco pessoas morreram durante os episódios de violência na quarta. A última vítima confirmada foi um policial ferido nos confrontos contra aliados de Trump.



Minutos depois de sua foto ser distribuída pelas agências de notícias, houve, no Twitter, uma associação com a banda britânica Jamiroquai, conhecida por trazer nas capas de seus discos um homem com chifres. Os tuiteiros questionam o que diria Jay Kay, vocalista do grupo, se visse a sua “imitação”.

Jake Angeli é um ativista de extrema direita conhecido integrante do movimento Qanon, uma teoria da conspiração completamente infundada. Em sua essência, o QAnon é uma teoria ampla que diz que o presidente Trump está travando uma guerra secreta contra os pedófilos adoradores de Satanás do alto escalão do governo, do mundo empresarial e da imprensa. Estes integrantes da cúpula do governo dos EUA comporiam um “Deep State” (Estado Profundo), organização que controlaria o poder nos EUA.

Haddad rompe com a Folha de S. Paulo, critica golpismo do jornal e encerra sua coluna no veículo

O presidenciável Fernando Haddad se despediu neste sábado do jornal, depois de ser atacado covardemente num editorial do jornal, que não se retratou

Brasil 247, 9/01/2021, 05:23 h Atualizado em 9/01/2021, 05:23
    Fernando Haddad (Foto: Ricardo Stuckert)

Fernando Haddad não é mais colunista da Folha de S. Paulo. O ex-prefeito e um dos presidenciáveis petistas publicou neste sábado sua carta de despedida, depois de ser vítima de um ataque rasteiro num editorial do jornal, que não quis se retratar. Haddad foi agredido depois de defender a candidatura presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reagindo a um artigo de Eliane Cantanhêde, chamado "O pino da granada" e que foi publicado no Estado de S. Paulo, em que ela pressionava os ministros do Supremo Tribunal Federal a não devolver os direitos políticos de Lula, a despeito de todas as evidências de suspeição do ex-juiz Sergio Moro.

Insatisfeita com a defesa do estado de direito feita por Haddad, a Folha partiu para a agressão, no editorial Filme antigo, publicado em 3 de janeiro. "Fernando Haddad assumiu o papel de poste e a chapa surfou nos votos que Lula ainda era capaz de amealhar, sendo derrotada por Jair Bolsonaro no segundo turno sem conseguir apoios expressivos. Talvez esperançoso por uma nova chance, Haddad lançou no fim do ano passado a candidatura do ex-chefe em 2022, algo que depende de um complexo arranjo legal", escreveu a Folha, que ainda defendeu a tese de Ciro Gomes, que foi para a Paris, de que a "desunião da esquerda" é culpa do PT.

Inconformado e sem direito a uma retratação do jornal, Haddad, que representa um amplo setor da sociedade brasileira, chegou à conclusão de que a Folha segue alimentando o antipetismo, que está na raiz da ascensão fascista no Brasil, e também teses como a da falsa simetria entre ele, moderado professor social-democrata, e um fascista como Jair Bolsonaro. Por isso tomou a decisão de publicar sua carta de despedida, decisão que terá certo custo político, mas que preserva sua coerência.




"Quando fui convidado para ser colunista da Folha, relutei em aceitar. Na época, me incomodava o posicionamento do jornal no segundo turno das eleições de 2018. Pareceu-me uma falsificação inaceitável um órgão de imprensa que apoiou o golpe militar de 1964 equiparar, em editorial, um professor de teoria democrática a uma aberração saída dos porões da ditadura. Àquela altura, a Folha já sabia que a família Bolsonaro era autoritária e corrupta, mas entendia que a agenda econômica neoliberal de Paulo Guedes compensaria o risco. Teria sido mais correto assumir isso publicamente", escreveu Haddad no artigo deste sábado.

"Aceitei o convite, no entanto, porque intuía que o governo Bolsonaro traria graves consequências ao país, o que exigia da parte de todos uma disposição ainda maior ao diálogo. Na semana passada, ocorreu um episódio insólito. Uma jornalista sugeriu, em artigo publicado no Estadão, que o STF mantivesse a condenação de Lula e desconsiderasse as provas de parcialidade de Moro. E por quê? Para evitar que Lula seja candidato em 2022, o que, supostamente, favoreceria a candidatura de Bolsonaro. Reagi, nas redes sociais, afirmando que, diante de tanta infâmia e covardia, restava ao PT reafirmar os argumentos da defesa de Lula e relançá-lo à Presidência", prosseguiu o ex-prefeito.

Ataque ao estilo bolsonarista

"Em editorial, segunda-feira (4/1), este jornal resolveu me atacar de maneira rebaixada. Incapaz de perceber na minha atitude a defesa do Estado de Direito, interpretou-a como tentativa oportunista de eu próprio obter nova chance de disputar a eleição presidencial, ou seja, que seria um gesto motivado por interesse pessoal mesquinho. Simplesmente desconsiderou que, nos últimos dois anos, em todas as oportunidades, inclusive em entrevista recente ao jornal, defendi sempre a mesma posição, qual seja, a precedência da candidatura de Lula", afirmou. "Ao me desqualificar mais uma vez, inclusive com expediente discursivo desrespeitoso, ao estilo bolsonarista, esta Folha demonstra pouca compreensão com gestos de aproximação e sacrifica as bases de urbanidade que o pluralismo exige. Infelizmente, constato que, nos momentos decisivos, a Folha, em lugar de discutir ideias, prefere agredir pessoas de forma estúpida", pontuou.

"O jornal tem méritos que não desconsidero, mas não vejo como manter uma colaboração permanente com este veículo. Por fim, a julgar pelo histórico dos políticos que a Folha veladamente tem apoiado, penso que ela deveria redobrar os cuidados antes de pretender deslegitimar alguém", advertiu. Confira ainda o tweet de Haddad, que motivou o ataque do jornal:

Depois de tanta infâmia, tanta violência, tanta mentira, os caminhos para o Brasil podem se reabrir: #LulaPresidente2022— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) December 29, 2020

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Da água de côco na veia à imunidade praiana, o besteirol de Bolsonaro

"Bolsonaro é um excelente astro de programas humorísticos de besteirol. E a tragédia do Brasil é que o espetáculo mostra direitinho que esse grande comediante está no lugar errado, a presidência da República", escreve Helena Chagas, do Jornalistas pela Democracia

Brasil 247, 8/01/2021, 11:32 h Atualizado em 8/01/2021, 11:33
   Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos - PR)

Por Helena Chagas, do Jornalistas pela Democracia

As lives do presidente da República têm dado aos brasileiros momentos impagáveis todas as quintas-feiras às 19 horas – e o que se vê ali seria cômico se não fosse tão trágico. A de ontem, ao lado do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, teve claramente o objetivo de fazer uma investida contra o discurso dominante na mídia e na sociedade de que o governo vem sendo incompetente no tratamento da pandemia e que está atrasado na vacinação da população contra a Covid-19.

Não, não está atrasado, disseram Bolsonaro e Pazuello, pois o número de doses já apllcadas em outros países é “pífio”. Adivinhem de quem é a culpa por essa percepção de incompetência? Claro, da imprensa. A decisão que desautorizou o ministro quando quis comprar as primeiras doses da “chinesa” Coronavac, em outubro, nunca existiu, a julgar pela narrativa delirante do presidente. Mas, ao lado do constrangido ministro, Bolsonaro continuou desfazendo da vacina, que segundo ele ainda é “experimental”. Então, porque estão gastando bilhões nela?




O espetáculo chega ao nível do nonsense total quando o presidente volta a fazer comentários sobre a doença. Todo mudou ouviu quando ele a chamou de “gripezinha”, mas, pela explicação de ontem, Bolsonaro só usou a palavra para se referir a si mesmo: e é verdade, para ele foi uma “gripezinha”, dado seu passado de atleta. E ele acredita piamente que os atletas se saem muito melhor quando contaminados: “Vocês já viram algum jogados da primeira divisão do Flamengo morrendo de Covid? “, exemplifica ele

Bolsonaro negou ter promovido aglomerações arriscadas na praia do Guarujá neste fim de ano, defendendo a tese de que a ida à praia é positiva. Segundo o presidente, a população que mora em cidades praianas tem tido uma reação muito melhor ao vírus, assim como as pessoas que tomam vitamina D. “A ciência ainda não provou, mas vai provar”, diz. 

O general de divisão que é ministro da Saúde concorda, e aconselha as pessoas maiores de 50 anos a “praticar exercício físicos e ter uma boa alimentação” para enfrentar a pandemia. Será que ele tem ideia de quantos brasileiros podem fazer isso em meio à crise da economia e ao desemprego? Boa parte da preocupação brasileira já começa a se preocupar apenas em ter a refeição seguinte, balanceada ou não”. 

Ria se puder. Em sua incursão por temas médicos em situações de emergência, Bolsonaro lembra de soldados que estariam à morte em locais distantes na Grande Guerra e que, na falta de sangue, receberam transfusões de água de côco. Tudo isso para dizer que se trata de uma bebida inofensiva, que pode ser usada por todos. 

Enquanto presidente, Bolsonaro é um excelente astro de programas humorísticos de besteirol. E a tragédia do Brasil é que o espetáculo mostra direitinho que esse grande comediante está no lugar errado, a presidência da República.

Não perca. Todas às quintas, às 19 horas, no FaceBook. E a performance tende a melhorar na medida em que, como ocorreu esta semana, as pesquisas forem apontando queda na aprovação presidencial. É quando Bolsonaro entra no modo desespero e dá o melhor de si no plano artístico.