segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Paulo Pimenta: os limites para abocanhar o dinheiro público não existem para Lava Jato

Após a PGR bloquear repasse de R$ 270 milhões da J&F para clone de fundação da "Lava Jato", o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) condenou as arbitrariedades da força tarefa. “Os limites para abocanhar o dinheiro público não existem para Lava Jato”, disse ele

Brasil 247, 7/12/2020, 13:14 h Atualizado em 7/12/2020, 13:52
          Paulo Pimenta e Deltan Dallagnol (Foto: Câmara dos Deputados | ABr)

Após a Procuradora Geral da República bloquear repasse de R$ 270 milhões da empresa J&F para clone de fundação da "lava jato", o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) condenou mais uma arbitrariedade cometida pela força tarefa de Curitiba. 

“Isso prova que os limites para abocanhar o dinheiro público não existem para Lava Jato. O STF não pode tolerar impunemente tanta desfaçatez. Por isso o desespero e o medo que os acordos com os EUA se tornem públicos”, disse Pimenta em suas redes sociais. 

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Ao tomar conhecimento de um depósito no valor de R$ 270 milhões da J&F exigidos pelo Ministério Público do Distrito Federal, o procurador-Geral da República, Augusto Aras, resolveu bloquear o que se identificou como desvio de finalidade. A exemplo do que haviam tentado fazer seus colegas de Curitiba, o ramo brasiliense do MPF planejou montar uma fundação para administrar a dinheirama. Dessa vez, com a ajuda da Transparência Internacional. O arquiteto da operação seria o conselheiro da TI e assessor informal da "lava jato", Joaquim Falcão.

O depósito relacionado ao acordo de leniência da holding da JBS foi feito na última quinta-feira (3/12). Prontamente, Augusto Aras alertou a subprocuradora-geral da República Maria Iraneide Olinda Santoro Facchini, coordenadora da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão, informando-a de que a destinação correta do dinheiro seria o Fundo de Direitos Difusos ou revertidos em favor da União. O ofício, obtido pela ConJur, acompanhado de documentos, foi entregue na sexta-feira (4/12), ao órgão incumbido dos acordos de leniência.

Roberto Jefferson diz que Bill Gates quer vacinar população para alterar DNA e vira piada nas redes

Em mais um disparo de fake news, o bolsonarista Roberto Jefferson agora escolheu o bilionário Bill Gates como alvo

Brasil 247, 7/12/2020, 14:37 h Atualizado em 7/12/2020, 14:54

O ex-deputado Roberto Jefferson, delator do chamado 'mensalão', é o primeiro condenado na Ação Penal 470 a obter autorização judicial para conceder entrevistas; do condomínio de luxo na Barra da Tijuca onde vive, ele falou ao jornalista Bernardo Mello Franco e disse que havia pagamentos mensais a parlamentares; "As malas chegavam com R$ 30 mil, R$ 60 mil, R$ 50 mil. Não se comprovou porque não fotografaram", disse ele; no depoimento, ele bateu duro no PT; "Caiu aquele véu que havia sobre o PT, de partido ético, moralista. O PT posava de corregedor moral da pátria. Ali caiu a máscara"; ele sustenta a tese de que impediu que José Dirceu chegasse à presidência da República; ao compará-lo a Hugo Chávez, disse que "faltaria papel higiênico" no Brasil se isso acontecesse (Foto: Leonardo Attuch)

Em mais um disparo de fake news, o bolsonarista Roberto Jefferson agora escolheu o bilionário Bill Gates como alvo, com intuito de fortalecer o movimento anti-vacina, no momento que o mundo registra 1 milhão e meio de mortes em decorrência ao novo coronavírus. 

“Os globalistas prepararam uma vacina para mudar nosso DNA, que nos foi dado por Deus. Esse Bil Gates é um assassino, genocida, satanista.Ele quer matar milhões de pessoas e trocar o nosso DNA pela marca da Besta. Ele é um demônio!”, disse Jefferson. 
Os internautas ridicularizaram o post.

'Bolsonaro abandonou o Brasil e os brasileiros', afirma Doria

O governador de São Paulo anunciou nesta segunda-feira o plano estadual de imunização contra a Covid-19 de São Paulo e criticou Jair Bolsonaro que, segundo ele, "quer uma única vacina e acha que ela deve ser priorizada em detrimento de outras"

Brasil 247, 7/12/2020, 15:26 h Atualizado em 7/12/2020, 15:51
             João Doria e Jair Bolsonaro (Foto: GOVSP | Alan Santos/PR)

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (7) durante entrevista coletiva na qual apresentou o plano estadual de imunização contra a Covid-19.

Doria se queixou da postura de Bolsonaro de ignorar as vacinas produzidas para o combate contra o coronavírus e afirmou que ele abandonou o Brasil.

"Por que vacinar em março se podemos começar a vacinar em janeiro? Para atender a um capricho de alguém que, sentado no Palácio do Planalto, acha que tem que ser uma vacina só? Isso não é justo, não é humano. Não representa a compaixão mínima que uma pessoa deve ter pela vida e pela existência. Tenho certeza que jornalistas aqui presentes perderam parentes para a Covid-19. Eu perdi. Sei o que é perder um amigo que se foi em menos de 3 dias com Covid. Vamos esperar que milhares de outros percam a vida? Só porque alguém quer uma única vacina e acha que ela deve ser priorizada em detrimento de outras? Vida é uma só. Existência é única. Triste o Brasil que tem um presidente que não tem compaixão pelos brasileiros, que abandonou o Brasil e os brasileiros", falou o governador.

Leonel Brizola Neto repudia entrega de medalha com nome do avô a Bolsonaro e diz que ele é um 'filhote da ditadura'

“Com sentimento de incredulidade misturado com o de revolta que repudio a entrega da medalha Leonel Brizola, a maior honraria da Câmara de Queimados, ao filhote da ditadura Bolsonaro”, disse Leonel Brizola Neto

Brasil 247, 7/12/2020, 11:49 h Atualizado em 7/12/2020, 11:53
   Leonel Brizola Neto e Jair Bolsonaro (Foto: Renan Olaz/CMRJ | Marcos Corrêa/PR)

O vereador Leonel Brizola Neto (PSOL) publicou nas redes sociais nesta segunda-feira (7) uma mensagem rechaçando a entrega da medalha de honra ao mérito Leonel de Moura Brizola, a maior honraria da Câmara de Queimados, cidade localizada no Rio de Janeiro, a Jair Bolsonaro. 

“É com sentimento de incredulidade misturado com o de revolta que repudio a entrega da medalha Leonel Brizola, a maior honraria da Câmara de Queimados, ao filhote da ditadura, Bolsonaro. Inadmissível e completamente incompatível com a história de luta do meu avô.

Não passarão!”, disse ele, que acrescentou: "É incrível o nível baixíssimo de conhecimento histórico que presenciamos. Essa homenagem é mais uma prova da miséria política e cultural na qual vivemos. Lamentável!".

As eleições de 2020 e o PT, por José Guimarães

“É hora de unidade. É hora de posturas firmes e claras. Diante da gravidade da crise, que deverá se aprofundar daqui para a frente, não se pode fazer um discurso de esquerda de dia e, à noite, combinar um jogo com a direita”, afirma o deputado José Guimarães (PT-CE) ao avaliar o resultado das eleições municipais

Site do PT, 06/12/2020 12h24
Gustavo Bezerra
          O deputado José Guimarães (PT-CE), coordenador do GTE eleitoral do PT

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Os resultados das eleições municipais apontam desafios para o PT e a esquerda em geral, mas os números contrariam nitidamente a má vontade de boa parte da mídia corporativa. Muitos “analistas” de plantão, na ânsia de atacar a esquerda, em especial o Partido dos Trabalhadores, distorcem os números, ignoram contextos e procuram consolidar uma narrativa favorável às forças conservadoras que ajudaram a eleger o neofascista Jair Bolsonaro e hoje envergonham-se do papel que tiveram em 2018 e no golpe de 2016 que abriu caminho para os profundos retrocessos no País.

O primeiro erro é tentar vincular quem ganhou ou perdeu nas disputas às prefeituras com o pleito eleitoral de 2022. Eleições municipais têm dinâmica própria, nem sempre refletem o desejo de quem governa ou faz oposição nas disputas presidenciais. O erros de interpretações se repetem, hoje e ontem, evidenciando objetivos políticos e ideológicos.

A superficialidade das análises é deplorável e, às vezes, certamente de forma involuntária, comentaristas políticos chocam-se com partidos identificados com a mídia corporativa e protegidos por ela. Quem não se lembrar que os “analistas” e fazedores de manchetes de jornais, em 2018, diante do fracasso da candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República, previram que o PSDB – o partido apadrinhado pela mídia – seria riscado do mapa? O fato não ocorreu e, embora mais fraco, o partido elegeu o prefeito de São Paulo, a maior cidade da América Latina.
Pandemia

Os partidos de centro e centro -direita que cresceram nas eleições municipais utilizaram vários expedientes, no período de pandemia, para ser fortalecerem. Apropriaram-se de medidas que a oposição sugeriu no Congresso Nacional, no âmbito do Orçamento de Guerra para enfrentar a pandemia, e contaram com a ajuda do governo de extrema direita em troca do apoio dado no Congresso.

Basta lembrar que o repasse de recursos extraordinários da União para os municípios, por causa da Covid-19, totalizou cerca de R$ 56 bilhões em transferências diretas, sendo R$ 46,5 bilhões entre junho e setembro de 2020, consolidando tendência de manutenção dos atuais mandatos ou de candidatos do chamado Centrão.

Toda a lógica das campanhas eleitorais sofreu profundas alterações em decorrência da pandemia. Menos debates, reuniões, comícios, horário eleitoral reduzido. Tudo isso afetou profundamente a ação da oposição, com exceção de lugares de alta reprovação dos prefeitos, como no caso do Rio de Janeiro. Diante desse quadro, abusou-se do clientelismo e da distribuição de benesses, com prejuízos à oposição.
Soberania nacional

Para o PT, os números revelam um quadro totalmente diferente do propagado pela mídia, embora seja evidente que o partido terá pela frente a tarefa de retomar seu protagonismo para a construção de um projeto nacional, com inclusão social e econômica, respeito ao meio ambiente e à soberania do País, numa articulação integrada com a esquerda, setores democráticos e progressistas contrários ao bolsonarismo.

A realidade dos números é inquestionável. Nas 38 maiores cidades do País com mais de 500 mil habitantes, o partido mais votado para as Câmaras de Vereadores foi o PT. O partido recebeu 6,6 milhões de votos, ante 6,3 milhões do DEM, 5,3 milhões do PSDB, 4 milhões do PDT e 4 milhões do PSB. O PT elegeu 2.585 vereadores. Aumentamos o número de vereadores nas capitais. O fato é que o partido ficou mais forte nas cidades politicamente mais influentes do País. Mas a mídia insiste em dizer que o partido saiu mais fraco e não elegeu nenhum prefeito de capital.
Cidades maiores

Ora, no segundo turno, ganhamos em quatro das 15 prefeituras em que disputamos (as quais somam 15 milhões de habitantes): Contagem e Juiz de Fora, em Minas Gerais, com as companheiras Marília Campos e Margarida Salomão, e Diadema e Mauá, em São Paulo, com José de Filippi Junior e Marcelo Oliveira. Essas cidades são mais importantes do que oito capitais em termos políticos, econômicos e populacionais. Nas demais onde disputou, o PT teve de 44% a 45% dos votos. Em 2016, o PT concorreu no segundo turno em 7 cidades e foi derrotado em todas, tendo alcançado a média de 37% dos votos.

Tentou-se desprezar também o peso do PT como vice nas chapas de Belém (com PSOL) e Porto Alegre (com PCdoB). Na vitória na capital paraense, o PT teve papel estratégico. Tenta-se ignorar também o desempenho de nosso partido no campo da esquerda. Só para citar dois exemplos: em 2016, o PDT, nas eleições para prefeito, teve 6,4 milhões de votos, ante 5,3 milhões neste ano ( -17%); o PSB teve 8,3 milhões de votos e caiu para 5,2 milhões (-37%). O PT, em 2016, teve 6,8 milhões de votos e este ano saltou para 6,9 milhões, um crescimento de 1,88%. O PT elegeu 183 prefeitos.

Tenta-se, por má fé, dizer que teria havido derrotas por não haver frente de esquerda em razão de suposta resistência do PT. Causa repugnância essa afirmação. Tivemos frentes amplas em Florianópolis, em Porto Alegre e Fortaleza. O partido abriu mão de candidaturas em vários lugares, como Boa Vista, São Luís e João Pessoa. Derrotas fazem parte do processo eleitoral. E diferentemente do que alguns fizeram em 2018, fugindo da raia, logo após o primeiro turno das eleições municipais, onde tinha candidatos e perdeu, o PT foi às ruas, sem titubear, para apoiar candidatos do campo progressista.

Frise-se que a disputa ferrenha ocorreu num ambiente com tentativa de isolamento e invisibilidade do PT por parte da mídia comercial, além dos continuados ataques por meio de redes digitais controladas por milicianos e fascistas, sob a vista grossa da Justiça Eleitoral.

Renovação do PT

Desde o golpe contra Dilma, procura-se aniquilar o PT, o partido com maior base social no País e responsável pelas grandes transformações econômicas e sociais, durante os governos Lula e Dilma, que tiraram 36 milhões de pessoas da pobreza, um fato histórico. Nas eleições, o partido sofreu derrotas, fato normal em processos eleitorais, mas ficou muito longe do enfraquecimento. O partido tem responsabilidade histórica no País com a democracia e a defesa dos direitos da população. Não existe democracia sem o PT. Entretanto, a mídia corporativa insiste em eleger o partido como alvo preferencial de seus ataques. Não se ataca quem está fraco.

Ao PT, a partir de agora caberá implementar um amplo processo de renovação, com novos agentes políticos, novos temas, oxigenação nos diretórios municipais, recuperação da imagem atacada diuturnamente por setores da mídia e também pela direita, nas mídias digitais. Reforçar o projeto em defesa dos interesses nacionais, dos trabalhadores e trabalhadoras, do meio ambiente, dos povos indígenas, dos estudantes, dos marginalizados e da classe média, em torno de um projeto democrático e plural, bandeiras históricas do Partido dos Trabalhadores.

Caberá ao partido uma profunda análise da conjuntura e retomar a organização a partir de suas bases históricas em todos os municípios brasileiros, bairros, associações de moradores, entidades da sociedade civil.

No cenário de 2022, o papel da esquerda será decisivo na construção de uma alternativa ao neofascismo bolsonarista. Não nos cabe criticar ou excluir aliados ou prováveis aliados que ao longo do último ano têm construído uma oposição consistente, sobretudo no Congresso Nacional, a Jair Bolsonaro e às políticas ultraliberais implementadas pelo atual governo com o apoio do que se resolveu agora chamar de centro-direita.

É fundamental que a esquerda se sente à mesa e passe a discutir o cenário de 2022, inclusive com a atração de forças do centro, para enfrentar a crise econômica e social no País, visando a construir uma alternativa ao projeto neoliberal, antinacional e antipopular do atual governo.

É hora de unidade. É hora de posturas firmes e claras. Diante da gravidade da crise, que deverá se aprofundar daqui para a frente, não se pode fazer um discurso de esquerda de dia e, à noite, combinar um jogo com a direita e as forças responsáveis pela tragédia que estamos vivendo. É hora de um novo projeto de recuperação, reconstrução e transformação do Brasil, que se transformou, com Bolsonaro, em chacota mundial.

Viva o PT!

José Guimarães, deputado federal (PT-CE), líder da Minoria na Câmara, vice-presidente nacional do PT e coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral.

Grileiros invadem terras indígenas e promovem loteamentos ilegais na Amazônia

Levantamento realizado pelo Cimi e pelo Greenpeace aponta que ao menos 20 áreas indígenas registram casos de loteamentos ilegais. A grilagem, que acontece até em territórios homologados, se concentra nos estados do Amazonas, Pará, Rondônia, Maranhão e Acre

Brasil 247, 7/12/2020, 09:08 h Atualizado em 7/12/2020, 09:45
    Garimpo ilegal na Terra Indígena Munduruku, município de Jacareacanga. (Foto: Marizilda Cruppe/Amazônia Real)

Um Levantamento realizado pelo Conselho Missionário Indigenista (Cimi) e pelo Greenpeace aponta que ao menos 20 áreas indígenas registram casos de loteamentos ilegais promovidos por grileiros. Segundo reportagem do jornal O Globo, a grilagem se concentra nos estados do Amazonas, Pará, Rondônia, Maranhão e Acre. 

Na Amazônia, quatro das dez terras indígenas mais desmatadas registram casos de loteamentos ilegais. Localizadas no Pará, as áreas de Cachoeira Seca, Apyterewa, Ituna-Itatá e Trincheira Bacajá, são os maiores alvos dos grileiros. 

O território indígena Ituna-Itatá, com 142 mil hectares, é considerado interditado em razão da presença de índios isolados na região, o que eleva o nível de proteção.



Apesar disso, o levantamento feito pelo Greenpeace teria identificado que 94% da terra indígena está registrada por proprietários privados junto ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), o que abre a possibilidade da existência de conflitos sobre a posse do local.

Recurso cada vez mais escasso, água será negociada como ouro e petróleo em Wall Street

A água está se juntando a outros ativos como ouro e petróleo, negociados em Wall Street. Fazendeiros, municípios e fundos de investimento poderão competir pelo recurso na semana que vem, quando o CME Group Inc. lançar contratos de R$ 5,15 bilhões no estado norte-americano da Califórnia

Brasil 247, 7/12/2020, 10:06 h Atualizado em 7/12/2020, 10:41
   (Foto: Reuters)

Agência Sputnik - A água está se juntando a outros ativos como ouro e petróleo, negociados em Wall Street, reforçando receios de que o recurso natural, essencial para a vida, se torne escasso no planeta.

Fazendeiros, municípios e fundos de investimento poderão competir pelo recurso na semana que vem, quando o CME Group Inc. lançar contratos de US$ 1 bilhão (R$ 5,15 bilhões) no estado norte-americano da Califórnia.

Segundo a companhia baseada em Chicago, a fórmula vai ajudar usuários a administrar melhor o risco, além de alinhar o fornecimento e a demanda.



Os contratos, primeiros do tipo nos EUA, foram anunciados em setembro, quando uma onda de calor e incêndios afetavam a costa oeste do país. O objetivo era servir tanto como proteção para os maiores consumidores de água no estado contra grandes aumentos de preço, quanto como indicador de escassez para investidores.

"A mudança climática, a seca, o crescimento populacional e a poluição podem transformar a escassez de água e precificação em assuntos em pauta nos próximos anos", disse Deane Dray, diretor e analista da RBC Capital, conforme cita a agência Bloomberg. "Definitivamente, vamos observar como estes futuros contratos de água se desenvolvem".

Os contratos vão ser liquidados financeiramente, em vez de requerer a entrega física real da água, e vai se basear no Nasdaq Veles California Waters (NQH20), indicador de referência estabelecido para os preços do recurso no estado.

O CME Group não identificou possíveis participantes do mercado, porém, salientou que se registrou o interesse de produtores do setor agrícola da Califórnia, agências públicas de água e serviços públicos, assim como investidores institucionais como gestores de ativos e fundos de cobertura.

domingo, 6 de dezembro de 2020

FHC, que se omitiu na eleição de 2018, lamenta negacionismo de Bolsonaro

"Não vou relembrar, por ocioso, mas a 'gripezinha' virou morte para milhares de pessoas; o descaso chegou a tanto que na área da Saúde os ministros se sucedem, e os erros não cessam", afirma o ex-presidente

Brasil 247, 6/12/2020, 08:47 h Atualizado em 6/12/2020, 08:47
  (Foto: Reuters | PR)

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que se negou a apoiar o professor Fernando Haddad, na disputa presidencial de 2018, lamenta, em seu artigo mensal publicado neste domingo, que Jair Bolsonaro seja um negacionista que esteja causando a morte de milhares de brasileiros. Confira abaixo:

Agonias e esperanças

Quase ao chegar ao final do ano em curso, as agonias aumentaram



Por Fernando Henrique Cardoso

Quase ao chegar ao final do ano em curso, as agonias aumentaram. Na economia, o país se arrasta em uma recessão há já algum tempo, que foi agravada pela pandemia causada pelo novo coronavírus. Tudo, naturalmente aumentado pela desconfiança no governo federal: faltam a ele as qualidades necessárias não só para agir com rapidez, mas mesmo para agir. Não vou relembrar, por ocioso, mas a “gripezinha” virou morte para milhares de pessoas; o descaso chegou a tanto que na área da Saúde os ministros se sucedem, e os erros não cessam: falta muita coisa, mas chama a atenção a imprevisibilidade, o desconhecimento é substituído por palpites em grande quantidade.

No auge da pandemia, quando liderança, informação verídica e respeito à ciência salvam vidas, o governo federal persiste no negacionismo, na politização e no desprezo ao conhecimento. Isto que já seria grave em tempos normais chega às raias do absurdo diante da ameaça que pesa sobre o nosso país.

Agora mesmo, como se não houvesse urgência, há gente na sociedade pondo em dúvida a eficácia das vacinas em geral. Isso em um país como o nosso, de amplíssima tradição na matéria. Os dias tristes das revoltas “contra as vacinas”, no caso a de varíola e febre amarela, que marcaram um tento de Oswaldo Cruz, podem até virar o feitiço contra o feiticeiro. A revolta agora é contra a demora das vacinas quando, na verdade, nunca se viu esforço tão rápido para encontrar alguma que contenha a ação negativa do referido vírus. Mas existe também a descrença nelas. É certo que, por enquanto, por parte de um grupo que se deixa levar pelo que deduz serem as promessas de vacinas com falta de cautela das autoridades.

Ainda bem que a mídia, em geral, procura mostrar o contrário e a ressaltar que, enquanto a vacina não chegar, cada um de nós é responsável por atuar: que fiquemos em casa é o refrão.

Refrão correto; mas o que fazer quando não se tem casa confortável ou quando as pessoas vivem amontoadas tanto em suas casas como com os vizinhos, como se vê em muitas favelas, casas de cômodos e cortiços que abrigam boa parte da população brasileira? É para estas pessoas, a maioria da população, que o governo precisa olhar em primeiro lugar. E são estas as vítimas preferenciais do novo coronavírus (sobretudo os mais velhos, para os quais o “bichinho” parece ser impiedoso). Sabemos que no início os mais atingidos eram os que viajavam, que não fazem parte da maioria pobre. Pouco a pouco, porém, a epidemia foi se alastrando e alcança, é verdade que sem exclusividade, os que menos têm posses e são abrigados pelo SUS (bendito SUS!).

Daí a enorme responsabilidade dos governos. No plano estadual, alguns têm se saído bem; não se poderia dizer o mesmo, com simplicidade, sobre o governo federal, pelo menos quando são ouvidas as palavras proferidas por seu maior representante, o presidente. Compreendo que ele não queira ver tudo pelo vitral do pessimismo; mas que veja com algum realismo as coisas sob seu comando, pois elas têm efeito sobre muita gente. É o que se espera de qualquer governo razoável.

Há esperanças a despeito de tudo. Estas se concentram em que a população é, no geral, receptiva às palavras sensatas (as eleições municipais recém havidas mostram isso). Por isto mesmo, quanto mais houver reforço na palavra dos que entendem, os médicos e cientistas, melhor. O que choca é ouvir notas dissonantes, vindas de quem deveria ser politicamente responsável. Entendo as aflições e urgências, afinal completarei em alguns meses 90 anos. Há pressa. Mas, que fazer: não há medicamento específico para o vírus e a vacina (qualquer delas) ainda não está disponível, embora esteja cada vez mais próxima. Por isso mesmo é preciso, pelo menos, que as autoridades não aumentem a algazarra dos que pouco sabem e que ao falar meçam o peso de suas palavras. Não é compreensível que países com menos recursos estejam mais perto de ter acesso a uma vacina do que nós.

Sei que para muitos (inclusive empresas, não só pessoas) é impossível parar. Mas, mesmo neste caso, que se sigam as prevenções que vêm dos que mais sabem da saúde pública. E que os governos, se não puderem ou quiserem ajudar, não atrapalhem. Ultrapassaremos estes dias agônicos, sou confiante. Sei que quanto mais depressa chegarem as vacinas, melhor. E, enquanto isso, que cada um cumpra seu dever, como disse famoso almirante em momento no qual a guerra era dificultosa para os brasileiros. O momento é duro; confiemos, agindo. E se nada de construtivo pudermos fazer ou dizer, que não atrapalhemos os que sabem e os que estão dando o melhor de si para manterem-se vivos, eles próprios e a quem tratam.

Estamos a 20 dias do Natal, momento de alegria, fraternidade e renovação. Por uma fatalidade os dias vindouros serão o de máximo perigo. O que se passa nos Estados Unidos já deveria nos bastar como alerta. Uma pandemia fora de controle com uma previsão assustadora de pico para janeiro de 2021.

Bolsonaro defende Ricardo Salles e ataca Mourão pelas costas

"O Mourão está dizendo que vai à reunião do clima, mas quem irá será o Salles", disse Bolsonaro, que defende seu ministro associado à destruição da Amazônia

Brasil 247, 6/12/2020, 07:11 h Atualizado em 6/12/2020, 07:38
    Queimadas atingem área da Amazônia em Porto Velho; Jair Bolsonaro e Ricardo Salles (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino | Marcos Corrêa/PR)

Jair Bolsonaro está fechado com seu ministro Ricardo Salles, visto pela opinião pública global como um dos principais responsáveis pela destruição da Amazônia e do meio ambiente no Brasil. "O Mourão está dizendo que vai à reunião do clima, mas quem irá será o Salles", disse ele, atacando seu vice pelas cotas, segundo revela o colunista Lauro Jardim, em sua coluna no Globo.

Portanto, Salles será o representante brasileiro na COP-26, a 26ª Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas, marcada para novembro de 2021, na Escócia.

Auditor alvo de Flávio Bolsonaro é exonerado do escritório da Receita do RJ


Brasil 247, 4/12/2020, 18:44

O auditor-fiscal Christiano Paes Leme Botelho foi exonerado do cargo de chefe do Escritório da Corregedoria da Receita Federal no Rio de Janeiro (Escor07).

A defesa do senador Flavio Bolsonaro diz que auditores fiscais teriam acessado os dados fiscais do parlamentar supostamente de formas irregular antes do início da investigação. O acesso teria sido para apurar o esquema de rachadinha em seu gabinete na Assembleia Legislativa, coordenador pelo seu ex-assessor Fabrício Queiroz.

Os advogados de Flávio não acusam o auditor pelo acesso, mas numa reunião com Jair Bolsonaro, e o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno, apontaram o suposto acesso como saída para livrar Flávio do processo.