quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Ofensiva de Bretas segue tradição de ilegalidades e abuso de poder da Lava Jato, diz Grupo Prerrogativas

"A tentativa de criminalização da advocacia, a partir de delação premiada de um dos investigados, revela o caráter autoritário e ilegal que marca a atuação do sistema de justiça brasileiro nos últimos anos", denuncia, por meio de nota, o Grupo Prerrogativas acerca de operação da PF desta quarta-feira

Brasil 247, 09/09/2020, 17:47 h Atualizado em 09/09/2020, 18:49
   Juiz Marcelo Bretas (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil | Reuters)

O Grupo Prerrogativas, formado por diversos juristas renomados, divulgou nota nesta quarta-feira (9) condenando a operação da Polícia Federal ocorrida no mesmo dia contra advogados.

Para o grupo, a decisão do juiz Marcelo Bretas de realizar buscas e apreensões em diversos escritórios de advocacia bem como nas casas de profissionais da área "segue a longa tradição de ilegalidades e abuso de poder" da Lava Jato.

A nota diz ainda que "a tentativa de criminalização da advocacia, a partir de delação premiada de um dos investigados, revela, mais uma vez, o caráter autoritário e ilegal que marca a atuação do sistema de justiça brasileiro nos últimos anos".

Leia a nota do Grupo Prerrogativas na íntegra:

Nota do Grupo Prerrogativas

A mais nova fase da autodenominada Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, com a deflagração de busca em diversos escritórios de advocacia, além de denúncia em face de advogados, segue a longa tradição de ilegalidades e abuso de poder que vem caracterizando a famigerada operação.

A tentativa de criminalização da advocacia, a partir de delação premiada de um dos investigados, revela, mais uma vez, o caráter autoritário e ilegal que marca a atuação do sistema de justiça brasileiro nos últimos anos.

Além disso, a competência para eventual processo e julgamento de questões afetas a esse tema pertence à justiça estadual.

Adicione-se a tudo isso, o fato de que os relatos produzidos pelo delator em relação a indivíduos com foro especial, foram descartados pela Procuradoria-Geral da República.

Chama a atenção, por fim, a realização espetaculosa de busca e apreensão com denúncia já ofertada, com cobertura midiática tantas vezes usada pela Lava Jato, de modo a promover a condenação prévia dos investigados, exemplo típico de pirotecnia processual.

O combate ao crime não prescinde do respeito às formas jurídicas. Os melhores fins não justificam quaisquer meios. O devido processo legal e a presunção da inocência devem sempre prevalecer. Só há legitimidade na persecução penal caso estejam presentes as garantias constitucionais dos investigados e réus.

A criminalização do exercício da advocacia e a estigmatização prévia de acusados são intoleráveis e revelam a degradação da democracia e do Estado de direito. Havendo investigações relacionadas a condutas de advogados, estás devem observar os limites legais e jamais deteriorar a integridade da profissão e de suas prerrogativas.

Sem advocacia livre e respeitada em suas prerrogativas, não pode haver justiça.

Kennedy Alencar: Bretas é uma mistura de Moro com Witzel

O jornalista Kennedy Alencar alertou que o juiz Marcelo Bretas é uma mistura do ex-juiz Sergio Moro com o governador do Rio de Janeiro afastado, Wilson Witzel. “O estrago que o bolsonarismo faz no Brasil só está começando”, disse

Brasil 247. 09/09/2020, 13:38 h Atualizado em 09/09/2020, 13:56
      (Foto: Brasil 247 | ABr | Reuters)

O jornalista Kennedy Alencar alertou em suas redes sociais nesta quarta-feira (9) que o juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas é uma “mistura [do ex-juiz] Sergio Moro com [o governador do Rio de Janeiro afastado, Wilson] Witzel”. 

O jornalista também disse que Bretas é “candidatíssimo a uma vaga no Supremo Tribunal Federal”. 

“Como alertou a Michelle Obama, as coisas sempre podem piorar, acreditem. O estrago que o bolsonarismo faz no Brasil só está começando”, acrescentou. 

Saiba mais 

Em mais um capítulo da perseguição judicial ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi preso político durante 580 dias, o Ministério Público, em aliança com o juiz Marcelo Bretas, agora acusa seus próprios advogados de comandarem uma quadrilha. O método é o que foi usado à exaustão durante o auge da Lava Jato: uma operação espetaculosa com o vazamento de informações que deveriam ser mantidas sob sigilo para os jornalistas “amigos”.

A Operação Lava Jato está nas ruas para cumprir mandados de busca e apreensão contra escritórios de advocacia. Um deles é o de Cristiano Zanin Martins, advogado do ex-presidente Lula. Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas e também miram os escritórios da mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, de Tiago Cedraz e de Cesar Asfor Rocha.

Os escritórios e outras empresas são investigados por desvio de cerca de R$ 355 milhões do Serviço Social do Comércio (Sesc RJ), do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac RJ) e da Federação do Comércio (Fecomércio/RJ). Os desvios teriam acontecido entre 2012 e 2018.

"Ação contra Zanin é reação da Lava Jato ao pronunciamento de Lula", diz Tereza Cruvinel

“As derrotas de Deltan Dallagnol e o pronunciamento do ex-presidente Lula mexeram com a direita”, afirmou a jornalista Tereza Cruvinel no Bom Dia 247, ao comentar a ordem do juiz da Lava Jato Marcelo Bretas, que determinou que a PF invadisse o escritório de Cristiano Zanin, advogado de Lula, entre outros

Brasil 247, 09/09/2020, 10:46 h Atualizado em 09/09/2020, 10:53
   Tereza Cruvinel, Cristiano Zanin e Lula (Foto: Roque de Sá/Agência Senado | Ricardo Stuckert | Felipe Gonçalves/247)

“As derrotas de Deltan Dallagnol e o pronunciamento do ex-presidente Lula mexeram com a direita”. Essa é a conclusão da jornalista Tereza Cruvinel ao avaliar a ordem do juiz Marcelo Bretas, que expediu mandado nesta quarta-feira (9) de buscas no escritório de Cristiano Zanin, advogado de Lula, entre outros escritórios.

“Querem ofuscar as derrotas da Lava Jato, como a emergência de Lula no cenário político”, acrescentou a jornalista em participação no programa Bom Dia 247 desta quarta-feira (9). 

Ela refere-se ao pronunciamento histórico que o ex-presidente Lula realizou no dia 7 de setembro, em defesa do Brasil e dos brasileiros, que gerou repercussão internacional e ofuscou o pronunciamento de Jair Bolsonaro.

Rio de Janeiro

Em sua visão, o candidato a prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (DEM) também é “vítima desta manipulação” do Judiciário. 

Liderando as pesquisas no cenário eleitoral da prefeitura carioca, Paes foi vítima de mandado de busca e apreensão em sua residência nesta terça-feira (8), em uma ação do Ministério Público contra o político. 

Saiba mais
 
Em mais um capítulo da perseguição judicial ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi preso político durante 580 dias, o Ministério Público, em aliança com o juiz Marcelo Bretas, agora acusa seus próprios advogados de comandarem uma quadrilha. O método é o que foi usado à exaustão durante o auge da Lava Jato: uma operação espetaculosa com o vazamento de informações que deveriam ser mantidas sob sigilo para os jornalistas “amigos”.

A Operação Lava Jato está nas ruas para cumprir mandados de busca e apreensão contra escritórios de advocacia. Um deles é o de Cristiano Zanin Martins, advogado do ex-presidente Lula. Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas e também miram os escritórios da mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, de Tiago Cedraz e de Cesar Asfor Rocha.

Os escritórios e outras empresas são investigados por desvio de cerca de R$ 355 milhões do Serviço Social do Comércio (Sesc RJ), do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac RJ) e da Federação do Comércio (Fecomércio/RJ). Os desvios teriam acontecido entre 2012 e 2018.

Zanin denuncia “atentado à advocacia” de Bretas e diz que juiz agiu para favorecer o clã Bolsonaro

Alvo de uma operação determinada nesta manhã pelo juiz Marcelo Bretas, o advogado Cristiano Zanin Martins reagiu com indignação e soltou uma nota duríssima em que acusa Bretas de agir a serviço do bolsonarismo; ele também garante que tem a comprovação de todos os serviços prestados à Fecomércio

Brasil 247, 09/09/2020, 10:53 h Atualizado em 09/09/2020, 10:53
  Cristiano Zanin Martins e Marcelo Bretas (Foto: Filipe Araújo | ABr)

O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e é também um dos autores do livro “Lawfare”, que denuncia o uso do aparato judicial para perseguições políticas, soltou uma nota duríssima, em que denuncia o “atentado à advocacia” do juiz Marcelo Bretas e sua “retaliação”. Ele também garante ter a comprovação de todos os serviços prestados por seu escritório à Fecomércio. Leia abaixo:


1. Atentado à advocacia e retaliação. A iniciativa do Sr. Marcelo Bretas de autorizar a invasão da minha casa e do meu escritório de advocacia a pedido da Lava Jato somente pode ser entendida como mais uma clara tentativa de intimidação do Estado brasileiro pelo meu trabalho como advogado, que há tempos vem expondo as fissuras no Sistema de Justiça e do Estado Democrático de Direito. É público e notório que minha atuação na advocacia desmascarou as arbitrariedades praticadas pela Lava Jato, as relações espúrias de seus membros com entidades públicas e privadas e sobretudo com autoridades estrangeiras. Desmascarou o lawfare e suas táticas, como está exposto em processos relevantes que estão na iminência de serem julgados por Tribunais Superiores do país e pelo Comitê de Direitos Humano da ONU. O juiz Marcelo Bretas é notoriamente vinculado ao presidente Jair Bolsonaro e sua decisão no caso concreto está vinculada ao trabalho desenvolvido em favor de um delator assistido por advogados ligados ao Senador Flavio Bolsonaro. A situação fala por si só.

2. Comprovação dos serviços. De acordo com laudo elaborado em 2018 por auditores independentes, todos os serviços prestados à Fecomércio/RJ pelo meu escritório entre 2011 e 2018 estão devidamente documentados em sistema auditável e envolveram 77 (setenta e sete) profissionais e consumiram 12.474 (doze mil, quatrocentas e setenta e quatro) horas de trabalho. Cerca de 1.400 (mil e quatrocentas) petições estão arquivadas em nosso sistema. Além disso, em 2018, a pedido da Fecomércio-RJ, entregamos cópia de todo o material produzido pelo nosso escritório na defesa da entidade, comprovando a efetiva realização dos serviços que foram contratados. Os pagamentos, ademais, foram processados internamente pela Fecomércio/RJ por meio de seus órgãos de administração e fiscalização e foram todos aprovados em Assembleias da entidade — com o voto dos associados.

3. Natureza dos serviços prestados. Nosso escritório, com 50 anos e atuação reconhecida no mercado, foi contratado a partir de 2012 para prestar serviços jurídicos à Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), que é uma entidade privada que representa os milhares de empresários e comerciantes daquele Estado. A atuação do escritório em favor da Fecomércio/RJ e também de entidades por ela geridas por força de lei — o Sesc-RJ e do Senac- RJ —, pode ser constatada em diversas ações judiciais que tramitaram perante o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, do Superior Tribunal de Justiça, do Supremo Tribunal Federal, e também em procedimentos que tramitam no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e perante outros órgãos internos e externos à entidade. Em todos os órgãos judiciários houve atuação pessoal e diligente do nosso escritório.

A atuação do nosso escritório deu-se um litígio de grandes proporções, classificado como uma “guerra jurídica” por alguns veículos de imprensa à época, entre a Fecomércio/RJ e a Confederação Nacional do Comércio (CNC), duas entidades privadas e congêneres de representação de empresários e comerciantes. Cada uma delas contratou diversos escritórios de advocacia para atuar nas mais diversas frentes em que o litígio se desenvolveu.

4. Abuso de autoridade. Além do caráter despropositado e ilegal de autorizar a invasão de um escritório de advocacia e da casa de um advogado com mais de 20 anos de profissão e que cumpre todos os seus deveres profissionais, essa decisão possui claros traços de abuso de autoridade, pois: (a) o seu prolator, o Sr. Marcelo Bretas, é juiz federal e sequer tem competência para tratar de pagamentos realizados por uma entidade privada, como é a Fecomercio/RJ, e mesmo de entidades do Sistema S por ela administrados por força de lei; a matéria é de competência da Justiça Estadual, conforme jurisprudência pacífica dos Tribunais, inclusive do Superior Tribunal de Justiça; (b) foi efetivada com o mesmo espetáculo impróprio a qualquer decisão judicial dessa natureza, como venho denunciando ao longo da minha atuação profissional, sobretudo no âmbito da Operação Lava Jato; (c) foi proferida e cumprida após graves denúncias que fiz no exercício da minha atuação profissional sobre a atuação de membros da Operação Lava Jato e na iminência do Supremo Tribunal Federal realizar alguns dos mais relevantes julgamentos, com impacto na vida jurídica e política do país. Ademais, foge de qualquer lógica jurídica a realização de uma busca e apreensão após o recebimento de uma denúncia — o que mostra a ausência de qualquer materialidade da acusação veiculada naquela peça.

5. Esse abuso de autoridade, aliás, não é inédito. A Lava Jato, em 2016, tentou transformar honorários sucumbenciais que nosso escritório recebeu da Odebrecht, por haver vencido uma ação contra a empresa, em valores suspeitos — e teve que admitir o erro posteriormente. No mesmo ano, a Lava Jato autorizou a interceptação do principal ramal do nosso escritório para ouvir conversas entre os advogados do nosso escritório e as conversas que eu mantinha com o ex-presidente Lula na condição de seu advogado, em grave atentado às prerrogativas profissionais e ao direito de defesa. Não bastasse, em 2018 a Lava Jato divulgou valores que o nosso escritório havia recebido a título de honorários em decorrência da prestação de serviços advocatícios.

Todas as circunstâncias aqui expostas serão levadas aos foros nacionais e internacionais adequados para os envolvidos sejam punidos e para que seja reparada a violação à minha reputação e à reputação do meu escritório, mais uma vez atacadas por pessoas que cooptaram o poder do Estado para fins ilegítimos, em clara prática do lawfare — fenômeno nefasto e que corroeu a democracia no Brasil e está corroendo em outros países.

São Paulo, 9 de setembro de 2020 Cristiano Zanin Martins

terça-feira, 8 de setembro de 2020

SBT demite Rachel Sheherazade, que vinha condenando o bolsonarismo

A medida parece fazer parte da aproximação da emissora com o governo de Jair Bolsonaro

Brasil 247, 08/09/2020, 17:13 h Atualizado em 08/09/2020, 18:03
      Rachel Sheherazade (Foto: Reprodução)

O SBT demitiu a apresentadora Rachel Sheherazade após nove anos ininterruptos no canal, informou Ricardo Feltrin no Uol. A jornalista que apoiou o golpe de 2016 vinha condenando o bolsonarismo recentemente. Ela disse que sofreu ameaças de mortes após passar a criticar o governo de Jair Bolsonaro.

Segundo Feltrin, a âncora do “SBT Brasil” foi avisada pela emissora que seu contrato, que vence no próximo dia 31 de outubro, não vai ser renovado.

A medida parece fazer parte da aproximação da emissora com o governo Bolsonaro. A emissora se beneficiou da medida provisória assinada pelo governo após reunião com diretoria do clube carioca Flamengo, que tirou da Globo a exclusividade da transmissão dos jogos de futebol no Brasil. 

Além disso, o genro de Silvio Santos, dono da SBT, Fábio Faria assumiu em junho o Ministério das Comunicações, algumas semanas depois da emissora cancelar a edição do SBT Brasil no dia 23 de maio após Faria, que é casado com Patrícia Abravanel, avisar que recebeu um telefonema do governo reclamando da abordagem negativa sobre o vídeo da reunião ministerial em reportagem edição do telejornal no dia anterior.

Reação adversa grave faz Oxford e AstraZeneca suspenderem testes com vacina anti-covid

A farmacêutica AstraZeneca e Universidade de Oxford suspenderam os testes para o estágio final da vacina contra Covid-19 após uma possível reação adversa séria em um participante do estudo, segundo o site de notícias de saúde Stat News

Brasil 247, 08/09/2020, 20:16 h Atualizado em 08/09/2020, 21:54
   
       EUA lideram o ranking global de infecções por Covid-19, com 6,2 milhões de casos (Foto: Reuters)
 
A Universidade de Oxford junto à farmacêutica AstraZeneca, que preparam uma aguardada vacina contra a covid-19, interromperam os testes em função de uma suspeita de reação adversa grave em um dos participantes da pesquisa

Segundo o site, um porta-voz da AstraZeneca afirmou em comunicado que o “processo de revisão padrão desencadeou uma pausa na vacinação para permitir a revisão dos dados de segurança”.

A reportagem do portal Exame destaca que “o porta-voz descreveu a pausa como “uma ação de rotina que deve acontecer sempre que houver uma doença potencialmente inexplicada em um dos testes, enquanto ela é investigada, garantindo a manutenção da integridade dos resultados”.

A matéria ainda sublinha que “o porta-voz também disse que a empresa está “trabalhando para agilizar a revisão do evento único para minimizar qualquer impacto potencial no cronograma do teste”. As suspensões clínicas não são incomuns e ainda não está claro quanto tempo pode durar.”

Chefe do Centro de Inteligência do Exército morre de Covid-19

General Carlos Augusto Sydrião faleceu na manhã desta terça-feira (8), em decorrência do novo coronavírus. Ele comandava o Centro de Inteligência do Exército e esteve com Michel Temer na missão brasileira ao Líbano

Brasil 247, 08/09/2020, 16:14 h Atualizado em 08/09/2020, 18:03
      (Foto: Eduardo Maia/Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte)

Do Metrópoles - O general do Exército Carlos Augusto Fecury Sydrião Ferreira faleceu, na manhã desta terça-feira (8/9), em decorrência do novo coronavírus. Ele comandava o Centro de Inteligência do Exército (CIE). O militar estava internado no Hospital das Forças Armadas, em Brasília.

Sydrião, nascido em 29 de abril de 1967, era considerado pelos colegas um profissional de alta capacidade. A morte do general causou comoção na corporação. (...)

Sydrião fez parte da comitiva brasileira chefiada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB-SP) que foi a Beirute em agosto. A equipe composta por 13 integrantes levou alimentos, medicamentos e insumos básicos de saúde ao país do Oriente Médio em decorrência da grande explosão ocorrida na capital libanesa e que deixou mais de 160 mortos e mais de 4 mil feridos.

Continue lendo no Metrópoles.

É preciso julgar caso da chapa Bolsonaro-Mourão 'o quanto antes', diz ministro que assumiu a Corregedoria da Justiça Eleitoral

O ministro Luís Felipe Salomão, que assumiu a Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral, afirmou ser necessário julgar "o quanto antes" as ações sobre a campanha de Jair Bolsonaro à Presidência em 2018

Brasil 247, 06/09/2020, 22:07

O ministro Luís Felipe Salomão, que assumiu a Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral, afirmou ser necessário prestar contas à sociedade e julgar "o quanto antes" as ações sobre a campanha de Jair Bolsonaro à Presidência em 2018. O ministro assumiu a relatoria dos processos que investigam, entre outros pontos, disparo de fake news em massa pelo WhatsApp.

"Estou bastante tranquilo em relação a essas ações. Ali vamos tratar de fatos e provas. Acho que devemos apreciá-las o quanto antes, porque é preciso dar uma resposta da Justiça Eleitoral para aqueles que propuseram a ação, para aqueles que figuram no polo passivo da ação (os investigados) e para a sociedade", disse ele ao jornal O Estado de S.Paulo.

"Já vamos aí para o segundo ano de mandato do presidente (Bolsonaro), é tempo razoável para a gente dar essa resposta. Não me assombro com essa responsabilidade porque, primeiro, será dividida entre o plenário, com homens bastante experientes e respeitados. Segundo, porque é um dado objetivo: tem prova, cassa. Não tem prova, não cassa", acrescentou.

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Independência de joelhos

Na realidade, um "novo normal" será repleto de DESIGUALDADE, afinal um novo proletariado "nadinha independente": não consegue fazer quarentena, para se proteger da sua morte e vida brasileira; e hoje neste 07 de setembro: ele está ajoelhado diante de um fascismo que avança

Brasil 247, 07/09/2020, 10:32 h

Segundo o filósofo Zygmunt Bauman, vivemos “Tempos líquidos”: mergulhados em uma rede de sociabilidade que privilegia uma casta de ditos “empresários criativos” que na realidade são apenas integrantes da espécie Homo sapiens digitalis, que buscam se apoiar na muleta da uma Revolução tecnológica que avança por mares navegáveis e exploratórios em busca de conquistar “terras na web”; para fincarem sua bandeiras ideológicas.


Observem o trecho a seguir: “Instrumento mediador, que pode da forma mais criativa possível transformar um cantor desafinado em um milionário de plantão”; ou ofensivamente um proficiente humorista em um "bobão". O que quero dizer é que realmente Zygmunt Bauman, está correto em sua filosófica "retórica" quanto aos tempos líquidos, através dos quais nadamos rumo ao subjetivismo e aniquilação do memorável. Se os séculos XIX e XX comunicavam suas marcas através do tripé: Terra, trabalho, e capital. Tenho certeza, que no oceano digital, existe uma tribo usando os remos da doutrinação neoliberal "pronta" para realizar a mágica da inversão dos valores. E isso é taxado de colaboração e inovação. Parece que o público não tem mais a chance de refletir e opinar. Será?

O coronavírus vai muito além da biologia, ele é ecológico, e filosófico; e por isto nos coloca na balança de um Deus, que se for capitalista, terá que escolher quem deve morrer. A coerção agora se faz on-line.

A contaminação virótica é igual para todos? Ou o "isolado endinheirado", beneficiado pela voracidade do capital que o abraça de forma milenar: proporciona-lhe ganho fácil, através da antiga expropriação?

Somos todos orgânicos, claro. Mas, na realidade, apesar de alguns esforços científicos para detectar o genoma do "dito cujo" SARS-COV-2 e sua maléfica ação; no sentido de entender sua aspiração à categoria de ser “reinante", que devasta o organismo: obviamente que teremos atendimento diferenciado em vacinas e/ou (outras profilaxias) para ricos e pobres, ou seja, qualquer resultado positivo será vendido a peso de ouro. E certamente, as famílias mais abastadas e dominadoras do planeta irão receber a primazia, para se manterem vivazes.

O vírus não é democrático, ele atinge os menos adaptados ao Ecossistema social, que com sua pirâmide de base alargada: atira milhões de brasileiros na arena do trabalho pelo trabalho, ou seja, se efetua com base servil contemporânea. 


Fora as subnotificações. “Oficialmente” temos 127 mil mortos no Brasil pela CODIV-19. E tal estatística já é uma nova conjuntura, “um novo normal”. Na Finlândia, até a data de hoje morreram 10 pessoas. E dos 2.000 casos, quase a totalidade, se recuperou.

O “nosso novo normal” é neocolonial. Ele segrega e espanca. Tanto que centenas de lives atapetadas geralmente por desafinados sertanejos universitários, ou o que o valha, continuam engordando suas contas bancárias, enquanto seus milhares de incautos fãs: já pereceram.

Na realidade, um "novo normal" será repleto de DESIGUALDADE, afinal um novo proletariado "nadinha independente": não consegue fazer quarentena, para se proteger da sua morte e vida brasileira; e hoje neste 07 de setembro: ele está ajoelhado diante de um fascismo que avança…

Valéria Guerra Reiter, Escritora, historiadora, atriz, diretora teatral, professora e colunista

Weisbrot: Governo Biden deve revelar papel dos EUA no impeachment de Dilma

Mark Weisbrot, pesquisador e co-diretor do Centro de Pesquisa Econômica e Política em Washington, defende que caso Joe Biden vença a eleição presidencial norte-americana, o seu governo deve revelar qual foi a participação dos EUA no golpe contra Dilma Rousseff

Brasil 247, 07/09/2020, 13:36 h Atualizado em 07/09/2020, 15:14
       Mark Weisbrot (Foto: Roberta Namour)

Clarissa Carvalhaes, na Carta Capital - Co-diretor do Centro de Pesquisa Econômica e Política em Washington, um dos thinks thanks mais influentes dos Estados Unidos, Mark Weisbrot se dedicou nos últimos anos a entender também a política e a economia da América Latina.

Na entrevista a seguir, Weisbrot discorre sobre as chances de reeleição de Trump, os reflexos do movimento “Vidas Negras Importam” no resultado das urnas e o que o governo Bolsonaro pode esperar se o candidato do Partido Democrata, Joe Biden, vencer a disputa.

CartaCapital: Entre Donald Trump e Joe Biden, quem tem o plano mais convincente para recuperar a economia dos EUA?

Mark Weisbrot: Os democratas claramente têm um plano melhor. É muito difícil prever o que Trump faria, pois ele vai além até mesmo do mais oportunista dos presidentes anteriores ao não ter nenhum objetivo político discernível ou crenças além de seu próprio autoengrandecimento. Então, temos de considerar as ideias do Partido Republicano. E, no momento, o partido prevalece sobre a disposição anterior de Trump de violar o conservadorismo fiscal neoliberal convencional, muitas vezes inconsistente. O governo Trump promoveu déficits fiscais de 4,9% do PIB anualmente, quando o desemprego estava no menor nível em 50 anos, algo que nenhum presidente “normal” faria.

CC: E como os republicanos se comportam neste caso?

MW: Os republicanos rejeitaram um pacote de ajuda de 3 trilhões de dólares aprovado em maio pela Câmara, controlada pelos democratas. O resultado imediato foi retirar um benefício de seguro-desemprego federal de 600 dólares semanais, que constituía a maior parte da renda de dezenas de milhões de desempregados. Os democratas, por outro lado, apoiaram o projeto de lei de alívio de 3 trilhões, que inclui uma extensão do seguro-desemprego e cerca de 900 bilhões para governos estaduais e locais. Isso indica, no momento, uma grande diferença entre as duas partes. De certa forma, esse é um momento muito importante para a política macroeconômica dos Estados Unidos, mas os democratas no poder têm uma chance muito melhor de fazer o que é necessário para a recuperação econômica. Qualquer recuperação, claro, dependerá do caminho da pandemia Covid-19. Também está claro que o governo Trump administrou mal o problema, desde o início. Seria outro motivo para esperar uma chance melhor de recuperação econômica com os democratas.

CC: Biden seria o melhor nome para derrotar Trump?

MW: Como velho conhecido dos norte-americanos, tanto por servir seis mandatos consecutivos como senador quanto por ser vice-presidente na chapa com Barack Obama, a imagem de Joe Biden é difícil de desconstruir. Não por acaso, Trump e seus estrategistas de campanha decidiram que o alvo a ser atacado é Kamala Harris, que atualmente sofre ataques racistas e sexistas, estratégia que funcionou no passado. Trump repete os ataques sexistas que usou contra Hillary Clinton, combinados com uma dose de racismo que faz parte de seu modus operandi, contra Kamala Harris. Não está claro, porém, se a estratégia terá muito impacto. Em uma pesquisa Gallup do ano passado, 94% dos entrevistados disseram que votariam em uma mulher para presidente, mas isso não quer dizer que os republicanos não tentarão usar o sexismo e o racismo contra Kamala Harris, ou que tais tentativas sejam irrelevantes.
Leia a íntegra na Carta Capital.